MAURITZSTADT, VILA MAURICÉIA, CIDADE DE MAURÍCIO.

Quando eu era garoto, lá pela década de 70, um dos meus programas preferidos era ir ao centro do Recife. Nessa época ,meu pai e seus irmãos tinham uma fábrica de bolsas na rua de Santa Rita, centro velho da cidade, um lugar cheio de história. O prédio ,onde funcionava o fabrico ,era perto do tradicional Mercado de São José. Meu pai tinha (tem até hoje) muitos amigos por lá. Em um dos boxes, onde ele sempre parava ,tinha uma placa com a inscrição “MAURITZSTADT”. Não lembro o nome do dono, mas certa vez lhe perguntei:

-O que significa isso? E o velho me respondeu orgulhoso:

-Esse era o nome do Recife na época dos holandeses.

Anos depois, na escola, descobri detalhes desse período glorioso da história de Pernambuco e o porquê dessa epígrafe. Quando “Johann Moritz of Nassau-Siegen” aportou no Recife, em 1637 a serviço da “Companhia das Índias Ocidentais”, em sete anos, habilidosamente, passou de invasor a benfeitor. Ele recusou-se a apenas explorar a colônia. De formação humanística, tinha gosto pelas artes e pela cultura de um modo geral. Construiu um jardim botânico, um observatório astronômico e um zoológico. Na sua comitiva trouxe dois importantes representantes da arte flamenca: o paisagista Franz Post e o pintor Albert Eckhout, além de engenheiros, arquitetos, médicos e até um lutiê. Outros nomes importantes da comitiva de Maurício: Willem Piso (médico e cientista), Cornelis Golijath (cartógrafo), Georg Marggraf, astrônomo que divide com Willem Piso a autoria da “Historia Naturalis Brasiliae”, a primeira obra científica sobre a natureza brasileira.

Maurício de Nassau também soube lidar com as diferenças de culto. Calvinista de formação, permitiu que os nativos ,que haviam se convertido ao catolicismo ,e os portugueses continuassem com suas práticas religiosas. O mesmo tratamento foi dado aos judeus, muito perseguidos pelos lusitanos. Nassau era um obstinado: queria transformar o Recife numa cidade moderna seguindo os moldes da Europa. Todo o traçado urbano dos bairros de São José e Santo Antônio remonta dessa época. Era o que ele denominava “Projeto da Cidade Maurícia – a Mauritzstadt”.

O projeto de Maurício de Nassau foi interrompido porque ele entrou em conflito com a Companhia das Índias Ocidentais que estava cobrando empréstimos feitos aos senhores de engenho. Nassau não concordava com a forma de cobrança (deveria ser parcelada e estavam cobrando de uma só vez). Ele entregou seu posto e voltou para a Europa em 1644. Maurício de Nassau morreu no dia 20 de dezembro de 1679 na cidade de Kleve. No Recife ele virou lenda, fez até um boi voar. Mas isso é história para um outro post!

MÓRBIDO MARKETING (ENSAIO SOBRE A TRISTEZA)

Outro dia, assistindo ao filme “Capítulo 27”, que conta a história do assassinato de John Lennon sob a ótica do seu algoz, Mark Chapman, acabei percebendo uma coisa: algumas pessoas e alguns lugares entraram para história alavancados pelo mórbido marketing de um crime. No caso do assassinato do Lennon, um lugar e duas obras foram “beneficiados”. O lugar, claro, o soturno edifício Dakota, onde tudo aconteceu. O prédio (construído no século XIX) também foi cenário do filme “O Bebê de Rosemary” e sempre atraiu a atenção das pessoas por conta dessa aura mórbida. A obra: O livro do J. D. Salinger, “o Apanhador No Campo de Centeio”, que Chapman trazia consigo no dia do crime e que ficou folheando após consumar o ato. Durante suas viagens psíquicas ele imaginava ser o "Holden Caulfield", personagem principal do livro. A outra obra é a música dos Beatles, “Helter Stelker”, que Mark Chapman gostava justamente por estar ligada a outro crime: Em 1969, a atriz “Sharon Tate” (A Dança dos Vampiros), esposa de Roman Polanski, foi morta pelo lunático “Charles Manson” e por seus seguidores, que alegaram ter se inspirado na canção para cometer o crime.
A cidade de “La Higuera”, na Bolívia, é mundialmente conhecida porque foi palco de uma morte ilustre: no dia 09 de outubro de 1967, Ernesto Guevara de La Serna, o “Che Guevara” , foi morto pelo exército boliviano. A cidade vive do turismo e das lembranças dessa ilustre tragédia. História parecida aconteceu em “Angicos”, uma fazenda do sertão de Sergipe. Nesse local o cangaceiro “Lampião” foi morto junto com seu bando. O lugar é conhecido no nordeste inteiro como “a última parada de Lampião”. A clássica (e mórbida) imagem das cabeças expostas na escadaria da fazenda (que você confere clicando aqui) correu o mundo, foi publicada no New York Times.
O lugar mais famoso e visitado da cidade de “Dallas” (EUA) é a avenida “Dealey Plaza”. O local ficou mundialmente conhecido no dia 22 de novembro de 1963 quando, diante de uma multidão e das câmeras de TV, o presidente dos Estados Unidos, John Fitzgerald Kennedy, foi assassinado. Turistas que visitam a cidade fazem questão de tirar uma foto no local. Na avenida, existe uma demarcação no asfalto indicando o local exato da tragédia.
Termino esse post lembrando-me de Hiroshima e Nagazaki. Essas duas cidades entraram para a história com o mórbido marketing de aproximadamente 200 mil mortos. No espaço de três dias, duas bombas atômicas, “Little Boy” e “Fat Man”, produziram uma carnificina que trasformou essas duas cidades em símbolos eternos da estupidez humana. Melhor seria o anonimato.

"O CAMPO DOS BALÕES GIGANTES" (MY STRAWBERRY FIELDS)

Tive uma infância paupérrima em recursos materiais, mas riquíssima em aventuras e histórias pra contar. Lembrei-me, outro dia, do “Campo do Jiquiá”, um local arborizado espremido entre a linha férrea e o bairro onde eu cresci, a Mangueira. Eu e meus amigos brincávamos nesse local. Costumávamos ir ao campo, (que chamávamos de “marinha”, pois o local abrigava um quartel dessa arma) para pegar frutas e passarinhos. Nessa época, entrar na “marinha” era uma aventura e tanto. O local era vigiado por guardas navais que perseguiam os garotos invasores. Quem fosse preso ficava detido prestando serviços no posto: varrendo, limpando banheiro, essas coisas. Eu morria de medo, mas nunca fui pego. Entre os locais que “visitávamos” estava uma velha torre coberta pelo mato rasteiro. Os mais velhos diziam que era “a torre onde soltavam balões gigantes”. Essa lírica definição referia-se aos dirigíveis, costumeiramente chamados de “Zeppelin”, uma referência ao seu inventor. Não tínhamos noção ,na época, mas a Torre da Marinha era o antigo campo de atracação de Dirigíveis, o “Campo do Jiquiá”. A torre existe até hoje: é a única no mundo preservada em sua estrutura original. Nem na Alemanha existe uma relíquia dessas. Ela foi conservada não por consciência histórica das autoridades, mas por estar fincada numa área que sempre foi militar. O governo, aliás, cometeu um equívoco imperdoável. Construiu, ao lado da torre, uma estação de tratamento de esgoto. Algumas entidades protestaram e existe agora uma possibilidade desse patrimônio ser recuperado. O local foi transformado em área de preservação ambiental e o governo do estado promete restaurar essa importante relíquia. Eu ainda moro no bairro da Mangueira e sempre vejo a torre da janela do metrô. O sonho de ver ali construído um parque temático ainda povoa o meu imaginário. Confira abaixo algumas imagens do local e da passagem do Graf Zeppelin pelo Recife:

O RECIFE VISTO DO ZEPPELIN - 1936

O ZEPPELIN SOBREVOA O
CENTRO DO RECIFE - 1936
IMAGEM ANTOLÓGICA: O ZEPPELIN
SOBREVOANDO A CÚPULA DO PRÉDIO
DO DIÁRIO DE PERNAMBUCO
O RECIFE DA DÉCADA DE 30 VISITADO POR UM GIGANTE VOADOR O ZEPPELIN CHEGANDO AO CAMPO DO JIQUIÁ - 1936 O ZEPPELIN ATRACADO NO CAMPO DO JIQUIÁ - 1936 A MENINADA DO BAIRRO DA
MANGUEIRA FAZENDO FESTA
COM A VISITA DO GRAF ZEPPELIN QUE
APARECE AO FUNDO - 1936 O ZEPPELIN NO CAMPO DO JIQUIÁ VISTO DO BAIRRO DA MANGUEIRA
TORRE DO ZEPPELIN
CAMPO DO JIQUIÁ - 2008

Atualizado em 16/03/2012

Depois de anos de espera, finalmente, a Prefeitura do Recife anunciou a criação de um parque temático no Campo do Jiquiá. O parque, segundo informações da assessoria de imprensa da Prefeitura, abrigará um planetário e um museu de ciências. Abaixo, um vídeo do JC eito durante a apresentação do projeto realizada no dia 16 de março de 2012.

INSTITUTO RICARDO BRENNAND, UM LUGAR MÁGICO

Eu sou perdidamente apaixonado pelo Recife. Amo essa cidade, mas um lugar em particular me enche de orgulho: O Instituto Ricardo Brennand. Toda vez que vou a esse lugar mágico, tenho uma surpresa diferente. Tem sempre uma imagem ou uma informação que passou despercebida na última visita. Quando você vier ao Recife, não deixe de conhecer esse lugar. Seguem abaixo algumas fotos e informações sobre esse espaço cultural riquíssimo.

ARMARIA: o núcleo de Armaria originou a Coleção Ricardo Brennand, considerada hoje, uma das maiores coleções do mundo, com cerca de 3.000 peças, fabricadas na Inglaterra, França, Itália, Alemanha, Espanha, Suécia, Turquia, Índia e Japão. As armas são classificadas como de caça, guerra, proteção pessoal e exibição, defensivas e ofensivas, armaduras para cavaleiros e cavalos, com destaque para as armaduras completas com escudos, elmos, manoplas e cotas de malha, usadas pelos cavaleiros em batalhas, torneiros e justas, entre os séculos XIV e XVII.

ARTES DECORATIVAS: arte européia está representada nas coleções de Artes Decorativas, por objetos de adorno em geral e compreende inúmeras peças como castiçais, candelabros, jarros, mosaicos, vitrais e cofres miniatura. Destaque para um par de candelabros franceses black-a-moor em figura feminina, século XIX, da Fundição Barbedienne, feitas por Guillemin, em bronze dourado.

TAPEÇARIA: a coleção de tapeçarias francesas século XVIII, da manufatura Gobelin, é destaque na coleção do IRB, junto com peças das manufaturas de Flandres e Aubusson. Estas peças apresentam cenas ligadas à cavalaria, como batalhas ou consagração do cavaleiro, e também cenas religiosas, como em uma delas a presença bíblica de Salomão.

ESCULTURAS: a coleção de esculturas, reúne um conjunto de objetos de vulto, relevos e estatuária, com destaque para as peças italianas, especialmente, do atelier Romanelli de Firenze, onde a arte neoclássica se perpetuou em réplicas das principais obras do barroco italiano, como as de Gianbolonha, Bernini e outros artistas do cinquencentos.

MOBILIÁRIO: Mobiliário é destaque também na coleção do IRB, especialmente peças em estilo gótico, em carvalho e nogueira, de procedência inglesa e francesa. São móveis de descanso e guarda como arcas, aparadores, cupboard ou guarda-comida, estantes, trono e cadeiras em couro lavrado e preso por pregaria grossa de latão. O mobiliário francês está representado por uma linda escrivaninha de quarto, Bonheur-du-jour, estilo Biedermeier, século XIX. Destaque para um Arcaz mineiro de igreja, em cedro, século XVIII.

ARTES VISUAIS: a coleção de artes visuais, reunida segundo a técnica de pintura em suas diferentes composições, artes gráficas, incluindo-se gravuras e mapas, de autoria de pintores brasileiros e estrangeiros. Faz parte da coleção IRB, um conjunto de Brasiliana predominando a iconografia pernambucana de Bauch, cromolitigrafias de Schillapriz e Crals, desenhos de viajantes europeus como Rugendas e Debret que documentaram a paisagem do Rio de Janeiro. Encontramos ainda obras de artistas da escola francesa do século XIX, chamada Orientalista, pelos temas orientais retratando em cenas de dançarinas e alcovas e dela fazem parte pintores como Edouard Richiter (1844-1913), Delphin Enjolras (1857-1945) Gastón Guédy, Willianm Bouguereau (1825-1905).

Fonte: Instituto Ricardo Brennand

REINVENTANDO VELHOS SERVIÇOS – O “MODELO CHAFARIZ”

Quem conhece a história da cidade do Recife, sabe que a ocupação desse território de várzea se deu de forma desordenada e através de muitos aterros. A cidade sempre apresentou graves problemas urbanos por conta desse passado sem planejamento. Nas décadas de 60 e 70 (século XX) ocorreram muitas enchentes. A de 1975 teve proporções devastadoras. O rescaldo dessa tragédia foram as epidemias de doenças ligadas à falta de saneamento básico. Dados dessa época mostram que, de cada dez residências, apenas três tinham água encanada.

Quase todo bairro da periferia tinha um chafariz (um estabelecimento que vendia água, diferente do chafariz de praça). A distribuição de água era feita em carroças puxadas a cavalo. Essa é uma realidade de apenas trinta anos atrás. O carroceiro ia de porta em porta e vendia a água em latas (de manteiga ou de tinta adaptadas como recipientes) de 20 litros, com um suporte de madeira que servia de alça (foto acima). A mão suja do trato com o cavalo da carroça entrava em contato com a água. Essa conjugação de fatores ajudava a disseminar doenças pela periferia.

Água encanada era um luxo. Por conta disso, de tempos em tempos, a secretaria de saúde realizava vacinação em massa. Quase todo morador da periferia (e de muitos bairros nobres do Recife) ostentava uma marca de vacina no braço. Os agentes da SUCAM (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública) eram vistos pelas crianças como terroristas. Chegavam aos bairros sempre depois das 22h (a filariose ataca nesse período noturno) para fazer exames. Eram chamados de “fura dedo”. No final da década de 70 o governo de Pernambuco, enfim, popularizou o acesso à água tratada. A malha de distribuição de água foi ampliada. Os chafarizes foram abolidos. Entretanto, 25 anos depois do quadro acima descrito, o “Modelo Chafariz” voltou a ser utilizado na Cidade do Recife. A água tratada não é de boa qualidade, o gosto é horrível.

Os pernambucanos, sobretudo do grande Recife, passaram a consumir água mineral. A partir da década de 90 Recife passou a ser a cidade, no Brasil, que mais consome água mineral engarrafada. E o tal “Modelo Chafariz”? Bem, a carroça foi substituída pela bicicleta e pela moto. A lata de 20 litros foi substituída pelo garrafão de plástico (também de 20 litros) e o chafariz deu lugar às grandes fontes distribuidoras. É a renovação de um velho serviço. Água para quem tem sede!

INFORMAÇÃO É PODER


Certa vez estava ouvindo um debate no programa de Geraldo Freire (radialista pernambucano que apresenta um programa diário aqui no Recife – Rádio Jornal) que tinha como título: “Informação É Poder”. E Geraldo deu como exemplo o caso de um senhor que era proprietário de uma venda na cidade de Mimoso (agreste de Pernambuco), sua terra natal. Disse ele: “rapaz, quando eu era garoto lá em Mimoso, o dono da venda era considerado o cara mais sábio e importante da cidade. Tudo que a gente queria saber procurava ele. Eu não entendia o porquê. Anos depois, já no Recife, percebi que a “sapiência” e o conseqüente poder que ele ostentava tinha uma explicação: ele era o único que tinha um rádio na cidade. Ele estava sempre bem informado”

Esse exemplo pode ser aplicado aos dias de hoje. Mudaram-se as fontes de informação – agora temos internet e tv – mas a premissa é a mesma: os mais bem informados dominam o mundo. Note, não falo apenas do conhecimento sistematizado. As informações adquiridas ao longo da vida são importantíssimas para determinar a posição do indivíduo na sociedade. Outro exemplo que ilustra bem essa máxima, refere-se ao Padre Cícero. Quem nos conta é o pesquisador Câmara Cascudo: “o padre Cícero era um homem querido e poderoso. Quando ele chegava num lugarejo qualquer do interior, ele tratava logo de conquistar o representante dos correios. Feito isso, ele confiscava todas as cartas e fazia uma leitura prévia antes que o destinatário a recebesse. Nos seus sermões ele fazia “revelações” (obtidas com a leitura das cartas) para os fiéis. Quando as informações se confirmavam, ele era chamado de santo. Tudo porque ele detinha informação”. 

Quem já leu “O Príncipe”, de “Maquiavel”, está familiarizado com essa prática “ciceroniana”. Negar informação à população ajuda a perpetuar a dominação das elites. Fernando Henrique Cardoso quando era presidente do Brasil vetou a obrigatoriedade do ensino de filosofia nas escolas públicas. Sendo ele sociólogo, humanista, um ato desses nos leva a pensar que o veto tinha interesses não muito nobres. Termino esse post com um lema iluminista: “o homem só progride quando se livra das trevas da ignorância”.

DONA SANTA,RAINHA NEGRA

Quando eu era garoto, não lembro bem em que ano (faz tempo!), sei que foi na década de 70, fui com minha mãe à casa de "Seu Lula", um lendário pai de santo do bairro da mangueira (Recife), falecido no final da década de 90. Ostentava nessa época o título de "pai de santo mais antigo em atividade no Brasil". Bom, voltando à minha história, quando chegamos à casa dele (ele era muito ligado à minha família) eu me deparei com um quadro imenso que se destacava na sala (foto acima). Ele mostrava a imagem de uma negra majestosa , coroada e com um cetro na mão. Perguntei à minha mãe: "quem é essa?" - Ela respondeu: "é uma rainha!". Era a foto de Dona Santa, rainha do maracatu Elefante. Virou lenda por ter sido a última a ser coroada segundo as tradições dos Reis do Congo. Durante muito tempo pensei que ela fosse uma rainha como Elizabeth II (Inglaterra). Entretanto, um detalhe intrigava a minha cabeça (doutrinada por estereótipos racistas): não existem rainhas negras. Descobri depois de muitos carnavais a importância dessa mulher. Dona Santa nasceu Maria Júlia do Nascimento, no dia 25 de Março de 1877, no Pátio de Santa Cruz (local sagrado, lá também nasceu o Santa Cruz Futebol Clube), centro do Recife. Seu primeiro reinado foi no Maracatu Leão Coroado. Ela abdicaria do trono mais tarde, quando o seu marido fosse escolhido para ser rei do Maracatu Elefante (fundado, acreditem, em 1880!). Dona Santa herdaria mais tarde, em 1947, o trono de rainha desse maracatu, com a morte do seu marido. Mulher de fibra, teve que lutar contra a ditadura Vargas e o governo Agamenom Magalhães que persseguiam e proibiam os cultos afros.Usava os ensaios do maracatu para realizar os cultos do candomblé. Ela reinou absoluta por vários carnavais, foi tema de vários trabalhos acadêmicos no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Faleceu em 1962, aos 85 anos, deixando um legado histórico riquíssimo.

FUTEBOL E ROCK, APENAS UMA COMPARAÇÃO

A Revista Placar lançou uma idéia muito boa e eu resolvi publicar aqui pra vocês conferirem. Se cada clube fosse uma banda de música, qual seria? A revista listou os 12 maiores clubes do Brasil e suas bandas correlatas. Como sou pernambucano, adicionei os três grandes de Recife. Licença poética! rssss

Inter = Led Zeppelin... Reinou nos anos 70 e morreu nos 80. Seus líderes conseguiram juntar os cacos e voltar nos anos 2000, com uma inesquecível turnê mundial.

Grêmio = Sepultura... Um de nossos sucessos internacionais. Mas na terra do molejo e do samba faceiro - exceção feita ao seu público fiel - muitos acham que eles pegam pesado demais

Santos (Aqui eu acrescento o Náutico) = Beatles... Nos anos 60, não tinha pra ninguém, até hoje é lembrado no mundo inteiro pelos sucessos de 40 anos atrás.

Palmeiras = Aerosmith.... A banda tem enorme tempo de estrada. Mas suas músicas só atingem o estrelato quando faz alguma parceria.

São Paulo = Queen... Já foi eleita a melhor do mundo uma quantidade de vezes...

Corinthians = Michael Jackson... Um dos mais populares da história envolveu-se em escândalos e até mudou de cor. Tem apostado em criancinhas como Lulinha e Dentinho.

Botafogo = Rolling Stones... Seria o maior da década de 60, se não houvesse um rival mais popular... Teve seus Satisfacion em Garrincha. Há alguns anos retomou o rumo e está feliz da vida.

Vasco = Oasis... Banda de qualidade e importância inquestionáveis. Todo mundo quer gostar dela quando ouve, mas a imagem do líder Euricão Gallagher faz muita gente sentir aversão.

Fluminense = Titãs... Banda charmosa e simpática. No Brasil, é querida por muitos. O problema é que ninguém nunca ouviu falar fora de nossas fronteiras...

Flamengo= Jorge Benjor ..Há muito tempo não produz um grande sucesso, mas é incrível como segue popular e nunca sai da moda...

Atlético-MG = Raul Seixas... Mesmo sem ter alcançado o estrelato tantas vezes, conseguiu se consolidar como um dos artistas mais populares do país. Seus fãs são tão apaixonados que tem fama de malucos.

Cruzeiro = Paralamas do Sucesso... Na América do Sul é respeitado e campeão de vendas. Mas quando participa de um festival com bandas européias é café com leite...

Sport Recife = Sigue Sigue Sputnik... falam que são os melhores do mundo em tudo, atingiram o auge em 1987. Entretanto, só eles sabem disso.

Santa Cruz = Bom, o meu glorioso Santa Cruz é um caso a parte. Não seria uma banda, seria um filme= Titanic. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

VOCÊ SABE O QUE SÃO AS PEGADAS DE CARBONO?

As chamadas “pegadas de carbono” são uma metodologia criada para aferir a quantidade de CO² (Dióxido de Carbono) que um ser humano emite por ano. Todo mundo já ouviu falar no efeito estufa mas, estranhamente, a maioria das pessoas enxerga o assunto como se ela própria não fizesse parte desse grave problema. A função primária do cálculo das pegadas de carbono é alertar as pessoas para que elas reduzam ao máximo a emissão do CO². Você pode calcular a sua pegada de carbono clicando AQUI.

COMO DIMINUIR AS MINHAS PEGADAS DE CARBONO

DENTRO DE CASA

  • Troque as lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes, pois gastam menos energia elétrica e duram mais;
  • Opte por fontes de energia renovável em casa como aquecedores solares e painéis de energia solar para geração de energia elétrica;
  • Compre sempre eletrodomésticos e eletrônicos que possuam baixo consumo de energia;
  • Aproveite bem a luz do sol para iluminar a casa e para secar as suas roupas;
  • Faça compostagem do lixo sempre que possível, pois além dar um fim para o lixo orgânico você também poderá cultivar uma bela horta no quintal de casa.

FORA DE CASA

  • Compre veículos que possuam tecnologia flex, pois se tem a opção de abastecer com etanol;
  • Use sempre que possível a bicicleta como seu principal meio de transporte, pois além de não poluir você acaba praticando uma atividade física;
  • Use mais o transporte coletivo de sua cidade e ajude a diminuir a poluição e,conseqüentemente, o número de veículos nas ruas;
  • Use e abuse das caronas solidárias pois, além de uma boa conversa, você estará contribuindo com meio ambiente e com o trânsito da cidade;
  • Faça regulagens periódicas em seu veículo e certifique-se de que ele não esteja poluindo em excesso.

Faça sua parte, contribua para que o planeta torne-se mais habitável. Sei, muitos se escondem atrás do discurso: “os principais poluidores são os países desenvolvidos, etc., etc., etc.,” e acabam não fazendo a sua parte.

DIÁRIO DA PERIFERIA - O SENHOR DO DESTINO

Outro dia, a caminho do trabalho, encontrei um amigo de infância. Há muito não nos falávamos. Estávamos num ônibus que tinha como destino a cidade de Olinda (esse é o meu trajeto diário). Eu como passageiro, ele como cobrador (ou trocador, dependendo do seu estado). Depois de uma meia hora de conversa, desci do coletivo entristecido e aliviado. A tristeza veio porque a maior parte das notícias dos amigos do passado tinha um drama atrelado. “Lembra de fulano, se meteu com coisa errada e foi morto. E sicrano, está com dificuldades, cheio de filhos e desempregado”. O alívio foi pela constatação de que sou um dos sobreviventes. À noite, quando cheguei em casa fui rebuscar o passado para tentar descobrir por que o meu destino foi diferente. Crescemos no mesmo bairro, jogamos futebol no mesmo campo (as salinas de um manguezal), freqüentamos a mesma escola.

O primeiro sinal que identifiquei no desvio do meu caminho foi um fato ocorrido no dia 08 de dezembro de 1980. Essa data é feriado aqui no Recife. Nesse dia John Lennon foi morto em Nova York e eu descobri os Beatles. A minha paixão pelos “Fabulous Four”, por tabela, despertou a minha paixão pela música. As horas que eu passava na rua se transformaram em horas tentando aprender a dedilhar o meu violão. Se eu pudesse materializar o que estou sentindo agora, você veria o “senhor do destino” apontando o seu dedo para os garotos da periferia e dizendo: “você vai ser alguém, vocês não. Você vai morrer, você vai matar, você...” Sinistro? Muito, eu sei, mas é assim que as coisas funcionam até hoje. Depois da música veio o gosto pelos estudos e tudo começou a se tornar mais fácil. Meu caminho foi desviado e o dedo em riste do “senhor do destino” não pôde mais me atingir.

THE BOBs, O MAIOR CONCURSO MUNDIAL DE BLOGS

Estava eu passeando pela rede e aportei no ótimo blog Café Com Notícias e dei de cara com um post que falava sobre o “The Bobs”. O que é isso? Trata-se do maior concurso internacional de blogs que é realizado pelo conceituado grupo alemão de radiofusão, “Deutsche Welle”. O concurso premia blogs em onze idiomas inclusive o português. As inscrições – que podem ser feitas clicando aqui ou no banner na ao lado – começaram no dia 31 de agosto (Blog Day) e se estenderão até o dia 30 de setembro. Os blogs dos onze idiomas oficiais do concurso (alemão, árabe, chinês, espanhol, francês, holandês, indonésio, inglês, persa, português e russo) concorrerão em dez categorias. Além de inscrever seu blog, você pode sugerir blogs que costuma ler
O que fazer depois da inscrição? O site oficial do concurso informa: "Terminado o prazo para sugerir blogs, nosso júri internacional composto por blogueiros, jornalistas independentes e pesquisadores de mídia escolherá os nomeados em cada uma das 10 categorias do concurso. Levará algum tempo até que eles tenham avaliado todos os blogs sugeridos. Mas, a partir de 27 de outubro, o concurso prossegue e tem início a fase de votação. Veja se seus prediletos entraram na corrida e dê logo seu voto. Enquanto isso, o júri oficial avaliará cada um dos nomeados. Os resultados serão anunciados em 27 de novembro de 2008, em uma cerimônia aberta ao público no Museu da Comunicação de Berlim". Não perca tempo, inscreva seu blog. Na edição do ano passado, o "Blog doTas", do jornalista brasileiro Marcelo Tás (CQC), foi eleito o melhor blog de língua portuguesa.

"A GUERRA DOS MENINOS"

A idéia desse post surgiu depois de um comentário de um aluno numa aula sobre população: "professor, os pobres de hoje são tudo metido, não querem mais construir casa, só duplex". O nobre aluno fez uma observação pertinente, mas com uma justificativa equivocada. Quando estudamos sobre ocupação do espaço, uma das primeiras coisas que aprendemos é que o espaço é ocupado de duas formas: primeiramente a ocupação é horizontal. Enquanto existe disponibilidade de terrenos, as construções vão surgindo. Até mais ou menos a década de 1960, quando os casais estavam perto de consolidar o matrimonio, saiam à procura de um terreno para construir o "lar doce lar". Depois que a ocupação horizontal se consolida, inicia-se a segunda forma de ocupação: a vertical. Muito mais por uma questão de necessidade que por vaidade. Não é porque as pessoas são "metidas", como observou o aluno. O crescimento vertical é um processo natural e lógico. Não podendo mais crescer para os lados, o céu passa a ser o limite e, em casos extremos, o subsolo também é ocupado, como ocorre no Japão e na Coréia do Sul. Quanto a "Guerra dos Meninos", eu explico: sem espaço, sem terrenos baldios e quase sem áreas de lazer, os garotos não têm mais onde jogar futebol ou qualquer outro esporte. O jeito é jogar nas ruas mesmo (o futebol está no sangue). Uma vidraça quebrada, um corre-corre, uma batalha! É a guerra diária dos garotos da periferia, brigar para se divertir! Muitos desistem e procuram outras formas de passar o tempo. Terminam virando manchetes de jornal. “Olha aí, olha aí, é o meu guri”.
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