FLAGRANTE DO DIA: PRIMEIRO GRANDE TUMULTO PROVOCADO PELA GREVE DO METRÔ

Integração Joana Bezerra, hoje, 16:30h, as portas da estação do metrô deveriam estar abertas. O povo foi se aglomerando e uma multidão de trabalhadores se formou. Bastaram cinco minutos de atraso para a galera perder a paciência. Começou um tumulto e a porta da estação foi arrombada. Começou uma correria, gente caindo, gritando. Esse foi o primeiro grande incidente provocado pela greve dos funcionários do metrô. Os seguranças assistiram ao tumulto, de longe, e não interferiram. Meu celular registrou tudo.


O DIA DO MEU ANIVERSÁRIO

Ontem foi meu aniversário, cheguei aos 47 anos me relacionando muito bem com o peso da idade. Passei o dia recebendo cumprimentos dos amigos – verdadeiros e virtuais, sinal da pós-modernidade – e rebuscando imagens do passado. Eu nunca tive uma festa de aniversário de verdade, com data marcada, convidados e tal. Acabei me acostumando e criei aversão por esse tipo de comemoração.

A lembrança mais longínqua que tenho de um “nove de maio” é de 1970, quando eu tinha apenas cinco anos. Minha mãe arrumou uma mesa na sala da casa da minha avó, pôs um bolo no centro rodeado de copos de vidro com círculos coloridos. Colocou na minha cabeça um chapeuzinho cônico daqueles que a gente via nas festinhas de antigamente e falou: “Vá lá na frente chamar seus amiguinhos”. Estranhamente só me lembro disso. Nada da festinha, a lembrança se encerra nessa frase da minha mãe. Acabei transmitindo para minha família o meu desprezo por festas de aniversários. Nunca fiz nenhuma para minhas filhas. Certa vez, no aniversário de dez anos da minha filha mais nova prometi para ela que iria levar um bolo para ela comemorar com os amiguinhos na escola. Ela me disse: “Não vou pagar esse mico, Dindo”.

Tenho outra lembrança bastante curiosa sobre o dia do meu aniversário: quando era bem pequeno – não lembro ao certo a idade – toda vez que chegava o nove de maio eu ia para frente do espelho e ficava olhando fixamente para ver o quanto estava crescendo. Coisa de “menino maluquinho”. O tempo passou e eu sempre me esquivei das comemorações, até que num belo dia, numa das escolas em que eu trabalhava, um grupo de alunos armou uma festinha surpresa no auditório. Nunca fiquei tão constrangido na minha vida. Sobrevivi mesmo assim.

Com a chegada do mundo virtual, quebrei um pouco do gelo com relação a minha data magna. Acho bastante divertido ler e responder mensagens dos amigos. Ficar mais velho, afinal, não é tão chato assim.


RELICÁRIO VOL. 13: ABERTURA DE SERIADOS JAPONESES DA DÉCADA DE 70

LULA QUEIROGA - TODO DIA É O FIM DO MUNDO

A vontade de conferir o quarto disco de Lula Queiroga – Todo Dia é O Fim do Mundo”-  veio depois que ouvi, por acaso, o inusitado dueto entre ele e Luiza Possi na belíssima canção “Um do Outro”. Pensei, inclusive, que fosse o Lenine. Corri pra conferir o disco inteiro. De longe, posso adiantar, é o melhor trabalho dele.

“Se Não for Amor Eu Cegue (Love)”, a canção de abertura, traz no título uma expressão tipicamente pernambucana. A música tem uma construção sonora bem parecida com o Gotye. Vocal suave e melodia marcada. A voz do Lula – ele próprio, reconhece – está muito parecida com a do Lenine. Essa, inclusive, é uma marca do disco. Na faixa seguinte, “Os Culpados”, ele ousa no vocal e experimenta sons e efeitos. É o tipo da música que você não consegue definir o estilo. Ora soa como rock, em outro momento transita pelo jazz, uma verdadeira miscelânea sonora. Bom demais!

A terceira faixa, “Voo Cego”, é o que eu chamaria de rock nordestino. Lula canta e declama situações de catástrofes usadas como metáforas para descrever situações do cotidiano. O mesmo artificio usado na faixa que dá título ao disco, “Todo Dia É oFim do Mundo”. Nessa canção, ele parece incorporar Raul Seixas. Impressionante a semelhança do estilo e da voz. Em “Unha e Carne”, a quinta faixa, Lula foge um pouco da temática do disco e se arrisca no samba. A música brinca com o fenômeno midiático das redes sociais narrando situações em que as vidas de diversas pessoas se cruzam na rede.

Na faixa “Dias Assim”, Lula brinca com pitadas de eletrônico, samplers. Em “Dos Anjos” ele volta ao rock. É uma das melhores faixas, soa como o progressivo da década de 70. Em “Lua de Mel”, o disco dá uma relaxada, uma espécie de preparação para mais um rock, “Fome Sonora”, também com cara de anos setenta. Completam o disco: “Umdo Outro”, o dueto com Luiza Possi a que me referi no início do post. Segundo Lula, a cantora viu a música e disse que queria cantá-la. “Atlantis”, mais um dueto, dessa vez com a pernambucana Izaar. As guitarras também estão presentes nessa faixa. “Poeira de Estrelas”, uma canção intimista a base de violão, piano e acordeon, encerra o disco.

Outro detalhe a se destacar é foto do álbum ter sido mixado no lendário estúdio “Abbey Road”. É um grande disco desse recifense, de 51 anos, que acentua sua maturidade como artista. Recomendo.

A INTERNET DÉBIL

Foto: divulgação

Viciado que sou em internet, atraiu-me uma postagem do Yahoo que trazia um ranking com as personalidades mais influentes da rede. Na verdade corri para verificar, já torcendo o nariz, porque a manchete destacava que a número um da lista era Ivete Sangalo (???). “Que poder de influência uma cantora de axé pode ter?” ingenuamente me perguntei. Pois bem, diante da famigerada lista veio a perplexidade. Os dez mais:Ivete Sangalo, Paulo Coelho, Marcelo Tas, Preta Gil, Ronaldo, Luan Santana, Neymar Junior, Michel Teló, Rafinha Bastos, 10ºLuciano Huck .

A lista foi elaborada por uma agência de monitoramento de conteúdo na internet, a “LabPop Content”. Busquei no site os critérios usados na elaboração do ranking. Lá consta apenas essa essa breve e evasiva descrição: O levantamento usou cinco medidores de influência na rede – Klout, TweetLevel, Twitalyzer, PeerIndex e Tweet Grader – e, a partir de seus resultados, foi montada uma média ponderada. Ivete Sangalo foi a única com a pontuação máxima (100)”.

O Yahoo mostra, ainda, uma outra lista baseada, exclusivamente, no número de seguidores: Kaká – 15 milhões, Paulo Coelho – 8 milhões, Luciano Huck – 6,2 milhões, Neymar – 3,3 milhões, Michel Teló – 2,9 milhões, Ronaldinho Gaúcho – 2,6 milhões, Ivete Sangalo – 1,75 milhões, Sepultura – 1,74 milhões, Exaltasamba – 1,6 milhões, 10°Eduardo Saverin – 1,3 milhões.

Seja qual for o critério usado, as duas listas são bizarras e assustadoras. Personalidades influentes são formadoras de opinião, certo? Você consulta a lista e vê Exaltasamba, Ronaldinho Gaúcho, Preta Gil (?????), vem na mente aquele incontrolável desejo de gritar: “Misericórdia, eu não pertenço a esse mundo”. Se o Tiririca soubesse ler e escrever, certamente figuraria nessas listas. A internet débil tem um propósito claro: o marketing pessoal. Muitos desses perfis de redes sociais – diferentes do meu e do seu – são patrocinados e os patrocinadores exercem um poder monstruoso na rede. Um simples “oi!” twitado tem uma resposta instantânea que se reverte num eficaz instrumento de propaganda.

Não estou dizendo que se apropriar desse filão é errado, claro que não. O erro está em vender gato por lebre. As celebridades acima citadas  influenciam no modo de vestir, de pentear o cabelo e mesmo assim, atingem um público pouquíssimo exigente, a turma que pega qualquer onda. O pensamento, onde reside o peso real de uma influência, felizmente, quase não é afetado. Comemoremos.

EU, TRABALHADOR

Aproxima-se o dia primeiro de maio e eu, um quase workaholic, lembrei-me de um emprego que mudou minha vida. Não, não estou me referindo ao duro ofício de docente, falo da época em que era metalúrgico da indústria automotiva. Cresci bastante no curto espaço de tempo que trabalhei numa montadora de automóveis. Aprendi sobre a vida e acabei dando uma guinada.

No início da década de noventa eu estava mergulhado numa crise existencial braba, mal saia de casa. Tudo que eu fazia dava errado, sobretudo no campo profissional. Sem que eu procurasse, caiu em minhas mãos uma ficha de inscrição da Autolatina (conglomerado automotivo que reunia a Ford e a Wolksvagem) aqui de Pernambuco. Era o meu cavalo selado passando e eu tratei de montá-lo. Em poucos dias comecei a perceber que para progredir naquele concorrido universo tinha que voltar a estudar. Percebi também que as pessoas que detinham o nível superior ganhavam mais e eram tratadas (na empresa) com mais respeito. Decidi, então, que entraria para essa turma “dos respeitados”.

Voltei a estudar e, com relativa facilidade, consegui ingressar numa universidade pública. Lembro-me como se fosse hoje. Quando fui trabalhar com a cabeça raspada, meus amigos lá da fábrica me tratavam como um herói. Passou na Federal? Ouvia sempre essa indagação do pessoal por lá. Bem próximo do local da fábrica tinha uma pequena faculdade na cidade do Cabo de Santo Agostinho, a FACHUCA. Ouvia, então, a preconceituosa pergunta: “Passou na FACHUCA, não foi?”. Eu respondia, não, na Federal. Nessa época, um aluno oriundo de escola pública ingressar numa universidade pública era um grande feito. Não existiam as facilidades de hoje.

Minha vida mudou na medida em que eu comecei a estabelecer metas. Queria ser encarregado, um cargo que exigia nível superior e tinha um salário que era quase o dobro do que eu ganhava operando uma monstruosa máquina injetora. Não cheguei a concretizar esse sonho, felizmente. A empresa enfrentava uma época de crise. Empregados e patrões viviam num embate interminável. Eu, com meu eterno espírito rebelde, participava ativamente dessa luta. Num belo dia, quando chegamos para trabalhar, encontramos espalhados pela fábrica um panfleto muito bem escrito que trazia citações de Marx e Brecht. O conteúdo era espetacular, versava sobre como o patrão se apropriava da mais valia e enriquecia às custas do operário.

O panfleto terminava com uma citação do Brecht que carrego comigo até hoje: “Não diga tudo bem diante do inaceitável a fim de que este não passe por imutável”. Já citei essa frase inúmeras vezes em outras postagens. Aprendi demais com esse simples panfleto. Inclusive tive a honra de ter sido acusado de ser autor do mesmo. Não escrevi o texto, não teria tanta competência, mas entrei para lista negra das “personas non gratas” do chão de fábrica. Operário que pensava e  frequentava a universidade era demais. Mudaram-me de função diversas vezes até que fui trabalhar numa máquina ao lado de um velho operário, seu “Ênio”. Quando ele percebeu que eu desempenhava a função – quase braçal – melhor do que ele, tratou de minar a minha vaga. Acabei sendo demitido por uma sabotagem dele.

Na época fiquei enfurecido, queria até brigar. Mas percebi, há tempo, que minha vida havia entrado nos eixos eu tinha que seguir adiante. Seu Ênio deve ter se aposentado naquela rotina e ajudou-me, sem saber, a subir degraus. Aprendi.

CRIANÇA VÊ, CRIANÇA FAZ - UM VÍDEO CONTUNDENTE E VERDADEIRO



O vídeo acima é uma criação da NAPCAM (Associação Nacional de Prevenção do Abuso Contra Crianças) um site australiano que, como diz o nome, luta contra abusos cometidos contra crianças. Não sei da idoneidade desse grupo, a descrição acima é apenas para citar a fonte desse ótimo vídeo que mostra, sem dourar a pílula, como é fácil influenciar negativamente uma criança. São vários exemplos de como o maucaratismo pode nascer. Vale conferir!

O SHOW DE ROCK E O DANADO DO SENSO CRÍTICO

Passada um pouco da euforia do grande show de Paul, no sábado passado, me vi às voltas com várias manifestações de alegria – por conta do sonho realizado – e estupidez de uma minoria que insiste em ser do contra. Dois jornalistas de dois veículos importantes de comunicação – não vou citar nomes porque é isso que eles querem, propaganda – teceram comentários preconceituosos ao descrever o evento. Se esforçaram em criticar a plateia, não o espetáculo. Algo como “o público não estava à altura do show”. Nas próprias matérias, as pessoas que comentaram trataram de descer a lenha e desmentir os dois idiotas.

Assim como esses jornalistas, percebi em algumas pessoas aqui da cidade a mesma tendência em tentar diminuir a grandeza do espetáculo. Falavam do exagero dos fãs, do grande aparato envolvendo o evento, figuras de retórica. O comum entre eles, claro, era o fato de nenhum gostar dos Beatles ou de Paul. Um comportamento irritantemente provinciano. Há pouco, numa rede social, dei de cara com uma foto em que Paul desfilava pelo palco com a bandeira de Pernambuco. Como ele foi gentil e muitíssimo agradável com o público, acharam de falar que essa gentileza era fake, manobra da produção. Dizia a legenda: “Meus produtores disseram que era importante fazer isso”. Cheguei a questionar a foto, mas, percebi que seria bobagem quando li o seguinte comentário direcionado a minha pessoa: “Esse nosso hábito de enxergar pessoas como 'lenda' entorpece nosso senso crítico”. Censo crítico num show de rock, vejam só.

O fato é que algumas pessoas perderam a capacidade de sonhar ou de aceitar a felicidade dos outros, o que é pior. Essa triste constatação se aplica ao dia a dia. Tem o chato que não vê tevê porque não quer ficar burro, só assiste a filmes de arte, jamais assistira a um episódio dos Simpsons, o senso crítico impediria. Sigo com minha inocência sendo feliz e realizando sonhos. A beleza da vida, no final das contas, está na simplicidade. Viva o povo arretado!


PAUL NO RECIFE, UMA NOITE INESQUECÍVEL

Hoje, algumas horas após o grande show, ainda estou sob o impacto do espetáculo. Não consigo acreditar que num espaço de cinco meses, dois beatles estiveram por aqui. Antes de tecer alguns comentários sobre o show, cabem algumas considerações sobre o que esse evento representa para mim. Desde a adolescência transito no universo dos Beatles. Sempre colecionei revistas, discos, fotografias, filmes e um monte de objetos relacionados à banda. A bem da verdade, já havia perdido a esperança de ver um dos remanescentes da banda.

Lembro-me que, lá pela década de 80, quando me reunia com meus amigos lá em casa para ouvirmos música e tocarmos violão, sempre cogitávamos se algum dia veríamos um show de Paul, George ou Ringo. Como Recife nessa época estava fora do circuito dos grandes shows, a ideia era tratada como uma grande utopia. Crescemos e seguimos nossas vidas e essa utopia foi crescendo, crescendo, até que no final do ano passado o destino mostrou-se generoso com nós. Inacreditavelmente um ex-beatle aportou por aqui. O show de Ringo foi a realização de um sonho, Paul continuava na esfera do sonho. A utopia começou a se desfazer no início do mês de março desse ano quando anunciaram que Paul viria ao Recife. Claro, só acreditei quando comprei meu ingresso. Para aumentar a felicidade, o show foi no Arruda, templo sagrado do meu clube do coração, o Santa Cruz.

O Show

Antes de Paul subir ao palco, iniciou-se um espetáculo visual, os telões gigantes – 18 metros de altura – exibiram uma sequência de imagens e colagens misturando a história dos Beatles com figuras do mundo pop. Tudo muito psicodélico. Ás 21:40h Paul subiu ao palco fazendo jeito de tímido e mostrando-se surpreso com a grandiosidade da plateia. Abriu o show com “Magical Mistery Tour”. A partir dai presenciamos um grandioso espetáculo Paul, gentilmente, decorou e leu um monte de frases em português e fez a plateia delirar. Falou até em “nordestinês”: “Que povo arretado”.

Destaques

Homenagem a esposa: Paul incluiu no setlist a canção “My Valentine”, uma declaração de amor a sua esposa Nancy Shevell.

Homenagem a Linda, sua falecida esposa: “Maybe in Amized”, ausente na turnê anterior, se fez presente no Recife. Uma bela homenagem a sua alma gêmea, Linda McCartney.

Homenagem a George: “Something” foi um dos pontos altos do show. Clássico absoluto dos Beatles escrita por George, ganhou uma versão que incluía um cavaquinho. Na segunda parte da música, a banda entrou e a plateia delirou cantando junto. Inesquecível.

Homenagem a Lennon: “Here Today” foi apresentada a plateia como uma homenagem a John Lennon. Durante a execução da musica o telão exibia imagens dele. Lindo demais.

Homenagem a Ringo: Não estava prevista, mas alguém na plateia gritou “Ringo”. Paul ouviu e respondeu “Yehhh, Ringo”. Ele puxou “Yellow Submarine” e a plateia cantou junto. Essa, na verdade, foi uma homenagem do fã para Ringo, que esteve recentemente no recife.

O calor do Nordeste: depois da segunda música Paul não aguentou o calor e tirou o bleiser. Transpirou muito, mas, como de costume, não bebeu um só gole de água.

Live And Let Die: muita gente se assustou com as explosões do clássico tema de 007. Foi um espetáculo visual, queima de fogos e o frisson da música (vídeo avaixo).

O show foi, sem dúvida, o maior evento realizado aqui no Recife. Absolutamente inesquecível pela grandiosidade e pela importância do artista. 


COMERCIAL DO TNT É O NOVO HIT DO YOUTUBE



O vídeo acima é o mais novo hit do Youtube. Uma ideia de marketing muito bem bolada criada para promover um novo canal de alta definição da TNT. Numa pequena cidade da Bélgica foi montada uma superprodução com dezenas de atores, carros, motos, um verdadeiro set cinematográfico. No meio da praça foi colocada uma pequena tribuna com um vistoso botão coma a inscrição “Aperte para adicionar drama”. Quando o primeiro curioso apertou começou a ação. O resultado foi extraordinário, o comercial é o segundo mais visto da história, perdendo apenas para o o comercial da Volkswagen para o SuperBowl 2011, usando a saga Star Wars. (Via Charles Nisz)

BREVE COMENTÁRIO SOBRE O REI ROBERTO CARLOS

Sempre que comento com algum amigo que gosto de ouvir Roberto Carlos, tem sempre alguém torcendo o nariz e dizendo: “Não aguento as chatices dele”. Isso porque quase todos os críticos do Rei cometem o erro de julgá-lo pelo momento atual. O velho adágio “A última imagem é a que fica” explica isso. Uma pena. Roberto é um artista importantíssimo na música popular brasileira. No início da carreira ajudou a sedimentar o pop rock brasileiro com dois grandes discos: Roberto Carlos 1966 e Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura1967.

Durante muito tempo ele foi um artista originalíssimo. Em 1967 lançou o filme “Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura” que fazia parte do projeto do disco homônimo. Nesse filme, o clipe da música “Quando” foi gravadono alto do edifício Copam, em São Paulo. Um ano depois os Beatles realizavam um evento com uma configuração idêntica, o “RooftopConcert”, que ganhou o mundo como ideia original. O clipe da música “Quando” é belíssimo, Roberto de caxarrel e capa preta, uma bandinha de rock acompanhando e um cenário reproduzindo uma sala cheia de belas modelos.

Ele foi original até 1983 quando lançou seu último bom disco. Claro, esse é um julgamento particular, absolutamente subjetivo. Entretanto, sei que muitos comungam dessa opinião. O contrato com a Rede Globo garantiu a ele a mitificação, mas tirou-lhe o direito de gravar um disco quando quisesse. Durante anos foi obrigado a lançar o famoso disco de final de ano. Tornou-se, então, um produto da mídia, e passou a homenagear as gordinhas, baixinhas, atrizes, as de óculos, o símbolo sexual, as santas e etc.

O mais importante, entretanto, é não esquecermos o legado dele. Roberto Carlos é tão importante que serve, inclusive, como referência temporal. Quando eu garimpava revistinhas de cifras de violão pelos cebos do Recife, manuseava revistas velhas e só as músicas do Roberto – fosse qual fosse a época – eram-me familiar. Mesmo quem não gosta dele sabe do que estou falando. Cada hit, por mais longínqua que seja a data, serve como uma referência temporal, remete a uma situação, uma lembrança registrada no disco rígido da memória. Poucos artistas conseguem isso.

Eternizar essa melancolia atual do Rei, seria a repetição do erro cometido com Elvis Presley, por exemplo. O Rei do Rock teve momentos brilhantes na sua carreira, mas eternizaram a imagem do Elvis com aquela roupa brega cheia de babados. A fase decadente foi eternizada. O mesmo vem acontecendo com Roberto, ninguém lembra mais do Roberto da década de 70, por exemplo. Ora (direis) “a culpa é dele mesmo”. E eu vos direi, no entanto: ouça o disco que quiser. Desligue a tevê no especial de fim de ano e ponha no seu Blu-ray o filme “Em Ritmo de Aventura”. Tens ou não o livre arbítrio?

AS IDAS E VINDAS DO CAÓTICO METRÔ DO RECIFE

A imagem acima foi clicada no dia 16 de abril passado, com meu celular, na estação Joana Bezerra, uma das mais movimentadas do Metrô do Recife. Esse local é um entroncamento entre a zona norte e a zona sul. O flagrante mostra a estabanada tentativa de socorro de um rapaz que teve os dedos da mão esquerda esmagados pelas portas de um dos vagões. O acidente aconteceu, entre outras coisas, porque os trens trafegam absurdamente lotados nos horários de pico, entre seis e oito da manhã e dezesseis e dezenove da noite.

Não tendo outra opção de transporte, as pessoas se submetem a esse tipo de tortura diária. Além da superlotação os passageiros têm que aturar vendedores ambulantes, pregadores religiosos, pessoas desesperadas pedindo ajuda e os celulares e caixinhas de som tocando brega, pagode, gospel e uma série de sons insuportáveis que não podem ser classificados como música. O mais interessante é que em quase todas as estações circulam policiais ferroviários e seguranças terceirizados pelo Metrorec. De nada adianta. No acidente destacando acima, inclusive, pude presenciar o despreparo deles e a falta de equipamentos de socorro nas estações. Não existia uma maca para conduzir a vítima que foi colocada numa cadeira de rodas e levada para o socorro.

Houve uma época - até o inicio da década de noventa, mais ou menos – em que o Metrô do Recife ostentava o título de “mais limpo e seguro do Brasil”. Esse detalhe era sempre ressaltado em entrevistas e cartazes. Na verdade, o fluxo de passageiros era bem reduzido, os trens transitavam quase sempre vazios. Era fácil manter a ordem e a limpeza. Com o advento dos terminais de integração e com a expansão das linhas, a demanda de usuários cresceu e a tão celebrada qualidade do serviço não acompanhou esse crescimento. O resultado pode ser visto, diariamente, nas principais estações do Metrô: muita desorganização, sujeira e trens lotados.

Não dá pra falar nos problemas do Metrô sem lembrar da Copa do Mundo de 2014 que terá uma sede aqui em Pernambuco. Mais: essa sede está localizada numa cidade – São Lourenço da Mata – que está na rota do Metrô. O trabalho de modernização do serviço, por enquanto, caminha a passos lentos. O que se pode ver, atualmente, é um trabalho de reforma de algumas estações que estavam caindo aos pedaços e precisavam da troca de telhas e telas de proteção. Claro que apenas isso não basta. Se, com o fluxo normal de passageiros do Recife, o sistema está caótico, imaginem durante a Copa do Mundo?
No mesmo dia em que fotografei o acidente, utilizei os serviços do Metrô num horário em que os trens andam vazios. Quando eu falo “vazio”, estou me referindo a pessoas porque, como mostram as fotos clicada nesse segundo momento, o vagão parecia um lixão. Culpa da instituição? Em parte sim, eles deveriam manter os trens limpos, mas fica clara a falta de educação dos usuários. Esse é o outro lado da moeda: grande parte das pessoas que utiliza os serviços do Metrô, subverte, sem nenhum constrangimento, algumas regras básicas de higiene como jogar o lixo na lixeira. Um vagão imundo como esse revela o nível de educação da maioria dos usuários. Lamentável!
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