OS MELHORES DO ANO (MEU EXERCÍCIO DE MASOQUISMO)

Foto: Divulgação Tv Globo
Pois então, domingo passado prostrei-me diante da tevê para assistir a festa dos “Melhores do Ano” da Globo. Sim, o prêmio foi restrito a emissora e a um punhado de atrações que transitam pelo Domingão do Faustão, o boquirroto mestre de cerimônias da festa. 

Quem assistia ao programa tinha uma certeza: Matheus Solano vai ser premiado melhor ator. Esse foi um prêmio merecido, toda a festa, aliás, valeu por essa premiação.  Masssss, tiveram as outras categorias. Deus do céu!  Ouvir Luan Santana “cantando” foi uma tortura, ouvir Faustão saudá-lo como melhor cantor do ano provocou uma dor no meu estômago. De que país nós estamos falando? 

O Brasil, com toda sua pluralidade cultural merecia uma premiação mais técnica, menos adolescente.  Mas quando essa premiação existia, quando pessoas que entendiam de música votavam, o programa passava, editado, no final da madrugada.  Era o Prêmio Sharp, que depois virou “Prêmio Tim” e deixou de existir em 2006.

O voto popular deve ser levado em consideração, mas não pode ser determinante. Quando isso acontece premia-se o modismo e não a qualidade. Os vilões acabam sendo prejudicados. Vanessa Giacomo teve um desempenho brilhante interpretando a vilã “Aline” mas perdeu o prêmio para a mocinha “Paloma”, que ganhou vida com a pífia interpretação de Paola Oliveira. O povo votou na boazinha.

O ponto mais bizarro da festa foi guardado para o final. A recauchutada Anita levou o prêmio de melhor canção do ano com “O Show das Poderosas”.  De nariz novo, bunda nova e peitos novos, ela deitou a falar um monte de besteiras e eu, feito um mané, não mudei de canal. Confesso que senti saudades do Troféu Imprensa, que é muito mais democrático e não tem o chato do Faustão. Aprendi!

O HIPER-REALISMO DAS ESCULTURAS DE RON MUECK

Ron Mueck é um escultor australiano especializado em imagens humanas super detalhas.  Além do incrível realismo, Mueck tem como marca registrada o tamanho das suas esculturas, quase sempre gigantes. A habilidade com as imagens esculpidas ele adquiriu em anos de trabalho para o cinema e a tevê onde criava modelos e marionetes para programas e filmes. Hoje, Ron Mueck é um artista plástico de renome internacional e suas exposições ocorrem como grandes eventos de arte.  De 19 de março à 01 de junho, as obras de Mueck serão expostas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Abaixo, alguns dos seus principais trabalhos.

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CANGURU HENDRIX


ARMADILHA DO FACE


O Face mudou e criou um mecanismo para manter os usuários “ON” por mais tempo. Quando a página fica aberta por um determinado tempo, os ícones da barra azul – onde se encontram as atualizações, configurações e botão “sair” – ficam ocultos. A lógica (deles), ao que parece, é que se vc não encontra o “sair”, permanece mais tempo. O danado é que muita gente acessa em computador público, na lan. Muitas páginas ficaram abertas e os intrusos farão a festa. Para os perfis que já estão com o novo formato, a dica é fechar o navegador e abrir o perfil em seguida que os ícones reaparecem, temporariamente, e você pode encerrar normalmente.

MAIS MÉDICOS (MELHORES)

Foto: Reprodução internet
Estava, há pouco, socorrendo meu pai numa dessas policlínicas públicas. Não vou descrever o quadro desolador que enfrentamos, todo mundo sabe o que é o atendimento médico público. Quero relatar outra coisa: Quando estava acompanhando o meu pai, pelo estresse enfrentado, senti uma disritmia. Como estava num posto médico, pedi que aferissem minha pressão. A resposta da auxiliar de enfermagem: “Não posso, senhor, só se o senhor fosse paciente, acompanhante não pode”. Pouco depois, entrei para levar os exames do meu pai. Aproveitei que estava na sala do médico e pedi novamente: “O senhor pode aferir a minha pressão?”. O jovem médico, com o estetoscópio decorando o pescoço, disse-me, com o costumeiro ar de superioridade: “Não, o senhor é acompanhante. Se quiser aferir a pressão, volte na recepção, faça uma ficha e aguarde aí fora”. Deixei meu pai no repouso, fui a uma farmácia ao lado e paguei dois Reais para um balconista executar o “complicadíssimo e demorado” procedimento de aferir a minha pressão arterial que estava alterada não sei se pelo estresse da convalescência do meu pai ou pela raiva que senti do descaso desses “profissionais”.

A FILOSOFIA TENTANDO EXPLICAR A FELICIDADE

BREVE COMENTÁRIO SOBRE UM RETROCESSO

Demorou, mas, enfim, perceberam que a tal Rachel Sherazade, com aquela carinha – e nome – de princesa, na verdade, dissemina um discurso fascista.  O mais grave é que esse tipo de discurso tem um apelo popular muito grande. Revoltados com a violência e outras mazelas da sociedade brasileira, muitos endossam os esquetes de preconceito propagados em rede nacional por essa dublê de repórter.

As pessoas assimilam esse joguete barato de palavras e perdem a medida. Sentem-se no direito, por exemplo, de jogar um rojão no meio da multidão e essa bomba, disfarçada de protesto, acaba fazendo vítimas como a bala perdida do bandido, do policial corrupto ou de qualquer tipo de escória que faz uso da violência para se impor.

Depois que a tragédia acontece, param pra pensar e tentam justificar o injustificável.  Quem acorrenta um bandido em praça pública acha que pode tudo e esse “tudo” é incontrolável.  Justiça com as próprias mãos é um retrocesso. Estamos voltando para a idade média, estamos passando recibo de incompetência, de falta de civilidade, falta de amor. Estamos voltando ao estágio inicial, à tábula rasa.


DIÁLOGO DA SABEDORIA

Imagem: Reprodução da internet

Sábio: -Sou religioso prego o perdão, a igualdade, a fraternidade e o respeito entre as pessoas.
Leigo: -Como o senhor aprendeu sobre tudo isso?
Sábio: -Estudei muito, meditei muito praticando a minha religião
Leigo: -O senhor estudou outras doutrinas?
Sábio: -Não, eu me encontrei na minha religião.
Leigo: -O senhor já parou para pensar que as suas “verdades” podem não ser as verdades dos outros?
Sábio: -Não, as minhas verdades são o que eu acredito
Leigo: -Então o que os outros acreditam também tem que ser aceito como “verdade” já que eles usam o mesmo princípio que o senhor, a crença?
Sábio: -Não necessariamente, eles podem acreditar em algo irreal.
Leigo: -Então o senhor também pode estar errado, pode estar acreditando em algo irreal?
Sábio: -O que eu acredito não pode ser irreal porque me traz felicidade. Esse é um sentimento real.
Leigo: -Então a felicidade dos outros também atesta a veracidade do que eles acreditam, correto?
Sábio: -Por que você faz tantas perguntas?
Leigo: -Por que eu sou feliz mesmo acreditando em “verdades” diferentes das do senhor. Queria entender isso. Por que me pedes para seguir a suas verdades vendo que eu já sou feliz?
Sábio: -Vá embora, siga o seu caminho. Suas dúvidas me ensinaram algo real, preciso  meditar.

SOBRE ESCOLAS E SEGREGAÇÃO SOCIAL

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Nos acostumamos a ver nos seriados e filmes americanos – estadunidenses, quero dizer – aquela segregação absurda.  Os ricos, bonitos (nos padrões estabelecidos pela mídia) e descolados andam juntos, comem juntos, se divertem juntos e fazem um monte de coisas erradas juntos.  Tem o cara que vai pra escola numa Ferrari e o outro que vai de bicicleta. Todos compartilhando a mesma escola.

No Brasil, no máximo, existe a segregação do visual.  Quase todos da escola pertencem à mesma classe social, o que diferencia os grupos, em tese, é estrutura familiar. Os alunos oriundos de uma família desorganizada, geralmente, apresentam problemas de comportamento, não têm uma roupa legal, um celular legal e, por isso, procuram amigos nas mesmas condições. Às vezes nem procuram, são conduzidos instintivamente para esses grupos.

O mais cruel nessas duas realidades é o fator que determina a diferença entre a grande segregação de lá e a segregação daqui. A qualidade da escola. A maioria das escolas públicas dos Estados Unidos é de qualidade e, por isso, ricos e pobres estudam juntos. A segregação social do mundo lá fora é levada para dentro da escola. No Brasil, em geral, os ricos estão nas escolas particulares e os pobres nas públicas.

Diriam alguns, em contraponto a essa tese: “Mas as universidades públicas brasileiras são melhores que as particulares, pobres e ricos estudam juntos”. Não é bem verdade, sabemos. As universidades públicas são de qualidade mas dentro da instituição existe a segregação de cursos.  Em geral, os mais pobres estão nos cursos ditos “não-nobres”. Os pobres fazem licenciatura – ninguém que almeja um futuro tranquilo quer ser professor - ou entram para um daqueles cursos que apresentam um campo profissional restrito. 

A diferença é visual. Basta uma passada no estacionamento do curso de medicina e observar os carros estacionados. Nos núcleos que concentram as licenciaturas e os cursos menos procurados, os carros são poucos e não são importados. Ou seja, os pobres e os ricos estão juntos na universidade publicas mas segregados “pelas cercas embandeiradas que separam quintais”.

As cotas, as famosas cotas estão mudando esse estado de coisas.  Trouxeram o preconceito, inclusive, para os que não fizeram uso delas. Um negro que ingressou num curso dito nobre, mesmo sem o auxilio desse recurso legal, é sempre chamado – pejorativamente – de cotista.  Já existem estudos que mostram que o desempenho dos cotistas é inferior a o dos outros alunos.  Mas existem outros tipos de defasagens com causas diversas que não foram alvo de pesquisas nem de divulgação na mídia.

A única coisa que falta, para sermos iguais a eles, é os loucos que surtam com esse estado de  coisas e saem matando pessoas num dia de fúria. Ai sim, seremos iguaizinhos a eles.

DESCONSTRUINDO IDEIAS

Imagem: reprodução da internet

Numa dessas madrugadas de insônia, lá pela década de noventa, acho, assistia a um filme na Sessão Coruja e um velho, que se dizia sábio, mandou essa: “Nós aprendemos tudo que precisamos para viver até os 15 anos, depois disso vamos colocando as coisas em prática”.

Discordei, claro. Mas, é sabido, que todos, absolutamente todos os adolescentes, rezam por essa cartilha. Acham que sabem tudo e podem tudo. Tentando interpretar o recado do filme, acredito que o “vamos colocando as coisas em prática” pode implicar em desconstruir algumas das “certezas absolutas” que a adolescência impõe. 

Desconstruí várias ao longo da vida. Não me tornei um astro do rock, não fiquei famoso e rico antes dos trinta, me formei em Geografia e não em Jornalismo, e por ai vai (ainda está indo). As coisas vão acontecendo e você nem percebe que a desconstrução está se processando.  Alguns lutam contra isso e confundem a troca de foco com não realização de sonhos.

A interatividade atingiu proporções gigantescas com a dinamização da conectividade. Alguns, inclusive, defendem que devemos reduzir a marcha, o fluxo de ideias e de informação é tão intenso que não processamos direito o conteúdo. A informação, nesse caso, não gera poder porque não se transforma em conhecimento. Nesse universo onde uma teoria pode mudar com um clique, a desconstrução a que me referi no segundo parágrafo tornou-se algo corriqueiro e perigoso.

O grande problema dessa nova ordem da comunicação é a falta de estrutura dos internautas para lidar com tudo isso. Uma situação comum: alguém que zapeava pela rede encontra um texto em um site sobre o qual não se tem muitas referências e as informações desse texto passam a fazer parte da horda – o termo é esse mesmo – de teorias que “fundamentam” as ações desse incauto navegador cibernético.  Vários são os naufrágios.

Parafraseando o “sábio” do filme, eu diria que “até os 15 anos nós aprendemos a duvidar de tudo que precisamos para viver”. Duvidamos dos professores, duvidamos dos nossos pais, duvidamos de Deus, duvidamos do padre, do pastor, de tudo que representa o poder instituído, Duvidamos e por isso aprendemos. Desconstruindo ideias chegamos às nossas certezas que, por uma questão de prudência, nunca devem ostentar o status de absolutas.


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SOBRE SER IMORTAL

Foto: reprodução da web
“Milhões de pessoas que sonham com a imortalidade não sabem sequer o que fazer numa tarde chuvosa de domingo” nos lembra Susan Ertz. É bem verdade que a falta de planejamento pode tornar o trabalho e a vida um tédio.  Viver eternamente, numa análise bem superficial, teria outras implicações terríveis. Imagine uma pessoa mergulhada numa depressão profunda, a imortalidade seria a perpetuação de um suplício. Morrer, nesse caso, seria o sonho de liberdade.  Tem também aquele pensamento de criança: “Ninguém deveria morrer”.  Basta um pouco de racionalidade para perceber que se ninguém morresse o mundo hoje seria inabitável, não haveria espaço para todos. Como diz a bela canção, Jesus Numa Moto (Sá, Rodrix e Guarabyra): “Espalhando o que já está morto pro que é vivo crescer”. Uma verdade cruel.

Pensar na morte assim, sem medo do inevitável, diminui a dor e aumenta a aceitação. Podemos até mergulhar no lirismo: somos adubo para as gerações futuras.  Ou podemos recorrer às ciências exatas: a morte é, meramente, uma relação matemática. Até certa idade, no nosso corpo, nascem mais células do que morrem. Em um dado momento da vida, a quantidade de nascimentos e mortes se equiparam. Mais adiante, morrem mais células do que nascem, é quando começamos a ir embora.

Morremos um pouquinho a cada instante. Às vezes, esse desfalecimento gradativo é acelerado por meio de uma tragédia. Aí a morte mostra sua face mais cruel. Ontem, por exemplo, recebi a notícia da morte da esposa de um grande amigo meu de infância. Fragilíssimo para lidar com esses momentos, sofri bastante. Passou, mas sofri. Tentei falar com ele, mas – penso agora, foi melhor assim – não consegui. O que dizer para uma pessoa que perdeu alguém querido?  Não existe lirismo nem explicações lógicas que atenuem a dor de uma perda dessas.

Sobre ser imortal: ser feliz enquanto se vive deve ser muito mais interessante do que buscar a eternidade.  Deixemos então, espalhadas pelo mundo, as marcas da nossa felicidade.

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