Passada
um pouco da euforia do grande show de Paul, no sábado passado, me vi
às voltas com várias manifestações de alegria – por conta do
sonho realizado – e estupidez de uma minoria que insiste em ser do
contra. Dois jornalistas de dois veículos importantes de comunicação
– não vou citar nomes porque é isso que eles querem, propaganda –
teceram comentários preconceituosos ao descrever o evento. Se
esforçaram em criticar a plateia, não o espetáculo. Algo como “o
público não estava à altura do show”. Nas próprias matérias,
as pessoas que comentaram trataram de descer a lenha e desmentir os
dois idiotas.
Assim
como esses jornalistas, percebi em algumas pessoas aqui da cidade a
mesma tendência em tentar diminuir a grandeza do espetáculo.
Falavam do exagero dos fãs, do grande aparato envolvendo o
evento, figuras de retórica. O comum entre eles, claro, era o
fato de nenhum gostar dos Beatles ou de Paul. Um comportamento
irritantemente provinciano. Há pouco, numa rede social, dei de cara
com uma foto em que Paul desfilava pelo palco com a bandeira de
Pernambuco. Como ele foi gentil e muitíssimo agradável com o
público, acharam de falar que essa gentileza era fake, manobra da
produção. Dizia a legenda: “Meus produtores disseram que era importante fazer isso”. Cheguei a questionar a foto, mas, percebi que seria
bobagem quando li o seguinte comentário direcionado a minha pessoa:
“Esse
nosso hábito de enxergar pessoas como 'lenda' entorpece nosso senso
crítico”. Censo crítico num show de rock, vejam só.
O
fato é que algumas pessoas perderam a capacidade de sonhar ou de
aceitar a felicidade dos outros, o que é pior. Essa triste
constatação se aplica ao dia a dia. Tem o chato que não vê tevê
porque não quer ficar burro, só assiste a filmes de arte, jamais
assistira a um episódio dos Simpsons, o senso crítico impediria.
Sigo com minha inocência sendo feliz e realizando sonhos. A beleza
da vida, no final das contas, está na simplicidade. Viva o povo
arretado!