RENATO RUSSO, 50 ANOS HOJE

Legião Urbana foi uma das principais referências da minha juventude, acompanhei o nascimento, a vida e o final da banda. Eu era um daqueles fãs xiitas que compravam os discos (vinil) e se apressavam para decorar todas as letras. Logo no primeiro LP, o álbum branco, todo mundo percebeu que aquela banda de Brasília tinha um diferencial: as letras do Renato. Os textos dele eram tão mais importantes que as músicas que, em alguns casos, a melodia parecia não encaixar. Diziam que Renato imitava o estilo do Caetano, que acelerava o cantar para a letra se encaixar na melodia. Na música “Eclipse Oculto” temos um exemplo clássico desse artifício no trecho “Mas bem que nós fomos muito felizes só durante o prelúdio...” Caetano acelera para a letra caber na melodia. Renato fazia muito isso. Um claro indício da maior importância da letra.

Por ter cara de nerd, Renato ganhou fama de intelectual e passou a ser ridicularizado por muitos. Sim, como ele virou um artista popular, diminuir a sua importância ou tratá-lo como um “mero objeto de adoração da juventude” passou a ser diversão entre a turma dita “cabeça”. Mas esse breve texto não tem a pretensão de levantar nenhuma bandeira em favor do Renato, ele não precisa. Vi nos últimos dias que o culto à sua memória e às suas canções continua fortíssimo e isso é o que importa.

Devo muito a esse artista. Numa época dificílima da minha vida – Entre 1989 e 1992 – em que me sentia absolutamente perdido no mundo, vivia recluso, quase nunca saia de casa, uma coisa que ajudou a me manter vivo foi a música da Legião Urbana, sobretudo por causa dos textos do Renato, isso não é pouco. No disco “Legião Dois” (o meu preferido) passamos a conviver com as metáforas e as entrelinhas dos discursos dele. A inquietação dele devido a problemas com a sua sexualidade, produziu canções antológicas.

Em 1990 estive no inesquecível show realizado aqui no Recife, com o Geraldão lotado. Lembro-me das palavras do Renato na abertura: “Nós somos a Legião Urbana e vamos cantar algumas canções para vocês”. Em seguida a banda tocou “Há Tempos” e Renato jogou flores para a imensa plateia.

A Legião Urbana acabou para mim no disco “A Tempestade”, de 1996. A Partir daí, a melancolia tomou conta das letras do Renato. Preferi não assistir a essa triste caminhada para o fim. Lembro-me da profunda tristeza que senti quando ouvi a canção “Via Láctea” em que Renato canta, já com a voz arrastada, sua tristeza por estar doente. Ali ele explicitou a sua falta de esperança e o pedido para que o deixassem sozinho. Eu fiz o que ele pedia na canção, não ouvi mais os discos lançados depois de 1993 . Os bons se vão cedo mas são imortais!

“DIZ-ME COM QUEM ANDAS...”

Por esses dias, a tevê mostrou algumas imagens que revelaram as ligações perigosas de alguns nomes badalados do futebol carioca com criminosos. Primeiro Adriano, que protagonizou, com o perdão do (infame)trocadilho, um tremendo barraco numa favela com sua noiva. Ele, inclusive é reincidente, já foi flagrado passeando de moto, sem capacete, numa favela com um suspeitíssimo amigo.

O mais recente flagrante envolveu o atacante Vagner Love que, abertamente, transitava por uma festa cercado por traficantes armados. Quando questionado sobre esse estranho passeio disse que estava acostumado com esse tipo de ambiente. Comentou: Não vou deixar de frequentar minhas origens e minhas raízes”. Eu poderia citar ainda o caso do cantor Belo ou do goleiro Júlio César, mas os dois exemplos acima já me bastam.

Esses ilustres atletas, nascidos no “país do futebol”, atuam no clube mais popular desse pais e, por isso, (e também por força da mídia) acabam servindo de exemplo para grande parte da garotada que sonha com a fama e com o estrelato que o futebol pode proporcionar. Essa é uma terrível constatação. Achar normal transitar entre bandidos armados com AR-15, HK e tantas outras máquinas mortíferas que se popularizaram no noticiário policial, é um acinte. Devemos nos revoltar e protestar contra isso.

Esses mesmos jogadores, muitas vezes, criticam os integrantes de torcidas organizadas que se matam em batalhas inglórias pelos estádios do Brasil. Pura hipocrisia. Aqueles que patrocinam as festas nos morros que eles frequentam, também patrocinam a violência que interrompe a vida de muitos garotos da periferia. Mas como tudo isso “é normal” e faz parte das origens desses ídolos, continuaremos a ver imagens tremidas dessas festinhas.

BREVE COMENTÁRIO SOBRE O SHOW DO A-HA NO RECIFE

Estive no Chevrolet Hall no último dia 18, para ver o tão badalado show da turnê despedida do A-Ha. Voltei para casa com a impressão de que ficaram me devendo. Como quase sempre acontece, em todo grande espetáculo, houve o costumeiro atraso. Mas o que mais me irritou nessa noite que deveria ser só de diversão foi o desrespeito da administração da casa de shows, que deixou o sistema de refrigeração desligado. Com a casa lotada, o ambiente ficou insuportável até para os fãs xiitas. Fora isso, teve o problema (crônico) da falta de qualidade no som, absurdamente abafado.

O show: a apresentação do A-Ha com o Morten vocalmente debilitado até que foi boa mas, numa turnê de despedida, eles deveriam dar mais espaço aos hits do que às novas canções. No setlist do show (confira abaixo) faltaram: "Love is Reason", "Train Of Thought","You Are The One", "Early Morning", só para citar algumas. O grande destaque desse show, sem dúvida, foram os efeitos visuais. O telão colocado como pano de fundo mostrou durante todo o show, imagens relacionadas aos temas das músicas.

Dei uma zapeada pela rede e sites de relacionamento e percebi que os defeitos do show foram absolutamente ignorados pelo grande público que lotou o Chevrolet Hall. Um jornal aqui do Recife, referindo-se ao show, estampou a seguinte manchete: “A-hasou”. Acho que estou ficando velho.

Setlist

Bandstand

Foot of the Mountain

Analogue

Forever not Yours

Minor Earth Major Sky

Move to Memphis

The Blood that Moves the Body

Stay on These Roads

Living Daylights

Crying in the Rain

Scoundrel Days

Manhattan Skylines

I’ve Been Losing You

Looking for the Whale

Cry Wolf

Bis

Hunting Down and Low

The Sun Always Shine on the TV

Take On Me

RECIFE, OLINDA E AS MINHAS LEMBRANÇAS

Vi hoje a belíssima homenagem que a Globo Nordeste prestou às cidades irmãs, Recife e Olinda. Senti-me homenageado, um sinal de que o programa acertou em cheio. A ideia, creio, era essa: fazer com que olindenses e recifenses se identificassem com as imagens e os depoimentos dos artistas.

Minha relação com essas duas cidades é íntima. Nasci no Recife e fui adotado por Olinda. Em 1970, com apenas cinco anos de idade, minha família se mudou para Olinda. Morei entre os bairros de Salgadinho e Sítio Novo, nos domínios do mestre Naná Vasconcelos. Eram tempos remotos, não existia o complexo viário. Ali, existiam enormes crateras resultantes da retirada de areia para construção. Inundadas pelas chuvas de inverno, essas crateras viravam piscinas que faziam a festa da garotada do local. Eu, claro, adorava. Até a praia de Ponta Del Chifres, hoje sitiada, era bem frequentada. Um lugar lindo, separado da área urbana em ritmo voraz de crescimento por um braço de maré.

Hoje em dia moro no Recife, minha cidade natal, mas continuo transitando por Olinda, trabalho por lá. O que mais me encanta na relação entre essas duas cidades é o sentimento de irmandade. Não existe bairrismo, não existem comparações, as duas cidades são uma só. Do centro do Recife até Olinda são apenas seis quilômetros. Meu lado geógrafo alerta que a “conurbação” transformou as duas cidades num único complexo urbano. A imagem que ilustra esse breve post é uma visão do Recife a partir do Alto da Sé, coração do sítio histórico de Olinda. Entre as duas cidades, a bela (e sitiada, repito) praia de Ponta Del Chifres, a que me referi acima.

Do Recife, minhas melhores lembranças são do Bairro de São José. A família do meu pai tinha um fábrica de bolsas na rua de São José, ao lado do mercado famoso. Todo final de semana eu ia para a fábrica com meu pai e ficava brincado pelas ruelas do velho bairro. São lembranças líricas. Vários personagens dessa época ainda povoam o meu imaginário. Já dediquei aqui um post inteiro a um deles, Liêdo Maranhão, o "escriba do povo". Se fosse falar de todos, teria que escrever um livro. Recife e Olinda contribuiram igualmente para minha formação. Meus respeitos a essas duas belas cidades.

A MACABRA PROFECIA SE CUMPRIU

No dia 22 de fevereiro de 2008, eu publiquei um breve post sobre os sistema carcerário brasileiro em que fiz uma macabra previsão. Leia abaixo o texto:

Houve um tempo em que o indivíduo que cometia um crime cumpria quatro estágios: VIATURA - DELEGACIA - PRESÍDIO - PENITENCIÁRIA. Num país onde o sistema judiciário e carcerário funciona, ainda é assim.

Nos últimos anos o Brasil vem subvertendo essa regra básica. Primeiro as penitenciarias ficaram superlotadas e os presos tinham que cumprir suas penas nos presídios (para quem não sabe, esse é o local onde o detento aguarda o julgamento). Hoje em dia, os presídios estão superlotados e os presos estão cumprindo as penas na delegacia mesmo, os famosos "cadeiões".

Em breve, muito em breve, eles estarão cumprindo as suas penas dentro da viatura. Surrealismo? não, realidade brasileira! triste e inaceitável realidade brasileira. "Não diga tudo bem diante do inaceitável, a fim de que este não passe por imutável", a célebre frase de Brecht, deveria ser estampada em neon pelos quatro cantos do Brasil. Temos que nos inconformar, temos que lutar contra isso!!!!

A macabra previsão sobre a realidade carcerária brasileira chegou mais cedo do que eu esperava. Confira no vídeo abaixo, um trecho do Jornal Nacional do dia 06 de Março, que a profecia se cumpriu.

VÍDEOS RAROS: PROJETO ARTEVIVA - 1987

Descobri, por acaso, dois vídeos raríssimos que fazem parte da história do rock pernambucano, ambos extraídos do pioneiro programa da Tv Jornal, “Projeto Arteviva”, realizado em 1987. Já conhecia os vídeos porque trabalhei como produtor musical do Espaço Cultural Arteviva no final da década de 80. Minha querida amiga Lourdes Rossiter, dona desse lendário espaço cultural, sustentou um dos maiores focos de resistência do movimento rock pernambucano. Estupidamente, o nome de Lourdes não aparece nos créditos do vídeo. As duas bandas captadas nessas imagens raras são o Órion, que fazia um hard rock com vocal limpo, bem década de 80, e o Van Filosofia, uma banda que fazia muito sucesso no underground pernambucano com letras inteligentes e guitarras carregadas de delay. Em 1988, o “Arte Final”, banda da qual eu era vocalista, tocou junto com o Van Filosofia no Festival de Inverno da Unicap. Bons tempos. Confira, abaixo.
Clique aqui e saiba um pouco mais sobre o Arteviva

CLIQUE MÁGICO - VOL. 01 - O COMEÇO

Estou inaugurando a coluna “Clique Mágico”, dedicada ao mundo da fotografia. Para começar com pé esquerdo (sou canhoto, dá licença?), trarei alguns clássicos, imagens que correram o mundo e viraram ícones de suas épocas. Nesse pequeno espaço dedicado à fotografia, publicarei imagens e alguns comentários do alto da minha leiguice. Seguem os três primeiros cliques:

Che Guevara, por Alberto Korda: esse famoso clique do Alberto Korda foi capturado no dia 05 de Março de 1960, quando Che contava trinta e um anos. É considerada a foto mais popular do século vinte. O tamanho do sucesso dessa imagem é proporcional à frustação do autor, que sempre se queixou por não ter recebido o retorno monetário. A simbologia incutida na imagem do guerrilheiro Che Guevara transformou o clique do Korda num símbolo de rebeldia reproduzido em diversos movimentos políticos e estudantis. A super exposição, entretanto, transformou o rosto de Che Guevara em uma espécie de “adorno pop” para camisetas. Muitos dos que ostentam essa famosa imagem no peito, nem sequer sabem quem foi Che.

A Menina do Vietnã, por Nic Ut: esse é um clássico da fotografia de guerra. A imagem da menina Kim Phuc (veja uma imagem atual dela) correndo nua, com o corpo chamuscado, causa comoção até hoje. A cena foi capturada no dia oito de junho de 1972, na cidade vietnamita de Trang Bang, bombardeada por aviões norte-americanos que lançaram Napalm sobre a população civil. O horror registrado no clique de Nic Ut tornou-se uma bandeira de luta contra a invasão do Vietnã pelos Estados Unidos. O final dessa história foi feliz. Kim conseguiu se recuperar dos ferimentos e deixou o Vietnã. Chegou a morar nos Estados Unidos, mas hoje em dia vive no Canadá onde preside uma entidade que luta para salvar crianças vítimas de guerras.

O Chinês e a Fileira de Tanques, por Jeff Widener: A imagem do chinês anônimo enfrentando uma fileira de tanques foi capturada em 1989 nas proximidades da Praça de Tianamen, Pequim, República popular da China. A foto imortalizou o ato heroico desse chinês anônimo que, usando apenas o próprio corpo, encarou uma fileira de tanques que rumavam em direção à Praça da Paz Celestial. Deng Xiaoping, o sanguinário ditador chinês da época, ordenou a dissolução de um protesto de estudantes de forma implacável. O clique de Jeff Widener foi reproduzido por várias agências pelo mundo afora e tornou-se um ícone do final da década de 80. No Brasil, inclusive, foi capa de um famoso livro didático de Geografia. O destino do solitário chinês é desconhecido até hoje. A imagem virou história.

OS ESPECIALISTAS

No passado valorizava-se mais o conhecimento holístico, que leva em consideração o todo. Essa concepção, hoje em dia, é considerada obsoleta pela maioria das pessoas. O grande lance da atualidade é a especialização. Quem nada contra essa corrente, em termos mercadológicos, é discriminado e perde espaço. Compare: o clínico geral é menos importante do que o cardiologista, que por sua vez é menos importante do que o cirurgião cardiovascular e por aí vai.

Sempre que levanto essa questão lembro-me do professor Vieira, que dizia nas aulas: “não sou professor de Matemática, sou professor de Geometria”. Na minha disciplina, Geografia, existe também essa dicotomia. Alguns professores lecionam a parte física, outros a parte socioeconômica. Mas não odeio os especialistas por isso, claro. O que me tira do sério é quando uma pessoa que se especializou em determinado assunto tenta exigir de você o mesmo nível de compreensão. Algo como você dizer que está com uma dor na rótula e o médico, com um ar estúpido de superioridade, dar aquele sorrisinho sarcástico e falar: “não se diz mais rótula, o nome agora é patela”.

Nesse imenso universo de especialistas pedantes, acabam se destacando os que combinam o seu objeto de estudo com o todo. O grande consultor financeiro, especializado em economia internacional, precisa entender um pouco de história e sociologia, não apenas de transações financeiras. Para inferir sobre acontecimentos atuais é preciso entender a história das instituições em que ele trabalha e seus reflexos na sociedade.

Termino esse breve post com uma experiência que vivi trabalhando com meu pai quando garoto: Com trinta anos de experiência no oficio de fabricar bolsas, meu pai tentava me ensinar a dar acabamento em algumas peças. Nas primeiras tentativas, inexperiente, claro, falhei. Disse ele: “rapaz, você é muito burro, eu estou te mostrando como é que se faz”. Argumentei que estava fazendo pela primeira vez e ele tinha trinta anos de experiência. De nada adiantou, a fama de burrou continuou. Foi quando tive uma ideia: já tocava violão há algum tempo, corri para o quarto, peguei o instrumento e disse pro meu pai: “preste atenção, vou tocar uma música e depois o senhor tem que fazer igual”. Só aí ele entendeu o quanto estava sendo cruel comigo.

KRABAT (PRISOINEIROS DA MAGIA)

Krabat é um desses filmes que vocês assiste sem esperar muito e acaba se surpreendendo. Concebido pelo jovem diretor alemão, Marco Kreuzpaintner, historiador de formação e cineasta por opção, o filme é uma adaptação do romance homônimo de Otfried Preubler que mistura magia e romance. Um dos pontos altos é a fotografia. Imagens belíssimas dos alpes alemães cobertos de neve contrastam com a aura soturna da trama.

O enredo conta a historia do jovem Kabrat (David Cross – 'The Rider') que torna-se órfão depois que sua mãe morre vítima da Peste Negra. Para sobreviver ele começa a vagar pelas aldeias cantando hinos religiosos em troca de comida. Em uma noite, Kabrat é atraído por corvos enfeitiçados para trabalhar no moinho Keeper, controlado por um feiticeiro chamado, genericamente, de “O Mestre” (Christian Redl – 'A Queda'). A saga do jovem Kabrat para sobreviver no moinho é o eixo central da trama.

Lançado na Alemanha em 2008 e nos Estados Unidos em 2009, o filme já está disponível para locação.

Ficha Técnica

Direção: Marco Kreuzpaintner

Produção: Jakob Claussen, Uli Putz, Bernd Wintersperger e Thomas Wöbke

Roteiros: Marco Kreuzpaintner, Michael Gutmann e Otfried Preussler

Elenco: David Kross ,Daniel Brühl, Christian Redl, Robert Stadlober, Paula Kalenberg e Daniel Steiner.

Ano de produção: 2008

País de origem: Alemanha

"WE ARE THE WORLD" É REGRAVADA PARA AJUDAR AS VÍTIMAS DO TERREMOTO DO HAITI

Por uma causa mais do que nobre – ajudar o povo haitiano – um cast de cantores estadunidenses reeditou a clássica canção filantrópica, "We Are The World", de 1984. O interessante foi perceber que, diferentemente do projeto anterior, na nova gravação não houve uma hierarquia em que grandes estrelas têm participações maiores. Basta destacar o fato da música ser iniciada por um ídolo teen, Justin Bieber. Já a participação da lenda viva Tony Bennett, soou estranha. Definitivamente, a belissima voz dele não encaixou bem na canção.

A nova versão ganhou uma batida eletrônica (pasteurizada) e uma colagem da primeira versão que trouxe de volta o Michael Jackson. Uma bela e justa homenagem já que ele foi um dos articuladores do "USA For Africa" e escreveu a canção em parceiria com Lionel Ritchie. Nesse trecho, Latoya Jackson aparece sussurrando a canção junto com o irmão. A letra da música sofreu algumas mudanças para se adaptar ao novo propósito.

Site oficial do projeto

Relembre a primeira versão

Artistas que participaram do novo projeto batizado de "We Are The World 25 For Haiti"

  • QUINCY JONES – Executive Producer

  • LIONEL RICHIE – Executive Producer

  • WYCLEF JEAN – Executive Producer

  • RICKEY MINOR – Producer

  • RedOne – Producer

  • CARLOS SANTANA

  • JENNIFER HUDSON

  • JAMIE FOXX

  • SUGARLAND

  • ADAM LEVINE

  • JASON MRAZ

  • EARTH WIND & FIRE

  • NATALIE COLE

  • THE JONAS BROTHERS

  • T PAIN

  • BRIAN WILSON

  • JUSTIN BIEBER

  • NICOLE SCHERZINGER

  • INDIA.ARIE

  • JULIANNE HOUGH

  • MARY MARY

  • MELANIE FIONA

  • BEBE WINANS

  • MYA

  • TYRESE GIBSON

  • ANTHONY HAMILTON

  • RAPHAEL SAADIQ

  • GLADYS KNIGHT

  • KERI HILSON

  • JOEL & BENJI MADDEN

  • HEART

  • BRANDY

  • P!NK

  • MUSIQ SOULCHILD

  • MILEY CYRUS

  • AKON

  • JORDIN SPARKS

  • CELINE DION

  • ROB THOMAS

  • KATHARINE McPHEE

  • JEFF BRIDGES

  • RANDY JACKSON

  • PATTI AUSTIN

  • KID CUDI

  • USHER

  • WILL.I.AM

  • KANYE WEST

  • LL COOL J

  • ISSAC SLADE (aka The Fray)

  • SNOOP DOGG

  • NICOLE RICHIE

  • TREY SONGZ

  • ETHAN BORTNICK

  • TARYLL JACKSON

  • TAJ JACKSON

  • TJ JACKSON

  • VINCE VAUGHN

  • DRAKE

  • FREDA PAYNE

  • FAITH EVANS

  • ROBIN THICKE

  • RASHIDA JONES

  • BARBRA STREISAND

  • JIMMY JEAN LOUIS

  • ENRIQUE IGLESIAS

  • ZAC BROWN

  • LIL WAYNE

  • TONY BENNETT

  • JOSH GROBAN

  • SEAN GARRETT

  • HARRY CONNICK, JR.

  • AL JARDINE

  • BONE THUGS AND HARMONY (BIZZY BONES)

  • AR RAHMEN

  • FERGIE

  • MARY J. BLIGE

  • ORIANTHI

  • MANN

  • NIPSEY HUSSLE

  • IYAZ

  • KEITH HARRIS

  • NIKKA COSTA

  • TONI BRAXTON

  • FARNSWORTH BENTLEY

  • PLAIN PAT

  • IL TRIO

IMAGENS DO RECIFE NA DÉCADA DE 70

Relíquia jurássica. Imagens do Recife na década de 70. O achado arqueológico foi extraído de um super-8 familiar e mostra imagens da Praia de Boa Viagem – calçadão, Casa do Navio e rua dos Navegantes, Praia do Pina , Avenida Conselheiro Aguiar (próximo ao Bompreço) Avenida Agamenon Magalhães. Um registro que merece ser preservado e serve como documento vivo da evolução urbana da cidade. Interessante notar a inacreditável quantidade de Fuscas nas ruas (inclusive como viaturas policiais). O casarão de dois pavimentos localizado à direita (sentido Derby) do viaduto João de Barros foi preservado e existe até hoje, inclusive, com a mesma cor, branco. Realmente, uma bela lembrança. deleitem-se!

SERIA MESMO QUERER DEMAIS!

O que estará pensando o garoto Alcides onde quer que esteja agora? Atrevo-me a imaginar: “Seria mesmo querer demais, tendo nascido pobre na periferia do Recife (segundo as estatísticas, a cidade mais insalubre para os jovens entre 15 e 25 anos no Brasil), me formar biomédico. Numa cidade como a minha, os garotos pobres da periferia aparecem, costumeiramente, naqueles noticiários do meio-dia, que respingam sangue nos telespectadores.

Devem estar falando de mim por lá agora. Um velho lugar-comum diz que 'felicidade de pobre dura pouco'. Imagine o quanto dura a felicidade do pobre miserável. Dura menos ainda. Estava me sentindo um herói, afinal, peitei a miséria e ignorei as estatísticas. Mas não queria ser mártir. Agora, depois da tragédia, muitos falam que eu deveria ter saído do lugar onde nasci. Sair para onde? Em que lugar do Recife pode-se viver com tranquilidade? Em que bairro eu poderia me sentir feliz e seguro? Bem sei que se lembrarão do meu nome por uns dias, desejarão a morte dos que me mataram por semanas e se esquecerão de mim em breve. Virarei mais um nas estatísticas”

Alcides Nascimento Lins, 22 anos, garoto pobre da periferia do Recife, filho de uma catadora de lixo, aprovado em primeiro lugar entre os estudantes de escolas públicas que prestaram vestibular na UFPE, seria diplomado biomédico no mês de setembro desse ano. Foi brutalmente assassinado, em casa, diante da mãe e de duas irmãs. Era madrugada, Alcides estava estudando quando foi morto. Seria mesmo querer demais!

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