NADA MUDOU

Ontem passei em frente a Estação Central do Recife e pude verificar que tudo continua na mesma, tapumes cercando a obra interminável do “centro cultural” que nunca chega. Aliás, percebi uma mudança: decoraram os tapumes com motivos de xilogravura um recurso visual mais agradável do que a fria cerca de madeirite que protegia a obra. Seja como for, o histórico prédio continua fechado e ninguém se pronuncia sobre o assunto.

Saiba mais sobre o assunto aqui e aqui.

O PERNAMBUCO ILUMINISTA DE FREI CANECA

O iluminismo serviu de alicerce para todo e qualquer movimento voltado  à promoção da igualdade social e à liberdade. “O indivíduo só é verdadeiramente livre quando se liberta das trevas da ignorância”, pregavam os iluministas franceses. Essas ideias ganharam o mundo e chegaram até o Brasil. Aportaram na província de Pernambuco que tornou-se, desde então,  palco de várias revoltas libertárias.

Primeiro foi a Revolução Pernambucana ocorrida em 1817, os maçons disseminaram as ideias iluministas na província e o absolutismo da coroa portuguesa começou a ser contestado. O movimento foi rechaçado duramente. A Província de Pernambuco foi esfacelada e perdeu a tutela do Rio Grande, Paraíba e Ceará que passaram a ser autônomas. As perdas materiais foram enormes, mas os revoltosos  ajudaram a propagar o sentimento nativista.

E 1824 um outro movimento revolucionário, também com raízes iluministas, ganhou força em Pernambuco, a Confederação do Equador, como ficou conhecido,  tinha um caráter emancipacionista e defendia a implantação da República. Assim como no movimento de 1817, o absolutismo português era o principal motivo da revolta. Liderados por Frei Caneca e Manuel de Carvalho Paes de Andrade, o bloco republicano de Pernambuco era contrário a forte centralização proposta pela Constituição de 1824. Os ares da República brasileira ganharam força, ironicamente, nesse movimento separatista.

Não vou me alongar aqui reproduzindo o que os livros – e os sites de busca – podem fornecer a qualquer um. O motivo desse post é, única e tão somente, destacar a figura de um grande pernambucano: Frei Caneca. Ele era mais que um religioso esse, aliás, é o detalhe menos citado da sua conturbada vida. Foi jornalista atuante do “Typhis Pernambucano” semanário fundado por ele que circulou entre 1823 e 1824 tendo 29 exemplares publicados e preservados até hoje. Frei Caneca usava o jornal para divulgar suas ideias libertárias. Participou ativamente da Revolução Pernambucana e da Confederação do Equador.  Pagou com a vida por defender a liberdade do povo pernambucano e brasileiro.

No dia 13 de janeiro de 1825  Frei Caneca foi fuzilado numa muralha do Forte das Cinco Pontas. Tornava-se então, definitivamente, livre. Meus respeitos!

LIMINHA, O PRODUTOR MUTANTE

Parte da minha formação musical vem da contestada década de 80. Testemunhei o ressurgimento (para muitos, o nascimento) do rock brasileiro naquela efervescência de bandas e festivais. Consumíamos não só a música, mas as informações contidas nos discos. Álbuns com encartes eram sinônimo de produção elaborada. Até o início da década de 80, esse libreto de informações era um luxo conferido apenas aos grandes astros. O “Secos & Molhados” foi a primeiro grupo a lançar um disco com encarte contendo letras e informações técnicas, me dizia sempre o amigo fiel Hezinho Jr.

Pois bem, o que me intrigava, já na década de 80, era o fato de quase todos os discos que nós ouvíamos, traziam o nome de Liminha como produtor e também como músico. Não existia internet e só descobrimos detalhes da vida desse agitador cultural nas matérias publicadas na Bizz, que líamos mensalmente. Liminha era uma espécie de “marca registrada”. Sua contribuição no pop rock brasileiro começou nos “Mutantes”, banda da qual fez parte entre 1969 e 1974, tocando baixo e cantando.

Sua estreia na área de produção, em 1977,  foi como diretor de estúdio  num disco clássico da black music brasileira: “Maria Fumaça”, da Banda Black Rio. A partir de então transitou como produtor e músico em discos importantíssimos da emepebê e do pop rock. Produziu o disco de estreia das Frenéticas (1977), produziu também discos de Elis Regina, João Gilberto, Raul Seixas, todos os discos de Gilberto Gil , os três melhores discos de Lulu Santos -Tempos Modernos (1982), Ritmo Moderno (1983) e Tudo Azul (1984) – e ajudou a reescrever a história do rock brasileiro produzindo (e em muitos deles, tocando)  os principais discos dos Titãs, Paralamas do Sucesso, Ira, Ultraje a Rigor, O Rapa, Barão Vermelho, Gabriel o Pensador e Erasmo Carlos.

A música pernambucana não ficou de fora da veia criativa do músico e produtor Liminha. Foi ele o responsável pela produção do primeiro disco de Chico Science e Nação Zumbi. Segundo o próprio Chico, Liminha ficou fascinado com a musica dele e mostrava a gravação a vários artistas importantes dizendo que a música que Chico fazia era moderna, não usava bateria. Liminha tinha anos de estrada, mas, confessaria mais tarde, aprendeu com a música de Chico. Chico também aprendeu com Liminha e o resultado dessa simbiose seria verificado no disco “Afrociberdelia”.

Está em fase de produção, um documentário sobre a trajetória vitoriosa de Liminha como músico e, principalmente, como produtor. Histórias para contar ele tem muitas, certamente os nomes importantes com quem ele trabalhou ao longo da sua carreira contribuirão bastante para enriquecer esse registro de vida. Parabéns, Arnolpho Lima Filho, parabéns, Liminha!

AV CONDE DA BOA VISTA OBSERVADA DO ALTO DA PASSARELA DO SHOPPING BOA VISTA

CENSURA À MODA BRASILEIRA

Ontem vi pela tevê que a escola de samba carioca, Beija-Flor, vai homenagear seu ex- carnavalesco, “Joãozinho Trinta”, falecido em Dezembro  passado. A escola vai reeditar o “Cristo Mendigo”, censurado em 1989. Desta feita, a estátua desfilará sem o pano negro. O segredo que a retirada do pano negro revelará é guardado a sete chaves. O interessante nessa história é que a censura a Joaozinho aconteceu numa época em que a redemocratização era muito celebrada. O veto à alegoria da Beija-flor foi uma intervenção religiosa, não teve caráter político. O Cristo de Joãozinho contrariou algum ponto do Índex da Igreja.

O Brasil teve outros exemplos de espasmos de censura em tempos de redemocratização. Em 1985, o filme “Je Vous salue, Marie”, de Jean-Luc Godard, uma das atrações do Fest Rio daquele ano, teve sua exibição vetada por pressão da CNBB. Mais uma vez a força da Igreja Católica, apoiada pela hipocrisia do poder público da época, cerceou uma obra artística. O filme foi exibido para pequenos grupos que peitaram a decisão da justiça mas, na prática, ficou de fora da mostra retrospectiva, em homenagem a Godard, planejada para o Fest Rio de 1985.
Vinte e cinco anos depois, mais um evento de censura aconteceu no Rio de Janeiro. Dessa vez pela força de um partido político. Numa ação movida pelo DEM, o filme sérvio “A Serbian Film – Terror Sem Limites”, teve sua exibição vetada. A juíza Katerine Jatahy Nygaard, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, acatou a ação que alegava que o filme fazia apologia a crimes contra a criança e a pedofilia. O fato é que a obra foi censurada. O inalienável direito de escolher, coisa elementar em qualquer sociedade que se diz organizada, foi cerceado.

O mais absurdo é que essas intervenções do poder instituído não aconteceram em momentos em que o Brasil vivia sob a tutela de um regime ditatorial. Essa é uma censura que segue entranhada no modelo de democracia que o Brasil vem (des)construindo desde 1985, quando os militares saíram de cena. E por falar em ditadura, na última terça feira (3), desembarcou em Pernambuco o padre Victor Miracapillo, que teve seu visto renovado depois de trinta e dois anos do seu desterro. Em 1980, quando era pároco de Ribeirão, cidade da mata sul de Pernambuco, o padre Miracapillo recusou-se a celebrar uma missa em homenagem ao dia da independência do Brasil. Um movimento encabeçado pelo ex-deputado federal (atual prefeito do município de João Alfredo) Severino Cavalcanti, resultou na expulsão do padre Victor do Brasil.

Ontem a noite, de volta à cidade de Ribeirão, o padre Victor celebrou uma missa em homenagem a decisão do Ministério da Justiça que revalidou o seu visto. A censura teima em permanecer viva na sociedade brasileira, mas  a revogação de atos extremos como a expulsão do padre Victor, serve de alento para  acreditarmos que algum dia, talvez, o direito de escolha seja exercido sem a intervenção do Estado.

EU, RECIFENSE

Por esses dias tenho me dado a um desfrute que classifico como um dos mais prazerosos: caminhar pelo centro do Recife. Normalmente, meu ponto de partida é a Conde da Boa Vista, ali na altura do Mustang. Para quem não é da cidade, esse trecho é uma área de comércio efervescente, durante o dia, e de boemia, à noite.

Os céus da Boa Vista ganharam um novo adorno: uma passarela que liga um pequeno shopping ao seu mais novo anexo. No começo estranhei, mas na primeira vez que cruzei o elevado fiquei maravilhado com o visual lá de cima. Na minha opinião, a passarela foi pensada para um fim e servirá para outro. É um belo mirante para se contemplar essa grande artéria que cruza o coração do Recife.

De volta ao chão, dirigi-me a rua da Conceição, uma paralela da Conde da Boa Vista, conhecida por  reunir um número incontável de antiquários e leilões. É um lugar poético. Passei apenas alguns minutos, tempo bastante para comprar uma estante, minhas quinquilharias – devedês, cedês, livros, coleções de revistas e etc – crescem numa velocidade assustadora. Consumada a compra, segui em direção à praça Maciel Pinheiro. Passei em frente ao casarão onde morou Clarice Lispector, hoje reformado. Isso é o que encanta na cidade, cada trecho tem uma história particular.

O único ponto negativo nesses passeios, é observar locais que no passado representavam muito e hoje em dia não existem mais. Triste passar na José de Alencar e não ver mais a “Alegro Cantante”, lendária loja de discos e ponto de intelectuais. Fazem falta também: a Disco Sete, a Livro Sete, o Mausoleum, a Banca do Elvis, os cinemas do centro, sobretudo, o Art Palácio.  O Cine São Luiz ainda está na ativa, mas não o estão tratando com o devido respeito.

Sou assim, uso e abuso do melhor – as vezes, do pior – da minha cidade. Abaixo, os poetas falando do meu Recife:

 Restos de Carnaval - Clarice Lispector

“Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu”.

Frevo Nº 03 do Recife – Antônio Maria

“Sou do Recife com orgulho e com saudade
Sou do Recife com vontade de chorar
O rio passa levando barcaça pro alto do mar
Em mim não passa essa vontade de voltar
Recife mandou me chamar”.

Evocação do Recife – Manuel Bandeira

“Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritzstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
- Recife das revoluções libertárias”
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância”

Recife Cidade Lendária – Capiba

“Recife, cidade lendária
De pretas de engenho cheirando a banguê
Recife de velhos sobrados, compridos, escuros
Faz gosto se ver
Recife teus lindos jardins
Recebem a brisa que vem do alto mar
Recife teu céu tão bonito
Tem noites de lua pra gente cantar”

Tarde No Recife – Joaquim Cardoso

“Recife romântico dos crepúsculos das pontes.
Dos longos crepúsculos que assistiram à passagem
[dos fidalgos holandeses.
Que assistem agora ao mar, inerte das ruas tumultuosas,
Que assistirão mais tarde à passagem de aviões para as costas
[do Pacífico.
Recife romântico dos crepúsculos das pontes.
E da beleza católica do rio”.

A INTERNET CONFIRMOU A IDEIA DOS MUNDOS PARALELOS

Outro dia, zapeando pela tevê – cultivo hábitos antigos – aportei num canal em que um psicólogo falava uma coisa interessante e verdadeira. Dizia  ele: “Quando duas pessoas estão em processo de flerte, quando estão se enamorando, na verdade, entre elas, existem várias pessoas. As duas pessoas reais, as pessoas que elas estão fingindo ser e as pessoas que elas gostariam de ser”. Na prática, mesmo referindo-se ao aspecto comportamental, ele acabou levantando uma questão interessante: a existência de mundos paralelos.

Se entre duas pessoas circulam personalidades fakes que interagem com o mundo real, imagine no universo incomensurável da internet, quantos mundos existirá?  Limite-se ao seu circulo VIRTUAL de amizades. Quantas vezes você cruzou no trabalho (ou na rua, na escola, na faculdade) com uma pessoa com quem conversa cotidianamente no âmbito virtual e na vida real ela lhe parece estranha? Alguns amigos, no universo virtual, são íntimos, têm liberdade de brincar, fazer comentários sobre a vida pessoal. Ao vivo, esse “amigo” não passa de um estranho que te cumprimenta com um sorriso amarelo. Na prática, você convive com mundos paralelos.

Os diversos personagens que os internautas criam diante da tela do pecê povoam os diversos universos paralelos. Alguns, inclusive, acabam assumindo a identidade do seu criador. A internet tem essa magia e essa assustadora liberdade. Uma rede social criou, inclusive, um cemitério virtual. Quando um de seus associados morre, a família informa e o avatar do infeliz é remetido para um ambiente fúnebre. Vários sites se especializaram nesse tipo de serviço na rede. Até missa online é celebrada. Essa “realidade” fomenta outra discussão que já envereda pelo campo da metafísica: se a concepção de morte foi introduzida no mundo virtual, podemos afirmar que dentro do universo virtual existe um universo paralelo, o dos mortos. Haja neurônio!

A internet também confirmou a existência da eternidade. No “Facebook”, rede social mais popular do planeta – agora, também, a mais popular do Brasil, ultrapassou o Orkut – o perfil é eterno. Depois que você cria, não pode mais excluir definitivamente. Zuckerberg, o criador da rede, deu uma cartada de mestre. Se você decide encerrar suas atividades no Face, seu perfil fica inerte até o dia em que você se arrepender e fizer o login de novo. E essa ressurreição não acontece no terceiro dia, é instantânea. Um milagre concebido por um jovem nerd numa república universitária numa noite de solidão.

O cruzamento dos mundos


Passei a virada de ano na Praia de Boa Viagem, aqui no Recife. Pouco antes da queima de fogos, observei o papo de dois garotos que estavam do meu lado. Um deles falava que seu irmão havia ficado em casa porque combinou com amigos (virtuais), do Brasil inteiro, para “curtirem” a virada na internet. Ou seja, eles estavam no universo virtual comemorando uma festa do mundo real. Os dois mundos, portanto, se cruzaram. Essa interseção acontece diariamente. Ao invés de protestarem nas ruas, as pessoas fazem “twittaços”. Aquela “realidade fantástica” que nos divertia nos seriados de Irving Allen, agora, faz parte do mundo real. Comemore ou lamente!

COLAGEM VOL. 02: TITANIC TECNOLÓGICO

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O MENINO E OS LIVROS (HISTÓRIAS DA MINHA INFÂNCIA)

Pois então, curtindo o começo das minhas merecidas férias, achando o dia longo demais, fui rebuscar velharias num arquivo morto. Procurava por uma letra de música que escrevi há anos e acabei encontrando um relíquia – um julgamento particular, claro – da minha adolescência. No longínquo ano de 1979, quando eu cursava a 6ª série do ensino fundamental, revoltei-me contra meus colegas de classe porque eles não se interessaram em comprar livros.

Na época, diferentemente de hoje, livros paradidáticos nas escolas públicas eram artigos raríssimos, quase inexistentes. Vez ou outra aparecia um representante de editora oferecendo promoções coletivas. Numa dessas visitas, o representante de uma editora deixou um catálogo e alguns brindes para os alunos. A recomendação era de que só aceitariam pedidos a partir de dez livros. Escolhi um, convenci meu pai e  dei meu nome a professora. Dias depois, a triste notícia: o pedido não poderia ser feito porque apenas eu me interessei pelos livros.

Diante dessa decepção, resolvi recorrer diretamente à editora. Fiz o meu pedido individualmente, contrariando a orientação do representante. Solicitei a compra de "A Ilha Perdida (Maria José Dupré)", o primeiro livro que li na vida. Também fui à diretoria e fiz uma queixa contra a professora de português. Argumentei que ela não se esforçou em convencer  os alunos a adquirirem os livros. Fui repreendido por isso. Ganhei a antipatia dos colegas e da professora. Quanto a editora, bom, segue, abaixo, a resposta que me deram na época. Durante muito tempo entendi como um ato de respeito. Entretanto, analisando o fato hoje em dia, percebo que faltou sensibilidade ao gerente comercial da empresa. Rejeitar o pedido de um garoto de treze anos foi, no mínimo, grosseiro. O livro poderia até ter sido enviado como brinde, o que serviria como propaganda para os outros garotos também adquirirem.

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RETROSPECTIVA 2011 - UM POST DE CADA MÊS


Janeiro: HISTÓRIAS DO ROCK PERNAMBUCANO

Fui testemunha ocular da cena pernambucana da década de 80. Nesse post, relato algumas histórias dessa época.


 Nesse post listei as dez primeira séries japonesas. Coisas do arco-da-velha.


Março: ERA UMA VEZ EM 95

Aqui, uma declaração de amor para minha filha mais nova, Thais. O ano de 2011 foi muito difícil para ela e para mim, por tabela.

Abril: OS BRINQUEDOS QUE EU NÃO TIVE

Uma tristonha lista de frustrações da minha infância. Aqueles brinquedos que sonhei e nunca consegui. Sem trauma!

Maio: A ESCOLA TRADICIONAL E OS “EFENÓLOGOS”

Uma breve crônica relacionando a fábula do "Efenólogo" e a escola tradicional.

Junho: GRIGORY PERELMAN, A MATEMÁTICA E O DESPREZO PELO DINHEIRO

Um post sobre o matemático russo que rejeitou um prêmio de um milhão de dólares.

Julho: ANDERS BEHRING BREIVIK, O ANJO XENÓFOBO DA MORTE

Post sobre o assassino lunático norueguês que usou o nome dos templários para destilar seu ódio xenófobo.

Agosto: AS BIBLIOTECAS E O GOOGLE

Uma comparação entre o modo de pesquisar de antigamente e o de hoje.

Setembro: OS SUICÍDIOS NO CFCH E A FALTA DE INFORMAÇÃO

Post sobre a sinistra lista de suicidas do CFHC, o prédio mais antigo da UFPE.

Outubro: PROFESSORES QUE ME MARCARAM

Nesse post, listei minhas lembranças de escola. Professores bons e ruins.


Novembro: UM BEATLE EM RECIFE

Relato de um sonho realizado: eu vi um beatle.

Dezembro: DEZ ANOS SEM O HÍBRIDO MUSICAL DE CÁSSIA ELLER

Post sobre os dez anos sem Cássia Eller.

RINGO EM RECIFE - EU E MEUS BONS AMIGOS

A ARTE NÃO SABE IMITAR A VIDA

Outro dia estava na Livraria Cultura, perambulando entre os devedês, quando, do meu lado, iniciou-se um diálogo entre uma atendente e um senhor que lhe perguntou algo sobre um programa de tevê. A mocinha, com um ar de soberba inacreditável, respondeu ao cliente: “Não sei, eu não vejo tevê aberta”. O Senhor insistiu: “Você não vê tevê?”. Ela foi mais clara: “Vejo sim, senhor, mas só tevê paga”. Os dois continuaram o diálogo e eu segui na minha busca por um filme clássico de infância. O danado é que eu continuei pensando na postura da atendente, notadamente, achando-se superior porque assistia apenas a tevê paga. Qualquer um – que esteja inserido na sociedade – pode ter tevê paga, esse serviço, por vias legais,  se popularizou há tempos.

Já em casa, vendo tevê – paga, mas sintonizada num canal aberto – deparei-me com outra realidade distorcida: a personagem Sarita (Sheron Menezzes), um advogada da novela “Aquele Beijo”, via pela tevê a notícia da prisão do seu namorado, o corrupto empresário Alberto. O que me chamou atenção foi o aparelho de tevê da moça (confira na foto que ilustra o post). Na casa de uma advogada de um grande escritório, uma tevê retrô daquelas. Que realidade é essa que a Globo está tentando imprimir? Esse é um exemplo claro de que a arte, muitas vezes, peca quando tenta imitar a vida. Na novela seguinte, a das nove, a Griselda ganha mais de 50 milhões na loteria e seu neto continua estudando na escolinha comunitária do bairro. Esse povo não tem medo de sequestro?

Tanto a mocinha da livraria, quanto os cenógrafos e autores de novelas, estão precisando atualizar seus conceitos sobre a vida real. Para piorar, lá vou eu me aventurar a assistir o inusitado triângulo (escaleno) musical composto por Caetano, Gil e Ivete, que herdou o lugar outrora ocupado por Gal. Bastou algumas canções para perceber que aquilo ali era uma festa privada. A Globo fez uma confraternização, convidou seus funcionários e o Talma resolveu gravar e transformar em especial. Se fosse só a Ivete cantando, passaria no horário nobre. Mas como tinha Caetano e Gil, jogaram pro fim de noite. Há quem aceite, passivamente, essas imposições. O chato, aqui, segue exercendo o sagrado direito de contestar.
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