
“Vou não, quero não, posso não, minha mulher não deixa não”, essa pérola de verso ecoa pelos quatro cantos da cidade e é um mega-hit dos insuportáveis celulares do metrô. Mas não é só isso, disputando (no mesmo volume) com os celulares tem os vendedores de balas, pipocas, tem os pregadores religiosos e os pedintes com discursos decorados.
Para cada uma dessas agressões sonoras, existe uma justificativa sentimental que, em geral, se sobrepõe a razão. “É melhor pedir do que roubar”, “Eu estou trazendo a palavra de Deus”, “Compre um pra me ajudar” e por aí vai. Sorte que o meu trajeto é curto, apenas seis estações. Imagino o sofrimento de quem pega o metrô no ponto inicial e desce no centro. Tortura!
Por essas e outras que estou propondo nesse breve post a canonização de Bernhard Grill, Karl-Heinz Brandenburg, Thomas Sporer, Bernd Kurten e Ernst Eberlein, os pais do mp3. Parece ironia, afinal, os celulares insuportáveis se utilizam dessa tecnologia, mas, assim com eu, muitos são salvos do "inferno" com um simples fone de ouvido. E tenho dito!
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2 Responses to “OS SONS DO METRÔ E UM PEDIDO DE CANONIZAÇÃO”
De fato. É incrível a falta de cimancômetro (cimancól) dos usuários de coletivos. Não apenas o metrô, mas nos ônibus o povo também abusa da paciência alheia ouvindo rádios, mp3, até TV já vi, em seus celulares em alto volume, como se não tivesse ninguém ao lado, ou como se tivessem e quisessem ouvir também música. Ou, nas pior das hipóteses (e popularmente) para se "amostrar", como quem está dizendo.. "olha, eu também posso ter um desses...". É incrível! Nos tempos dos walkmans todos lembravam do seu fone de ouvido, hoje parece que esquecem sempre em casa!
É UMA PRAAAAAAAAAAAGA! AGORA NÓS É QUE NAO PODEMOS ESQUECER O NOSSO FONE DE OUVIDO! KKKK
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