AS BIBLIOTECAS E O GOOGLE


Uma triste constatação facilmente verificada na maioria das escolas públicas, é o total desprezo que as instituições têm para com suas bibliotecas. Na verdade, de bibliotecas elas só têm o nome. A maioria funciona como depósito (desorganizado) de livros didáticos. Um ambiente, que num passado bem próximo, era um dos espaços mais disputados das escolas, caiu no ostracismo total.

Nas duas unidades de ensino em que trabalho, ambas públicas, as bibliotecas inexistem. Os motivos para esse total descaso são muitos: falta de interesse dos alunos, falta de títulos disponíveis e o principal: a desleal concorrência com o Google. Diriam os puritanos: “Mas por que um site de busca estaria aniquilando as bibliotecas?” Ora, na escola, a principal função das bibliotecas é – ou era – dar suporte as pesquisas. Hoje em dia, qual aluno pesquisa em livros? O imediatismo do Google e as facilidades do “Ctrl-C Ctrl-V” seduzem os aspirantes a pesquisadores.

A internet é um campo minado para o pesquisador despreparado. As armadilhas das wikimídias têm produzido uma espécie de “pseudopesquisador” que limita-se a ler o título e o primeiro parágrafo dos textos. Seduzidos por uma percepção primária que se prende, apenas, a beleza e detalhes das páginas, acabam por reproduzir  textos sem fundamentação científica. Pior: muitos, deliberadamente, ignoram a propriedade alheia e assinam textos de terceiros que são maquiados e apresentados com se originais fossem.

Não sou do tipo saudosista que ignora as benesses da internet, aliás, estou concluindo uma especialização na área de mídias que trata justamente desse assunto. O grande lance é a adequação do tradicional com o novo e lembrar que a biblioteca, além da pesquisa, tem a função do entretenimento, a leitura por prazer. O resgate desse hábito perdido tem que ter a participação ativa das instituições de ensino e dos professores. Recentemente fui surpreendido, numa capacitação, com um maravilhoso sarau em homenagem a Machado de Assis. A atividade, que envolvia professores do projeto Travessia, teve um resultado tão bom que voltei a ter esperanças de que nem tudo está perdido.

Comments

5 Responses to “AS BIBLIOTECAS E O GOOGLE”

19 de agosto de 2011 às 13:09

Ed, perfeito o post.
Nada está perdido.
Perdido está a falta de interesse dos responsáveis em organizar e promover uma biblioteca descente e atual em suas instituíções desenvolvendo o interesse do aluno nos livros.
Poderiam promover também, peças de teatros, dinâmicas, entre outros, dentro da própria biblioteca, aguçando assim o interesse das crianças e adolescentes pela leitura. Entre muitas outras opções.
Fiz meu TCC como tem: "A importância da biblioteca nas escolas".
Qualquer dia desses faço um resumo lá no blog.
Xeros

ED CAVALCANTE disse...
19 de agosto de 2011 às 23:13

Continuo acreditando, Ana. Sou um amante dos livros. por falar nisso, esse ano tem bienal!

Sidclay disse...
20 de agosto de 2011 às 17:21

Lembro da série Star Trek que pretendendo pensar como seria o futuro da humanidade já antencipava o iPad, mas os humanos do futuro ainda manteriam o hábito de ler livros... acho que isso ainda vai ocorrer porque o mercado de livros está muito forte... é interessante que na contra-mão disso, as bibliotecas estejam perdendo espaço...

Adriano santos disse...
22 de agosto de 2011 às 10:31

Adorei a crítica professor. Acredito que seja o momento de questionar isto com os gestores. Um abraço, Adriano.

Elias José disse...
22 de agosto de 2011 às 10:31

A biblioteca física como a conhecíamos acabou mesmo. O mundo digital tornou o acesso mais fácil e barato. Resta, no entanto, os educadores estarem prontos para orientar os alunos como descobrir o universo digital, digamos, confiável.

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