RETROSPECTIVA 2012 - MELHORES POSTS DO ANO (SEGUNDO MEU JULGAMENTO)


Pois então, se todo mundo faz, farei aqui também, segue uma lista de doze postes publicados ao longo do ano. Obviamente, a escolha baseou-se na subjetividade do meu gosto. Escolhi um de cada mês do ano.

Janeiro


Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

MINHAS LEMBRANÇAS DO NATAL


Hoje, véspera de Natal, com o intuito de escrever esse post, fui rebuscar minhas referências dessa data comemorativa. A lembrança mais remota que tenho dessa época de festa é do início da década de setenta, eu era um garotinho, uns cinco anos, acho, e ficava animadíssimo com a montagem da “vinatal”, era assim que eu chamava a árvore de Natal. Não me reporto a esses detalhes através de relatos de terceiros, são lembranças minhas que permanecem vivas apesar de longínquas.

Lembro-me que meu tio Janja - irmão da minha mãe – era o técnico da montagem, isso porque o pisca sempre dava problemas. Antigamente tudo custava caro, uma lampadinha queimada era um tormento. Tio Janja retirava a lâmpada queimada e colocava papel laminado retirado de maços de cigarros.  Ele parecia o McGywer em ação. Incrédulo eu via a série de luzes voltar a piscar depois da gambiarra implementada pelo meu tio. A explicação era bem simples: quando uma das lâmpadas apagava, a série era interrompida e o resto não funcionava. O papel laminada, com sua cobertura metálica, introduzido no bocal, reconectava a série e tudo voltava ao normal como num passe de mágica.

O Natal da minha infância também tem um referencial fortíssimo chamado “Festa do Ypiranga”. Era uma tradição nos arredores onde eu morava. Nas semanas antecedentes ao Natal, o “Parque de Diversões Democrata” se instalava numa área militar próxima a estação ferroviária do Ypiranga, e tudo era festa. Ainda hoje o parque funciona, já está armado, mas não tem a tradição e o brilho do passado, os tempos são outros.  Hoje em dia ele funciona bem perto do antigo local, na margem oposta da linha férrea, dentro do campo do Clube Ferroviário. 

Quando criança eu nunca entendia porque quase todas as referências do Natal remetiam ao inverno, se dezembro era o mês do verão. Descobriria mais tarde que o mês de dezembro no hemisfério norte é o mês do inverno. O Papai Noel, o pinheiro, a neve, tudo era de lá. Quando comecei a estudar e a burilar o meu intelecto, "aprendi" que esse Natal com referências estrangeiras era errado, o certo era um outro  que me foi apresentado.

Aprendi sobre os autos de natal, as manifestações folclóricas. A festa estrangeira das minhas lembranças de infância eu tentava deixar de lado. Um belo dia, ironicamente assistindo a uma aula espetáculo de um bastião da cultura nordestina, Ariano Suassuna, aprendi uma grande lição. Disse ele, no meio da aula: ”Durante uns vinte anos eu tomei cafezinho no trabalho só porque os outros diziam que era bom, em casa eu nunca tomava. Deixei de lado esse habito que era dos outros, não meu”.

Percebi, a partir desse valioso exemplo, que o Natal “certo” que me apresentaram, era certo para os outros, o Natal errado, com neve, Papai Noel, Árvore, Manjedoura, esse era o da minha lembrança. Ainda tem aqueles chatos que pregam que o Natal refere-se apenas, e tão somente, à questão religiosa. Tudo bem, respeito, mas minhas lembranças são minhas, ninguém pode mudar. Minha árvore continua sendo armada todo ano, para mim é um momento de felicidade. Feliz Natal para todos!

O QUE FAZER NAS FÉRIAS


Pois então, o mundo não acabou e os bons ares das férias começam a soprar pras bandas de Ca. Para quem, como eu, trabalha o dia inteiro, trinta dias longe dos afazeres cotidianos (obrigatórios) é uma felicidade sem tamanho. O grande lance desse período de ócio, para a grande maioria, é se desligar do mundo e desestressar. Para mim não.

Tem gente que nesse período viaja para um lugar paradisíaco, no meio do nada, e passa o dia deitado numa rede tomando água de coco e olhando as ondas do mar. Eu morreria de tédio em menos de uma semana, com certeza. A questão é a seguinte: Por que tenho de deixar de fazer um monte de coisas que gosto durante as férias? Adoro acessar a internet, escrever no blog, andar pelo centro da cidade, ir ao cinema, garimpar nos sebos da cidade, tocar violão com os amigos. Durante o ano todo tenho que me desdobrar para fazer as coisas que gosto porque o tempo é exíguo. Quando chega o período de férias e tenho tempo de sobra, o “correto” é viajar para o meio do nada e me privar das coisas que gosto.

Dirão os críticos de plantão: “Mas você não gosta de viajar, conhecer lugares novos?” Claro que gosto, mas só por uns dias, não mais que isso. O bom de viajar, para mim, é o prazer de voltar para casa. Muitos pensam assim, poucos confessam. Tem gente fica numa casa de praia, entediado, olhando as paredes o ou a imensidão do mar, contando os dias para voltar para casa. Quando voltam, falam: “Passei uns dias num lugar maravilhoso”. Incompreensível.  Bom, paro por aqui, vou dar uma volta no centro!

CADA UM TEM O ÍDOLO QUE MERECE


Na última sexta-feira, pela manhã, estava dando aula – como faço cotidianamente – numa turma de 6º ano. De repente uma garota chega à janela e grita: “Sheldon está no portão!” Absolutamente todos os alunos correram e eu fiquei sozinho na sala. Minha aula foi para o espaço. Tenho uma filha adolescente e por isso sei que é esse tal de “Sheldon”. Um jovem da periferia que ganhou o estrelato (local) denegrindo a imagem das meninas. Mas elas gostam, sou testemunha ocular disso.

Fenômenos populares como esse se multiplicam com uma rapidez assustadora, é a parte – no meu subjetivo julgamento, claro - ruim do poder indiscriminado da mídia atualmente. Qualquer um pode trabalhar sua imagem e criar um personagem desses com alguns trocados, é fato. A periferia ganhou voz mas desperdiça essa força produzindo fenômenos efêmeros que banalizam a imagem das meninas tratando-as como objetos sexuais.

Eu poderia aqui lembrar do meu tempo de adolescente, falar das reuniões que fazíamos na minha casa para discutir música, mas, geralmente, esse tipo de discurso soa como papo de velho. Pois bem, não preciso voltar no tempo para justificar meus argumentos. Atualmente existe muita gente boa fazendo música de qualidade mas esse é um produto que não interessa a mídia nem a boa parte dos jovens. As “novinhas” gostam de ouvir e cantar versos que descrevem atos sexuais, usam palavras chulas, acabam com a beleza do ato sexual.

Enquanto escrevo esse breve texto estou ouvindo um cedê de Lennon que comprei em 1994 porque a música perene ultrapassa os limites do tempo, pode ser tocada no Natal, na manifestação pacifista, no protesto contra a opressão que as mulheres sofrem na sociedade, pode ser tocada em qualquer tempo em qualquer lugar. Cada um tem o ídolo que merece, os meus são eternos!

AS CONTRADIÇÕES DE UM CURSO DE GESTÃO


Volto a falar do curso de gestão promovido pelo Governo do Estado de Pernambuco, o PROGEPE, porque sinto-me profundamente incomodado pela forma como os professores participantes foram “certificados”. Cumprimos doze módulos em que foram tratadas, logicamente, questões voltadas à tortuosa tarefa de gerir uma escola.  Já teci, em outro post, comentários a respeito da organização do curso e do conteúdo oferecido, não vou mergulhar, de novo, nessa seara, a questão agora é outra.

Ao longo dos últimos anos, para se adequar a uma perspectiva construtivista, a forma de avaliação nas escolas passou por várias reformulações. Chegou-se a óbvia conclusão de que o processo avaliativo deve ser contínuo e nunca restrito a um momento, como se fazia no ensino dito tradicional. Tanto que a famosa “semana de provas” foi abolida – e proibida – na maioria das escolas da rede. As escolas integrais ainda utilizam-se desse período de aplicação de avaliações.  O discurso do processo contínuo é deixado de lado. Por quê? Não sei, rogo a quem souber a resposta do porquê dessa prática educacional incoerente, que me explique.

Os dois parágrafos acima servem de preâmbulo para a crítica que faço à forma de certificação do PROGEPE que também usou a velha e ultrapassada – segundo a própria Secretaria de Educação – avaliação final materializada  numa prova objetiva. O processo contínuo sugerido para a prática pedagógica nas escolas, ao que parece, não serve para avaliar os professores. Fiz a prova e alcancei a certificação, que fique claro. Mas alguns bons professores da minha sala, de boa argumentação e protagonistas de interessantes colocações ao longo do curso, não se saíram bem  e não foram “certificados”.

Absolutamente injusto avaliar um percurso de doze módulos em apenas um momento. As experiências e trocas de ideias vivenciadas ao longo do curso foram jogadas no ralo para quem não se saiu bem na provinha.  Uma citação extraída da apostila do módulo 11 do PROGEPE (p.09), que trata sobre avaliação, explica: “A classificação dos estudantes pode gerar estigmas que se complexificam ao longo da vida escolar caso não seja bem apresentada aos estudantes”. Avaliar um todo com base, apenas, em um momento, também resulta em estigmas.

Inevitavelmente, todos aqueles que não alcançaram nota suficiente para a aprovação estão sendo tratados como incompetentes e até incapazes. Muitos, inclusive, com anos de experiência na atividade de gestão. Até que uma nova oportunidade de “certificação” seja oferecida, vários professores carregarão o estigma da reprovação numa prova que não comprova nada. Triste!


A INTERNET A SERVIÇO DA HISTÓRIA

Essa é para quem ainda duvida da utilidade da internet: estava vasculhando a rede à procura de fotos antigas do Recife e acabei encontrando duas raridades. A primeira, uma foto das obras de construção do Grupo Escolar Amaury de Medeiros, um prédio construído em 1924 e tombado pelo Patrimônio Histórico de Pernambuco. Leciono nessa escola e sempre que encontro informações do passado  vibro como uma criança que ganhou um presente. Desde que cheguei ao Amaury de Medeiros, em 1999, pesquiso a história do velho casarão.

A outra descoberta também refere-se à escola, mais precisamente ao seu patrono, o médico sanitarista pernambucano, Amaury de Medeiros. A história dele é bastante interessante. Morreu muito jovem, com apenas 36, de uma forma bem inusitada. No dia 03 de dezembro de 1928, um grupo de intelectuais e políticos do Partido Democrata estava a bordo da aeronave “Santos Dumont” do Syndicato Kondor , que iria prestar uma homenagem a Santos Dumont que  regressava ao Brasil depois de longa temporada na Europa. A ideia era jogar pétalas de rosas no convés do navio que trazia o Pai da Aviação. Quando sobrevoava a Ilha das Cobras, litoral do Rio de Janeiro, o avião perdeu altitude e mergulhou no mar. Todos os ocupantes morreram no local.

Abaixo, a imagens do jornal carioca “Critica” que publicou extensa matéria sobre o trágico acidente. A matéria serviu também para resgatarmos uma foto do Dr. Amaury de Medeiros, algo muito raro. Contemplem:

Para facilitar leitura do texto: clique na imagem com 
o botão direito do mouse, depois em “Abrir em
 nova aba” ou "Abrir link em nova guia"  e a
 imagem poderá ser ampliada ao máximo.

BRINQUEDO DE GENTE GRANDE VOL.01 - Mach 5


Esse era o objeto de desejo da maioria dos garotos da década de 70, o carro do Speed Racer, o famoso “Mach 5”. Na época, as miniaturas eram raridades. Lembro-me que um amigo – Gilson, o gênio – criou uma réplica dessa belezinha toda feita com latas de óleo. Ficou igualzinho e ele entrou para a história do bairro como “o cara que tinha o carro do Sepeed Racer”.

O projeto original do carro, criado em 1960 junto com a série animada, seguia a linha da Ferrari 250 Testarossa, que era o carro mais caro do mundo. O Mach 5 tem o mesmo designer do carro italiano, é quase um plágio. Os recursos especiais foram inspirados nos carros do agente 007, James Bond. Existem no mercado várias miniaturas do Mach 5, os preços variam entre 35 e 200 reais, bastante acessíveis.  Abaixo, os dois modelos mais populares. Regozijem-se:
Mach 5  2012 Jada Toys

 Mach 5 Ertl Joy Ride

Palestras da Fliporto - Ao Vivo

Watch live streaming video from fliporto2012 at livestream.com

EU MINHA MONOGRAFIA

Há alguns meses estou preso à tortuosa  tarefa de elaborar um trabalho científico, uma monografia. Como sou viciado em escrever, antes de iniciar as primeiras linhas do dito trabalho, ingenuamente, pensei: “É comigo mesmo, vai ser fácil”. Não é, ao menos para mim que sou um “escrevedor”, um reles propagador de textos  sem grandes pretensões. Mas o cerne da questão é a normatização do discurso escrito. Antes de mais nada, deixo bem claro, não sou contrário a isso. Obviamente a linguagem científica tem seus “porquês” e "poréns”, entendo. O que discorro aqui é sobre o fato de não me adaptar, de forma alguma, a esse tipo de escrita.

Tenho um monte de amigos pesquisadores – se lerem esse texto vão querer comer o meu fígado – e escuto relatos apaixonados de trabalhos realizados, publicados, tudo com muita paixão, com um tesão incontido que eu, sinceramente, não consigo sentir. Até mesmo na linguagem jornalística existe aquele grupo de xiitas que abomina narrativas na primeira pessoa como se a qualidade do texto – ou a credibilidade – diminuísse com um detalhe tão insignificante. O texto científico, do jeito que me dizem que tenho que escrever, tem a beleza de uma bula de remédio. Mas sempre existirá alguém para me lembrar: “Texto científico não tem que ter beleza, tem que ter credibilidade”.

Escrever sem prazer, normalmente, resulta em prolixidade. Esse é o drama de quem não pode falar como sabe e sim  como querem. Você tem que encontrar palavras que não fazem parte do vocabulário que você domina, que gosta, que acredita. Escrever por obrigação chega a ser um castigo. O pior é que no começo você tem a ilusão que vai conseguir aí o tempo vai passando, passando e um enorme hiato se forma entre a folha de rosto e as referências. Quando as palavras não se encaixam e as ideias não fluem é um sinal de que você está transitando na praia errada. Tédio!

LUIZ GONZAGA REDESCOBERTO


Alavancada pelo filme do diretor brasiliense Breno Silveira, a obra do mestre Luiz Gonzaga volta à tona -em nível nacional, já que pras bandas de cá ele é perene – com todo gás. Minha relação com a obra de Seu Lula é bem íntima. Admiro o artista e o homem. Imagine um sertanejo de pouca instrução, com sotaque nordestino puro, migrar para o Rio de Janeiro e voltar como uma estrela do primeiro time da emepebê?. Esse é o Luiz Gonzaga.

Assim como as várias figuras do folclore nordestino, Luiz Gonzaga foi inserido em um universo onde o real e a fantasia se misturam. Existe um rosário de histórias envolvendo suas músicas e seus dramas de vida. Luiz Gonzaga é um gigante da música brasileira. É (sim, verbo no presente) um cantor popular que fala a linguagem do povo mas construiu uma obra sofisticada. Se ele fosse um livro teria sido escrito por Guimarães Rosa.

O legado deixado por ele vai muito mais além da música, ele personificou a figura do nordestino, defendeu o estilo quando muitos tratavam a cultura local como algo menor, sem importância. Luiz Gonzaga se impôs em um universo dominado pelo bairrismo. Fidelíssimo ao gênero que criou, com todo mérito, alcançou a condição de ícone maior da cultura nordestina. Enfim, foi redescoberto. O filme – que ainda não vi, não posso tecer comentários – está cumprindo uma importante tarefa: está colocando a figura do grande ídolo de volta na grande mídia. Nada mais há que se falar. Abaixo, o inusitado vídeo (vi no JC online) que mostra o grupo coreano “Coreyah La” fazendo uma versão do clássico “Asa Branca”. Música boa é música cosmopolita, não tem fronteiras. Ave Lula!

BREVE COMENTÁRIO SOBRE O APAGÃO


Pois então, ontem a noite teve um apagão que, segundo os telejornais, atingiu 100% (!!!!) das cidades nordestinas. Os nove Estados foram afetados. Observei essa treva repentina da janela da minha casa. Vi um clarão logo ali e sai para dar uma espiada. Era a privilegiada estação do metrô, provida de grupos geradores, se destacando no meio do breu. Em tempos de conectividade total, saquei meu smartphone e, num breve acesso a internet, descobri que o blackuot era em todo nordeste e em dois estados do norte.

Esse apagão me fez lembrar a época de criança la´pela década de 70. Apagões eram comuns. O sistema de abastecimento elétrico era muitíssimo precário e convivíamos com esse problema. Hora apagava tudo, hora a energia baixava a tensão, um inferno inominável. Esse pisca-pisca produziu, inclusive, uma fábula na minha infância. Meus amigos já conhecem essa historinha. Quando criança, lá pelos sete, oito anos, morávamos no bairro da Mangueira, sudoeste do Recife. Do lado da minha casa, morava um senhor de nome “Geraldo”, que era funcionário da companhia elétrica de Pernambuco. Sempre que ocorria um apagão, meu pai abria a janela, olhava o horizonte e sentenciava: “Foi Geral!”. Minha cabeça de criança entendia: “Foi Geraldo”, o cara da companhia elétrica. Pensava, então: “Quem esse cara pensa que é, quando dá na telha apaga tudo e fica por isso mesmo?”. Geraldo era amigo do meu pai e não entendia o porquê da minha antipatia com ele (risos).

Essa lírica lembrança serviu para atenuar o imenso transtorno que a flata de energia provocou. Não consegui dormir, um calor infernal e escuridão. No dia seguinte ouvi os relatos dos amigos. Um ficou preso no metrô, outro desorientado no centro da cidade, e as historinhas se multiplicaram. Claro, a turma que é contra a Copa do Mundo “prêces” lados, aproveitou: “Quero ver um transtorno desse durante a Copa”. O fato é que blckout expôs um problema: o sistema de abastecimento elétrico do Brasil está dando sinais de cansaço e não é tão confiável quanto afirmava a, então ministra, Dilma Rousseff. Já estou providenciando para minha casa lâmpadas de emergência, tenho medo do escuro.

A QUARTA DIMENSÃO


Pois então, em meio ao blá blá blá provocado pelo quase desfecho do folhetim global, percebi que a tal da “quarta dimensão”, tão explorada nos filmes de ficção científica, existe mesmo. Convivemos com um mundo fake que vem sendo construído (e desconstruído) ao longo dos anos. Com a popularização da internet, a quarta dimensão foi oficializada. O José verdadeiro, diante da tela do computador, vira o “Jonny Pop”. Seu rosto é diferente, assim como suas preferências e seus amigos. Ele vive num mundo paralelo que, ao contrario da ficção científica, é do conhecimento de todos. Alguns Josés apresentam mais de uma persona fake. O mais intrigante é que, na maioria dos casos, os clones acabam tomando conta da vida real das suas matrizes.

Aí você liga a tevê e um veículo importante de comunicação apesenta a história – aparentemente verdadeira – de um ex-fenômeno que aceitou o desafio de perder peso. Muitos se comoveram, gravaram mensagens de incentivo, até recadinhos estrangeiros chegaram. Dias depois a imprensa revelou que toda a história fazia parte de uma peça de marketing que envolveu milhões de reais. O fenômeno obeso, segundo a imprensa, recebeu um cachê de seis milhões de reais para encenar o “reality fake” .

E as eleições? Existe espetáculo mais irreal do que esse? Na pré-eleição os candidatos pertencem ao mundo real, têm cor, cheiro, falam, podem ser tocados. Na pós-eleição, instantaneamente, eles tornam-se habitantes da quarta dimensão onde as personalidades são fakes, é um mundo onde as coisas não são palpáveis. Essa metamorfose é conhecida há anos, mas os eleitores teimam em se enganar ou vendem o seu engano.

Antigamente lidávamos com esses questionamentos apenas na aula de filosofia. Era difícil abstrair e conjecturar sobre a existência de mundos paralelos ou de conceitos fora do coloquial. Hoje em dia está tudo ali no cotidiano. O difícil é saber a que mundo pertencemos. Onde estou?



if (myclass.test(classes)) { var container = elem[i]; for (var b = 0; b < container.childNodes.length; b++) { var item = container.childNodes[b].className; if (myTitleContainer.test(item)) { var link = container.childNodes[b].getElementsByTagName('a'); if (typeof(link[0]) != 'undefined') { var url = link[0].href; var title = link[0].innerHTML; } else { var url = document.url; var title = container.childNodes[b].innerHTML; } if (typeof(url) == 'undefined'|| url == 'undefined' ){ url = window.location.href; } var singleq = new RegExp("'", 'g'); var doubleq = new RegExp('"', 'g'); title = title.replace(singleq, ''', 'gi'); title = title.replace(doubleq, '"', 'gi'); } if (myPostContent.test(item)) { var footer = container.childNodes[b]; } } var addthis_tool_flag = true; var addthis_class = new RegExp('addthis_toolbox'); var div_tag = this.getElementsByTagName('div'); for (var j = 0; j < div_tag.length; j++) { var div_classes = div_tag[j].className; if (addthis_class.test(div_classes)) { if(div_tag[j].getAttribute("addthis:url") == encodeURI(url)) { addthis_tool_flag = false; } } } if(addthis_tool_flag) { var n = document.createElement('div'); var at = "
"; n.innerHTML = at; container.insertBefore(n , footer); } } } return true; }; document.doAT('hentry');