EM RITMO DE DESPEDIDA, O COMPACT DISC COMPLETA 30 ANOS

Os sites noticiam hoje que o bom e velho cedê está completando trinta anos. A grande curiosidade nessa história de sucesso, é que esse ícone da revolução tecnológica (que está em curso) está caindo em desuso. O cedê teve vida curta. Apesar de ter sido criado pela Philips em 1979, na Holanda, para nós, brasileiros, a história dessa mídia começou, de verdade, na década de 90.

O primeiro álbum gravado em cedê no mundo foi o “52 and Street”, do Billy Joel, que chegou às lojas japonesas em 1982. De lá para cá, o que se viu foi uma revolução no mercado fonográfico. O disco de vinil foi rapidamente aposentado e virou peça de museu. Atualmente, a mídia em cedê começa a mergulhar no mesmo poço sem fim onde os velhos (e bons) discos de vinil foram depositados. Depois da invenção do MP3, uma nova revolução entrou em curso. As gravações quase não transitam mais pela mídia física. Uma grande fatia do “mercado” consumidor de música, sobretudo os jovens, captura (o termo é esse mesmo) as músicas na internet. Em post anterior já falei sobre isso. Cada um anda com seu mp3 player abastecido com uma seleção particular de músicas. Na prática, quem tem um mp3 player tem uma rádio particular.

A comercialização de música já está se adaptando a essa novíssima realidade. O cantor Lenine, por exemplo, teve o seu novo disco lançado em três mídias diferentes. Uma edição limitada em vinil (que ainda tem um publico fiel), uma em cedê e uma no formato pen drive. Já existem aparelhos de som sendo vendidos no Japão com uma memória embutida onde as músicas (e outros arquivos) são armazenadas diretamente. É a decretação do fim da mídia física. A história do cedê foi tão efêmera que o “discman”, aquele cedê player de bolso que há bem pouco tempo era febre, virou rapidamente peça de museu. Em vários países, nem sequer foi comercializado. Quando a “novidade” chegou, já estava obsoleta.

O devedê caminha para o mesmo destino. Quem baixa arquivos em RMVB e perde tempo convertendo para o formato devedê, já está mudando de hábito. Comenta-se que em pouco tempo chegarão às lojas os aparelhos de devedês que rodam RMVB. Ou seja: é só baixar, gravar como dados e assistir na tevê. Se bem que isso já vem sendo feito. Os novos aparelhos de tevê podem ser ligados direto no computador. Você assiste ao que baixa sem precisar transportar o arquivo. Onde é que isso vai parar?

REENCONTRANDO VELHOS ÍDOLOS

Estive ontem no Chevrolet Hall, em Olinda, para rever, após vinte anos, os Titãs e ver , pela primeira vez, os Paralamas. Que noite legal! A única mácula foi o costumeiro atraso, para o início do espetáculo, marca registrada do Chevrolet Hall.

A noite começou com uma bela surpresa, a ótima banda pernambucana “Nós 4”. Eles foram um pouco prejudicados porque tiveram que "encher linguiça" enquanto as estrelas da noite não chegavam e o público se irritou um pouco com a demora. Mas o show deles foi muitíssimo competente. Quem quiser pode conferir aqui o som da banda.

Depois de três longas horas de atraso, Paralamas e Titãs subiram ao palco em alto estilo. Que vigor! Na cozinha, a competência de João Barone e Charles Gavin. Na linha de frente Toni Belotto e Herbert Viana, dois guitarristas de primeiro time do rock Brasil. A performance do Herbert, claro, foi um pouco prejudicada pelo fato de estar ele, agora, sentado numa cadeira de rodas. Tem que parar o solo para acionar (com a mão) a pedaleira. Mas o cara sabe muito, toca com tranquilidade. O bom de ver Titãs e Paralamas juntos, é que um cobre as deficiências do outro. Herbert, que tem uma voz limitada, teve o auxilio luxuoso de Paulo Miklos , Branco Melo e do Brito.Os Titãs usufruiram do competente baixo do Felipe Bi Ribeiro.

Num tempo em que o rock Brasil pena com bandas indies, emos, todas cópias pioradas do Green Day, ver Paralamas e Titãs com tanto vigor foi para lavar a alma desse velho roqueiro que vos escreve. Salve o Rock Brasil!

Foto desse post: Os Templários Emanuel Dornelas, eu e Carlos Dornelas. Todos vestidos a rigor.

QUADRO-NEGRO

HOMENAGEM DA JORNÁLIA DO ED AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A VOLTA DA INQUISIÇÃO?

Ontem vi o arcebispo de Olinda e Recife, “dom” José Cardoso Sobrinho, com a sua costumeira arrogância, repudiando e excomungando equipe médica e família da garota de nove anos que foi estuprada pelo padrasto. Que saudade dos tempos de DOM Hélder. A Igreja do “dom” José é outra. Ele pertence à ala conservadora, retrógrada por natureza. Sua postura de inquisidor me irritou de um jeito que desliguei a tevê. Tratar esse ato de extrema violência como tanta intolerância foi, antes de tudo, uma estupidez. Por que a Igreja tem que ser assim? Por que o mundo tem que se curvar aos seus desígnios? De onde tiraram esse Deus que permitiria que uma criança de nove anos (violentamente agredida) enfrentasse uma gravidez de altíssimo risco? Quem o senhor “dom” José pensa que é?... Com o perdão do trocadilho, eu teria um rosário de perguntas para fazer aqui, mas isso serviria apenas para deixar meu texto longo e cansativo.

A mão pesada desse pseudo-inquisidor serve, apenas, para afastar ainda mais os fiéis da Igreja Católica. Sou contrário à prática do aborto, quero deixar claro, mas o caso dessa menina tem nuances que justificam esse ato. Com nove anos de idade o útero ainda está em formação, isso implicaria em problemas (graves) para a saúde da mãe e também dos bebês. E o lado psicológico? Está aberta a questão!

O FEIJÃO E O SONHO

Lembrei-me do Campos Lara do Orígenes quando vi Nelson Mota falando sobre o tal “Tecnobrega”, em matéria do Jornal da Globo. Nelson assina uma coluna nesse telejornal. Acostumei-me a ver esse multifacetário jornalista falar sobre Bossa Nova, Tropicália, Chico Buarque, Ilha de Manhattan. Vê-lo descrevendo a cena musical do Pará, pareceu-me artificial. Pensei: Ao contrário do Campos Lara, ele optou pelo feijão. Aí me veio à memória outro ótimo jornalista que, ao que parece, fez a mesma opção: Pedro Bial. Um desperdício esse grande jornalista comandando o Big Brother!

Quando era garoto queria ser cantor de rock e meu pai queria que eu fizesse um curso no SENAI. Quase fui. Vi um anúncio no jornal que listava os cursos dessa instituição, dentre eles estava o de “compositor”. Minha empolgação desmoronou quando li na descrição que o curso era de “compositor tipográfico”. Não me rendi e paguei um preço caro. Penei durante alguns anos atormentado por não poder viver do que gostava. Superei esse drama, apenas, depois dos trinta, quando me encontrei profissionalmente e aprendi a lidar com a dureza do cotidiano.

Sei que cada um sabe o que é o melhor pra si, mas fico triste quando vejo, por exemplo, um gigante da música popular brasileira, Roberto Carlos, preso a um contrato, com uma emissora de tevê, que o impede de aparecer em outros canais e o obriga a lançar um disco todo ano, mesmo que vazio. Sei, esse contrato sedimentou sua condição de “rei”, mas desde o final da década de 70, o que vemos é um rei triste, um canário do império dentro de uma gaiola de ouro. Como se vê, nem sempre a opção do dindin é a melhor. Qual a sua opção?

CARNAVAL NO RECIFE ANTIGO, FOI MUUUUUUUUUUUUITO BOM!

Um Templário na rua do Bom Jesus. É carnaval!
Maracatu de branco, troca de culturas
Maracatu Ouro do Porto chegando ao Recife Antigo
Até no mar teve carnaval. Quem comandou a festa foi Bubuska Valença e sua nau do frevo
A primeira sinagoga das Américas testemunhou o desfile do afoxé em terras brasileiras. Ou seja, o encontro das raças!
Rua do Bom Jesus
Maracatu Nação Almirante do Forte
A rainha do Maracatu Almirante do Forte
O imponente Galo da Madrugada
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CRÔNICAS DO CARNAVAL - CIDINHO E O "CHICOTINHO"

Inicio, com esse post, a série especial de crônicas sobre a festa de Momo. Começo relatando uma deliciosa história ocorrida em um dos desfiles do mais antigo boneco de Olinda, o Homem da Meia-Noite. Esse tradicionalíssimo bloco arrasta foliões pelas ladeiras da cidade histórica desde a sua fundação, em 1932. Vários carregadores, ao longo dessas quase oito décadas, deram vida a esse gigante da alegria. O mais famoso de todos foi Alcides Honório dos Santos, o “Cidinho”. Em um dos quarenta carnavais, em que deu vida ao famoso boneco, aconteceu um fato muito engraçado. Cidinho sempre se alimentava bem para aguentar as subidas e descidas carregando o gigante de quase cinquenta quilos. Certa vez decidiu mudar o cardápio. Trocou o velho feijão com arroz por uma suculenta feijoada, servida na concentração do bloco. No meio do desfile, bateu uma tremenda dor de barriga. Aqui em Pernambuco, esse infortúnio é popularmente chamado de “chicotinho” (não me perguntem o motivo). Em outras bandas do Brasil, chamam de “piriri”. Pois bem, Cidinho, atormentado pelas cólicas, decidiu correr pro mato para “se aliviar”, entretanto não largou o boneco. Entrou no mato e a orquestra e os foliões foram atrás (rsssssss). Por mais que estranhasse o trajeto, ninguém deixou de acompanhá-lo. O pobre Cidinho acabou sendo vencido pelo “chicotinho” e fez o “serviço” dentro do boneco mesmo. Histórias como essas, só no delicioso carnaval de Olinda!

MÚSICA BOA, MÚSICA TRISTE E A ARROGÂNCIA NOSSA DE CADA DIA

Outro dia, numa zapeada pela web, deparei-me com um post no ótimo blog Ipsis Literis, do amigo Grijó, em que o mestre Tom Jobim criticava a cultura de massa dizendo que ela é alienada e produz tristeza. Com todo respeito que tenho pelo mestre Jobim, discordei veementemente. Não faço parte do cordão que defende a massificação da cultura, pelo contrário, a música que eu escuto, por exemplo, não toca nas rádios. Mas dizer que o grito popular produz tristeza, soa como arrogância. Por vezes sou assim, reconheço. Quantas vezes não me senti superior por ouvir Tom, Caetano, Marving Gaey, enquanto meu vizinho ouvia Calypso. Esse pensamento idiota não povoa mais a minha mente. Não abro mão do meu gosto pessoal, mas amadureci o bastante para perceber que pior do que a massificação (também chamada de estandardização) é a arrogância de quem não aceita o gosto do vizinho. Note, não estou aqui defendendo a música comercial feita apenas para entretenimento, não é isso. Defendo o direito que todos têm de escutar o que querem.

Outro dia mergulhei na rede à procura de bandas novas do rock nacional, queria me reciclar. Acabei ficando com ódio do Green Day: percebi que todas as bandas novas, tooooooooooodas mesmo, são uma cópia malfeita do Green Day. Aquele pós-punkizinho despretensioso que os adolescentes adoram. Eu odeio!! Mas, quem sou eu para dizer que eles são tristes? Há cerca de um mês, mais ou menos, descobri na coluna do Kid Vinil, uma banda australiana chamada Cut Copy. Baixei umas músicas e adoreeeeeei, anda comigo no mp3. Fui, então, procurar mais informações sobre eles e acabei descobrindo o porquê de ter gostado, de cara, deles. A banda faz um som retrô com influências diretas do rock anos 80. O tempo passa mas o que é bom, fica!

DOM HÉLDER CÂMARA, MAIS QUE UM RELIGIOSO

Hoje Dom Hélder Câmara, se vivo estivesse, completaria cem anos. Ele faleceu aqui ,no Recife, no dia 27 de agosto de 1999. Sempre fui fã dele, não por questões religiosas mas, pelas inúmeras obras sociais que implementou durante toda sua vida. Faça um teste: escreva no Google “Dom Hélder Câmara”, escolha aleatoriamente um dos sites listados e leia o conteúdo. Pouco se fala sobre religião, a grande obra da vida desse admirável homem foi sua incansável dedicação aos problemas sociais, sobretudo a pobreza e os direitos civis. Dom Hélder direcionou sua vida para esse lado desde o início do seu sacerdócio. Em 1931, logo que foi ordenado padre com apenas 22 anos (teve uma permissão especial, já que não tinha a idade mínima permitida), criou a “Legião Cearense do Trabalho”. Dois anos depois fundou a “Sindicalização Operária Feminina Católica”, que atuava na defesa das lavadeiras e empregadas domésticas cearenses. 

A ascensão de Dom Helder na Igreja Católica se deu sempre de forma prematura. Com apenas 43 anos foi ordenado bispo do Rio de Janeiro. A inclinação para as obras sociais não diminuiu com a importância do cargo, na verdade, ele passou a atuar com mais veemência nessa área. Em 1956, fundou a "Cruzada São Sebastião", uma espécie de “movimento dos sem teto” que atuava nas favelas do Rio de Janeiro. Denunciou, nessa época, a expulsão dos pobres para os morros.

Em 1964, ano do Golpe Militar, Dom Hélder retornou ao Nordeste. Desta feita, como Arcebispo de Olinda e Recife. Com a mudança na situação política do Brasil, Dom Hélder direcionou sua obra para a defesa dos direitos humanos. Criou a “Comissão de Justiça e Paz” e as “Ligas Camponesas” que lutavam pela implantação da reforma agrária.

Por conta da sua atuação em defesa dos direitos humanos, Dom Hélder foi perseguido pelo Regime Militar. Por ser uma figura de importância internacional com muita influência na Igreja Católica, os militares hesitaram em prendê-lo ou cercear sua liberdade de expressão e passaram a perseguir os seus colaboradores . No dia 29 de maio de 1969, o Padre Antônio Henrique Pereira, coordenador de uma das pastorais criadas por Dom Helder, a da juventude, foi encontrado morto num terreno baldio na cidade universitária. O corpo apresentava sinais de tortura. Mesmo com essa manifestação extrema de violência, Dom Helder enfrentou os militares durante toda a ditadura. Suas idéias serviram de base para o surgimento , em 1975, da “Comissão Pastoral da Terra” que teve importante atuação em defesa dos trabalhadores rurais durante os governos militares.

Conheci Dom Hélder pessoalmente. Em 1992, eu e meu amigo Lito, fomos até a Igreja das Fronteiras, aqui no Recife, e batemos à porta. Pedimos para falar com ele e fomos atendidos. Dom Hélder nos recebeu e conversamos durante uns trinta minutos. Desse raro momento, lembro-me dele falando: "covardia é uma estupidez". Não lembro como chegou a essa afirmação, mas repetiu várias vezes: "o homem não tem o direito de ser covarde".

Dom Hélder não era cantor, nem tinha rosto de galã de novela, como alguns padres famosos que vemos na tevê hoje em dia. Sua beleza estava (e está) na força da sua obra social e na profundidade das suas palavras: "Se eu dou comida a um pobre, me chamam de santo, mas se eu pergunto por que ele é pobre, me chamam de comunista." Meus respeitos, Dom Hélder!

 





SANTA CRUZ, 95 ANOS DE GLÓRIAS!

Hoje o glorioso Santa Cruz Futebol Clube está completando 95 anos. O momento é propício para comemorações, já que o Santa está ressurgindo depois de enfrentar a maior crise de sua história. Amo esse clube incondicionalmente. Frequento o estádio do Arruda desde a década de 70. Parabéns para todos nós que temos a sorte de ser tricolores!
Este time do Santa Cruz fez história em 1975, quando disputou a semifinal do Campeonato Brasileiro. Foi a primeira vez que um time do Nordeste chegou tão longe na competição nacional. Em pé estão, da esquerda para a direita, Jair, Lima, Pedrinho, Levir Culpi, Renato e Givanildo; Fumanchu, Ramón, Nunes, Carlos Alberto Rodrigues e Zé Maria
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