Desde
que vi a tristíssima reportagem retratando a derrocada de Renato
Rocha, ex-baixista da Legião Urbana, que há cinco anos mora numa
calçada, que me pergunto como uma tragédia dessas pode acontecer
com uma pessoa pública, amada por muitos, com família -visivelmente
em condições da ajudar – e amigos de profissão? Vi uns
comentários na net tratando o assunto com algo normal. Eu devo ser,
então, de outro mundo, não entendo e não aceito uma coisa dessas
como normal.
Outra questão: achei as explicações dos ex-companheiros da Legião muito
burocráticas e cheias de reticências, entrelinhas. Dado, sisudo e
chato como sempre, parecia um lorde falando de um plebeu que no passado foi seu amigo. Bonfá fez uns comentários no twitter também
cheios de reticências. Sim, estou julgando, não é do meu feitio,
mas estou julgando esses caras, tenho esse direito, sou fã da Legião. É uma das bandas mais importantes da minha vida, devo muito
a eles – mais ao Renato, é certo – e escuto até hoje.
Ver
o Negrete nessa situação foi de cortar o coração. Foi como se
visse um amigo próximo sucumbindo. Também vi o Felipe Seabra (Plebe Rude) falando sobre
o assunto, o discurso foi o mesmo dos ex-integrantes da Legião:
Renato Rocha é “inajudável”. Se eu morasse no Rio de Janeiro
teria ido até aquela calçada verificar esse julgamento definitivo,
aparentemente imutável. Mas estou longe, muito longe, posso apenas
me indignar e escrever esse breve post que poucos lerão. Não me
calo mesmo assim. Sorte ao Renato e se ele for mesmo “inajudável”
como dizem seus burocráticos “amigos”, espero que mude, ainda há
tempo.
“O
que há de errado comigo
Não
consigo encontrar abrigo
Meu
país é campo inimigo
E
você finge que vê, mas não vê”
(A
Fonte – Dado, Bonfá e Renato)