
Virou moda, quase todo mundo anda com seu discurso “politicamente correto” no bolso. Desde então, manifestar opiniões sobre qualquer assunto que seja dá margem a uma discussão interminável. Não podemos mais torcer pela Seleção Brasileira de Futebol. Logo aparece um chato falando que a Seleção só tem jogadores ricos que não dão a mínima para você. Se perde é porque Dunga é burro, retranqueiro. Se ganha, é porque o adversário era fraco. “Também, os Estados Unidos. Queria ver se fosse a Espanha!” Esquecem que os Estados Unidos trituraram a Fúria de forma bastante competente. Os chatos são incoerentes.
Você não pode mais ver tevê. Algum chato no trabalho, na escola, na faculdade, vai dizer que você (que paga suas contas,trabalha, passou em concursos públicos, etc. etc.) está ficando burro, está perdendo tempo. Mesmo que você saiba que ver tevê é mera distração, o chato vai insistir e proferir aquele discurso de almanaque: “vá ler um livro”. Mas você não pode ler o livro que gosta. Tem que ler aquele autor (de preferência europeu) que só o chato e o editor (do livro) conhecem. Não importam suas experiências, seu gosto, seus parâmetros de mundo. Nada disso importa, você tem que ler o livro que o chato admira.
Vivemos cercados por figuras assim. Pense e você vai lembrar-se de algum. Aquele cara que odeia internet e acha que todo mundo tem que odiar. Quantas vezes você não ouviu a frase: “Você tem Orkut? É muita coragem!”. Tem aquele que nunca, nunca foi a um estádio de futebol e quando você fala que vai ver seu time jogar, vem aquela frase infame; “Eu é que não vou, do jeito que anda a violência”. Imagine se fôssemos dar ouvidos a esses chatos?
Quando estiver com tempo, leia a fábula "O Velho, O Menino E O Burro" (que você encontra aqui). A moral da história é a mesma do post que escrevi acima.