
Por conta da minha incredulidade, vez ou outra tenho discussões homéricas com amigos que tentam me converter a essa ou àquela religião. Passo sempre ao largo. Agora quando o assunto é História da Religião, mergulho de cabeça! Uso, no Orkut, o pseudônimo “Templário Demolay” porque sou um aficionado da história desses cavaleiros. Outro assunto que me atrai são os Concílios. A igreja Católica foi construída a partir dessas reuniões de bispos ao longo dos séculos. No Primeiro Concílio de Nicéia (papa São Silvestre I), realizado em 325, discutiram se Jesus Cristo era uma figura etérea (divina) ou de natureza humana. A mesma discussão foi levantada no Primeiro Concílio de Constantinopla (papa São Dâmaso I), em 381. Em 431, foi realizado o Primeiro Concílio de Éfeso (papa São Celestino I) que teve como resultado a condenação, por heresia, do monge Nestório, patriarca de Constantinopla. Nesse Concílio também foi decidido que Maria, mãe de Jesus, também era mãe de Deus.
A natureza de Jesus Cristo também foi discutida no Concílio de Calcedônia (papa São Leão I, o Magno), realizado em 451. Nele, a doutrina do Monofisismo (Jesus seria apenas de natureza divina) foi repudiada e a dualidade de Jesus (humano e divino) foi declarada. Ele passou a ser aceito como a segunda pessoa da Santíssima Trindade. No Segundo Concílio de Constantinopla (Papa João II) realizado em 533, três teólogos nestorianos (contrários ao monofisismo), Teodoro de Mopsuéstia, Teodoreto de Ciro e Ibas de Edessa, tiveram os seus escritos condenados por pressão de religiosos monofisitas.
Como podemos notar, os Concílios Ecumênicos da Igreja Católica eram tribunais onde idéias e dogmas eram confirmados ou negados. Entretanto, em muitos casos, o poder político se sobrepôs ao credo. No Terceiro Concílio de Constantinopla (papa Santo Agatão) realizado em 680-681, o Monotelismo (teoria que pregava que em Jesus só existia a vontade divina) foi condenado. Esse foi o último Concílio que tratou de temas ligados à natureza de Jesus Cristo. A Igreja Católica construiu a partir daí imagem do messias que seria defendida ao longo dos séculos. Religião e política entraram em conflito em mais 15 Concílios que serão descritos aqui em mais dois posts. Minha intenção é meramente informativa, não professo nenhum credo (como esclareci no início do texto).
Comments
9 Responses to “OS CONCÍLIOS E O NASCIMENTO DA IGREJA CATÓLICA – PRIMEIRA PARTE”
Adorei o post .. é a 1ª vez que venho ai seu blog e gostei muito .. temas pra lá de interessante ..
abç.
*
*
http://www.analucianicolau.adv.br
essa história eu conhecia, li no código da vinci e depois dei mais uma pesquisada para saber mais
é tanto tempo que a igreja católica tai que agente nem acaba se questionando sobre sua origem... somos farinhas do mesmo saco, incrédulos mas fascinados por história.
adorei o blog
eu leio e penso: Cruzadas!
Gostava de saber mais coisas sobre um certo concílio ou reunião em Macon creio que no séc. IV onde foi discutido se as mulheres tinham alma ...porque se não tinham não pecavam e acho que nunca pecam
O que sempre me assustou foi a pretensão da igreja determinar sobre Deus, decidir sobre Jesus, etc. e o que era pior: decidir sobre a vontade ou a vida das pessoas como no tempo da inquesição. As igrejas são como a fábula: "... e a caravana passa. A caravana é Jesus.
Além disso é muito bom seu blog. Muito esclarecedor.
Procurei em várias fontes mas ainda nao obtive um resultado convincente a respeito do resultado do primeiro concilho de niceia.Jesus foi cosiderado santo com diferennça de quantos votos?
Obrigado pela informção. Mas gostaria de um esclarecimento, em que Concílio entrou a questão de Ário, sobre que Jesus era apenas filho de Deus e não o próprio Deus, e o que deu origem à doutrina da Trindade! Pode esclarecer-me por favor?
Foi no concílio de Nicéia http://www.jornaliadoed.com.br/search/label/CONC%C3%8DLIOS
Postar um comentário