Foi
num dia 28 de julho como hoje, há 330 anos, que um grupo de revoltosos liderados
por Maximilien Robespierre foi executado na França. Era o rescaldo da Revolução
Francesa, na minha modesta opinião, uma das passagens históricas mais
importantes da humanidade. A base ideológica
que moveu esse importante intento foi o iluminismo.
Quando
estudei sobre o assunto na escola tradicional da década de 80, ensinaram-me que
o movimento iluminista havia acontecido na Europa do século XVIII. Eu e tantos
outros alunos, claro, fixamos a ideia de que aquilo tudo estava restrito ao
passado. Os professores não contextualizavam. Aprendi, anos mais tarde, que Paulo
Freire era um iluminista. Para muitos, inclusive, trouxe mais luz do que os
intelectuais europeus do século XVIII.
Pesquisando
a história de uma das escolas em que leciono – Amaury de Medeiros – descobri que
a primeira diretora da instituição, a Professora Débora Feijó, foi, também, uma
propagadora das luzes do saber. Ela, inclusive, serviu de inspiração para o
próprio Paulo Freire, segundo relatos dele.
Débora Feijó elaborou as primeiras cartilhas de alfabetização de adultos de que se tem notícia. Parece pouco, mas não é. As pessoas fora de faixa não
queriam estudar usando livros elaborados para crianças, sentiam-se constrangidos, com a contribuição da professora Débora essa barreira foi quebrada.
O
que se deduz dos breves relatos acima? No
espaço de três séculos, pessoas de classes sociais e etnias diferentes, vivendo
em sociedades diferentes, em diferentes partes do planeta, trabalharam em prol
da humanidade seguindo uma mesma linha ideológica. Alguns com a inspiração
francesa declarada em suas obras, outros, por intuição, acabaram praticando a
mesma ação sem se aperceberem disso. A história foi sendo alinhavada a partir
de ideologias naturalmente semelhantes. Mágico.
Por
tudo isso e pelos iluministas – revoltosos ou não – que certamente surgirão, celebremos a memoria dos que pereceram na Revolução Francesa em nome da
liberdade e da dignidade humana. Meus respeitos!