ASSIM É O MUNDO
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
- By ED CAVALCANTE
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CHARGE
OS DELÍRIOS DE MYRIAM RIOS TORNARAM-SE LEI NO RIO DE JANEIRO
sábado, 19 de janeiro de 2013
- By ED CAVALCANTE
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Myrian Rios
,
RELIGIÃO
Um
dos assuntos mais comentados na rede, nos últimos dias, foi a aprovação, no Rio
de Janeiro, do tal “Programa de resgate
de valores morais, sociais, éticos e espirituais”. Mais uma bizarrice protagonizada pela ex-atriz Myrian Rios. Em tempos de interatividade, o rechaço foi imediato e em
grande estilo: os internautas despejaram fotos antigas de uma Myriam bem menospudorosa – e muito mais legal, diga-se de passagem – do que a de hoje.
Depois que abandonou a
carreira a artística e separou-se do Rei Roberto Carlos, Myrian enveredou na
carreira política e conseguiu eleger-se deputada estadual pelo Rio de Janeiro.
A partir de então ela caiu no esquecimento do grande público. O semianonimato
seria quebrado em 2011 quando a Deputada deixou escapar seu preconceito contraos homossexuais. Trocando em miúdos,
Mirian deixou a entender que acreditava que homossexualismo e pedofilia eram
a mesma coisa.
Mesmo entendendo as
declarações dela como algo absurdo partindo de uma pessoa, em tese, esclarecida,
houve quem dissesse que ela tinha o direito de pensar assim. Pensar desse jeito
não constitui crime algum, propagar esse pensamento equivocado é que foi o erro.
Agora, ela ressurge das cinzas com mais uma bizarrice: conseguiu aproar na
Câmara Estadual do Rio de Janeiro uma lei que já assusta pelo nome: “Programa
de resgate de valores morais, sociais, éticos e espirituais”.
Se ela entende que
homossexualismo e pedofilia são a mesma coisa, o “resgate dos valores morais”,
por exemplo, implicaria em proibir que homossexuais trabalhassem com
crianças. E o resgate dos valores
sociais? Diante da imensa subjetividade do termo, quem poderia determinar os
parâmetros que norteariam esses valores? E mesmo que alguém – ou um grupo – se atrevesse
a determinar se “isso” ou “aquilo” fere os valores sociais, seria o pensamento
de uma minoria sendo imposto para a sociedade. Essa agressão, nos conta a
história, serviu como justificativa para inúmeros genocídios.
O ponto mais
inaceitável dessa lei é o "resgate dos valores espirituais". Partindo do princípio
que a execução da lei será custeada com o dinheiro público, vale lembrar que
entre os contribuintes estão pessoas de diferentes credos e muitos, inclusive, que
não seguem credo algum. É no mínimo surreal um ateu pagar seus impostos e
receber em troca o questionamento pelo fato dele não seguir nenhum credo.
Repito: que Myrian
Rios tenha seus delírios, tudo bem, a cabeça é dela, mas delirar com o dinheiro
público é um absurdo inominável. Mas, num pais em que pastores evangélicos recebem passaportes diplomáticos do governo, os delírios da nobre deputada soam
como algo normal. Os que discordam, gritem, “não digam ‘tudo bem’ diante do
inaceitável a fim de que este não passe por imutável”, sábias palavras de Bertolt
Brecht.
O NECESSÁRIO PARA A VIDA
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
- By ED CAVALCANTE
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Por
esses dias estive viajando revisitando um lugar que eu não via há vinte e
cinco anos. Trata-se de uma cidadezinha litorânea, Maragogi, coladinha com
Pernambuco, lá no litoral sul. Uma maravilha. Na minha estada anterior, no longínquo
ano de 1988, fui a trabalho. Na verdade, era mais diversão do que labuta, eu
era crooner de uma banda de baile e fui animar uma festa de padroeira. Na época, Maragogi era apenas uma vila de
pescadores que se estendia margeando a BR. Atualmente, a cidade ganhou
equipamentos urbanos e oferece uma boa infraestrutura para atender os turistas
que chegam diariamente para nadar na imensa barreira de corais.
Nos
dias que passei por lá, além de me divertir bastante, fiquei observando o
cotidiano da cidade, que segue um ritmo de vida bem menos frenético do que eu
estou acostumado. Deu para perceber, claramente, que algumas pessoas sentiam-se
extremamente felizes com a vida que levavam ali. Lembrei-me, então, de um amigo
que sempre falava: “Meu pai precisa de pouco pra ser feliz, chega me irrita”. O
que ele queria falar, na verdade, era que o pai não tinha ambições que fossem
além do "pouco" que a vida lhe oferecia. Ele entendia aquela felicidade como
conformismo.
Hoje,
alguns anos mais velho, percebo que a felicidade não tem uma forma nem um
tamanho definido e isso é muito bom. Eu mesmo sou um exemplo disso, houve uma época da
minha vida que minha felicidade resumia-se a uma valise do tipo 007. Lá pela
minha adolescência eu era uma criança retraída que sonhava em ser cantor, escrevia
letras de músicas compulsivamente e as guardava dentro de uma valise preta que
era o meu maior tesouro. Meus melhores momentos resumiam-se as várias noites de
solidão com minha valise e meus textos que guardo até hoje. Até a solidão, um
monstro que assusta muita gente, era algo imperceptível diante da felicidade
que eu tinha em escrever aqueles textos.
Esse
modo de pensar foi levado ao pé da letra durante o movimento hippie em que
pessoas se desfaziam do supérfluo para viver, apenas, com o necessário em
harmonia com a natureza. Não cheguei a tanto, mas estive perto. O tempo foi
passando e eu fui adicionando – ou deixando chegar – outros elementos que
proporcionavam felicidade a minha vida. Um violão, um toca discos, um gravador,
minha coleção de discos, de revistas, meus livros, meus poucos amigos e meus muitos sonhos.
Viver bem, ao final das contas, é o resultado das suas escolhas e da
preservação do que realmente te traz felicidade.
OS 65 ANOS DE CARREIRA DE JOSÉ SANTA CRUZ
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
- By ED CAVALCANTE
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Dublagem
,
José Santa Cruz
Quem me conhece sabe, adoro ver tevê, não tenho as costumeiras restrições que os “instruídos” adoram declarar contra a telinha. Vale, inclusive, ressaltar que quem é manipulado pela tevê, é manipulado pelo político, pelo padre, pelo pastor, pelo vizinho. Raulzito eternizou uma frase que resume essa polêmica: “É preciso cultura pra cuspir nas estruturas”.
Estou divagando, o tema desse post é outro. Como assisto a tevê desde criança, alguns ícones da rica história televisiva brasileira moram no meu imaginário. Um deles é o lendário comediante, ator e dublador José Santa Cruz. Uma das memórias mais remotas que trago da tevê é um famoso esquete protagonizado por ele no mitológico programa humorístico “Balança Mas Não Cai”. O quadro já foi copiado zilhões de vezes em diversos outros programas, sobretudo na Praça da Alegria e no remake “A Praça É Nossa”. José Santa Cruz e seu inesquecível “Jojoca” com o cabelo parecido com o o bigodinho do Salvador Dali é uma referência da velha guarda do humor brasileiro.
Mas ele se destacou também – talvez até mais – no campo da dublagem. Não é de se estranhar, já que iniciou sua longa carreira na radiofonia. Trabalhou, inicialmente, na Rádio Tabajara, na sua cidade natal, João Pessoa, em 1948. Transferiu-se, depois, para Recife onde trabalhou na Rádio Clube de Pernambuco. A voz do José Santa Cruz, segundo ele próprio, é mais conhecida do que o seu rosto. Sua lista de personagens dublados é extensa, são mais de 50 faces que se popularizaram no Brasil através do seu vozeirão. Abaixo, com o auxílio luxuoso do Wikipédia, destaco os mais conhecidos e aproveito para dar os parabéns ao dono de uma das vozes mais marcantes da minha infância. Meus respeitos, Santa Cruz.
PS: Não bastasse o talento, ainda tem esse belíssimo sobrenome. Perfeito!
Lista de Personagens Dublados
· Claude Akins - Xerife Lobo
· Senhor Omar - Todo Mundo Odeia o Chris;
· Dino - Família Dinossauro;
· Chefe - KND - A Turma do Bairro;
· Mad Mod - Os Jovens Titãs;
· Frederick - 101 Dálmatas
· O Grande Soldador - Robôs.
· August Gusteau - Ratatouille;
· Devon Miles de A Super Máquina;
· Megatron - Transformers G1 (O desenho clássico dos anos 80)
· Magneto e Megatron - MAD.
· General Li - Mulan;
· Professor Potter - Tarzan;
· Yar em Dinossauro;
· Lyle Tiberius Rourke - Atlantis - O Reino Perdido;
· Rei Randor - He-Man;
· Rei Mondo - Power Rangers: Zeo;
· Gato do Mato - Desenho animado homônimo;
· Tiamat em Caverna do Dragão
· Galo Roy - Fazenda do Orson (Garfield);
· Sr. Bickley - Mork & Mindy;
· Virus - Corrector Yui;
· Señor Senior Senior - Kim Possible;
· Rúbeo Hagrid (Robbie Coltrane) nos filmes do Harry Potter;
· Sargento Cosgrove - Freakazoid;
· Paizão - Os Padrinhos Mágicos;
· Diretor Voytek Dolinski - Te Pego Lá Fora;
· Danny de Vito, em alguns filmes;
· J. Jonah Jameson (J. K. Simmons) em Homem-Aranha, Homem-Aranha 2 e Homem-Aranha 3;
· J. Jonah Jameson no desenho clássico e na série dos anos 70 do Homem-Aranha;
· Nestor (Josh Shrapnel) - Tróia;
· Personagens secundários no desenho As Aventuras de Mickey e Donald (na dublagem original);
· Tarukami - Yu Yu Hakusho (1ª dublagem);
· Um dos capangas de Curt Neilson no episódio Pesadelo (Nightmares), o 11º da 1ª temporada de Profissão Perigo (1985-1992);
· Jar Jar Binks - Star Wars Episódio I: A Ameaça Fantasma e Star Wars Episódio II: Ataque dos Clones;
· Verme Espacial em Frango Robô
· Watari Death Note
· Homem de Lata (Jack Haley) em O Mágico de Oz.
· M (Bernard Lee) em vários filmes de 007
· Boris - Balto Wolfquest e Balto Wings of Change
· Mel Dorado (Patrick Walker) em Carros 2
· Personagens Mordekaiser e Volibear do jogo de computador League of Legends
· Mr. Johnson Vila Sésamo 2007
OS ENSINAMENTOS DO TREMENDÃO ERASMO CARLOS
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
- By ED CAVALCANTE
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CRÔNICA
,
Erasmo Carlos
Ontem, assistindo a tevê, vi um belo depoimento do Tremendão Erasmo Carlos. Falou da vida com muita propriedade e segurança, mostrando-se satisfeito com as escolhas feitas ao longo do seu rico caminho. Como de costume, soltou algumas pérolas da sua filosofia urbana. A certa altura, mandou essa: “O que mais aproxima agente de Deus é a música e o orgasmo”. Estou no céu, refleti.
Entretanto, o que mais me chamou atenção no breve relato do velho roqueiro – sim, ele é um dinossauro do rock brasileiro – foi a profunda mágoa, que ele deixou transparecer nas entrelinhas, que ainda sente contra o pessoal da Bossa Nova. O preconceito contra os integrantes da Jovem Guarda sempre existiu, todo mundo sabe. No auge do movimento diziam que eles eram alienados porque não faziam música de protesto. Com o passar dos anos foram taxados de bregas. Sempre foram contestados.
O discurso de Erasmo revelou a mágoa quanto à segregação – musical e social – que existia no Rio de janeiro da década de 60. Ele, um jovem oriundo do bairro da Tijuca, passou a se enturmar com a o pessoal da Bossa Nova através do agitador cultural Carlos Imperial. Passou a frequentar as coberturas da Barra e de Copacabana, mas tinha que seguir a risca as orientações do mestre Imperial: “Não fala pra ninguém que você canta rock, senão eles vão te crucificar”, revelou.
Erasmo franziu a testa para dizer que os abastados da Bossa Nova não se misturavam com a turma da Tijuca. Dirão alguns: “Essa é uma realidade social atual”. Sim, é, mas os movimentos musicais da periferia e fora do que os donos da mídia acham correto, ganharam voz com a facilidade e a voracidade da circulação da informação. O jovem Erasmo Carlos, hoje em dia, não precisaria fingir, omitir sua origem e seus gostos. O abismo social continua, talvez tenha até aumentado, mas a música, ou qualquer outra manifestação artística, chega aonde quer hoje em dia.
Alvissaras, o velho roqueiro continua vivo, ensinando e declarando seu amor ao bom e também velho rock n roll, confira:
EU, PSICÓLOGO
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
- By ED CAVALCANTE
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Chatos
,
Pessoas Chatas
Resolvi
falar dos chatos nesse primeiro post do ano. É que ando observando e me
divertindo muito com as neuras desse seleto grupo. Todo mundo tem um conhecido
chato. Você está num grupo de amigos, no
trabalho ou num barzinho, aí faz um comentário sobre algo que viu na tevê. O
chato se manifesta: “Eu não tenho tempo para ver tevê”. Normalmente quem
ostenta esse discurso pré-fabricado faz apenas figuração. Assiste tevê mas
adora tirar onda dizendo o contrário. Mais: diz que não gosta da telinha mas,
contraditoriamente, tem assinatura de tevê paga.
Outra
característica dos chatos atuais é se pronunciar contra a internet. “Não tenho
tempo para essas besteiras”. Inexplicavelmente, todos eles têm perfis nas redes
sociais, mas sempre falam que não sabem mexer, que nunca acessam. Se nunca
acessa, por que diabos criou o perfil, ora?
É mais ou menos o mesmo discurso dos famosos: “Não tenho tempo pra
namorar, trabalho muito” Até que um paparazzo qualquer, num clique, desmonta
esse discurso fake.
Conviver
com os chatos requer jogo de cintura, mas, mesmo para os pouco treinados, um
alento: Cientistas da Universidade
de Glasgow, no Reino Unido, comprovaram, com uma pesquisa pra lá de interessante, que o córtex auditivo ignora o que acha chato (li a matéria aqui). Ou seja,
nascemos com um antispam natural que filtra parte das chatices do cotidiano.
Mesmo assim, é sabido, tem hora que o saco enche.
Para esse post não ficar chato, paro de escrever
e reproduzo, abaixo, algumas frases sobre chatos, colhidas na rede:
"O maior chato é o chato
perguntativo. Prefiro o chato discursivo ou narrativo, que se pode ouvir
pensando noutra coisa” (Mário Quintana).
“Por necessidade de recolhimento
livrei-me de Deus, desembaracei-me do último chato”. (Emil Cioran).
“Chato é aquele cara que você fala:
“Aparece lá em casa de vez em quando” e ele aparece”. (Millôr Fernandes).
RETROSPECTIVA 2012 - MELHORES POSTS DO ANO (SEGUNDO MEU JULGAMENTO)
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
- By ED CAVALCANTE
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Retrospectiva 2012
Pois então, se todo mundo faz, farei aqui também, segue uma
lista de doze postes publicados ao longo do ano. Obviamente, a escolha
baseou-se na subjetividade do meu gosto. Escolhi um de cada mês do ano.
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
MINHAS LEMBRANÇAS DO NATAL
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
- By ED CAVALCANTE
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NATAL
Hoje,
véspera de Natal, com o intuito de escrever esse post, fui rebuscar minhas
referências dessa data comemorativa. A lembrança mais remota que tenho dessa
época de festa é do início da década de setenta, eu era um garotinho, uns cinco
anos, acho, e ficava animadíssimo com a montagem da “vinatal”, era assim que eu
chamava a árvore de Natal. Não me reporto a esses detalhes através de relatos de
terceiros, são lembranças minhas que permanecem vivas apesar de longínquas.
Lembro-me
que meu tio Janja - irmão da minha mãe – era o técnico da montagem, isso porque
o pisca sempre dava problemas. Antigamente tudo custava caro, uma lampadinha queimada
era um tormento. Tio Janja retirava a lâmpada queimada e
colocava papel laminado retirado de maços de cigarros. Ele parecia o McGywer em ação. Incrédulo eu
via a série de luzes voltar a piscar depois da gambiarra implementada pelo
meu tio. A explicação era bem simples: quando uma das lâmpadas apagava, a série
era interrompida e o resto não funcionava. O papel laminada, com sua cobertura
metálica, introduzido no bocal, reconectava a série e tudo voltava ao normal
como num passe de mágica.
O
Natal da minha infância também tem um referencial fortíssimo chamado “Festa do
Ypiranga”. Era uma tradição nos arredores onde eu morava. Nas semanas
antecedentes ao Natal, o “Parque de Diversões Democrata” se instalava numa área
militar próxima a estação ferroviária do Ypiranga, e tudo era festa. Ainda hoje
o parque funciona, já está armado, mas não tem a tradição e o brilho do
passado, os tempos são outros. Hoje em
dia ele funciona bem perto do antigo local, na margem oposta da linha férrea,
dentro do campo do Clube Ferroviário.
Quando
criança eu nunca entendia porque quase todas as referências do Natal remetiam
ao inverno, se dezembro era o mês do verão. Descobriria mais tarde que o mês de
dezembro no hemisfério norte é o mês do inverno. O Papai Noel, o pinheiro, a
neve, tudo era de lá. Quando comecei a estudar e a burilar o meu intelecto, "aprendi" que esse Natal com referências estrangeiras
era errado, o certo era um outro que me foi apresentado.
Aprendi
sobre os autos de natal, as manifestações folclóricas. A festa estrangeira das minhas lembranças de infância eu tentava deixar de lado. Um belo dia,
ironicamente assistindo a uma aula espetáculo de um bastião da cultura nordestina,
Ariano Suassuna, aprendi uma grande lição. Disse ele, no meio da aula: ”Durante
uns vinte anos eu tomei cafezinho no trabalho só porque os outros diziam que
era bom, em casa eu nunca tomava. Deixei de lado esse habito que era dos outros, não meu”.
Percebi,
a partir desse valioso exemplo, que o Natal “certo” que me apresentaram, era certo para os outros, o Natal errado, com neve, Papai Noel,
Árvore, Manjedoura, esse era o da minha lembrança. Ainda tem aqueles chatos que
pregam que o Natal refere-se apenas, e tão somente, à questão religiosa. Tudo
bem, respeito, mas minhas lembranças são minhas, ninguém pode mudar. Minha árvore
continua sendo armada todo ano, para mim é um momento de felicidade. Feliz
Natal para todos!
O QUE FAZER NAS FÉRIAS
Pois
então, o mundo não acabou e os bons ares das férias começam a soprar pras
bandas de Ca. Para quem, como eu, trabalha o dia inteiro, trinta dias longe dos
afazeres cotidianos (obrigatórios) é uma felicidade sem tamanho. O grande lance
desse período de ócio, para a grande maioria, é se desligar do mundo e
desestressar. Para mim não.
Tem
gente que nesse período viaja para um lugar paradisíaco, no meio do nada, e
passa o dia deitado numa rede tomando água de coco e olhando as ondas do mar.
Eu morreria de tédio em menos de uma semana, com certeza. A questão é a
seguinte: Por que tenho de deixar de fazer um monte de coisas que gosto durante
as férias? Adoro acessar a internet, escrever no blog, andar pelo centro da
cidade, ir ao cinema, garimpar nos sebos da cidade, tocar violão com os amigos.
Durante o ano todo tenho que me desdobrar para fazer as coisas que gosto porque
o tempo é exíguo. Quando chega o período de férias e tenho tempo de sobra, o “correto”
é viajar para o meio do nada e me privar das coisas que gosto.
Dirão
os críticos de plantão: “Mas você não gosta de viajar, conhecer lugares novos?”
Claro que gosto, mas só por uns dias, não mais que isso. O bom de viajar, para
mim, é o prazer de voltar para casa. Muitos pensam assim, poucos confessam. Tem
gente fica numa casa de praia, entediado, olhando as paredes o ou a
imensidão do mar, contando os dias para voltar para casa. Quando voltam, falam: “Passei uns dias num lugar maravilhoso”. Incompreensível. Bom, paro por aqui, vou dar uma volta no
centro!
CADA UM TEM O ÍDOLO QUE MERECE
sábado, 8 de dezembro de 2012
- By ED CAVALCANTE
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Na última sexta-feira, pela
manhã, estava dando aula – como faço cotidianamente – numa turma de 6º ano.
De repente uma garota chega à janela e grita: “Sheldon está no portão!”
Absolutamente todos os alunos correram e eu fiquei sozinho na sala. Minha aula
foi para o espaço. Tenho uma filha adolescente e por isso sei que é esse tal de
“Sheldon”. Um jovem da periferia que ganhou o estrelato (local) denegrindo a
imagem das meninas. Mas elas gostam, sou testemunha ocular disso.
Fenômenos populares como esse se multiplicam com uma rapidez assustadora, é a parte – no meu subjetivo
julgamento, claro - ruim do poder indiscriminado da mídia atualmente. Qualquer
um pode trabalhar sua imagem e criar um personagem desses com alguns trocados,
é fato. A periferia ganhou voz mas desperdiça essa força produzindo fenômenos
efêmeros que banalizam a imagem das meninas tratando-as como objetos sexuais.
Eu poderia aqui lembrar do meu
tempo de adolescente, falar das reuniões que fazíamos na minha casa para
discutir música, mas, geralmente, esse tipo de discurso soa como papo de velho.
Pois bem, não preciso voltar no tempo para justificar meus argumentos.
Atualmente existe muita gente boa fazendo música de qualidade mas esse é um
produto que não interessa a mídia nem a boa parte dos jovens. As “novinhas”
gostam de ouvir e cantar versos que descrevem atos sexuais, usam palavras
chulas, acabam com a beleza do ato sexual.
Enquanto escrevo esse breve texto
estou ouvindo um cedê de Lennon que comprei em 1994 porque a música perene ultrapassa
os limites do tempo, pode ser tocada no Natal, na manifestação pacifista, no protesto contra a opressão que as mulheres sofrem na sociedade, pode ser tocada
em qualquer tempo em qualquer lugar. Cada um tem o ídolo que merece, os meus
são eternos!
AS CONTRADIÇÕES DE UM CURSO DE GESTÃO
sábado, 1 de dezembro de 2012
- By ED CAVALCANTE
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Volto a falar do curso de gestão
promovido pelo Governo do Estado de Pernambuco, o PROGEPE, porque sinto-me
profundamente incomodado pela forma como os professores participantes foram
“certificados”. Cumprimos doze módulos em que foram tratadas, logicamente,
questões voltadas à tortuosa tarefa de gerir uma escola. Já teci, em outro post, comentários
a respeito da organização do curso e do conteúdo oferecido, não vou mergulhar,
de novo, nessa seara, a questão agora é outra.
Ao longo dos últimos anos, para se
adequar a uma perspectiva construtivista, a forma de avaliação nas escolas
passou por várias reformulações. Chegou-se a óbvia conclusão de que o processo
avaliativo deve ser contínuo e nunca restrito a um momento, como se fazia no
ensino dito tradicional. Tanto que a famosa “semana de provas” foi abolida – e
proibida – na maioria das escolas da rede. As escolas integrais ainda
utilizam-se desse período de aplicação de avaliações. O discurso do
processo contínuo é deixado de lado. Por quê? Não sei, rogo a quem souber a resposta do porquê dessa prática educacional incoerente, que me explique.
Os dois parágrafos acima servem de
preâmbulo para a crítica que faço à forma de certificação do PROGEPE que também
usou a velha e ultrapassada – segundo a própria Secretaria de Educação –
avaliação final materializada numa prova objetiva. O processo contínuo
sugerido para a prática pedagógica nas escolas, ao que parece, não serve para
avaliar os professores. Fiz a prova e alcancei a certificação, que fique claro.
Mas alguns bons professores da minha sala, de boa argumentação e protagonistas
de interessantes colocações ao longo do curso, não se saíram bem e não
foram “certificados”.
Absolutamente injusto avaliar um
percurso de doze módulos em apenas um momento. As experiências e trocas de
ideias vivenciadas ao longo do curso foram jogadas no ralo para quem não se
saiu bem na provinha. Uma citação extraída da apostila do módulo 11
do PROGEPE (p.09), que trata sobre avaliação, explica: “A classificação dos
estudantes pode gerar estigmas que se complexificam ao longo da vida escolar
caso não seja bem apresentada aos estudantes”. Avaliar um todo com base,
apenas, em um momento, também resulta em estigmas.
Inevitavelmente,
todos aqueles que não alcançaram nota suficiente para a aprovação estão sendo
tratados como incompetentes e até incapazes. Muitos, inclusive, com anos de
experiência na atividade de gestão. Até que uma nova oportunidade de “certificação”
seja oferecida, vários professores carregarão o estigma da reprovação numa prova
que não comprova nada. Triste!
A INTERNET A SERVIÇO DA HISTÓRIA
terça-feira, 27 de novembro de 2012
- By ED CAVALCANTE
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Essa
é para quem ainda duvida da utilidade da internet: estava vasculhando a
rede à procura de fotos antigas do Recife e acabei encontrando duas
raridades. A primeira, uma foto das obras de construção do Grupo
Escolar Amaury de Medeiros, um prédio construído em 1924 e tombado
pelo Patrimônio Histórico de Pernambuco. Leciono nessa escola e
sempre que encontro informações do passado vibro como uma criança que ganhou um presente. Desde que cheguei ao
Amaury de Medeiros, em 1999, pesquiso a história do velho
casarão.
A
outra descoberta também refere-se à escola, mais precisamente ao
seu patrono, o médico sanitarista pernambucano, Amaury de Medeiros.
A história dele é bastante interessante. Morreu muito jovem, com
apenas 36, de uma forma bem inusitada. No dia 03 de dezembro de 1928,
um grupo de intelectuais e políticos do Partido Democrata estava a
bordo da aeronave “Santos Dumont” do Syndicato Kondor , que iria
prestar uma homenagem a Santos Dumont que regressava ao
Brasil depois de longa temporada na Europa. A ideia era jogar pétalas de rosas no convés do navio que
trazia o Pai da Aviação. Quando sobrevoava a Ilha das Cobras, litoral do Rio de Janeiro, o
avião perdeu altitude e mergulhou no mar. Todos os ocupantes
morreram no local.
Abaixo,
a imagens do jornal carioca “Critica” que publicou extensa
matéria sobre o trágico acidente. A matéria serviu também para
resgatarmos uma foto do Dr. Amaury de Medeiros, algo muito raro.
Contemplem:
Para facilitar leitura do texto: clique na imagem com
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