“COTTON CANDY”, EM ALGUM LUGAR DA SESSÃO DA TARDE

Lá pelo início da década de 80, eu curtia minha adolescência sonhando em ser um astro do rock. Tinha um grupo de amigos, uma banda imaginária, o Glenardi, formada antes dos componentes aprenderem a tocar um instrumento. Uma verdadeira fábula.  Costumeiramente, nos reuníamos na minha casa para planejar como seria essa banda e aproveitávamos para ouvir música e escrever letras. Numa tarde qualquer dessa época, a Sessão da Tarde exibiu o filme, “Cotton Candy”, cujo enredo era, coincidentemente, muito parecido com a situação vivida por mim e meu grupo de amigos. O filme narrava as agruras de um grupo de adolescentes de Dallas que se aventurou no mundo do rock montando uma banda de garagem para participar de uma competição num shopping.
Dirigido por Ron Howard e estrelado pelo feioso Charles Martin Smith, o projeto nasceu de um piloto escrito para ser uma série de tevê rejeitado por falta de consistência do enredo. Ron Howard resolveu transformá-lo num filme para a tevê e acabou alcançando um relativo sucesso na NBC.

O filme, mesmo lançado em DVD, é uma peça rara nos sites de downloads e prateleiras de colecionadores.  Depois de Cotton Candy, a carreira de Ron Howard decolou e ele fez vários filmes de sucesso, entre eles “Splash” (1984), “Cocoon” (1985), “Willow” (1988), “Apollo 13” (1995), “Uma Mente Brilhante” (2001) – lhe rendeu o Oscar de melhor diretor – “O Código de Da Vinci” (2006), “Anjos e Demônios” (2009). Cotton Candy ficou no meu imaginário porque nos identificávamos com as alegrias e as tristezas da banda. Numa época em que o compartilhamento de vídeos não existia, nos contentávamos em gravar o áudio da tevê para ouvir os trechos musicais do filme. 
Merecem destaque: a ótima participação de LeslieKing como a baterista Brenda Matthews e o Charles Martin Smith, como o adorável vocalista nerd George. Abaixo, o vídeo da apresentação final da banda no concurso do shopping:
Ficha técnica do filme, clique aqui

CONHEÇA AS INCRÍVEIS MINIATURAS DE LORI NIX

Lori Nix é uma artista que, segundo ela própria, constrói as imagens para fotografar ao invés de procurá-las. Ela cria miniaturas, quase sempre de locais verdadeiros em estado de abandono.  Nem ela mesma consegue explicar essa fixação pelo tema.  

Segundo Nix, ela procura expressar emoções provocando seus fãs com beleza ou horror. E suas influências? A própria artista explica: Estou muito influenciada pela pintura de paisagem, particularmente do Rio Hudson, uma Escola de Pintura, que incluiu os artistas como Thomas Cole, Asher Brown Durand, Frederich Edwin, Martin Johnson, e o pintor romântico Casper David Friedrich. Cada um desses pintores possuía características do romantismo e do Sublime, que é capacidade de criar um estado de espírito e expressar emoções intensas através da beleza ou do horror”.

Lori Nix nasceu no Kansas, tem 45 anos. Estudou Cerâmica e Fotografia na Truman State University. Desde 1999 reside em Nova York onde produz suas obras. 

Para mais informações sobre o seu trabalho acesso o site oficial da artista clicando aqui. Abaixo, alguns de seus trabalhos:
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O TRISTE SHOW DO ROBERTO

Pois então, lá fui eu conferir o show do Rei Roberto Carlos no Arruda.  Mais ou menos eu já sabia o que me esperava, mas, em respeito ao que ele representa para a música popular brasileira, me aventurei na empreitada.  Acostumado a frequentar o Arruda em grandes jogos, senti-me num dia de clássico. Dessa vez, um clássico da mpb.

Encantou-me ver uma multidão de fãs, em romaria, seguindo para estádio. Nenhuma confusão, entrada tranquila, nesse quesito tudo funcionou como planejado. Pensei: “Por que em dia de jogo não é assim”? Fácil desvendar esse mistério: o público do Roberto é muito mais maduro do que o do futebol. Pouquíssimos adolescentes, logo, não tivemos os costumeiros atos inconsequentes cometidos pela garotada.

O Show: a primeira decepção foi com o som, de péssima qualidade e muito mal equalizado. Bateira se sobrepondo aos outros instrumentos, mas, esses detalhes técnicos desaparecem quando o show é bom. O danado é que o show do Roberto, há muito, não é bom. Ele subiu ao palco com quinze minutos de atraso – quase nada para os padrões de desrespeitos brasileiros - com a clássica “Emoções”.

Roberto estava sonolento e melancólico como sempre.  Ao contrário de outros grandes astros, ele envelheceu. Envelheceu na postura, no discurso, na forma de conduzir o show. Definitivamente, é um show para a velha guarda. O que salva o espetáculo é a imensa popularidade das canções. Todo mundo sabe cantar todas as músicas, nisso ele é insuperável. A plateia em coro, canta todas.

Outro detalhe que ficou claro: o discurso – melancólico, repito – do Roberto Carlos é padronizado. Na tevê, na Bahia, no Recife, na China, ele fala as mesmas coisas. Ele não interage com os “nativos”. Só pra dar um exemplo, ele falando do local do show: “Estou feliz de estar aqui no Arruda. É Arruda o nome do estádio, né?”. Um espetáculo gigantesco e ele nem tinha certeza do nome do estádio.


Lembremos-nos de Paul McCartney que se preocupou em pesquisar expressões locais, brincou com a plateia, sorriu, sorriu muito. Brincou com o calor da cidade. Mostrou vida. Roberto transmitiu uma imensa tristeza. Não me arrependi de ter ido, me arrependi de só ter ido agora. Roberto fez tantos shows no Recife e eu só fui quando ele ficou triste.

ABRIRAM A TAMPA DO ESGOTO

O assunto do momento é a tal da refinaria de Pasadena, um elefante branco estratosférico adquirido pela Petrobras em condições obscuras só agora reveladas.  O “só agora reveladas” é o que mais me incomoda. Não precisa ser um expert em negócios e negociatas para entender que uma mutreta com essas proporções não passa – não passa mesmo – despercebida numa empresa pública.

Fica claro que quem hoje levanta a bandeira da CPI, a oposição, sabia da existência dessa lambança financeira mas guardou a informação, como uma carta na manga, para usá-la na hora certa. E qual a hora certa no mundo da política? Claro, a hora das eleições. O período pré-eleitoral é o momento exato em que a tampa do esgoto é aberta. Cada eleição tem seu excremento máster, o desse ano é a refinaria de Pasadena.

Veremos “bons moços” saracoteando diante das câmeras, elucubrando, “misanceneando”, soltando o verbo em nome da moral e dos bons costumes. A grande pergunta é: “Por que não denunciaram antes?”. Há quem acredite na bondade desses caras? Há, claro que há, isso é o que mais nos irrita. Ainda existe quem acredite na bondade e na hombridade dessas raposas.

Tudo isso isenta o governo Dilma de culpa? Não, claro que não. Esse texto, que fique claro, não é um panfleto em defesa do Governo, como dirão alguns. Toda a falcatrua envolvendo a incompreensível compra dessa refinaria tem que ser exposta em detalhes. Que os culpados sejam punidos e que os falsos bons moços não tirem proveito do esgoto que jorra de Brasília.

OS MELHORES DO ANO (MEU EXERCÍCIO DE MASOQUISMO)

Foto: Divulgação Tv Globo
Pois então, domingo passado prostrei-me diante da tevê para assistir a festa dos “Melhores do Ano” da Globo. Sim, o prêmio foi restrito a emissora e a um punhado de atrações que transitam pelo Domingão do Faustão, o boquirroto mestre de cerimônias da festa. 

Quem assistia ao programa tinha uma certeza: Matheus Solano vai ser premiado melhor ator. Esse foi um prêmio merecido, toda a festa, aliás, valeu por essa premiação.  Masssss, tiveram as outras categorias. Deus do céu!  Ouvir Luan Santana “cantando” foi uma tortura, ouvir Faustão saudá-lo como melhor cantor do ano provocou uma dor no meu estômago. De que país nós estamos falando? 

O Brasil, com toda sua pluralidade cultural merecia uma premiação mais técnica, menos adolescente.  Mas quando essa premiação existia, quando pessoas que entendiam de música votavam, o programa passava, editado, no final da madrugada.  Era o Prêmio Sharp, que depois virou “Prêmio Tim” e deixou de existir em 2006.

O voto popular deve ser levado em consideração, mas não pode ser determinante. Quando isso acontece premia-se o modismo e não a qualidade. Os vilões acabam sendo prejudicados. Vanessa Giacomo teve um desempenho brilhante interpretando a vilã “Aline” mas perdeu o prêmio para a mocinha “Paloma”, que ganhou vida com a pífia interpretação de Paola Oliveira. O povo votou na boazinha.

O ponto mais bizarro da festa foi guardado para o final. A recauchutada Anita levou o prêmio de melhor canção do ano com “O Show das Poderosas”.  De nariz novo, bunda nova e peitos novos, ela deitou a falar um monte de besteiras e eu, feito um mané, não mudei de canal. Confesso que senti saudades do Troféu Imprensa, que é muito mais democrático e não tem o chato do Faustão. Aprendi!

O HIPER-REALISMO DAS ESCULTURAS DE RON MUECK

Ron Mueck é um escultor australiano especializado em imagens humanas super detalhas.  Além do incrível realismo, Mueck tem como marca registrada o tamanho das suas esculturas, quase sempre gigantes. A habilidade com as imagens esculpidas ele adquiriu em anos de trabalho para o cinema e a tevê onde criava modelos e marionetes para programas e filmes. Hoje, Ron Mueck é um artista plástico de renome internacional e suas exposições ocorrem como grandes eventos de arte.  De 19 de março à 01 de junho, as obras de Mueck serão expostas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Abaixo, alguns dos seus principais trabalhos.

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CANGURU HENDRIX


ARMADILHA DO FACE


O Face mudou e criou um mecanismo para manter os usuários “ON” por mais tempo. Quando a página fica aberta por um determinado tempo, os ícones da barra azul – onde se encontram as atualizações, configurações e botão “sair” – ficam ocultos. A lógica (deles), ao que parece, é que se vc não encontra o “sair”, permanece mais tempo. O danado é que muita gente acessa em computador público, na lan. Muitas páginas ficaram abertas e os intrusos farão a festa. Para os perfis que já estão com o novo formato, a dica é fechar o navegador e abrir o perfil em seguida que os ícones reaparecem, temporariamente, e você pode encerrar normalmente.

MAIS MÉDICOS (MELHORES)

Foto: Reprodução internet
Estava, há pouco, socorrendo meu pai numa dessas policlínicas públicas. Não vou descrever o quadro desolador que enfrentamos, todo mundo sabe o que é o atendimento médico público. Quero relatar outra coisa: Quando estava acompanhando o meu pai, pelo estresse enfrentado, senti uma disritmia. Como estava num posto médico, pedi que aferissem minha pressão. A resposta da auxiliar de enfermagem: “Não posso, senhor, só se o senhor fosse paciente, acompanhante não pode”. Pouco depois, entrei para levar os exames do meu pai. Aproveitei que estava na sala do médico e pedi novamente: “O senhor pode aferir a minha pressão?”. O jovem médico, com o estetoscópio decorando o pescoço, disse-me, com o costumeiro ar de superioridade: “Não, o senhor é acompanhante. Se quiser aferir a pressão, volte na recepção, faça uma ficha e aguarde aí fora”. Deixei meu pai no repouso, fui a uma farmácia ao lado e paguei dois Reais para um balconista executar o “complicadíssimo e demorado” procedimento de aferir a minha pressão arterial que estava alterada não sei se pelo estresse da convalescência do meu pai ou pela raiva que senti do descaso desses “profissionais”.

A FILOSOFIA TENTANDO EXPLICAR A FELICIDADE

BREVE COMENTÁRIO SOBRE UM RETROCESSO

Demorou, mas, enfim, perceberam que a tal Rachel Sherazade, com aquela carinha – e nome – de princesa, na verdade, dissemina um discurso fascista.  O mais grave é que esse tipo de discurso tem um apelo popular muito grande. Revoltados com a violência e outras mazelas da sociedade brasileira, muitos endossam os esquetes de preconceito propagados em rede nacional por essa dublê de repórter.

As pessoas assimilam esse joguete barato de palavras e perdem a medida. Sentem-se no direito, por exemplo, de jogar um rojão no meio da multidão e essa bomba, disfarçada de protesto, acaba fazendo vítimas como a bala perdida do bandido, do policial corrupto ou de qualquer tipo de escória que faz uso da violência para se impor.

Depois que a tragédia acontece, param pra pensar e tentam justificar o injustificável.  Quem acorrenta um bandido em praça pública acha que pode tudo e esse “tudo” é incontrolável.  Justiça com as próprias mãos é um retrocesso. Estamos voltando para a idade média, estamos passando recibo de incompetência, de falta de civilidade, falta de amor. Estamos voltando ao estágio inicial, à tábula rasa.


DIÁLOGO DA SABEDORIA

Imagem: Reprodução da internet

Sábio: -Sou religioso prego o perdão, a igualdade, a fraternidade e o respeito entre as pessoas.
Leigo: -Como o senhor aprendeu sobre tudo isso?
Sábio: -Estudei muito, meditei muito praticando a minha religião
Leigo: -O senhor estudou outras doutrinas?
Sábio: -Não, eu me encontrei na minha religião.
Leigo: -O senhor já parou para pensar que as suas “verdades” podem não ser as verdades dos outros?
Sábio: -Não, as minhas verdades são o que eu acredito
Leigo: -Então o que os outros acreditam também tem que ser aceito como “verdade” já que eles usam o mesmo princípio que o senhor, a crença?
Sábio: -Não necessariamente, eles podem acreditar em algo irreal.
Leigo: -Então o senhor também pode estar errado, pode estar acreditando em algo irreal?
Sábio: -O que eu acredito não pode ser irreal porque me traz felicidade. Esse é um sentimento real.
Leigo: -Então a felicidade dos outros também atesta a veracidade do que eles acreditam, correto?
Sábio: -Por que você faz tantas perguntas?
Leigo: -Por que eu sou feliz mesmo acreditando em “verdades” diferentes das do senhor. Queria entender isso. Por que me pedes para seguir a suas verdades vendo que eu já sou feliz?
Sábio: -Vá embora, siga o seu caminho. Suas dúvidas me ensinaram algo real, preciso  meditar.
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