No início da década de oitenta Recife estava longe do circuito dos grandes shows de rock. Que eu me lembre, tivemos por aqui apenas o showzaço do Rick Weikman acontecido em 1981. Eu e meus amigos ficávamos a pensar: “quando o Iron Maiden virá ao Recife?” Bom, depois de quase trinta anos o grande dia chegou. Acordei ansioso quase não acreditando que a minha banda de have preferida, com sua formação clássica (Bruce Dickinson no vocal), tocaria logo ali, do lado da minha casa. O Iron Maiden é uma lenda viva do rock dito pesado. Tem uma legião de fãs pelo mundo afora. Nas ruas em torno do jóquei clube, local do show aqui no Recife, dezenas de ônibus de todo o Nordeste. Muita gente acampou em frente ao local. A turma de preto invadiu a cidade.
O show? Sensacional! Antes teve um "shouzinho" de abertura com a filha de Steve Harris, o baixista do Iron. Apresentação chinfrim, mas ela é a filha do “home”, aí a turma dá essa colher de chá. Mas quando o Iron subiu ao palco, agradeci por estar ali! Que show! Com o palco ainda escuro eles tocaram um trecho de Transylvania. Mas a abertura, de fato, aconteceu de forma apoteótica com Aces High, literalmente uma explosão. A banda continua com o mesmo gás. O grande destaque, claro, foi a garganta potente de Bruce Dickinson. Quem conhece a história dessa banda sabe que a saída de Paul Dianno e a entrada de Bruce Dickinson foi um divisor d’água. E o Dave Murry? Dentre as três guitarras do Iron, a dele se sobressai. É o eixo central de todos os solos. Meu amigo Mané, que assistiu ao show do meu lado, por várias vezes me alertou sobre o virtuosismo desse cara. Foram duas horas de puro êxtase. Que venham outros dinossauros! Segue um vídeo com a abertura do show gravado do meio da galera, dá para sentir o real clima do show.