ARQUEOLOGIA YOUTUBEANA VOL. 03 - O REBU (1974)



O Rebu, de Bráulio Pedroso, exibida entre 1974 e 1975, por seu formato inovador, foi um marco na teledramaturgia brasileira. Quem vê, hoje em dia, a saga de Jack Bauer sendo contada em um dia dividido em 24 episódios, saiba que essa inusitada narrativa foi uma das inovações apresentadas em O Rebu. 
 
A novela, que teve 132 capítulos, e se passava em apenas dois dias, contava a história de uma festa em homenagem a uma princesa italiana chamada Olímpia. Durante a festa ocorreu um assassinato. O mistério em torno desse crime foi mais uma inovação da produção. Apenas no capítulo 92 soubemos os nomes do assassino e da vítima.

O elenco da novela era outro ponto alto. Nomes como Ziembinski, José Lewgoy, Arlete Sales, Tereza Raquel, Mauro Mendonça, Carlos Vereza, Yara cortes, Lima Duarte, Buza Ferraz e Bete Mendes brilharam nesse thriller à brasileira. Já começamos a engrossar a torcida para que esse projeto vingue e assim como no projeto original, o elenco seja de peso. Segue um vídeo do Almanaque Globo com cenas raras e um resumo da novela.

A ESCOLA TRADICIONAL E OS “EFENÓLOGOS”

Lembro-me como se fosse hoje, tinha um garoto na minha sala (uma turma de sétima série) que era o que chamávamos de “crânio”. Tirava notas estratosféricas, era o primeiro da turma, sempre invejado. O que me intrigava era que, numa conversa informal, ele parecia ser bem menos instruido do que as suas notas indicavam. Alguns anos depois encontrei com ele trabalhando em um mercadinho como embalador. Perguntei: E a faculdade, conseguiu?” Ele, com tom de melancolia, disse: Que nada, não passei. Agora trabalhando aqui não dá pra estudar”.

Fiquei um bom tempo sem entender porque o cara que tirava notas altas não havia seguido adiante nos estudos. Anos depois, numa aula de didática com a querida professora Hajnalka (acho que é assim que se escreve esse nome húngaro), aprendi que a escola tradicional criava falsos heróis. Vários alunos, exímios em decorar questionários, tinham fama de superdotados, de crânios. Fora da escola, quando eram postos a teste na vida real, sem o auxílio dos questionários, quase sempre fracassavam. Muitos deles sequer entendiam o porquê de terem passado de super alunos para mero coadjuvantes.

Nunca fui um aluno brilhante, tirava notas medianas, na área de exata minhas notas eram sofríveis. Mas sempre tive a compensação de me esforçar para estar bem informado e atualizado. Fazia parte de um grupo de adolescentes que, mesmo tirando notas medianas ou abaixo da média, discutia sobre política, música de qualidade, poesia. Enquanto os outros apenas assistiam aos filmes, nós assistíamos, discutíamos sobre a direção, roteiros, atores. Os decorebas não sabiam dessas coisas, afinal, após os filmes não tinha questionários para eles decorarem.

Os falsos instruídos eram como o Efenólogo”. Explico: diz uma fábula que existia um homem inteligentíssimo e muito instruído, sabia muito. Falava sobre florestas, sobre a França, sobre o fogo, sobre Francisco Ferdinando, entendia sobre fokstrot, fauna, feijão, fumo, fazendas, falsidade, fábricas... Um dia perguntaram-lhe: "Quem foi Arquimedes?". Ele pensou e não respondeu. Todos estranharam, o sabichão não sabia. Sua “erudição” era segmentada. Ele havia cumprido pena por assalto, passou dez anos na prisão. Tinha como companheiro de cela, um homem que guardava consigo uma enciclopédia. O tal homem ganhou liberdade e acabou esquecendo os volumes da enciclopédia referentes a letra “F”. Ele decorou tudo e virou um “efenólogo”, um especialista em assuntos da letra efe.

Os decoradores de questionário da minha época de escola eram todos efenólogos, tinham habilidades parciais, não estavam preparados para a vida. Esse universo anti-holístico produziu imensas distorções na escola tradicional e fez a tristeza de muita gente. O lema que enfeita o banner desse blog resume a ideia central desse post: informação é poder.

FLAGRANTE: TORCEDORES DO SANTA SURFANDO EM ÔNIBUS





As imagens acima foram clicadas, por mim,  hoje a tarde, no bairro da Torre. Dois garotos, aparentando uns 16 anos, se arriscaram dançando em cima de um coletivo expresso que se dirigia para o estádio do Arruda. Durante a “brincadeira” os dois quase foram atingidos por um galho de árvore (última foto). Absurdo!

MÃES DA PRAÇA DE MAIO COMPLETAM 34 ANOS


Há exatos 34 anos, um grupo de catorze donas de casa resolveu sair as ruas para protestar contra o desaparecimentos dos seus filhos durante a ditadura militar argentina. Imagine a situação: muitos dos que protestaram contra a violenta ditadura argentina foram classificados como subversivos e como punição, perderam a guarda dos seus filhos. Muitas dessas crianças, por terem sido levadas ainda muito pequenas, sequer sabem que foram adotados por força de um ato arbitrário dos ditadores.

O foco dos protestos, iniciados no dia 30 de abril de 1977, era a Praça de Maio, coração de Buenos Aires. Por isso o grupo ficou conhecido como “As Mães da Praça de Maio”. O movimento, rapidamente ganhou força e se tornou uma referência internacional na luta pelos direitos humanos. O filme “La Historia Oficial”, que retrata esse episódio negro da história recente da Argentina, ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro de 1986. Confira, abaixo, o trailer e reverenci as Mães de Praça de Maio:

ARQUEOLOGIA YOUTUBEANA VOL. 02 - GANG 90 NO CASSINO DO CHACRINHA



Sobre a Gang 90
Banda de pop-rock new wave liderada pelo compositor e ensaísta Júlio Barroso, despontou em 1981 no festival MPB-Shell, da TV Globo. Misturando referências tropicalistas, modernista-antropofágicas e de discoteca, o grupo ficou conhecido primeiramente com a música "Perdidos na Selva", lançada em compacto pelo selo Hot, em 1981. Dois anos depois, com formação um pouco diferente, veio o LP "Essa Tal de Gang 90 & Absurdettes", com o "hit" "Nosso Louco Amor", tema de novela global.

Logo depois o grupo se desfez, os integrantes seguiram suas próprias carreiras ou foram para outras bandas. Em 1985 ainda saiu o disco "Rosas & Tigres", com uma formação completamente diferente da original. Sua formação era Júlio Barroso, Alice Pink Punk, Mae East, Lonita Renaux, Luíza Maria, Wander Taffo, Guilherme Arantes, Lee Marcucci, Gigante Brasil, Herman Torres, Otávio Fialho, Luiz Paulo Simas, Taciana Barros, Beto Firmino, Gilvan Gomes, Paulo Le Petit e Curt.  (Clique Music) 

SERIA O COMEÇO DO FIM DO ACESSO LIVRE NA INTERNET?

  Clique na imagem para ampliar

Circula, hoje, pela rede, a notícia de que em apenas um mês após iniciar a cobrança do acesso ao seu conteúdo digital, o New York Times atingiu a marca de 100 mil assinantes. A maioria dos jornais pelo mundo afora adota a política das mensagens curtas afim de atrair leitores assinantes para o conteúdo completo da página. Os sites disponibilizam pequenos resumos e quando os leitores tentam expandir o post, vem a indefectível mensagem: “Conteúdo restrito a assinantes”.

Essa parece ser uma tendência em quase todas as vertentes da rede. A Google tentou sair na frente criando uma interface para aglutinar páginas, o “Google Wave”. Uma espécie de caderno pessoal onde o internauta junta todas as páginas que frequenta e suas redes sociais. Eu fui um dos milhares que se inscreveu para testar a novidade. Ganhei um convite, criei uma “wave” (Wave Post Séries – foto acima) temática sobre seriados de tevê, mas a ideia da Google não pegou. Entre outras coisas, a ferramenta tem defeitos grosseiros como não poder desfazer um erro e deixa o pc muito lento. O Google Wave ainda está ativo apesar de seu cancelamento já ter sido anunciado.

Ao que parece, a ideia de uma interface única está voltando a ganhar força. O grande problema (para os internautas) é que a composição dessas páginas se dará através do conteúdo pago. Você cria seu espaço e assina um site de downloads, os jornais que lê, os blogs que visita, os sites de streamings, as redes sociais e etc. Imagine ter que assinar até os sites de busca? O fato é que, aos poucos, o território livre da internet começa a ser loteado.

ARQUEOLOGIA YOUTUBEANA VOL. 01 - O ELEFANTE - ROBERTINHO DE RECIFE



Inaugurando mais uma coluna no blog, reservei um espaço para postar os resultados das minhas “garimpagens” pelo Youtube. Para começar, um resgate da década de 80: Robertinho de Recife e Emilinha cantando “O Elefante”, um grande hit da época, no programa dos Trapalhões. Confira.

EXERCÍCIO DE ANALOGIA: A UFPE E O FEUDALISMO


Faço parte de uma confraria  chamada “Templários”, de vez em quando nos reunimos no Mercado da Boa Vista para trocarmos ideias sobre cinema, música (antiga, claro), seriados de tevê, futebol e educação. Todos do grupo são ex-alunos do curso de Geografia da gloriosa UFPE. Sempre que o assunto “mestrado” vem à tona, todos são taxativos: “existe uma panelinha”.

Vários outros amigos de diferentes formações, também oriundos da Federal de Pernambuco, têm a mesma opinião. Os cursos de mestrado, de maneira geral, funcionam como feudos, sociedades fechadas onde só entra quem atende a determinados critérios. O primeiro é o da idade. Obviamente isso não é declarado abertamente, mas quase todos os departamentos usam o  PET (Programa de Educação Tutorial) como trampolim para o mestrado. Como existe uma idade limite para ingressar nesse programa, essa porta de entrada para o mestrado segrega os alunos fora de faixa.

Quem não participa do PET, normalmente, acaba adotando comportamentos que jogam a dignidade no lixo. Cansei de ver amigos meus rastejando aos pés de professores, praticando uma espécie de “vassalagem acadêmica” para terem um orientador ou uma carta de apresentação. Muitos se transformaram de tal maneira que, sequer, voltaram a frequentar os mesmos grupos de amigos. Triste!

Nos cursos de especialização, que são pagos e geram renda para os departamentos, esse tipo de problema quase não existe. Se você tem o dinheiro da mensalidade, estuda tranquilamente. Há muito tempo se discute o problema do nepotismo nas universidades publicas do Brasil. É muito comum a presença de parentes, amigos de professores e de funcionários ligados ao departamento nos cursos de mestrado e doutorado. Eles são aprovados nas “seleções” com extrema facilidade.

Enquanto isso, quem não tem um pistolão ou qualquer vínculo com o “senhor feudal” que comanda o departamento pena com o projeto debaixo do braço. O que fazer? Ora, se a universidade é pública, o ingresso nos cursos de pós-graduação tem que ser feito por meio de uma concorrência imparcial, aberta e sem julgamentos subjetivos. Sei que a análise dos pré-projetos é subjetiva, mas ela não precisa ser nominal. Assim como nas concorrências públicas, eles podem ser analisados, identificados por um número, por uma banca imparcial. Alguma coisa tem que ser feita para resgatar os cursos de pós-graduação das mãos dos senhores feudais.

É absolutamente surreal observar que pessoas oriundas das classes mais baixas pagam mensalidades altas em universidades particulares enquanto a elite abarrota as universidades públicas. Dirão os otimistas: “Mas os pobres estão entrando nas universidades públicas”. Sim, estão. Os cursos de licenciatura estão abarrotados de pobres porque ninguém mais quer ser professor. E mesmo nesses cursos o inalienável direito de concorrer em condições de igualdade com os "outros" na seleção de mestrado e doutorado é um sonho a ser alcançado. Lutemos!

AS TELENOVELAS "FORDISTAS"

Nos últimos meses vários nomes importantes da teledramaturgia brasileira têm soltado farpas na rede contra o atual modo de produção das telenovelas, sobretudo da Globo. Lauro César Muniz (Salvador da Pátria, Roda de Fogo, O Casarão, Escalada), 73 anos, afirmou em entrevista recente que a telenovela se “industrializou” e, por isso, perdeu em qualidade. Segundo Lauro, as novelas da Globo adotaram o sistema “fordista” de produção em série, abdicando, quase que totalmente, das tramas mais complexas.

As telenovelas atuais também são diretamente influenciadas pelos índices de audiência. Dependendo da reação do público, personagens são mortos, ressuscitam, trocam repentinamente de personalidade, tudo para agradar o grande público. Essa maleabilidade da trama, obviamente, influencia negativamente na qualidade do produto final.

Outra grande crítica refere-se a centralização quase que hegemônica das tramas no eixo Rio-São Paulo. Quem assisite as produções da Globo fora do Brasil deve imaginar que só existem duas cidade grandes no país. A Rede Globo ambientaliza, quase sempre, suas produçoes entre Rio de Janeiro e São Paulo. Quando alguma novela ou minissérie é rodada no Nordeste, só se mostra o meio rural, o sertão, quase sempre num formato bem caricato. As grandes cidades como Recife, Fortaleza, Salvador são completamente ignoradas.

As novelas de época, uma das marcas registradas da teledramaturgia da Rede Globo, foram praticamente banidas da grade por conta dos baixos índices de audiência. Clássicos como “O Casarão”, “Terrasdo Sem Fim”, “A Sucessora” e “A Moreninha” nãos teriam a menor chance na atual conjuntura. Talvez sinalizando que pretende mudar o rumo dessa história, a Rede Globo anunciou para o segundo semestre desse ano o remake de um grande sucesso da década de setenta, “O Astro”, de Janete Clair. A novidade é que a versão atual terá apenas 80 capítulos, 106 a menos do que o original.

Abaixo, relembre a cena final de um clássico da teledramaturgia brasileira, “O Casarão”.

Você é


Você é


A música que ouve

Os livros que lê

Os filmes que assiste

O alimento que ingere

A riqueza que produz

As verdades que diz

Os medos que ignora

As luzes que acende (dentro e fora de si)

As pessoas que ajuda

Os erros que comete e percebe

As coisas que planeja

O amor que cultiva

A chama que alimenta

Os sonhos que realiza

Seja.

80 ANOS DO MESTRE CHICO ANYSIO: MEUS DEZ PERSONAGENS PREFERIDOS

Sei que essa história de fazer listas sempre gera polêmica. A lista abaixo, do alto da sua subjetividade, leva em consideração apenas o meu gosto particular. Chico criou, ao longo de mais de sessenta anos de carreira, cerca de 150 personagens. Listar apenas dez constituiu-se numa tarefa dificílima. Deixei de fora personagens que eu curto muito como Meinha, Washington, Popó, Haroldo, só pra citar alguns. Depois de queimar alguns neurônios, elegi os dez que listo a seguir:



Professor Raimundo: Raimundo Nonato Nepomuceno é um dedicado professor brasileiro que, apesar do baixo salário, esforça-se para educar seus inusitados alunos. Foi um dos primeiros personagens criados por Chico Anísio tendo sido apresentado, primeiramente, no rádio e depois na tevê. O sucesso do Professor Raimundo foi tão grande que ele acabou ganhando um programa próprio: “A Escolinha do Professor Raimundo”. Bordões: “É vapt-vupt!”, “Vai comendo, Raimundo” e “E o salário, ó!”.


Nazareno: Nazareno Luiz do Amor Divino é um funcionário público que vive a maltratar sua horrorosa esposa Sofia (Leila Miranda) e a paquerar sua gostosa empregada. Nazareno humilha Sofia utilizando ditados populares e frases de para-choque de caminhão. Bordões: “Calada!” e “Tá com pena? Leva pra tu”.


Painho: Ruy de Todos os Santos é um típico pai de santo baiano que atende a pessoas famosas para falar sobre o futuro. Ajudado por várias filhas de santo, Painho sempre implica com a menina Cunhã. Esse esquete sempre se encerra com Painho levando um rapaz (às vezes um convidado famoso) para o seu cafofo. Bordões: “Afe, tô morta!”, “Sou doido por essa neguinha”.

Alberto Roberto: o caricato ator, e apresentador de um talk show, fez história ao lado do diretor Da Júlia (Lúcio Mauro). Alberto Roberto é uma sátira àqueles artistas que endeusam a si próprios e perdem a humildade. Nesse esquete, Alberto Roberto recebe um convidado – normalmente um artista- e suas gafes acabam tirando do sério o Da Júlia e o entrevistado. Bordão; “Te cuida, (nome de alguém famoso)”.


Pantaleão: Pantaleão Pereira Peixoto é um aposentado especialista em causos. Leva a vida contando histórias sentado na sua cadeira de balanço sempre assistido por sua esposa Tertuliana “Terta” (Suely May) e seu ignaro filho Pedro Bó (Joe Lester - foto acima). O personagem Pantaleão é uma colagem de várias personalidades conhecidas. O rosto foi inspirado em Dom Pedro II, a voz e o sotaque eram uma homenagem a Luiz Gonzaga e o jeito de ser lembra os velhos coronéis nordestinos. Bordão: “É mentira Terta?”.

Bento Carneiro: Valdevino Bento Carneiro é um vampiro brasileiro e caipira. Anda sempre com seu ajudante Calunga (Lug de Paula - foto acima) e tem como principais características a falta de coragem e a incapacidade de assustar as pessoas. Bordões: “Não creu neu, se finou-se”, “Bento carneiro, o vampiro brasileiro, ptzzz!”, “Tomou, papudo” e “Minha vingança sará maligrina”.


Justo Veríssimo: Justo Veríssimo de Santo Cristo é uma escrachada sátira ao político corrupto. Com seu característico bigode vassourão, Justo destila sua ojeriza contra os pobres e tudo que possa beneficiá-los. Bordões: “Eu tenho horror a pobre!” e “Eu quero que o pobre se exploda”.


Azambuja: Paulo Maurício Azambuja é um típico malandro carioca. Ex-músico e ex-jogador de futebol, vive aplicando golpes ajudado pelo seu fiel escudeiro Linguiça (Wilson Grey). Quando o golpe dá errado, Azambuja se safa e Linguiça paga o pato. Bordões: “Tô contigo e não abro”, “Arrebenta a boca do balão” e “Tá dando, tá dando”.


Tavares: Altino Belo Tavares da Cunha é um malandro carioca que deu o golpe do baú. Casou-se com a horrenda Elizabeth (Zezé Macedo), “carinhosamente” chamada de Biscoito. Alcoólatra e descolado, Tavares vive dando em cima da empregada gostosona. Bordões: “Sou, mas quem não é?” e “Business, business”.

Tim Tones: Timothy da Silva é uma paródia ao fanático religioso Jim Jones, famoso por organizar um suicídio em massa nas Guianas. Tim Tones organizava cultos para arrecadar fundos para a sua “caridade”. Nesse esquete, Tim Tones é inquirido por pessoas da plateia e suas respostas, quase sempre, são críticas à realidade brasileira. Bordões: “Podem correr a sacolinha” e “Que a paz de Tim Tones esteja em todos os lares”.



"CRIANÇA É PRA BRILHAR"

Outro dia assistindo a um episódio da sexta temporada de Supernatural me deparei com um questionamento proposto pelo roteirista: ceifar vidas é um duro oficio até mesmo para a morte. Explico: Dean, um dos personagens principais do seriado, recebeu da Morte a seguinte incumbência:”Serás um ceifador por um dia, adianto que, antes que o dia termine, desistirás dessa missão”. Ele aceitou o desafio e foi à luta. Acompanhado de uma belíssima ajudante ele deparou-se com uma cena de assalto em que o bandido perderia a vida. Com um leve toque no corpo do rapaz, Dean ceifou-lhe a vida. Fácil e prazeroso, pensou inicialmente. A segunda morte, porém, baratinou a cabeça do rapaz. Tratava-se de uma criança com câncer, uma linda menina de 13 anos, que teria sua breve existência encerrada.

Dean não cumpriu sua missão, não teve coragem de levar à morte a criança e desencadeou uma série de acontecimentos ligados a essa sua recusa. Até mesmo na ficção, pensar em crianças morrendo, pareceu-lhe inaceitável. Foi exatamente assim que me senti quando vi as imagens do massacre de Realengo. Criança morrendo é inaceitável, criança morrendo daquela forma é algo inimaginável na vida real. Investigar os motivos dessa barbárie, do alto da minha leiguice, parece irrelevante. Como prever a insanidade ou um acesso repentino de fúria?

Dizem que cada sociedade tem suas neuras. Pela segunda vez no Brasil, um ceifador maluco com discurso póstumo misturando religião e psicose, promoveu uma chacina e nos aproximou da tenebrosa prática tão comum nos Estados Unidos. Já tem gente alertando que se levantarem o número de mortes ocorridas dentro de escolas pelo Brasil afora, um genocídio virá à tona. Seja como for, saber de crianças morrendo me provoca uma tristeza profunda.
if (myclass.test(classes)) { var container = elem[i]; for (var b = 0; b < container.childNodes.length; b++) { var item = container.childNodes[b].className; if (myTitleContainer.test(item)) { var link = container.childNodes[b].getElementsByTagName('a'); if (typeof(link[0]) != 'undefined') { var url = link[0].href; var title = link[0].innerHTML; } else { var url = document.url; var title = container.childNodes[b].innerHTML; } if (typeof(url) == 'undefined'|| url == 'undefined' ){ url = window.location.href; } var singleq = new RegExp("'", 'g'); var doubleq = new RegExp('"', 'g'); title = title.replace(singleq, ''', 'gi'); title = title.replace(doubleq, '"', 'gi'); } if (myPostContent.test(item)) { var footer = container.childNodes[b]; } } var addthis_tool_flag = true; var addthis_class = new RegExp('addthis_toolbox'); var div_tag = this.getElementsByTagName('div'); for (var j = 0; j < div_tag.length; j++) { var div_classes = div_tag[j].className; if (addthis_class.test(div_classes)) { if(div_tag[j].getAttribute("addthis:url") == encodeURI(url)) { addthis_tool_flag = false; } } } if(addthis_tool_flag) { var n = document.createElement('div'); var at = "
"; n.innerHTML = at; container.insertBefore(n , footer); } } } return true; }; document.doAT('hentry');