DEZ DISCOS OBSCUROS DE NOMES FAMOSOS

Por: Sidclay Pereira - Outro dia estava ouvindo um disco solo de Mick Jagger que tenho desde a adolescência e percebi como é bom e, mesmo assim, pouco conhecido. A partir desse momento, comecei a elaborar uma lista de discos obscuros de nomes famosos, porém estava ficando enorme e então decidi fazer um apanhado de 10 álbuns internacionais. Como toda lista, esta pode ser criticada à vontade!

Hindu Love Gods (Hindu Love Gods) (1990) – Esse é praticamente um disco de covers do R.E.M. sem o Michael Stipe nos vocais. Os três membros da banda se juntaram ao vocalista Warren Zevons para homenagear nomes como Robert Johnson, Muddy Waters, Woody Guthrie, Bo Diddley e Willie Dixon. O resultado é um excelente álbum que apresenta clássicos como Mannish Boy e Travelling Riveside Blues em versões bem inspiradas.

Mick Taylor (Mick Taylor) (1979) – Tido por muitos como o melhor guitarrista dos Rolling Stones é também ex-John Mayall and The Bluesbreakers. Taylor lançou uma obscura obra-prima como seu primeiro disco solo. Aqui é possível ouvir seu slide guitar, seus solos instigados e elegantes e melodias bem construídas. Um disco raro, mas que precisa estar na coleção de todos que apreciam o trabalho de um excelente guitarrista.

Music From The Body (Roger Waters) (1970) – Antes de fazer duas turnês mundiais no século XXI, antes de liderar o The Wall Live in Berlim, antes de sair do Pink Floyd falando muito, antes de escrever todas as letras de Dark Side Of The Moon, Waters fez esse disco com o Ron Geesin. É a trilha sonora de um documentário sobre o corpo humano e praticamente todas as músicas apresentam sons retirados do próprio corpo humano. É possível nesse disco perceber de onde veio o experimentalismo do Pink Floyd e ainda tem a participação de todos os membros da banda em Give Birth A Smile.

Raoul and The Kings of Spain (Tears For Fears) (1995) – Segundo disco após a separação da dupla, Raoul and The King of Spain apresenta uma banda bem diferente dos “hits” Shout e “Everybody Wants to Rule The World”. Destaque para a música título, Falling Down e a balada flamenca Sketches of Spain (uma alusão a Mils Davis?). Disco recomendável para todos que gostam de arranjos bem elaborados e letras inspiradas.

Carl & The Passion (The Beach Boys) (1972) – Não é o Beach Boys do Pet Sounds, não é nem sequer o Beach Boys de Brian Wilson, ele pouco participou da elaboração desse disco. É impressionante como a banda se reinventou, melodias com influência gospel; arranjos inventivos e grande destaque ao instrumental (normalmente davam uma atenção maior aos vocais). Destaque para Marcella que acena para o que iriam produzir a partir desse momento, porém Here She Comes é a melhor faixa.

Beatles for Sale (The Beatles) (1964) – é uma grande provocação e para alguns até um sacrilégio incluir qualquer coisa dos Beatles como obscura. Porém, esse disco nunca frequenta a lista dos preferidos dos beatlemaniacos ou dos simples apreciadores. Tem pérolas como I´ll Follow the Sun, No Reply e Baby´s in Black, além de covers melhores que os originais como Rock and Roll Music, Kansas City e Everybody´s Tryin´ To Be My Baby. Foi um disco feito às pressas para aproveitar o natal de 1964, mas é um discaço!

Wandering Spirit (Mick Jagger) (1993)– terceiro álbum solo do vocalista da “Greatest Rock´N´Roll band in the world”, pode-se ouvir um disco consistente, maduro e criativo com a presença do ainda iniciante Lenny Kravitz. Jagger faz um disco que apresenta música tradicional britânica (Handsome Molly), funk (Use me), soul (I´ve Been Lonely for So Long), rock (Wired All Night e Mother of a Man) e Stoneana (Put me in the trash). Recomendado não apenas aos fãs dos Rolling Stones.

K (Kula Shaker) (1999) – Primeiro disco da banda. Seria uma coleção de clássicos, caso tivesse sido lançado nos anos 70, nos anos 90 não causou tanto impacto. O disco é excelente da primeira à última faixa. Consegue trazer para a atualidade a sonoridade dos anos 60 com influência oriental. Destaque para Knight On The Town e 303. Pra quem gosta de rock´n´roll é quase impossível não curtir o K.

Walls and Bridges (John Lennon) (1974) – último disco solo de músicas inéditas, após esse ele faria o disco de cover Rock´N´Roll (1975) e depois dividiria o Double Fantasy (1980) com Yoko Ono. Trabalho excelente em todos os sentidos, a capa diferente de tudo que havia sido lançado até o momento. É o John Lennon atento ao que se produzia na época como em #9Dream e Whatever Get´s You Thru The Night (essa com Elton John), músicas aparentemente saídas do Abbey Road como Steel and Glass e What You Got e a belíssima Nobody Loves You When You´re Down and Out (que frase!). O disco menos famoso é, provavelmente, o melhor de Lennon.

Wild Life (Wings) (1972)– Primeiro álbum da recém formada banda de Paul McCartney, foi ensaiado e gravado em apenas duas semanas! Registra um pouco dos dias pós-beatles e toda a turbulência dos processos envolvendo os ex-membros como em Some People Never Knows e Dear Friend. Paul dá um show à parte no vocal da música título e ainda temos o hit Tomorrow.

Comments

9 Responses to “DEZ DISCOS OBSCUROS DE NOMES FAMOSOS”

ED CAVALCANTE disse...
2 de junho de 2010 às 22:27

Claro que vou começar falando do “Beatles For Sale”. Primeiro porque não existe disco nem nada dos Beatles que seja obscuro (rsss). O disco em questão não costuma aparecer nas listas dos melhores porque tem muitos covers. Um deles, inclusive, é a minha música preferida do disco: “Mr Moonligth”. Se fosse incluir algum disco ligado aos Beatles na lista dos obscuro, seria, talvez, aquele com o Tony Sheridan. Dos discos citados na sua bela lista, além do acima citado, ouvi apenas o de John Lennon, que não é um dos meus preferidos, gosto de “Imagine” e “Double Fantasy” e o do “Tears For Fears”, que não gosto, prefiro o “Songs From The Big Chair”. Belo post!

Unknown disse...
3 de junho de 2010 às 11:19

Muito viajada essa lista Sidclay e Ed, o Music From Body Emanuel, meu irmão, ja teve eu ouvia e achava mais que estranho, o de Mick Taylor na saudosa loja DISCOS RAROS de Bernardo, já falecido, na Rua do Hospício ele tinha por lá, ao menos lembro de ter visto por lá. O Beatles For Sale, bem é clássico, mas estou na fase da atual remasterização, e tenho que admitir, que pra mim sou diferente, é Beatles sem quase ser. Grande viagem musical!!

ED CAVALCANTE disse...
3 de junho de 2010 às 21:22

Eu ouvi muito o "Beatles For Sale" em vinil. Conheci esse disco tardiamente lá pela década de 80. Não acho que a remasterização tenha descaracterizado tanto a obra, Carlos. O disco continuou com a aura Beatle.

Sidclay disse...
4 de junho de 2010 às 22:07

Eu sempre soube que colocar Beatles aqui seria uma ousadia... mas é legal fomentar a discussão...
Música é muito mais sentimento que técnica, por isso um disco como Walls & Bridges fica atrás do Double Fantasy, que causou muito mais impacto... como eu conheci ambos bem depois, o Walls teve um maior impacto...

Sidclay disse...
6 de junho de 2010 às 00:42

Há, no mínimo, 11 definições. Nesse caso fica: "pouco conhecido"

Bete Meira disse...
7 de junho de 2010 às 23:33

Sidclay, agradeço a sua atenção e peço desculpas, porque na verdade eu sabia o significado. A provocação foi apenas pra irritar Ed, meu patrão, porque ele me aperreia demais,kkkkkkk!Parabéns pelo texto, muito bem escrito.

Unknown disse...
11 de junho de 2010 às 07:19

Não Véio Ed, eu me fiz entender errado, as masterizações atuais estão primorosas, eu quiz dizer que o disco em si, em um primeiro momento em que o conheci, soava Beatles não parecendo ao mesmo tempo. Coisas da minha "mente Anormal".

Anônimo disse...
5 de fevereiro de 2013 às 11:05

Esse Mick Taylor citado é um dos melhores discos da história do rock!!!! Parabéns pela lembrança!

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