
O diretor John Hilcoat construiu uma história em que os nomes dos personagens não são citados. Um homem, uma mulher e seu filho sofrendo a angustia de tentar viver num mundo onde o simples ato de comer tornou-se uma incerteza. Numa análise simples, percebe-se que o ser humano foi reduzido à sua condição primária de animal que vive uma luta diária pela sobrevivência.
Mesmo tendo passagens parecidíssimas com outros filmes do gênero, “A Estrada” prende-se à profunda melancolia das teorias apocalípticas. Viggo Mortesen (O Senhor dos Anéis), que interpreta o pai, é o grande destaque. Um personagem denso mergulhado no drama de lutar pela simples existência ou sucumbir ao suicídio como remédio final.
O desfecho da história, entretanto, revela uma sutil mensagem de esperança que tenta resgatar um dos pilares da estrutura social da humanidade: a família. Aos fortes de coração, uma boa dica.
Ficha Técnica
Direção: John Hillcoat
Roteiros: Cormac McCarthy e Joe Penhall
Gênero: Drama
Lançamento: 23 de Abril de 2010 (Brasil)
Duração: 112 min
Distribuição: Paris Filme
Elenco: Viggo Mortensen (O pai), Kodi Smit-McPhee (O filho), Robert Duvall (O homem velho), Guy Pearce (O veterano) e Charlize Theron (A mãe).
Comments
5 Responses to “A ESTRADA (THE ROAD) – O FIM DO MUNDO SOB A ÓTICA DA MELANCOLIA”
Ed eu assisti esse filme e inclusive coloquei no onibus que eu vou e volto todo os dias de São Paulo. Todos os passageiros curtiram o filme, inclusive tem fila para pegar o DVD emprestado. É um filmaço!!!!
Como falei no comentário, fiquei deprimido. Se a intenção do diretor era essa, o filme cumpriu a risca.
Também me deprimi e chorei, pra variar!Envolvi-me na trama a ponto de falar sozinha, num desespero, nas cenas mais angustiantes. Muito triste, mas o amor desmedido daquele pai me encantou! O amor dele era tão grande que preferia ele mesmo matar o filho a vê-lo sofrer e morrer nas mãos de canibais circunstanciais. Na vida real, só conheço um pai assim.Tudo foi muito bem feito, mas achei irreal a calma deles, famintos, diante de tanta comida encontrada num depósito!É um filme denso,pesado,melancólico,mas vale a pena ver,pelas interpretações dos atores e pela reflexão que nos leva a fazer sobre as agruras da vida e sobre nossas ações e reações perante elas.
Outro detalhe: os dentes do menino eram muito brancos e bonitos para quem estava há tanto tempo sem escovação e boa alimentação. Os dentes do pai correspondiam ao sofrimento enfrentado.Os dentes denunciam o sofrimento!
Ed, eu ainda não vi o filme, mas uma coisa me chamou atenção na sua postagem, a mensagem de esperança no fim... isso é muito comum nos filmes dos EUA. Por mais forte, impactante, dramático que seja,o seu final sempre tem que ser de esperança... algo como "não se pode matar o mocionho no fim do filme"...
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