O
assunto do momento é a tal da refinaria de Pasadena, um elefante branco
estratosférico adquirido pela Petrobras em condições obscuras só agora
reveladas. O “só agora reveladas” é o
que mais me incomoda. Não precisa ser um expert em negócios e negociatas para
entender que uma mutreta com essas proporções não passa – não passa mesmo – despercebida
numa empresa pública.
Fica
claro que quem hoje levanta a bandeira da CPI, a oposição, sabia da existência dessa
lambança financeira mas guardou a informação, como uma carta na manga, para
usá-la na hora certa. E qual a hora certa no mundo da política? Claro, a hora
das eleições. O período pré-eleitoral é o momento exato em que a tampa do
esgoto é aberta. Cada eleição tem seu excremento máster, o desse ano é a refinaria
de Pasadena.
Veremos
“bons moços” saracoteando diante das câmeras, elucubrando, “misanceneando”,
soltando o verbo em nome da moral e dos bons costumes. A grande pergunta é: “Por
que não denunciaram antes?”. Há quem acredite na bondade desses caras? Há, claro
que há, isso é o que mais nos irrita. Ainda existe quem acredite na bondade e
na hombridade dessas raposas.
Tudo
isso isenta o governo Dilma de culpa? Não, claro que não. Esse texto, que fique
claro, não é um panfleto em defesa do Governo, como dirão alguns. Toda a
falcatrua envolvendo a incompreensível compra dessa refinaria tem que ser exposta
em detalhes. Que os culpados sejam punidos e que os falsos bons moços não tirem
proveito do esgoto que jorra de Brasília.