Por:
Max Altman – Opera Mundi
Ibn
Sina, o Avicena, médico, filósofo, cientista e polímata persa, morreu em Hamadã
em 18 de junho de 1037. Escreveu cerca de 300 livros sobre diferentes temas,
predominantemente de medicina e filosofia.
Seus textos mais famosos são O Livro da Cura e O Cânone da
Medicina, também conhecido como Cânone de Avicena. Seus discípulos o
cognominavam de Cheikh el-Rais – “príncipe dos sábios” – o terceiro grande
mestre depois de Aristóteles e Al-Farabi. É considerado um dos principais
médicos de todos os tempos.
Avicena nasceu em 7 de agosto de 980 em Afshana, atualmente
Uzbequistão. Consta ter sido precoce em seu interesse pelas ciencias naturais e
a medicina, tanto que aos 14 anos estudava sozinho. Foi enviado para estudar
cálculo com um mercador. Tinha boa memoria e recitava largos trechos do Corão.
Ainda joven estudou os saberes da época como física, matemática, filosofía,
lógica e o Corão. Foi influenciado por um tratado de Al-Farabi que lhe permitiu
superar as dificuldades em entender a Metafísica de Aristóteles. A precocidade
nos estudos se refletiu na precocidade na carreira poisa os 16 anos já se
aproximava de médicos famosos e aos 17 gozava de fama como médico por ter salvo
a vida do emir Nuh ibn Mansur.
Conseguiu permissão para acceder à biblioteca real, onde
ampliou seus conhecimentos de matemática, música e astronomía.
Converteu-se em médico da corte e conselheiro científico até a queda do reino
samani em 999.
Em Hamadã, o emir Shams al-Dawla o escolheu como ministro.
Dedicou-se de dia à coisa pública e de noite à ciencia. Aos 20 anos, escreveu
10 volumes chamados O Tratado do Resultante e do Resultado e um estudo dos
costumes da época, A Inocência e o Pecado. Com esta obra, sua fama como
escritor, médico, filósofo e astrônomo estendeu-se por toda a Pérsia.
Em 1021, a morte do príncipe al-Dawla e o começo do reinado
de seu filho Samah cristalizaram as ambições e os rancores. Vítima de intrigas
políticas, Avicena foi preso. Disfarçado de daroês, fugiu para Ispahán.
Com 32 anos deu início a sua obra-prima, o celebérrimo
Cânone de Medicina, que continha a coleção organizada dos conhecimentos médicos
e farmacéuticos de sua época. Durante uma expedição a Hamadã, atual Irã,
o filósofo sofreu uma crise intestinal grave que contraiu, segundo disseram,
por excesso de trabalho e de prazer. Tentou curar-se porém seu remédio lhe foi
fatal. Morreu aos 57 anos, em agosto de 1037.
A obra de Avicena é de importancia capital, pois supõe a
apresentação do pensamento aristotélico aos pensadores ocidentais da Idade
Média. Foi traduzida para o latim no sécuylo 12, reforçando a doutrina
aristotélica, fortemente influenciada pelo pensamento de Platão.
Avicena declarou ter lido em mais de 40 ocasiões a
Metafísica sem chegar a entendê-la completamente. Mesclou a doutrina
aristotélica com o pensamento neoplatónico, adaptando-os ao mundo muçulmano.
Colocou a razão acima do ser e explicou que com isso se buscaría a perfeição.
Teve grande influencia sobre pensadores do porte de Santo Tomás de Aquino,
Buenaventura de Fidanza e Duns Escoto. Desenvolveu muito antes de Descartes um
pensamento similar: o conhecimento indubitável da própria existencia.
Identificou em muitos casos sua visão com a do cordobês Averroes que defendia a
aproximação do isla com a filosofía grega.
Se bem que inclinado à mística, tratou o tema de modo
objetivo. O ascetismo não lhe bastava, acreditava que se deveria buscar a
iluminação como ato final do conhecimento. A iluminação se obtinha por meio dos
anjos que atuavam como união entre as esferas celestiais e as terrestres.
Avicena abriu camino para um novo ramo daq filosofía islámica, a sabedoria da
iluminação ou ilumínica, a chamada Metafísica da Luz, inaugurada por seu
seguidor Suhrauardi.
Teve grande influencia sobre pensadores do porte de Santo
Tomás de Aquino, Buenaventura de Fidanza e Duns Escoto. Desenvolveu muito antes
de Descartes um pensamento similar: o conhecimento indubitável da própria
existencia. Identificou em muitos casos sua visão com a do cordobês Averroes
que defendia a aproximação do isla com a filosofía grega.
Se bem que inclinado à mística, tratou o tema de modo
objetivo. O ascetismo não lhe bastava, acreditava que se deveria buscar a
iluminação como ato final do conhecimento. A iluminação se obtinha por meio dos
anjos que atuavam como união entre as esferas celestiais e as terrestres.
Avicena abriu camino para um novo ramo daq filosofía islámica, a sabedoria da
iluminação ou ilumínica, a chamada Metafísica da Luz, inaugurada por seu
seguidor Suhrauardi. A obra de Avicena é numerosa e variada. Escreveu
principalmente no idioma culto de seu tempo, o árabe clásico, porém às vezes
também no vernáculo, o persa.
Um de seus textos mais famosos é o Al Qanun, cânone de
medicina, também conhecido como Cãnone de Avicena, enciclopédia médica de 14
volumes escrita por volta de 1020. Baseia-se numa combinação de sua própria
experiencia pessoal, de medicina islámica medieval, dos escritos de Galeno,
Sushruta e Charaka, bem como na antiga medicina persa e árabe. O Cânone é
considerado um dos livros mais famosos da história da medicina.
A obra-mestra filosófica de Avicena á A Cura de marcado
caráter enciclopédico. Seu compêndio á A Salvação. Pela sua extensão e pela
importancia do papel que representou a al-Shifá (A Cura) pode comparar-se à
al-Qanun. A Cura, publicada em 6 volumes, no Cairo, entre 1952 e 1965, é talvez
a obra filosófica de maior dimensão feita por um só homem. Começa com lógica e
inclui física e metafísica, botánica e zoología, matemática, música e
psicología.
Outra grande obra, O Livro de Orientações e Advertências,
trata de temas de filosofía e mística. Nesta obra aparece seu famoso argumento
do Homem Voador, predecesor do ‘cogito, ergo sum’ cartesiano, em que expunha
que um homem suspenso no ar, sem contacto com nada nem sequer seu próprio
corpo, sem ver nem ouvir, afirmará sem dúvida que existe e intuirá seu próprio
ser.