O MEQUINHA DE 1977

Zapeando pela internet, dei de cara com essa linda foto do Mequinha. O clique é de 1977 e foi publicado na Revista Placar do dia 02 de setembro desse ano. Pena que já nessa época, o outrora “grande América”, já era visto como insignificante. A quem interessar, a matéria completa da  Placar está disponível aqui


ROCK E CARNAVAL, TUDO A VER


Pois então, na abertura do carnaval de Pernambuco, como vem acontecendo nos últimos anos, um batalhão de artistas nacionais aportou no Marco Zero para celebrar o homenageado da festa. Esse ano cantaram para Alceu Valença. Dentre os tantos nomes que por ali passaram, estava a baiana Pitty, linda como sempre. A menina realizou um belo show e fez o público – de carnaval – delirar. Baiana cantando rock no carnaval do Recife, pode, axé, felizmente, não.

Esse show me lembrou um episódio de um carnaval do longínquo ano de 1985. Para quem não lembra – ou não era nascido – nessa época o rock brasileiro mandava nas rádios, estava numa efervescência total. Eu estava com minha turma perambulando pelo centro do Recife, um bloco ali, um caboclinho acolá, mas não estávamos muito a fim. Quando passávamos em frente ao AIP – um lendário edifício no coração do Recife – vimos um sonzinho rolando num fiteiro localizado na entrada da rua do Fogo. Estava tocando Ultraje A Rigor. Ficamos por ali ouvindo aquele disco do periscópio que rolou todinho. Não lembro ao certo, mas tocou um monte de bandas nacionais e o nosso carnaval foi todo em frente ao pequeno estabelecimento comercial.

Hoje em dia, quem frequenta o carnaval do Recife não precisa recorrer a guetos. Depois do advento do chamado “Carnaval Multicultural”, tem rítmos para todos os gostos. Tem até uma rave na beira do rio. Imagino que os puristas devem torcer o nariz diante de “tamanha blasfêmia”, macular uma festa tradicional com rítimos que não são nativos. Mas o fato é que o carnaval do Recife assimilou bem essa mudança e as pessoas aceitam até uma baiana cantando rock na abertura da festa no palco mais tradicional. Evoé, its only rock n roll!

INSTITUTO RICARDO BRENNAND, UM LUGAR MÁGICO

LER HISTÓRIA E VER HISTÓRIA


Ontem, zapeando pela tevê, dei de cara com um documentário que desvendou o triste fim do última czar russo, Nikolái Romanov e toda sua família. Obviamente, no meu cotidiano em sala de aula já havia falado várias vezes sobre essa chacina. Mas, ver uma encenação do fato me fez enxergar a história de outro jeito. Na sala de aula, por mais dinâmico que seja o trabalho, não se tem a medida exata do terror vivido pelos Romanovs naquele triste dia.

Por força da Revolução Bolchevique, em 1917, Nikolái e sua família foi levado para os Montes Urais e confinado numa mansão onde viveu por quase um ano numa espécie de prisão domiciliar. No ano seguinte todos foram levados para Ekaterimburgo, local da grande tragédia. Não se sabe ao certo, mas, estima-se que entre os dias 16 e 17 de julho o czar e toda sua família foi levado para uma sala sob o pretexto de tirarem uma foto oficial que seria apresentada ao público pelos revolucionários Bolcheviques. Quando estavam todos perfilados, um oficial russo chamado Yakov Yurovsky, liderou um pelotão de fuzilamento que aniquilou, friamente, toda a família imperial. Segundo um relato do próprio Yakov, duas filhas do czar (eram quatro meninas, ao todo), Maria e Anastácia, não tiveram morte instantânea e foram golpeadas, seguidamente, por baionetas.

Os corpos dos Romanovs foram depositados em uma cova e em seguida incinerados para dificultar uma possível identificação. Os corpos de Maria e Anastácia, foram tratados do mesmo jeito, entretanto, sepultados em uma cova separada do resto da família. Quando a cova de Nikolái foi encontrada, identificaram a falta dos restos mortais de duas das filhas. Esse detalhe alimentou, durante anos, a ilusão de que as duas filhas do czar teriam sobrevivido à trágica noite. Anastácia, inclusive, virou personagem de um desenho animado da Disney baseada nessa lenda. Apenas em 2008, autoridades russas anunciaram a descoberta dos restos mortais das filhas de Nikolái. A identificação foi possível porque o DNA do czar ficou preservado em manchas de sangue das roupas que ele usava no dia de sua morte. Com o código genético preservado, a identificação do DNA das meninas configurou-se numa prova conclusiva.

Ainda em 2008, a Suprema Corte da Rússia reabilitou a Família Real Romanov que, desde então, está sepultada com todas as honrarias na Fortaleza de Pedro e Paulo, em São Petersburgo. A Igreja Ortodoxa russa, em 1981, canonizou Nikolái e toda sua família. Hoje em dia, eles são venerados como santos. Ler sobre esses fatos, repito, é muito menos do que ver a encenação. Vendo o documentário, senti até náuseas com a frieza de Yakov. Ele conviveu com os Romanov, conversava diariamente com os filhos do czrar mesmo sabendo que seria o algoz da família. Bastou uma ordem de Lênin e a execução se consumou rapidamente.

A história vista é bem mais marcante do que a história lida.“O que os olhos leem, o coração quase não sente”.

COLAGEM VOL. 04 - O VELHO MACAULY

Com fotos do The Sun

HÁ 48 ANOS OS BEATLES CONQUISTAVAM A AMÉRICA

Foi num 09 de fevereiro, como hoje, em 1964, que os Beatles se apresentaram no lendário programa The Ed Sulivan Show, da CBS. Nessa noite 73 milhões de americanos estavam sintonizados no programa. Uma audiência superior a transmissão da chegada do homem à Lua. Na verdade, os Beatles ja haviam conquistado a América com vários hits emplacados. A apresentação no Ed Sulivan Show foi apenas a coroação do grande sucesso. Abaixo, um vídeo remasterizado dessa lendária apresentação:

"AURORA DOS CARNAVAIS" ABRE O CARNAVAL DO RECIFE MANTENDO A TRADIÇÃO


Ontem, como sempre faço todo ano, fui conferir o encontro de blocos líricos da rua da Aurora. A festa idealizada por Romero Amorim e intitulada “Aurora dos Carnavais”, teve esse ano a sua décima terceira edição. O vídeo, abaixo, feito por mim, mostra a abertura do evento, a chegada dos flabelos – como são denominados os estandartes desses blocos – com o compositor Romero Amorim desfilando em carro aberto numa espécie da abre alas. Entre os homenageados desse ano o músico e professor Nenéu Liberauquino, Expedito Baracho e Claudionor Germano que está completando 80 anos. Esse foi o primeiro grande evento do carnaval do Recife. A importância do “Aurora dos Carnavais”, entretanto, é criar uma resistência que mantém viva a tradição dos velhos carnavais. Evoé!

A CONFIRMAÇÃO DA FARSA CRIADA PARA ENCOBRIR O ASSASSINATO DE HERZOG

A mídia noticia, hoje, o que todo mundo jà sabia: a emblemática imagem do enforcamento de Vladimir Herzog foi uma farsa montada pela Ditadura Militar. Silvaldo Leung Vieira, autor da foto, trabalhava, na época, no Instituto de Criminalística de São Paulo, vinculado ao temido DOPS. A imagem do jornalista Herzog foi veiculada pelos militares como sendo de um suicídio.

Silvaldo Vieira, quatro anos após a farsa, fugiu do país e viveu escondido até ser encontrado por Lucas Ferraz, repórter da Folha de São Paulo. Na época da foto, Silvaldo era recém-ingresso na polícia, tinha apenas 22 anos. Segundo ele, a foto do cadáver de Herzog teria sido uma espécie de “aula prática”. Depois da repercussão do caso, Silvaldo saiu do país e vive até hoje em Los Angeles. O fotógrafo revelou, ainda, que carrega até hoje uma imensa tristeza “por ter sido usado” pela ditadura.

Na verdade, o tiro saiu pela culatra. A farsa foi tão mal feita que qualquer leigo, ao analisar a foto feita por Silvado, percebia se tratar de uma armação. O corpo de Herzog foi colocado suspenso a uma altura de aproximadamente 1,63m, deixado seus membros inferiores quase dobrados. A veiculação da imagem fez com que a opinião publica se manifestasse com mais veemência e a linha dura do governo militar  que pressionava o presidente Ernesto Geisel para atuar com mais firmeza – leia-se, violência – acabou sendo abafada pelo clamor público.

A imagem de Vladimir Herzog semi-dependurado tornou-se um ícone da luta contra a ditadura servindo até, segundo alguns analistas políticos, de inspiração para os movimentos em prol da redemocratização do Brasil. Uma das páginas mais obscuras da história recente do Brasil, enfim, foi devidamente esclarecida.

Em respeito a Vladimir Herzog e sua família

HÁ QUINZE ANOS, CHICO SCIENCE

FRINGE 4x09 – ENEMY OF THE ENEMY


Spoilers Abaixo!

O nono episódio trouxe algumas novidades, mas não empolgou. As ramificações apresentadas no roteiro se encontraram nesses últimos episódios e está faltando habilidade para lidar com elas. Um ponto positivo, entretanto, é a forma correta como estão alternando a narrativa entre os dois universos. Só para comparar: em “Heroes” e “Lost”, os erros cometidos nas narrativas em tempos e dimensões paralelas, dificultaram muito o bom andamento da trama. No caso de Heroes, aniquilou completamente a série que tinha uma ótima premissa.

Enemy of My Enemy” mostrou que o lado negro da trama tem membros importantes, mas, como os metamorfos voltaram à cena, tudo pode não passar de um engodo dos roteiristas. O Broyles alternativo parece ser um metamorfo. O sinistro David Robert Jones, revelou o episódio, parece estar a serviço de Nina Sharp. A Elizabeth alternativa, antes uma neurótica que sofria pela perda do filho, misteriosamente, atravessou o portal e veio consolar e aconselhar Walter. E o Peter? O rapaz tomou para si a responsabilidade de enfrentar Jones fazendo pose de herói e tudo o mais.

As informações foram despeajdas e a trama embolou um pouco. Espero respostas, muitas respostas nos próximos episódios. Para terminar, uma inferência sobre o título do episódio, “Inimigo do Meu Inimigo”: o Walternativo pode estar dando uma de bonzinho porque Jones é inimigo comum entre ele e a outra dimensão. Algo como: “vamos trabalhar juntos para eliminar o nosso inimigo”.

Ficha
Escrito por: Monica Breen e Alison Schapker
Direção: Joe Chappelle
Exibição(EUA): 20 de Janeiro de 2012

MAURITZSTADT, MAURICÉIA, OU APENAS SÍNDROME DE ESTOCOLMO?


A história de Pernambuco, sobretudo da cidade do Recife, está intimamente ligada à vida do navegador germânico Johann Moritz von Nassau-Siegen, o Maurício de Nassau. De linhagem nobre, foi conde ainda na época do Sacro Império Romano Germânico e, após a formação da Confederação Germânica (1674), príncipe de Nassau-Siegen. Tinha forte formação militar mas, diferentemente dos combatentes da sua época, conservou a formação religiosa e o apreço pela arte, sobretudo a arquitetura. Sua inclinação calvinista e a necessidade de prover recursos para bancar seus sonhos arquitetônicos o levaram a aceitar o convite da Companhia das Índias Ocidentais para administrar os territórios holandeses conquistados no Brasil.

Foi num 23 de janeiro como hoje, que Maurício de Nassau desembarcou no porto do Recife. Sua comitiva refletia sua formação humanistica, muito mais que a militar. Era composta por arquitetos, cientistas, gravuristas, médicos e religiosos. Diferentemente dos portugueses, que impuseram o credo católico, Nassau propagou a liberdade religiosa estabelecendo uma relação amistosa com os nativos e estrangeiros que aqui viviam. O Recife passou por um rápido período de modernização e se tornou uma das cidades mais importantes das Américas. Nassau tornou-se um mito no imaginário dos pernambucanos. Recife conserva até os dias de hoje traços da cultura holandesa e mantém uma relação histórica tão íntima com os Países Baixos que muitos estudiosos, numa analogia com a psicologia, afirmam ser uma manifestação do que eles chamam de “Síndrome de Estocolmo”, o sentimento de apreço que o dominado sente pelo dominador.

O Instituto Ricardo Brenand, espetacular museu iconográfico do Recife, reúne uma coleção original de obras dos pintores Franz Post e  Alber Eckhout, ambos da comitiva de Nassau. A cidade do Recife em ensaios poéticos e em várias publicações históricas locais é chamada de “Mauricéia” ou “Mauritzstadt”, uma referência a influencia de Maurício de Nassau. Fora isso, tem as coincidências naturais: a cidade do Recife é cercada por canais, tem uma geografia idêntica a da cidade de Amsterdã, que vive em constante luta para fugir do avanço das águas.

Há alguns anos, a empresa de saneamento do Recife fazia escavações no Recife Antigo e descobriu uma sequência de diques construídos na época dos holandeses. A obra tinha o mesmo propósito dos famosos pôlderes holandeses: conter o avanço do mar. O local acabou virando um museu a céu aberto alimentando mais ainda a mística dos holandeses. São 375 anos de uma história que a maioria dos recifenses adora relembrar e alguns adoram rechaçar. Seja como for, é uma bela história.

MORRE JIMMY CASTOR, PIONEIRO DO FUNK


Não é só no Brasil que os grandes artistas morrem no esquecimento. No último dia 16, aos 71 anos, morreu Jimmy Castor, uma lenda do funk de raiz. James Wolton Castor, era saxofonista e integrou o grupo Jimmy Castor Bunch” emplacando vários hits como "Troglodyte (Cave Man)" e “The Everything Man”. O legado de Jimmy serviu de influencia para a disseminação do funk e da soul music pelo mundo, inclusive no Brasil. Artistas como Tony Tornado, Chico Science e Tim Maia foram fortemente influenciados por ele.
 
Segundo as agências de notícias, Jimmy Castor, apesar da fama, morreu pobre e esquecido. Enfrentava dificuldades financeiras e não conseguia mais espaço na mídia americana. Abaixo, o espetacular vídeo da música “It's Just Begun”, uma verdadeira aula de soul. Regozijem-se:

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