Materializando a divisão do Brasil


A conversa ainda é, infelizmente, relacionada à triste morte de Marielle, mas não quero debater a tragédia, isso já está sendo feito exaustivamente pelos dois lados políticos que divide o Brasil atualmente. Quero tecer um breve comentário sobre aqueles que se incomodam e tentam desacreditar os movimentos sociais. A luta social no Brasil, como em tantos outros países, tem acertos e erros, evidentemente. Pois bem, independente do juízo de valor que se faça sobre a luta ferrenha que as camadas periféricas travam para sobreviver, o que mais assusta é a forma covarde como atuam alguns grupos – e pessoas isoladamente - para tentar desviar o foco do que realmente está acontecendo. Tomemos como exemplo o assassinato de Marielle e Anderson: quando as notícias da tragédia se propagaram pela mídia, logicamente, sabia-se que o atentado havia sido arquitetado para calar a boca de uma ativista que constantemente criticava os excessos da polícia contra as minorias. Isso ficou claro desde o início. A morte do motorista Anderson foi uma consequência do atentado direcionado para Marielle, ele estava na linha de fogo e tantos mais que estivessem morreriam também.  Quando as notícias começaram a circular o nome de Marielle, claro, aparecia com mais ênfase porque todos, absolutamente todos, sabiam que o alvo era ela. Indiferentes à gravidade desse ato de extrema violência, os militantes de direita e seus simpatizantes começaram a batalha para minimizar ou estancar de vez a comoção pela morte dela. O primeiro intento foi citar o nome do Anderson com o discurso batido: “Ele também morreu e ninguém fala”. O atentado foi contra Marielle e ele foi morto porque estava na linha de fogo, assim que a notícia foi tratada. 

Depois vieram os memes tentando criminalizar a imagem de Marielle, fakes veiculados, inclusive, por uma desembargadora. Por que essas pessoas se sentem a vontade em fazer esses absurdos? Porque o Brasil que eles estão acostumados tem essa configuração: os poderosos e seus seguidores podem fazer o que querem, a impunidade e a fragilidade do judiciário brasileiro colaboram para esse tipo de pensamento. A força dos movimentos populares está, aos poucos, revertendo esse quadro. Os grandes jornais – muitos dos quais viralizaram notícias falsas sobre Marielle – agora estão sendo obrigados (entendam como ‘obrigados’: ou publicam ou perdem a credibilidade) a revelar a grande farsa dos “fakenews” liderada pelo braço midiático da direita, o MBL. O Brasil está dividido mas essa divisão, antes imaginária, está se materializando, talvez assim as camadas periféricas tenham mais chances nessa luta!

Comments

No responses to “Materializando a divisão do Brasil”

if (myclass.test(classes)) { var container = elem[i]; for (var b = 0; b < container.childNodes.length; b++) { var item = container.childNodes[b].className; if (myTitleContainer.test(item)) { var link = container.childNodes[b].getElementsByTagName('a'); if (typeof(link[0]) != 'undefined') { var url = link[0].href; var title = link[0].innerHTML; } else { var url = document.url; var title = container.childNodes[b].innerHTML; } if (typeof(url) == 'undefined'|| url == 'undefined' ){ url = window.location.href; } var singleq = new RegExp("'", 'g'); var doubleq = new RegExp('"', 'g'); title = title.replace(singleq, ''', 'gi'); title = title.replace(doubleq, '"', 'gi'); } if (myPostContent.test(item)) { var footer = container.childNodes[b]; } } var addthis_tool_flag = true; var addthis_class = new RegExp('addthis_toolbox'); var div_tag = this.getElementsByTagName('div'); for (var j = 0; j < div_tag.length; j++) { var div_classes = div_tag[j].className; if (addthis_class.test(div_classes)) { if(div_tag[j].getAttribute("addthis:url") == encodeURI(url)) { addthis_tool_flag = false; } } } if(addthis_tool_flag) { var n = document.createElement('div'); var at = "
"; n.innerHTML = at; container.insertBefore(n , footer); } } } return true; }; document.doAT('hentry');