Foto: Reprodução internet
Estava, há pouco, socorrendo meu pai numa dessas policlínicas públicas. Não vou descrever o quadro desolador que enfrentamos, todo mundo sabe o que é o atendimento médico público. Quero relatar outra coisa: Quando estava acompanhando o meu pai, pelo estresse enfrentado, senti uma disritmia. Como estava num posto médico, pedi que aferissem minha pressão. A resposta da auxiliar de enfermagem: “Não posso, senhor, só se o senhor fosse paciente, acompanhante não pode”. Pouco depois, entrei para levar os exames do meu pai. Aproveitei que estava na sala do médico e pedi novamente: “O senhor pode aferir a minha pressão?”. O jovem médico, com o estetoscópio decorando o pescoço, disse-me, com o costumeiro ar de superioridade: “Não, o senhor é acompanhante. Se quiser aferir a pressão, volte na recepção, faça uma ficha e aguarde aí fora”. Deixei meu pai no repouso, fui a uma farmácia ao lado e paguei dois Reais para um balconista executar o “complicadíssimo e demorado” procedimento de aferir a minha pressão arterial que estava alterada não sei se pelo estresse da convalescência do meu pai ou pela raiva que senti do descaso desses “profissionais”.