Isso
mesmo, essa joia do litoral sul de Pernambuco, separada do mundo urbano apenas
por um braço de rio, sempre teve dono. Lá pelo final da década de 80 eu e meus
amigos – a maioria surfistas – acampávamos na praia de Itapuama, vizinha do
Paiva. Muitas vezes para encurtar o
longo caminho feito pela BR-101 Sul a gente se arriscava e atravessava de Barra
de Jangada para o Paiva, mais ou menos nesse trecho onde ergueram essa bela
ponte estaiada, era uma aventura maravilhosa. Depois de ultrapassar essa primeira
barreira, deitados em pranchas de surf, tínhamos que vencer outra batalha: ultrapassar a grande porteira colocada na área dos coqueirais do Paiva. Tinha
sempre um segurança que chegava e gritava: “Aqui é propriedade particular”. O limite entre Itapuama e o Paiva era bem
conhecido, O “Forró do Marrudo”, uma vendinha que comercializava de tudo e, à
noite, rolava um forró, tudo isso bem em frente à porteira do Paiva. Hoje em
dia, no local, existe uma porteira monetária, o pedágio. O Paiva sempre teve
dono a diferença é que os donos de hoje oficializaram a exploração do local.
Depois que construíram a ponte, a praia de Itapuama perdeu o ar de paraíso,
virou um point de farofeiros, veio a violência, até o hotel abandonado perdeu
o charme. Marrudo, dono do forró famoso, morreu eletrocutado num frízer velho,
uma tristeza. Restaram apenas as boas lembranças das noites intermináveis
regadas a vinho e outras coisas que o decoro me impede de publicar aqui.
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