HÁ QUINZE ANOS, CHICO SCIENCE
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
- By ED CAVALCANTE
-
1 comment
Marcadores:
Chico Sciense
FRINGE 4x09 – ENEMY OF THE ENEMY
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
- By ED CAVALCANTE
-
0 comments
Marcadores:
Fringe
,
Fringe 4x09
Spoilers Abaixo!
O
nono episódio trouxe algumas novidades, mas não empolgou. As
ramificações apresentadas no roteiro se encontraram nesses últimos
episódios e está faltando habilidade para lidar com elas. Um ponto
positivo, entretanto, é a forma correta como estão alternando a
narrativa entre os dois universos. Só para comparar: em “Heroes”
e “Lost”, os erros cometidos nas narrativas em tempos e dimensões
paralelas, dificultaram muito o bom andamento da trama. No caso de
Heroes, aniquilou completamente a série que tinha uma ótima
premissa.
“Enemy
of My Enemy” mostrou que o lado negro da trama tem membros
importantes, mas, como os metamorfos voltaram à cena, tudo pode não
passar de um engodo dos roteiristas. O Broyles alternativo parece ser
um metamorfo. O sinistro David Robert Jones, revelou o episódio,
parece estar a serviço de Nina Sharp. A Elizabeth alternativa, antes
uma neurótica que sofria pela perda do filho, misteriosamente,
atravessou o portal e veio consolar e aconselhar Walter. E o Peter? O
rapaz tomou para si a responsabilidade de enfrentar Jones fazendo
pose de herói e tudo o mais.
As
informações foram despeajdas e a trama embolou um pouco. Espero
respostas, muitas respostas nos próximos episódios. Para terminar,
uma inferência sobre o título do episódio, “Inimigo do Meu
Inimigo”: o Walternativo pode estar dando uma de bonzinho porque
Jones é inimigo comum entre ele e a outra dimensão. Algo como:
“vamos trabalhar juntos para eliminar o nosso inimigo”.
Ficha
Direção:
Joe
Chappelle
Exibição(EUA):
20 de Janeiro de 2012
MAURITZSTADT, MAURICÉIA, OU APENAS SÍNDROME DE ESTOCOLMO?
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
- By ED CAVALCANTE
-
1 comment
Marcadores:
MAURÍCIO DE NASSAU
,
MAURITZSTADT
A
história de Pernambuco, sobretudo da cidade do Recife, está
intimamente ligada à vida do navegador germânico Johann Moritz von
Nassau-Siegen, o Maurício de Nassau. De linhagem nobre, foi conde
ainda na época do Sacro Império Romano Germânico e, após a formação da Confederação Germânica
(1674), príncipe de Nassau-Siegen. Tinha forte formação
militar mas, diferentemente dos combatentes da sua época, conservou
a formação religiosa e o apreço pela arte, sobretudo a
arquitetura. Sua inclinação calvinista e a necessidade de prover
recursos para bancar seus sonhos arquitetônicos o levaram a aceitar
o convite da Companhia das Índias Ocidentais para administrar os
territórios holandeses conquistados no Brasil.
Foi num
23 de janeiro como hoje, que Maurício de Nassau desembarcou no porto
do Recife. Sua comitiva refletia sua formação humanistica, muito mais
que a militar. Era composta por arquitetos, cientistas, gravuristas,
médicos e religiosos. Diferentemente dos portugueses, que impuseram o
credo católico, Nassau propagou a liberdade religiosa estabelecendo
uma relação amistosa com os nativos e estrangeiros que aqui viviam. O Recife passou por um rápido período de modernização e se tornou
uma das cidades mais importantes das Américas. Nassau tornou-se um
mito no imaginário dos pernambucanos. Recife conserva até os dias
de hoje traços da cultura holandesa e mantém uma relação
histórica tão íntima com os Países Baixos que muitos estudiosos, numa analogia com a
psicologia, afirmam ser uma manifestação do que eles chamam de
“Síndrome de Estocolmo”, o sentimento de apreço que o dominado
sente pelo dominador.
O
Instituto Ricardo Brenand, espetacular museu iconográfico do
Recife, reúne uma coleção original de obras dos pintores Franz Post e Alber Eckhout, ambos da comitiva de Nassau. A
cidade do Recife em ensaios poéticos e em várias publicações
históricas locais é chamada de “Mauricéia” ou “Mauritzstadt”,
uma referência a influencia de Maurício de Nassau. Fora isso,
tem as coincidências naturais: a cidade do Recife é cercada por
canais, tem uma geografia idêntica a da cidade de Amsterdã, que
vive em constante luta para fugir do avanço das águas.
Há
alguns anos, a empresa de saneamento do Recife fazia escavações no
Recife Antigo e descobriu uma sequência de diques construídos na
época dos holandeses. A obra tinha o mesmo propósito dos famosos
pôlderes holandeses: conter o avanço do mar. O local acabou virando
um museu a céu aberto alimentando mais ainda a mística dos
holandeses. São 375 anos de uma história que a maioria dos
recifenses adora relembrar e alguns adoram rechaçar. Seja como for,
é uma bela história.
MORRE JIMMY CASTOR, PIONEIRO DO FUNK
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
- By ED CAVALCANTE
-
0 comments
Não
é só no Brasil que os grandes artistas morrem no esquecimento. No
último dia 16, aos 71 anos, morreu Jimmy Castor,
uma lenda do funk de raiz. James Wolton Castor, era saxofonista e
integrou o grupo “Jimmy
Castor Bunch” emplacando vários hits como "Troglodyte (Cave
Man)" e “The Everything Man”. O legado de Jimmy serviu
de influencia para a disseminação do funk e da soul music pelo
mundo, inclusive no Brasil. Artistas como Tony Tornado, Chico Science
e Tim Maia foram fortemente influenciados por ele.
Segundo
as agências de notícias, Jimmy Castor, apesar da fama, morreu pobre
e esquecido. Enfrentava dificuldades financeiras e não conseguia mais
espaço na mídia americana. Abaixo, o espetacular vídeo da música
“It's Just Begun”, uma verdadeira aula de soul. Regozijem-se:
ELIS DEVERIA TER SIDO MINHA FILHA
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
- By Arquivo Coral
-
1 comment
Marcadores:
Elis Regina
No
exato momento em que escrevo esse post, estou contemplando Elis no
“Arquivo N” da Globo News. Uma série de vídeos e depoimentos da
grande estrela da emepebê. Conheci – musicalmente falando, claro –
Elis na adolescência. No final da década 70, na rua em que eu
morava, tinha um grupo de jovens (um pouco mais velhos que eu) que
curtia o que eles chamavam na época de “música altamente” ou
“música cabeça”. Elis Regina era figura carimbada. Aquelas
imagens em preto e branco dela cantando "Ponteio", ou a lendária
interpretação de “Águas de Março” junto com Tom, os dois
brincando com um standard da emepebê. Inesquecível!
E
o que ela tinha de diferente? Depois de sua morte, em 19 de janeiro
de 1982, o mito cresceu bastante, é certo. Entretanto, no auge da
sua carreira, muitos já apontavam Elis como a grande interprete de
todos os tempos da emepebê. Ela era teatral, não era só uma
interpretação vocal. Somatizava as histórias cantadas alterando,
num mesmo espetáculo, felicidade e tristeza num estalar de dedos. Eu
gostava tanto dela que sonhava em ser pai de uma menina que se
chamaria “Elis”. Quando minha primeira filha nasceu, acabei não
realizando esse sonho porque minha ex-esposa não gostava do nome.
Resolvi a questão batizando minha filha com o nome de Thais, que
rima com Elis.
Hoje,
exatamente, está fazendo trinta anos que ela se foi. Para relembrá-la - e ao mesmo tempo exorcizar esse momento atual da “música”
brasileira - escolhi uma canção bastante significativa da carreira
dela: “Para Lennon e McCartney”, de Milton Nascimento. Essa
canção é meio que um hino da minha adolescência. Regozijem-se:
FRINGE 4x08 – BACK TO WHERE YOU'VE NEVER BEEN
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
- By ED CAVALCANTE
-
0 comments
Marcadores:
Fringe
,
Fringe 4x08
O retorno de Fringe não me empolgou muito, esperava um pouco mais do episódio. O interessante é que, finalmente, foi apresentado um porquê relevante para a introdução desse “Peter” rejeitado na dimensão real. O episódio serviu para construir a historinha que colocou frente à frente ele e o Walternativo.
Peter pediu ajuda a Olivia para cruzar o portal e tentar encontrar o caminho de volta para a sua dimensão. A descoberta desse caminho, segundo ele, só seria possível com a ajuda do Walternativo. Olivia fingiu concordar e bolou um plano para colher informações sobre a máquina que provocou o cruzamento entre as duas dimensões. O Lincoln da dimensão real cruzou o portal junto com Peter.
O universo alternativo serviu como cenário para quase todo o episódio. Logo que chegaram do outro lado, Peter e Lincoln foram capturados. Um dos agentes, era um transmorfo infiltrado e tentou matar os dois. Peter reagiu e acabou se aproveitando da situação. Percebeu a farsa de Lincoln e o usou para escapar do FBI.
A saga de Peter tentando encontrar o caminho de volta para o seu mundo lembrou, em muito, a premissa do clássico desenho “Caverna do Dragão”. Nesse contexto o Walternativo é uma espécie de “Mestre dos Magos”. Depois de conversar com Elizabeth, o correspondente alternativo da sua mãe, Peter acabou ficando cara a cara com o Walternativo. Num breve teatrinho, o velho eliminou um cientista, na verdade um transmorfo, e fez parecer que ele era infiltrado e o Walternativo estava contra ele. Pouco convincente, mas Peter acreditou. Os dois selaram um acordo: Peter o ajudaria com informações do universo real em troca da volta para o seu mundo.
O final do episódio mostrou ainda duas revelações:
*O Broyles alternativo está mancomunadoo com os transmorfos, acabou dedurando Olivia e Lincoln com um telefonema.
*O Observador apareceu, com um buraco de bala no peito, só para revelar à Olivia que ela deveria morrer seja em qual fosse o mundo. Sinistro! No geral, achei que o episódio ficou devendo.
Ficha
Escrito por: David Fury & Graham Roland
Direção: Jeannot Szwarc
Exibição (EUA): 13 de Janeiro de 2012
Peter pediu ajuda a Olivia para cruzar o portal e tentar encontrar o caminho de volta para a sua dimensão. A descoberta desse caminho, segundo ele, só seria possível com a ajuda do Walternativo. Olivia fingiu concordar e bolou um plano para colher informações sobre a máquina que provocou o cruzamento entre as duas dimensões. O Lincoln da dimensão real cruzou o portal junto com Peter.
O universo alternativo serviu como cenário para quase todo o episódio. Logo que chegaram do outro lado, Peter e Lincoln foram capturados. Um dos agentes, era um transmorfo infiltrado e tentou matar os dois. Peter reagiu e acabou se aproveitando da situação. Percebeu a farsa de Lincoln e o usou para escapar do FBI.
A saga de Peter tentando encontrar o caminho de volta para o seu mundo lembrou, em muito, a premissa do clássico desenho “Caverna do Dragão”. Nesse contexto o Walternativo é uma espécie de “Mestre dos Magos”. Depois de conversar com Elizabeth, o correspondente alternativo da sua mãe, Peter acabou ficando cara a cara com o Walternativo. Num breve teatrinho, o velho eliminou um cientista, na verdade um transmorfo, e fez parecer que ele era infiltrado e o Walternativo estava contra ele. Pouco convincente, mas Peter acreditou. Os dois selaram um acordo: Peter o ajudaria com informações do universo real em troca da volta para o seu mundo.
O final do episódio mostrou ainda duas revelações:
*O Broyles alternativo está mancomunadoo com os transmorfos, acabou dedurando Olivia e Lincoln com um telefonema.
*O Observador apareceu, com um buraco de bala no peito, só para revelar à Olivia que ela deveria morrer seja em qual fosse o mundo. Sinistro! No geral, achei que o episódio ficou devendo.
Ficha
Escrito por: David Fury & Graham Roland
Direção: Jeannot Szwarc
Exibição (EUA): 13 de Janeiro de 2012
NADA MUDOU
sábado, 14 de janeiro de 2012
- By ED CAVALCANTE
-
2
comentários
Marcadores:
Estação Central do Recife
Ontem passei em frente a Estação Central do Recife e pude verificar que tudo continua na mesma, tapumes cercando a obra interminável do “centro cultural” que nunca chega. Aliás, percebi uma mudança: decoraram os tapumes com motivos de xilogravura um recurso visual mais agradável do que a fria cerca de madeirite que protegia a obra. Seja como for, o histórico prédio continua fechado e ninguém se pronuncia sobre o assunto.
O PERNAMBUCO ILUMINISTA DE FREI CANECA
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
- By ED CAVALCANTE
-
0 comments
O iluminismo serviu de alicerce para todo e qualquer movimento voltado à promoção da igualdade social e à liberdade. “O indivíduo só é verdadeiramente livre quando se liberta das trevas da ignorância”, pregavam os iluministas franceses. Essas ideias ganharam o mundo e chegaram até o Brasil. Aportaram na província de Pernambuco que tornou-se, desde então, palco de várias revoltas libertárias.
Primeiro foi a Revolução Pernambucana ocorrida em 1817, os maçons disseminaram as ideias iluministas na província e o absolutismo da coroa portuguesa começou a ser contestado. O movimento foi rechaçado duramente. A Província de Pernambuco foi esfacelada e perdeu a tutela do Rio Grande, Paraíba e Ceará que passaram a ser autônomas. As perdas materiais foram enormes, mas os revoltosos ajudaram a propagar o sentimento nativista.
E 1824 um outro movimento revolucionário, também com raízes iluministas, ganhou força em Pernambuco, a Confederação do Equador, como ficou conhecido, tinha um caráter emancipacionista e defendia a implantação da República. Assim como no movimento de 1817, o absolutismo português era o principal motivo da revolta. Liderados por Frei Caneca e Manuel de Carvalho Paes de Andrade, o bloco republicano de Pernambuco era contrário a forte centralização proposta pela Constituição de 1824. Os ares da República brasileira ganharam força, ironicamente, nesse movimento separatista.
Não vou me alongar aqui reproduzindo o que os livros – e os sites de busca – podem fornecer a qualquer um. O motivo desse post é, única e tão somente, destacar a figura de um grande pernambucano: Frei Caneca. Ele era mais que um religioso esse, aliás, é o detalhe menos citado da sua conturbada vida. Foi jornalista atuante do “Typhis Pernambucano” semanário fundado por ele que circulou entre 1823 e 1824 tendo 29 exemplares publicados e preservados até hoje. Frei Caneca usava o jornal para divulgar suas ideias libertárias. Participou ativamente da Revolução Pernambucana e da Confederação do Equador. Pagou com a vida por defender a liberdade do povo pernambucano e brasileiro.
No dia 13 de janeiro de 1825 Frei Caneca foi fuzilado numa muralha do Forte das Cinco Pontas. Tornava-se então, definitivamente, livre. Meus respeitos!
Primeiro foi a Revolução Pernambucana ocorrida em 1817, os maçons disseminaram as ideias iluministas na província e o absolutismo da coroa portuguesa começou a ser contestado. O movimento foi rechaçado duramente. A Província de Pernambuco foi esfacelada e perdeu a tutela do Rio Grande, Paraíba e Ceará que passaram a ser autônomas. As perdas materiais foram enormes, mas os revoltosos ajudaram a propagar o sentimento nativista.
E 1824 um outro movimento revolucionário, também com raízes iluministas, ganhou força em Pernambuco, a Confederação do Equador, como ficou conhecido, tinha um caráter emancipacionista e defendia a implantação da República. Assim como no movimento de 1817, o absolutismo português era o principal motivo da revolta. Liderados por Frei Caneca e Manuel de Carvalho Paes de Andrade, o bloco republicano de Pernambuco era contrário a forte centralização proposta pela Constituição de 1824. Os ares da República brasileira ganharam força, ironicamente, nesse movimento separatista.
Não vou me alongar aqui reproduzindo o que os livros – e os sites de busca – podem fornecer a qualquer um. O motivo desse post é, única e tão somente, destacar a figura de um grande pernambucano: Frei Caneca. Ele era mais que um religioso esse, aliás, é o detalhe menos citado da sua conturbada vida. Foi jornalista atuante do “Typhis Pernambucano” semanário fundado por ele que circulou entre 1823 e 1824 tendo 29 exemplares publicados e preservados até hoje. Frei Caneca usava o jornal para divulgar suas ideias libertárias. Participou ativamente da Revolução Pernambucana e da Confederação do Equador. Pagou com a vida por defender a liberdade do povo pernambucano e brasileiro.
No dia 13 de janeiro de 1825 Frei Caneca foi fuzilado numa muralha do Forte das Cinco Pontas. Tornava-se então, definitivamente, livre. Meus respeitos!
LIMINHA, O PRODUTOR MUTANTE
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
- By ED CAVALCANTE
-
1 comment
Parte da minha formação musical vem da contestada década de 80. Testemunhei o ressurgimento (para muitos, o nascimento) do rock brasileiro naquela efervescência de bandas e festivais. Consumíamos não só a música, mas as informações contidas nos discos. Álbuns com encartes eram sinônimo de produção elaborada. Até o início da década de 80, esse libreto de informações era um luxo conferido apenas aos grandes astros. O “Secos & Molhados” foi a primeiro grupo a lançar um disco com encarte contendo letras e informações técnicas, me dizia sempre o amigo fiel Hezinho Jr.
Pois bem, o que me intrigava, já na década de 80, era o fato de quase todos os discos que nós ouvíamos, traziam o nome de Liminha como produtor e também como músico. Não existia internet e só descobrimos detalhes da vida desse agitador cultural nas matérias publicadas na Bizz, que líamos mensalmente. Liminha era uma espécie de “marca registrada”. Sua contribuição no pop rock brasileiro começou nos “Mutantes”, banda da qual fez parte entre 1969 e 1974, tocando baixo e cantando.
Sua estreia na área de produção, em 1977, foi como diretor de estúdio num disco clássico da black music brasileira: “Maria Fumaça”, da Banda Black Rio. A partir de então transitou como produtor e músico em discos importantíssimos da emepebê e do pop rock. Produziu o disco de estreia das Frenéticas (1977), produziu também discos de Elis Regina, João Gilberto, Raul Seixas, todos os discos de Gilberto Gil , os três melhores discos de Lulu Santos -Tempos Modernos (1982), Ritmo Moderno (1983) e Tudo Azul (1984) – e ajudou a reescrever a história do rock brasileiro produzindo (e em muitos deles, tocando) os principais discos dos Titãs, Paralamas do Sucesso, Ira, Ultraje a Rigor, O Rapa, Barão Vermelho, Gabriel o Pensador e Erasmo Carlos.
A música pernambucana não ficou de fora da veia criativa do músico e produtor Liminha. Foi ele o responsável pela produção do primeiro disco de Chico Science e Nação Zumbi. Segundo o próprio Chico, Liminha ficou fascinado com a musica dele e mostrava a gravação a vários artistas importantes dizendo que a música que Chico fazia era moderna, não usava bateria. Liminha tinha anos de estrada, mas, confessaria mais tarde, aprendeu com a música de Chico. Chico também aprendeu com Liminha e o resultado dessa simbiose seria verificado no disco “Afrociberdelia”.
Está em fase de produção, um documentário sobre a trajetória vitoriosa de Liminha como músico e, principalmente, como produtor. Histórias para contar ele tem muitas, certamente os nomes importantes com quem ele trabalhou ao longo da sua carreira contribuirão bastante para enriquecer esse registro de vida. Parabéns, Arnolpho Lima Filho, parabéns, Liminha!
Pois bem, o que me intrigava, já na década de 80, era o fato de quase todos os discos que nós ouvíamos, traziam o nome de Liminha como produtor e também como músico. Não existia internet e só descobrimos detalhes da vida desse agitador cultural nas matérias publicadas na Bizz, que líamos mensalmente. Liminha era uma espécie de “marca registrada”. Sua contribuição no pop rock brasileiro começou nos “Mutantes”, banda da qual fez parte entre 1969 e 1974, tocando baixo e cantando.
Sua estreia na área de produção, em 1977, foi como diretor de estúdio num disco clássico da black music brasileira: “Maria Fumaça”, da Banda Black Rio. A partir de então transitou como produtor e músico em discos importantíssimos da emepebê e do pop rock. Produziu o disco de estreia das Frenéticas (1977), produziu também discos de Elis Regina, João Gilberto, Raul Seixas, todos os discos de Gilberto Gil , os três melhores discos de Lulu Santos -Tempos Modernos (1982), Ritmo Moderno (1983) e Tudo Azul (1984) – e ajudou a reescrever a história do rock brasileiro produzindo (e em muitos deles, tocando) os principais discos dos Titãs, Paralamas do Sucesso, Ira, Ultraje a Rigor, O Rapa, Barão Vermelho, Gabriel o Pensador e Erasmo Carlos.
A música pernambucana não ficou de fora da veia criativa do músico e produtor Liminha. Foi ele o responsável pela produção do primeiro disco de Chico Science e Nação Zumbi. Segundo o próprio Chico, Liminha ficou fascinado com a musica dele e mostrava a gravação a vários artistas importantes dizendo que a música que Chico fazia era moderna, não usava bateria. Liminha tinha anos de estrada, mas, confessaria mais tarde, aprendeu com a música de Chico. Chico também aprendeu com Liminha e o resultado dessa simbiose seria verificado no disco “Afrociberdelia”.
Está em fase de produção, um documentário sobre a trajetória vitoriosa de Liminha como músico e, principalmente, como produtor. Histórias para contar ele tem muitas, certamente os nomes importantes com quem ele trabalhou ao longo da sua carreira contribuirão bastante para enriquecer esse registro de vida. Parabéns, Arnolpho Lima Filho, parabéns, Liminha!
AV CONDE DA BOA VISTA OBSERVADA DO ALTO DA PASSARELA DO SHOPPING BOA VISTA
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
- By ED CAVALCANTE
-
0 comments
Marcadores:
AV CONDE DA BOA VISTA
CENSURA À MODA BRASILEIRA
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
- By ED CAVALCANTE
-
0 comments
Ontem vi pela tevê que a escola de samba carioca, Beija-Flor, vai homenagear seu ex- carnavalesco, “Joãozinho Trinta”, falecido em Dezembro passado. A escola vai reeditar o “Cristo Mendigo”, censurado em 1989. Desta feita, a estátua desfilará sem o pano negro. O segredo que a retirada do pano negro revelará é guardado a sete chaves. O interessante nessa história é que a censura a Joaozinho aconteceu numa época em que a redemocratização era muito celebrada. O veto à alegoria da Beija-flor foi uma intervenção religiosa, não teve caráter político. O Cristo de Joãozinho contrariou algum ponto do Índex da Igreja.
O Brasil teve outros exemplos de espasmos de censura em tempos de redemocratização. Em 1985, o filme “Je Vous salue, Marie”, de Jean-Luc Godard, uma das atrações do Fest Rio daquele ano, teve sua exibição vetada por pressão da CNBB. Mais uma vez a força da Igreja Católica, apoiada pela hipocrisia do poder público da época, cerceou uma obra artística. O filme foi exibido para pequenos grupos que peitaram a decisão da justiça mas, na prática, ficou de fora da mostra retrospectiva, em homenagem a Godard, planejada para o Fest Rio de 1985.
O Brasil teve outros exemplos de espasmos de censura em tempos de redemocratização. Em 1985, o filme “Je Vous salue, Marie”, de Jean-Luc Godard, uma das atrações do Fest Rio daquele ano, teve sua exibição vetada por pressão da CNBB. Mais uma vez a força da Igreja Católica, apoiada pela hipocrisia do poder público da época, cerceou uma obra artística. O filme foi exibido para pequenos grupos que peitaram a decisão da justiça mas, na prática, ficou de fora da mostra retrospectiva, em homenagem a Godard, planejada para o Fest Rio de 1985.
Vinte e cinco anos depois, mais um evento de censura aconteceu no Rio de Janeiro. Dessa vez pela força de um partido político. Numa ação movida pelo DEM, o filme sérvio “A Serbian Film – Terror Sem Limites”, teve sua exibição vetada. A juíza Katerine Jatahy Nygaard, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, acatou a ação que alegava que o filme fazia apologia a crimes contra a criança e a pedofilia. O fato é que a obra foi censurada. O inalienável direito de escolher, coisa elementar em qualquer sociedade que se diz organizada, foi cerceado.
O mais absurdo é que essas intervenções do poder instituído não aconteceram em momentos em que o Brasil vivia sob a tutela de um regime ditatorial. Essa é uma censura que segue entranhada no modelo de democracia que o Brasil vem (des)construindo desde 1985, quando os militares saíram de cena. E por falar em ditadura, na última terça feira (3), desembarcou em Pernambuco o padre Victor Miracapillo, que teve seu visto renovado depois de trinta e dois anos do seu desterro. Em 1980, quando era pároco de Ribeirão, cidade da mata sul de Pernambuco, o padre Miracapillo recusou-se a celebrar uma missa em homenagem ao dia da independência do Brasil. Um movimento encabeçado pelo ex-deputado federal (atual prefeito do município de João Alfredo) Severino Cavalcanti, resultou na expulsão do padre Victor do Brasil.
Ontem a noite, de volta à cidade de Ribeirão, o padre Victor celebrou uma missa em homenagem a decisão do Ministério da Justiça que revalidou o seu visto. A censura teima em permanecer viva na sociedade brasileira, mas a revogação de atos extremos como a expulsão do padre Victor, serve de alento para acreditarmos que algum dia, talvez, o direito de escolha seja exercido sem a intervenção do Estado.
O mais absurdo é que essas intervenções do poder instituído não aconteceram em momentos em que o Brasil vivia sob a tutela de um regime ditatorial. Essa é uma censura que segue entranhada no modelo de democracia que o Brasil vem (des)construindo desde 1985, quando os militares saíram de cena. E por falar em ditadura, na última terça feira (3), desembarcou em Pernambuco o padre Victor Miracapillo, que teve seu visto renovado depois de trinta e dois anos do seu desterro. Em 1980, quando era pároco de Ribeirão, cidade da mata sul de Pernambuco, o padre Miracapillo recusou-se a celebrar uma missa em homenagem ao dia da independência do Brasil. Um movimento encabeçado pelo ex-deputado federal (atual prefeito do município de João Alfredo) Severino Cavalcanti, resultou na expulsão do padre Victor do Brasil.
Ontem a noite, de volta à cidade de Ribeirão, o padre Victor celebrou uma missa em homenagem a decisão do Ministério da Justiça que revalidou o seu visto. A censura teima em permanecer viva na sociedade brasileira, mas a revogação de atos extremos como a expulsão do padre Victor, serve de alento para acreditarmos que algum dia, talvez, o direito de escolha seja exercido sem a intervenção do Estado.
Assinar:
Postagens (Atom)
if (myclass.test(classes))
{ var container = elem[i];
for (var b = 0; b < container.childNodes.length; b++)
{
var item = container.childNodes[b].className;
if (myTitleContainer.test(item))
{
var link = container.childNodes[b].getElementsByTagName('a');
if (typeof(link[0]) != 'undefined')
{
var url = link[0].href;
var title = link[0].innerHTML;
}
else
{
var url = document.url;
var title = container.childNodes[b].innerHTML;
}
if (typeof(url) == 'undefined'|| url == 'undefined' ){
url = window.location.href;
}
var singleq = new RegExp("'", 'g');
var doubleq = new RegExp('"', 'g');
title = title.replace(singleq, ''', 'gi');
title = title.replace(doubleq, '"', 'gi');
}
if (myPostContent.test(item))
{
var footer = container.childNodes[b];
}
}
var addthis_tool_flag = true;
var addthis_class = new RegExp('addthis_toolbox');
var div_tag = this.getElementsByTagName('div');
for (var j = 0; j < div_tag.length; j++)
{
var div_classes = div_tag[j].className;
if (addthis_class.test(div_classes))
{
if(div_tag[j].getAttribute("addthis:url") == encodeURI(url))
{
addthis_tool_flag = false;
}
}
} if(addthis_tool_flag)
{
var n = document.createElement('div');
var at = " ";
n.innerHTML = at;
container.insertBefore(n , footer);
}
}
}
return true;
};
document.doAT('hentry');