UMA BELA MÚSICA, UM VELHO AMIGO E AS AGRURAS DA VIDA

-->
Outro dia encontrei, por acaso, um velho amigo! Joselito ou Lito, como sempre o chamamos. Infelizmente, ele não anda bem de saúde, vive num mundo paralelo. Há muitos anos , lá pela década de 80, eu andava alucinado por ter descoberto os Beatles. Lito, que era um dos amigos que compartilhavam comigo dessa euforia, foi o responsável por eu descobrir uma bela canção do Fab four. Lembro que numa tarde estava a ver tv quando ele chegou com um disco (vinil) e me pediu que escutasse uma canção. Era “In My Life”, que ele ouvira no vinil emprestado de um tio beatlemaníaco. Adorei a música com aquele inusitado solo de cravo. Entrou para minha lista das preferidas. A letra dessa linda canção, de Lennon e McCartney, fala de amores e amigos, coincidentemente. Eis um trecho:
“Há lugares dos quais vou-me lembrar por toda a minha vida, embora alguns tenham mudado. Alguns para sempre, e não para melhor. Alguns se foram e outros permanecem. Todos esses lugares tiveram seus momentos com amores e amigos, dos quais ainda posso-me lembrar. Alguns estão mortos e outros estão vivendo. Em minha vida, já amei todos eles”. Dedico esse post ao meu velho amigo Lito, de tantas noitadas, violões e, muitos, muitos sonhos de ser pop star. Torço para que se recupere e aproveito para agradecer por ter-me apresentado a essa linda e inesquecível canção! Ouça:

OS ADORÁVEIS (E INCOMPREENDIDOS) ANOS OITENTA

Dias atrás estive envolvido numa sadia discussão no Ipsis Litteris, ótimo blog do amigo Grijó. Página bem frequentada, boa para troca de ideias. Algumas questões interessantes foram levantadas nas críticas feitas ao glorioso rock dos anos oitenta. Falou-se da falta de grandes instrumentistas, virtuoses. Discordei, claro, e deixei minha lista de instrumentistas que incluía Edgar Scandurra. Houve quem falasse que ele era mediano e não conhecia escala porque tocava com as corda soltas (???). Hilária essa afirmação. Não sou um virtuos0, mas também toco guitarra e estudei, por quatro anos, violão clássico. Basta ouvir o (ótimo) solo de “Dias de Luta” pra sacar que o Edgar conhece, sim, escala. Fiquei me perguntando: quem dos Beatles era um virtuoso instrumentista? Ao que me consta, só lá no Rivolver é que o George começou a mostrar seus rif’s. Mesmo assim os Beatles produziram discos antológicos que servem de referência até hoje. Em quase todas as listas de grandes discos, feitas nos Estados Unidos e na Europa, tem sempre, pelo menos, dois discos do Clash entre os 20 melhores. Nessa banda ninguém sabia cantar e tocavam pouquíssimo. Não me venham falar de razões mercadológicas porque música punk não toca no rádio!!!!!

E o Renato Russo? Depois que esse grande letrista virou artista popular, virou estampa de camiseta como o Che Guevara, passou a ser detestado pelos intelectuais. Sim, muita gente tem vergonha de dizer que o Renato é grande, afinal, o povo gosta, né? Se ele ficasse esquecido no underground longe do “embreguecimento” da mídia, tenho certeza, veríamos justos elogios a canções como “Tempo Perdido”, “Metal Contra As Nuvens”, “Teatro dos Vampiros”. Sou uma pessoa melhor porque ouvia (e ainda ouço) essas canções, não tenho dúvida. Memória afetiva? Sim, afetiva, criteriosa e calcada na razão. Segue um vídeo com versão ao vivo da belíssima Teatro dos Vampiros, Legião Urbana.

EM RITMO DE DESPEDIDA, O COMPACT DISC COMPLETA 30 ANOS

Os sites noticiam hoje que o bom e velho cedê está completando trinta anos. A grande curiosidade nessa história de sucesso, é que esse ícone da revolução tecnológica (que está em curso) está caindo em desuso. O cedê teve vida curta. Apesar de ter sido criado pela Philips em 1979, na Holanda, para nós, brasileiros, a história dessa mídia começou, de verdade, na década de 90.

O primeiro álbum gravado em cedê no mundo foi o “52 and Street”, do Billy Joel, que chegou às lojas japonesas em 1982. De lá para cá, o que se viu foi uma revolução no mercado fonográfico. O disco de vinil foi rapidamente aposentado e virou peça de museu. Atualmente, a mídia em cedê começa a mergulhar no mesmo poço sem fim onde os velhos (e bons) discos de vinil foram depositados. Depois da invenção do MP3, uma nova revolução entrou em curso. As gravações quase não transitam mais pela mídia física. Uma grande fatia do “mercado” consumidor de música, sobretudo os jovens, captura (o termo é esse mesmo) as músicas na internet. Em post anterior já falei sobre isso. Cada um anda com seu mp3 player abastecido com uma seleção particular de músicas. Na prática, quem tem um mp3 player tem uma rádio particular.

A comercialização de música já está se adaptando a essa novíssima realidade. O cantor Lenine, por exemplo, teve o seu novo disco lançado em três mídias diferentes. Uma edição limitada em vinil (que ainda tem um publico fiel), uma em cedê e uma no formato pen drive. Já existem aparelhos de som sendo vendidos no Japão com uma memória embutida onde as músicas (e outros arquivos) são armazenadas diretamente. É a decretação do fim da mídia física. A história do cedê foi tão efêmera que o “discman”, aquele cedê player de bolso que há bem pouco tempo era febre, virou rapidamente peça de museu. Em vários países, nem sequer foi comercializado. Quando a “novidade” chegou, já estava obsoleta.

O devedê caminha para o mesmo destino. Quem baixa arquivos em RMVB e perde tempo convertendo para o formato devedê, já está mudando de hábito. Comenta-se que em pouco tempo chegarão às lojas os aparelhos de devedês que rodam RMVB. Ou seja: é só baixar, gravar como dados e assistir na tevê. Se bem que isso já vem sendo feito. Os novos aparelhos de tevê podem ser ligados direto no computador. Você assiste ao que baixa sem precisar transportar o arquivo. Onde é que isso vai parar?

REENCONTRANDO VELHOS ÍDOLOS

Estive ontem no Chevrolet Hall, em Olinda, para rever, após vinte anos, os Titãs e ver , pela primeira vez, os Paralamas. Que noite legal! A única mácula foi o costumeiro atraso, para o início do espetáculo, marca registrada do Chevrolet Hall.

A noite começou com uma bela surpresa, a ótima banda pernambucana “Nós 4”. Eles foram um pouco prejudicados porque tiveram que "encher linguiça" enquanto as estrelas da noite não chegavam e o público se irritou um pouco com a demora. Mas o show deles foi muitíssimo competente. Quem quiser pode conferir aqui o som da banda.

Depois de três longas horas de atraso, Paralamas e Titãs subiram ao palco em alto estilo. Que vigor! Na cozinha, a competência de João Barone e Charles Gavin. Na linha de frente Toni Belotto e Herbert Viana, dois guitarristas de primeiro time do rock Brasil. A performance do Herbert, claro, foi um pouco prejudicada pelo fato de estar ele, agora, sentado numa cadeira de rodas. Tem que parar o solo para acionar (com a mão) a pedaleira. Mas o cara sabe muito, toca com tranquilidade. O bom de ver Titãs e Paralamas juntos, é que um cobre as deficiências do outro. Herbert, que tem uma voz limitada, teve o auxilio luxuoso de Paulo Miklos , Branco Melo e do Brito.Os Titãs usufruiram do competente baixo do Felipe Bi Ribeiro.

Num tempo em que o rock Brasil pena com bandas indies, emos, todas cópias pioradas do Green Day, ver Paralamas e Titãs com tanto vigor foi para lavar a alma desse velho roqueiro que vos escreve. Salve o Rock Brasil!

Foto desse post: Os Templários Emanuel Dornelas, eu e Carlos Dornelas. Todos vestidos a rigor.

QUADRO-NEGRO

HOMENAGEM DA JORNÁLIA DO ED AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A VOLTA DA INQUISIÇÃO?

Ontem vi o arcebispo de Olinda e Recife, “dom” José Cardoso Sobrinho, com a sua costumeira arrogância, repudiando e excomungando equipe médica e família da garota de nove anos que foi estuprada pelo padrasto. Que saudade dos tempos de DOM Hélder. A Igreja do “dom” José é outra. Ele pertence à ala conservadora, retrógrada por natureza. Sua postura de inquisidor me irritou de um jeito que desliguei a tevê. Tratar esse ato de extrema violência como tanta intolerância foi, antes de tudo, uma estupidez. Por que a Igreja tem que ser assim? Por que o mundo tem que se curvar aos seus desígnios? De onde tiraram esse Deus que permitiria que uma criança de nove anos (violentamente agredida) enfrentasse uma gravidez de altíssimo risco? Quem o senhor “dom” José pensa que é?... Com o perdão do trocadilho, eu teria um rosário de perguntas para fazer aqui, mas isso serviria apenas para deixar meu texto longo e cansativo.

A mão pesada desse pseudo-inquisidor serve, apenas, para afastar ainda mais os fiéis da Igreja Católica. Sou contrário à prática do aborto, quero deixar claro, mas o caso dessa menina tem nuances que justificam esse ato. Com nove anos de idade o útero ainda está em formação, isso implicaria em problemas (graves) para a saúde da mãe e também dos bebês. E o lado psicológico? Está aberta a questão!

if (myclass.test(classes)) { var container = elem[i]; for (var b = 0; b < container.childNodes.length; b++) { var item = container.childNodes[b].className; if (myTitleContainer.test(item)) { var link = container.childNodes[b].getElementsByTagName('a'); if (typeof(link[0]) != 'undefined') { var url = link[0].href; var title = link[0].innerHTML; } else { var url = document.url; var title = container.childNodes[b].innerHTML; } if (typeof(url) == 'undefined'|| url == 'undefined' ){ url = window.location.href; } var singleq = new RegExp("'", 'g'); var doubleq = new RegExp('"', 'g'); title = title.replace(singleq, ''', 'gi'); title = title.replace(doubleq, '"', 'gi'); } if (myPostContent.test(item)) { var footer = container.childNodes[b]; } } var addthis_tool_flag = true; var addthis_class = new RegExp('addthis_toolbox'); var div_tag = this.getElementsByTagName('div'); for (var j = 0; j < div_tag.length; j++) { var div_classes = div_tag[j].className; if (addthis_class.test(div_classes)) { if(div_tag[j].getAttribute("addthis:url") == encodeURI(url)) { addthis_tool_flag = false; } } } if(addthis_tool_flag) { var n = document.createElement('div'); var at = "
"; n.innerHTML = at; container.insertBefore(n , footer); } } } return true; }; document.doAT('hentry');