O ASTRO INAUGURA UM POSSÍVEL HORÁRIO DE REMAKES

Mais um clássico da teledramaturgia brasileira ganha uma releitura na Rede Globo. “O Astro”, um grande sucesso de Janete Clair exibida, originalmente, em 1977, retorna dia 12 de julho inaugurando um novo horário de exibição, as 23:00h. Alguns detalhes importantes diferenciam esse remake de tantos outros produzidos pela emissora. O primeiro ponto a se destacar é o respeito dispensado para a nova produção. A Rede Globo, ao que parece, aprendeu com os erros.

Em várias outras releituras feitas pela emissora, os resultados foram tão ruins que chegaram a macular a imagem da obra original. Três exemplos: Irmãos Coragem, Pecado Capital e Selva de Pedra , todas também escritas por Janete Clair. A primeira é um marco não só da teledramaturgia, mas da tevê brasileira. Em 1995 ganhou um remake protagonizado por Marcos Palmeira, Marcos Winter e Ilya São Paulo. O resultado foi bem inferior a produção original. A surpresa, nessa produção, foi o ótimo desempenho de Murilo Benício interpretando Juca Cipó, personagem imortalizado pelo grande Emiliano Queiroz.

Na releitura de “Pecado Capital” erraram do começo ao fim. A versão original, levada ao ar em 1975, também está entre os maiores sucessos da tevê brasileira. Em 1998, ganhou um obscuro remake escrito por Glória Perez e protagonizado Eduardo Moscovis e Carolina Ferraz. O resultado foi sofrível, macularam até o tema de abertura, trocaram Paulinho da Viola por, pasmem, Alexandre Pires.

O último exemplo é a releitura de “Selva de Perdas”, um folhetim daqueles ortodoxos, que marcou época nos primórdios da teledramaturgia da Rede Globo. A versão original foi ao ar e 1972. Uma década e meia depois, em 1986, a emissora exibiu um remake que tinha produção e elenco de peso. A novela tinha direção de Walter Avancini e Dênis Carvalho e contava no elenco, entre outros, com Tony Ramos, Christiane Torloni, Fernanda Torres e Miguel Falabela. Sobre essa releitura, certa vez, a atriz Fernanda Torres confessou: “A novela era tão ruim que eu contava os dias para que ela terminasse. Era difícil gravar com um sentimento desses”.

A releitura de “O Astro” está tendo um tratamento diferenciado. Criaram uma campanha bem interessante para divulgar a novela e o novo horário. Reverenciaram Francisco Cuoco que, na versão original, interpretou Herculano Quintanilha. Ele reaparece como o misterioso “Ferragus”, um velho ilusionista que ensina todos os seus segredos para o  jovem Herculano Quintanilha. Outra novidade é a quantidade de capítulos, aproximadamente 60, um terço da versão original. Por esse motivo, andam tratando a novela como minissérie. Mas, nas chamadas, a emissora convida os telespectadores a assistirem a “nova novela das onze”.

Dependendo da aceitação do público e dos índices de audiência, o horário das onze pode ser efetivado como “horário dos remakes”. Na fila, após “O Astro”, virá “Guerra dos Sexos”, um grande sucesso do horário das sete, eternizada com uma cena de pastelão protagonizada por Fernanda Montenegro de Paulo Altran.

Clique aqui e reveja cenas da produção original de 1977

Obituário


COMO É BOM PODER COMPRAR UM INSTRUMENTO

Num passado bem próximo, até o final da década de oitenta, comprar um instrumento musical de qualidade, aqui no Recife, era praticamente impossível. Cantei em bandas de baile e tive bandas de rock, entre 1985 e 1990, e amarguei as dificuldades na própria pele. Durante muitos anos a cidade teve apenas três lojas especializadas que, praticamente, só vendiam instrumentos nacionais. Eram elas: “Rei dos Violões”, localizada no Pátio de Santa Cruz, “Comércio Musical”, localizada bem próximo, na rua Barão de São Borja, e a “Musitec”, lá na rua Imperial, todas no coração do Recife.

Fui um frequentador assíduo desses três santuários. Era garoto pobre, sonhava com o que não podia ter. De tanto perambular pelas lojas ouvia conversas dos músicos que usavam da criatividade para vencer a escassez de instrumentos. Compravam guitarras nacionais e importavam captadores e braços de guitarras Fender. Montavam seu “frankenstein” e exibiam como se originais fossem. A primeira vez que toquei – falo  do exercício do tato e não da execução – num instrumento importado foi em 1988. Cantava numa banda de bailes e o dono do conjunto comprou uma “Ibanez Semi-Acústica". A guitarra era alvo de adoração. Por ser muito, muito pesada, era mais apropriada para ser usada em estúdio, em gravações esporádicas. No palco, depois de uma hora de baile, parecia pesar uns trezentos quilos.

Nos últimos dez anos, o Recife experimentou um "boom" no número de lojas especializadas em instrumentos musicais, quase todas concentradas da rua da Concórdia, coração da cidade. Comprei uma guitarra canhota e estou em vias de adquirir um violão com corte para canhoto. No passado, só se tinha acesso a esses instrumentos fora do país ou no eixo Rio-São Paulo. Mais: o grande número de lojas estimula a concorrência e isso, claro, contribui para a baixa dos preços. Esse é um ótimo momento para quem quer adquirir seu instrumento.

O mestre Caetano Veloso fala no final da canção “Tigresa”: “Como é bom poder tocar um instrumento”. Do alto da minha alegria em ver tantas boas lojas, reformulo a citação: Como é bom poder comprar um instrumento. Toquemos!

PORQUE HOJE É 04 DE JULHO: BREVE HISTÓRIA IDEOLÓGICO-MILITAR DOS ESTADOS UNIDOS



Fonte:

CAMPEÕES DA FÓRMULA 1 - SEGUNDA PARTE - INICIA-SE O PERÍODO DAS TRAGÉDIAS

Phil Hill – Estados Unidos
 Phil Hill – Estados Unidos - Philip Toll Hill Jr., (Miami, 20 de abril de 1927 - Salinas, 28 de agosto de 2008) foi o sexto campeão da história da Fórmula 1, ganhou o título de 1961 pilotando uma Ferrari.  Esse grande piloto estadunidense era mais conhecido no seu país por ter vencido três vezes as “24 Horas de Le Mans” já que a Fórmula 1 tem poucos admiradores nos Estados Unidos. Como piloto de Fórmula 1 disputou as temporadas entre 1958 e 1964, voltando, posteriormente, para disputar a temporada de 1968. Correu por sete equipes: Masserati, Ferrari, Cooper, Porsche, Automobili Turismo e Sport, Lotus e Eagle. Disputou 50 GPs obtendo 03 vitórias, 16 pódios, 94 pontos e 6 voltas mais rápidas. 
 Graham Hill – Inglaterra 
Graham Hill – Inglaterra - Norman Graham Hill (Hampstead, 15 de fevereiro de 1929 — 29 de novembro de 1975) – É um dos recordistas de participações na Fórmula 1, disputou, entre 1958 e 1975, 18 temporadas. Ganhou dois títulos: 1962 e 1968. Graham Hill brilhou também e outras categorias ganhando as “500 Milhas de Indianápolis” (1966) e as “24 Horas de Le Mans” (1972). Como piloto de Fórmula 1, nas 18 temporadas que disputou, obteve 14 vitórias, 36 pódios, 13 poles, 10 voltas mais rápidas e 274 pontos em 179 Gps.
 Jim Clark – Escócia 
 Restos do carro de Jim Calrk 
Hockenheim - Alemanha
 Jim Clark – Escócia - James Clark Jr (Kilmany, 4 de março de 1936 - Hockenheim, 7 de abril de 1968) – Foi o primeiro campeão de Fórmula 1 a morrer guiando. Ganhou dois títulos guiando uma Lotus: 1963 e 1965. Disputando nove temporadas, entre 1960 e 1968, obteve 25 vitórias, 32 pódios, 255 pontos, 33 poles, 28 voltas mais rápidas em 73 GPs.

A Trágica Morte: Jim Clark estava no melhor momento de sua carreira quando, guiando um carro de Fórmula 2 em Hockenheim, Alemanha, perdeu o controle do seu carro e se chocou contra uma árvore.
 John Surtees – Inglaterra 
 John Surtees – Inglaterra - John Norman Surtees (Tatsfield - Surrey, 11 de Fevereiro de 1934) – esse piloto inglês tem um fato curiosíssimo na sua carreira: antes de ser piloto de Fórmula 1 foi sete vezes campeão de motociclismo. Trocou a moto pelo automobilismo em 1960 quando passou a pilotar uma Lotus. Em 1964, já pilotando uma Ferrari, conquistou o título mundial. Com piloto de Fórmula 1, em 13 temporadas (1960-1972), obteve 06 vitórias, 24 pódios, 180 pontos, 08 poles, 10 voltas mais rápidas em 113 GPs disputados. Surtees correu por sete escuderias: Lotus, Reg Parnell, Ferrari, Cooper, Honda, BRM e Surtees.
 Denny Hulme – Nova Zelanda
Denny Hulme – Nova Zelanda - Denis Clive Hulme(Nelson, 18 de junho de 1936 - Bathurst, Austrália, 4 de outubro de 1992) – Esse piloto neozelandês começou na Fórmula 1 como mecânico da Brabham. Em 1965 ascendeu à condição de piloto sagrando-se campeão, dois anos depois, em 1967. Hulme faleceu, durante uma corrida da categoria de turismo Bathurst 1000, de ataque cardíaco, aos 56 anos. Como piloto de Fórmula 1, em dez temporadas disputadas, obteve 08 vitórias, 33 pódios, 248 pontos, uma pole, 09 voltas mais rápidas em 112 GPs.

RELICÁRIO VOL. 07 - O CADERNO PERDIDO DE RENATO RUSSO

Essa edição da coluna “Relicário” recupera uma publicação histórica da revista “Showbizz”, edição 142, publicada em maio de 1997. Trata-se do resgate de um documento histórico do rock nacional: o caderno perdido de Renato Russo. A relíquia, recuperada por Fê Lemos,  baterista do Capital Inicial, ex-companheiro de Renato no “Aborto Elétrico”, traz onze letras inéditas e as primeiras versões de sete clássicos da Legião. Uma publicação imperdível para colecionadores e fãs de Renato e da Legião Urbana. Confira nas fotos abaixo que podem ser ampliadas com um clique na imagem. Regozije-se:
Fotos: Revista Showbizz - Ano 13 - Nº 05
Maio de 1997 - Todos os direitos: Editora Azul 

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Identificando algumas referências literárias e históricas de "Cordel Encantado"

A novela global, Cordel Encantado, para quem ainda não percebeu, é uma colagem de vários textos clássicos. Só pra citar alguns: “O Homem da Máscara de Ferro” (Alexandre Dumas), “O Conde de Monte Cristo” ( Alexandre Dumas), “Grande Sertão :Veredas” (Guimarães Rosa) e referências sobre a saga do cangaceiro Lampião, da Guerra de Canudos e do Brasil Império.

Identificando As Referências

Na trama, o Rei Augusto e a Rainha Cristina viajam da fictícia Seráfia do Norte para o Brasil em busca de um tesouro escondido pelo fundador de seu reino. Uma clara referência a transferência da Família Real Portuguesa para o Brasil. A forma como os personagens da corte lidam com a honra e a corrupção marcam essa analogia.

As referências a Guimarães Rosa estão na estética da obra, que retrata um sertão cheio de licenças poéticas e, claro, a Diadorim, um dos personagens centrais de “Grande Sertão: Veredas”. No livro, a filha de um fazendeiro assume a figura masculina de um jagunço, “Diadorim”, para mergulhar no universo do pai. Acaba protagonizando uma intrigante história de amor com final trágico. A sexualidade de Diadorim é revelada, apenas, na sua morte, para desespero do apaixonado Riobaldo.

Na novela global a reedição dessa história tem como protagonistas “Doralice” (Natália Dill) e “Jesuino” (Cauã Reymond). Ele, filho de um cangaceiro, acaba formando seu próprio bando para combater Timóteo Cabral. Ela, filha do prefeito, assume a figura do cangaceiro “Fubá” e entra para o bando do amado Jesuino. Assim como no texto de Guimarães Rosa, a sexualidade da garota só é revelada quando ela é ferida em combate.

As referências a Alexandre Dumas são explícitas: o "Duque Petrus" (Felipe Camargo) é aprisionado numa masmorra, a mando da "Duquesa Úrsula" (Débora Bloch), amargando o castigo de usar uma máscara de ferro. A forma como Petrus escapa da masmorra foi copiada, literalmente, do texto de “O Conde De Monte Cristo”: ele fingiu-se de morto ocupando o lugar de um velho, companheiro de cela, cujo corpo é jogado no mar.

As referências a Canudos são a vila de Brogodó, que reproduz a vila original da guerra, com casas de taipa e pau-a-pique e o personagem “Miguézim”, um religioso apocalíptico baseado na figura de Antônio Conselheiro.

Por fim, a referência ao cangaceiro Lampião e seu bando, representado na novela pelo “Capitão Herculano” (Domingos Montagner), um cangaceiro que é pai do personagem principal da trama, o jovem Jesuino.

O resultado dessa mistura, de tão diferentes universos literários e estéticos, é uma surreal narrativa muito diferente do padrão normalmente adotado nas novelas, mesmo as de época. Outra novidade está na forma como o folhetim foi filmado, em “24 quadros”, se assemelhando a imagem de película. A produção, calcada no universo nordestino, apesar dos costumeiros erros na construção do sotaque, é uma feliz novidade.

Campeões da Fórmula 1 - Primeira parte: Os cinco primeiros campeões

Nino Farina
Emilio Giuseppe  Farina, ou Nino Farina (Itália) (Turim, 30 de outubro de 1906 — Aiguebelle, 30 de junho de 1966) foi o primeiro campeão da Fórmula 1, venceu o campeonato de 1950 correndo pela Alfa Romeo. Nino Farina disputou duas temporadas – sendo a segunda, em 1955, pela Ferrari – completando 34 GPs, com vinte pódios e cinco vitórias.
Fangio
 
  Juan Manuel Fangio (Argentina) (Balcarce, 24 de junho de 1911 — Buenos Aires, 17 de julho de 1995). Durante muitos anos foi o maior recordista de títulos da Fórmula 1, sendo superdo, apenas, por Michael Schumacher. Fangio ganhou cinco títulos: 1951 pela Alfa Romeo, 1954 pela Maserati, 1955 pela Mercedes, 1956 pela Ferrari e 1957 de novo pela Maserati. Disputou 8 temporadas, 52 GPs, teve 24 vitórias, 35 pódios e 29 pole positios.
Alberto Ascari
 Alberto Ascari (Itália) (Milão, 13 de julho de 1918 — Monza, 26 de maio de 1955) teve dois títulos 1952 e 1953, ambos pela Ferrari. Disputou 6 temporadas correndo, além da Ferrari, pela Maserati e pela Lancia. Obteve, em 33 GPs disputados, 13 vitórias, 17 pódios e 14 pole positions.
Mike Hawthorn
 John Michael Hawthorn, ou Mike Hawthorn (Inglaterra) (Mexborough, 10 de abril de 1929 — Farnham, 22 de janeiro de 1959). Mais conhecido como Mike Hawthorn, foi o campeão de 1958 correndo pela Ferrari. Seu título é um dos mais contestados da Fórmula 1. Teve apenas uma vitória, mas somou mais pontos do que seu compatriota Stirling Moss. Um fato curioso envolvendo esses dois corredores ocorreu no GP de Portugal. Hawthorn cometeu uma infração – empurrou o carro – e seria desclassificado. Moss intercedeu em favor dele e Hawthorn acabou sagrando-se campeão. Disputou 47 GPs, obteve apenas 3 vitórias, 18 pódios e 4 pole positions.
Jack Brabham
 Sir John Arthur Brabham, ou simplesmente, Jack Brabham, (2 de abril de 1926) é um corredor australiano detentor de três títulos: 1959-60, pela Cooper, e 1966 pela Brabham. Disputou 16 temporadas entre 1955 e 1970, conquistando 14 vitórias, 31 pódios e 13 pole positions em 128 GPs.

 Confira, abaixo, imagens do primeiro Grande Prêmio, realizado em Monza (1950), com destaque para Nino Farina, o primeiro campeão.

NOS TEMPOS DE JORGE CHAU

Das lembranças mais antigas que tenho da pioneira TV Jornal, os programas do anárquico comunicador, Jorge Chau, são as mais engraçadas. O cara era uma espécie de “chacrinha local”. Natural do estado de Alagoas, Jorge Albuquerque de Sá, o “Jorge Chau”, trilhou um caminho marcado pela irreverência. Iniciou sua carreira na Rádio Tabajara de João Pessoa, em 1941, com apenas 17 anos. Nessa época criou um programa que revelava novos artistas, “Valores Novos”, que tem no currículo a descoberta do grande mestre da sanfona, Sivuca.

Jorge Chau trabalhou na Rádio Excelcior da Bahia onde teve problemas com suas declarações polêmicas. No meio de um programa, falou que daria uma pausa e iria tocar uma sequência de músicas porque estava com fome. Foi suspenso e acabou pedindo demissão. Jorge Chau, que nessa época ainda usava o nome artístico de “Jorge Sá”, retornou ao Recife, cidade onde havia estudado, para tentar carreira nas rádios pernambucanas.

No Recife, ele trabalhou na Rádio Tamandaré e transferiu-se posteriormente, por influência de Assis Chateaubriand, para RádioClube, onde adotou o sobrenome artístico “Chau”, cunhado nos programas policiais que apresentava carregados de irreverência. Mas a história artística desse alegórico apresentador ganharia força com seu ingresso na televisão.

Na TV Jornal, Jorge Chau apresentou três programas: “A Hora do Chau” (1971), “Jorge Chau Show” (1973) “Programa Jorge Chau” (1977). Mesmo na fase decadente, quando a tevê local começou a perder espaço para as transmissões em rede nacional, Jorge manteve a veia cômica como seu principal recurso. Apresentava um programa num estúdio minúsculo onde recebia gente do povo e artistas populares em início de carreira. Fazia brincadeiras com premiações bizarras como pacote de macarrão, vidro de fortificante, óculos usados e até  passe de ônibus.

Jorge Chau morreu pobre e esquecido, no dia 21 de Janeiro de 2002, aos 85 anos, no Recife. Nem mesmo nos programas locais ele aparecia. Essa, segundo os amigos mais próximos, era a sua maior mágoa. Vasculhei o Youtube à procura de imagens dos hilários programas dele, mas nada encontrei. Infelizmente, a riquíssima história da TV Jornal se perdeu no tempo devido aos problemas econômicos que a emissora enfrentou na década de oitenta. Uma pena. Ao grande Jorge Chau, meus respeitos!

O SOM INSTRUMENTAL DA COR

No final da década de 70 "A Cor do Som" começou a frequentar as rádios alternando sucessivos hit's. Primeiro foi Beleza Pura, assinada por Caetano Veloso, depois veio o estrondoso sucesso de Zanzibar, uma parceria entre Armandinho e Fausto Nilo que, segundo os autores, “É só uma brincadeira com um monte de frases que não querem dizer nada”. Seja como for, a música abriu portas para o grupo baiano e eu me interessei em ouvir.

O interessante nessa minha relação com A Cor do Som foi a surpresa que tive quando descobri que a banda não era só – e tão somente – aqueles hist's que tocavam no rádio. Quando ouvi o elepê “Mudança de Estação”, de 1981, descobri o outro lado da banda, o universo instrumental. A faixa inicial, “Saudação a Paz” (Mú), lembra a abertura de um festival de música com o destaque da guitarra baiana de Armandinho e os teclados de Mú duelando. A faixa 03, “Ar de Baião”(Aroldo/Armandinho), é o melhor instrumental de todos os discos da Cor. Uma combinação perfeita de guitarra baiana e bandolim, ambos executados com maestria por Armandinho. No meio da canção ainda tem um solo do baixo equalizado de Dadi. Perfeito!

O disco traz ainda, na faixa 06, “Apanhei-te Mini-mog”(Mú), uma referência a Ernesto Nazaré - Apanhei-te Cavaquinho – mas não é um choro, é um discreto forró. Na faixa 07, outro espetáculo, a canção “Escapuliu Tudo Arreia”(Pepeu Gomes) começa como uma oficina sonora. Mú experimenta sons, efeitos e de repente a guitarra baiana de Armandinho, em perfeita simetria com os rifes de teclados, despeja solos. Completam a lista  as discretas “Swing”(Ary, Gustavo e Joazinho) faixa 09, “Voo da Borboleta”(Armandinho/Dadi), faixa 11, e “Cinema Mudo”(Mú), faixa 12.

Vale ressaltar que “Mudança de Estação” é um disco misto, tem sete faixas cantadas, das quais, três foram hit's na década de 80: “Zero”(Armandinho/Fausto Nilo), “Alto Astral” (Mú/Evandro Mesquita) e “Mudança de Estação”(Paulo Leminski). Depois da audição desse disco, me apaixonei por discos instrumentais da Cor do Som: “A Cor do Som” (1977), e o “Ao Vivo Em Montreaux” (1978).

Em 1982 a Cor do Som lançou o “Magia Tropical”, primeiro disco sem Armandinho. Para a árdua missão de substituir o virtuoso músico, foi escalado o argentino Victor Biglione, ótimo guitarrista com formação jazzística. A saída da guitarra baiana mudou o som da Cor. Na canção “Ping Pong”(Mú/Victor Biglione), faixa 04, Victor Biglione destila solos leves, sem distorção, com fortíssima influência do jazz. O mesmo se aplica a faixa 07, “A Semente Mágica”(Mú), em que o piano de Mú divide a cena com um sax tenor pra lá de jazzístico. Na faixa 09, um dos grandes momentos do disco, a canção “Outras Praias”(Victor Biglione). Victor Biglione toca violão como se estivesse dedilhando uma guitarra, uma marca dele. Muito bom! Mas o melhor do disco está na faixa 10, a canção “O Balão Vai Subir”(Mú), uma mistura de forró com rock que traz no final um solo apoteótico de Victor Biglione. Perfeita!

A Cor do Som tem outros bons discos, mas isso é assunto para outro post.

Clique aqui e acesse o site oficial da banda.

ARQUEOLOGIA YOUTUBEANA VOL. 05 - GREASE - CENA DO PARQUINHO

ONTEM E HOJE - VOL. 02

 



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