AS AULAS DE GESTÃO ESCOLAR, A TRISTEZA DOS PROFESSORES E MINHA FALTA DE TEMPO

Tenho a nítida impressão de que os dias, sobretudo a fração em que temos que produzir, andam diminuindo de tamanho. Claro, estou vicejando o texto para acentuar o fato de que estou até o pescoço de trabalho. O pior de tudo é que, diferentemente das pessoas ditas normais, eu não mudo minha rotina para privilegiar o trabalho excedente. Não deixo de cuidar dos meus blogs, nem de navegar, nem de ouvir música, nem de sair, faço tudo do mesmo jeito, apesar da impressão de que o tempo está se tornando exíguo para mim.

O sábado, que eu guardava como os religiosos, agora está tomado por um curso de gestão escolar. Já se foram dois longos fins de semana e nada de novo aprendi por enquanto, mas estamos apenas no começo. O que mais me assusta – não deveria, mas assusta – é a profunda tristeza com que os professores discutem as questões ligadas ao exercício da docência. Não existe uma só questão que seja tratada  sem um toque de mágoa. Razões para ser triste o professor tem de sobras, sobretudo em Pernambuco que paga o pior salário do Brasil. A impressão que se tem é que quase todo mundo que ali está busca, apenas e tão somente, uma forma de sair da dura rotina da sala de aula. Já que a questão salarial parece ser um problema imutável, ao menos a labuta pode ser redirecionada.

 Os que já desempenham cargos de gestão alertam que esse trabalho não é menos sacrificado do que o da sala de aula, mas, contraditoriamente, essas pessoas também lutam para permanecerem no cargo. Todo esse quadro de tristeza e reclamações – justificadas, repito – torna o trabalho muito mais cansativo e estressante. Alguns, inclusive, não conseguem entrar no clima da aula. Pergunto-me: por que matricularam-se no curso, então? A indagação, mais uma vez, remete à questão da fuga da sala de aula.

Outro fato interessante (e preocupante) diz respeito a estrutura montada para esse curso. Estamos todos ali, em tese, para nos tornarmos bons gestores. Um bom gestor, penso eu, lida com questões complexas como relações interpessoais, violência, coisas desse tipo. Pois bem, la no polo em que estou tendo aulas, pelo segundo sábado seguido, atrasaram o horário do almoço por mais de uma hora. Depois de uma manhã inteira de aula, a maioria dos professores teve que sofrer numa fila. Eu, que tenho uma glicose baixa, não posso passar do sagrado horário do almoço. Fui a um restaurante curar minha fome. Muitos fizeram o mesmo.

A grande ironia nessa história é identificar um problema de gestão – a falta de organização – em um curso que está capacitando gestores. Um dos cursistas ironizou: “Essa é uma aula prática sobre os erros cometidos em uma má gestão”. O fato é que o atraso interferiu negativamente no andamento dos trabalhos. O professor  retomou a aula à tarde como se todos tivessem feito suas refeições no horário previsto. Muita gente acabou perdendo mais de uma hora de aula por isso. Lamentável!

CRIATIVIDADE É TUDO!




Olha só que vídeo legal que eu encontrei no Uêba: assista e preste atenção no que acontece depois dos 13 segundos de exibição. Criatividade é tudo!

EM DESABAFO, ATOR CAIO BLAT REVELA ESQUEMA DE JABÁ DA GLOBO




Um vídeo postado no Youtube no último dia 31/07, expôs o que quase todo mundo já sabia: o gigantesco esquema de jabá envolvendo a Rede Globo e seus programas. Nesse vídeo o ator Caio Blat detona as manobras feitas pela Globo Filmes para promover e se locupletar com as promoções. Entre outras coisas, ele revela que parte do esquema envolve entrevistas nos principais programas da emissora. Várias pessoas já haviam feito comentários sobre o esquema  promocional dos programas da Vênus Platinada, mas o desabafo de Caio Blat tem um peso maior porque ele é um ator formado na própria Globo. Confira no vídeo abaixo:

A TRISTE VIDA DAS PESSOAS PERFEITAS

Sim, elas existem, tenho observado de longe alguns exemplares de seleto grupo de seres que se dizem humanos. Falo assim porque os humanos de verdade, por vezes, falham, transgridem, isso faz parte da vida. O que diferencia os bons e os ruins, é a medida em que essas transgressões acontecem. Os de índoles maleáveis, claro, fazem parte do “lado negro da força” porque transgridem cotidianamente.

Em geral, o grupo dos perfeitos é composto por pessoas tristes e solitárias que parecem brigar com o mundo todos os dias. A perfeição os impede de se relacionarem bem com os outros. Como conviver com as falhas e as transgressões alheias sem se aborrecer? Impossível para eles. Para os outros também é difícil. Não sabemos, ao certo, como lidar com a “pureza” dessas pessoas. Na dúvida, melhor não arriscar. É por aí que nascem as barreiras, os campos minados e todos os biombos que separam o seleto grupo dos perfeitos do resto dos pobres mortais.

Os perfeitos jamais tomaram aquele porre homérico que você tomou na juventude, não correram na chuva por medo do resfriado, nunca pisaram na grama ou repetiram a sobremesa. Jamais, em hipótese alguma, tocaram a campainha e correram, nunca enfiaram o dedo no bolo, não jogaram aviãozinho de papel, não colaram chiclete embaixo da banca, nunca filaram. Até na Bíblia – Eclesiastes 3 – a variação de conduta é defendida, há tempo para tudo, mas as pessoas perfeitas ignoram isso. Como é difícil encontrar iguais, os poucos que existem quase não têm amigos porque ninguém suporta a chatice deles. Na certeza de que mudarão o mundo perdem o precioso tempo da vida franzindo a testa ostentando um ar de superioridade alegórico, feito de papel marchê. Algum dia quando, por descuido, tomarem aquela chuvarada, o cenário cairá e eles se arrependerão do tempo que perderam na utópica luta para serem perfeitos.

DESCOBRIRAM O RECIFE

Há bem pouco tempo, aqui mesmo nesse blog, o amigo Carlos Dornelas contribuía com um post reclamando que o Recife estava fora do circuito dos grandes shows. O pensamento era que estávamos “longe demais das capitais”. Recife é vista por muitos pernambucanos como “a maior cidade pequena do mundo”. Esse adorável paradoxo nasceu da mania de grandeza dos pernambucanos: "Temos o maior shopping e o maior conjunto residencial da América Latina, a maior avenida em linha reta, o maior teatro ao ar livre (sei, não fica em Recife, mas o povo fala como se Nova Jerusalém fosse logo ali na esquina) do mundo" e etc. Até que um belo dia alguém sentenciou: “Recife é a quarta pior cidade do mundo para se viver”. Ninguém concordou, claro.

Mas, enfim, parece que descobriram o Recife. Dois grandes shows do Iron Maiden – estive no primeiro - abriram a porteira para os grandes espetáculos e eventos. Nos últimos três anos vieram o A-Ha, Skorpions, Amy Winehouse, Cyndi Lauper, Ringo Starr e Paul McCartney, só para citar os mais importantes. Na próxima quinta-feira (26) é a vez da Campus Party Recife. O mega evento tecnológico-geek aporta no Recife, provando, definitivamente, que entramos na rota.

Não bastasse essa alternância de grandes shows e eventos, tem toda o frissom provocado pela realização da Copa do Mundo de Futebol, Recife será uma das sedes. Como acontece em todos os lugares que cediam jogos da Copa – espero que aqui não seja diferente – várias obras de infraestrutura estão em vias de serem realizadas. O que mais me anima é a promessa de um plano de mobilidade moderno e detalhado para o Recife que vive, atualmente, um caos no trânsito. A “maior cidade pequena do mundo” está voltando a ser uma grande metrópole brasileira.

Mas nem todo mundo está comemorando. No meu deslocamento diário rumo ao trabalho, em Olinda, transito por algumas áreas que estão incluídas no plano de mobilidade. Numa delas, o bairro dos Aflitos, área nobre do Recife, vários grupos de moradores estão, como o nome do bairro, aflitos. Cartazes e mais cartazes estão espalhados maldizendo a mudança anunciada. Se fosse uma choradeira da periferia, sabemos, não daria em nada. Mas, como se trata de uma área nobre, possivelmente, o interesse de um pequeno grupo  interferirá no reordenamento da cidade. Seja como for, vejo com bons olhos o descobrimento do Recife.

MINHA RELAÇÃO COM O RÁDIO

Sempre adorei ouvir rádio por razões diversas, uma das memórias mais remotas que tenho da minha infância é o áudio de abertura da resenha esportiva da PRA-8 Rádio Clube de Pernambuco. Sempre associei a música à hora do almoço. A resenha da Clube começava às 12:30 e meu pai deixava o rádio ligado enquanto almoçávamos. Não bastasse essa referência familiar, tinha também o fato de eu ter nascido e morado parte da minha vida no bairro da Mangueira, bem próximo da lendária Fábrica de eletrônicos, ABC (foto abaixo).
Na frente da antiga fábrica, lá pela década de setenta, quando a tevê ainda era um artigo de luxo e não estava ao alcance de todos, colocavam uma tevê Canarinho ABC no centro da praça para o povo assistir. Naquela época, quase todo rádio, tevê e radiolas eram dessa marca. Na casa da minha avó materna tinha tudo isso e eu, claro, estava sempre por lá.

Em 1973 veio a grande revolução: a primeira rádio FM, a TransaméricaRecife. As FM's, nessa época, tinham um formato quase que universal: apresentavam blocos com três ou cinco músicas intercalados por pequenos flashs de notícias, normalmente relacionadas ao universo pop. Que coisa maravilhosa, pensávamos na época. E a qualidade do áudio? Era um sonho para quem curtia ouvir música. A única crítica que fazíamos é que tocavam, basicamente, música estrangeira. Duas rádios aqui do Recife até tentaram entrar nessa onda dos blocos de música: a Olinda e a Tamandaré. Não durou muito tempo porque o público da AM era bem diferente.

Na década de 80 eu ouvia muito rádio FM. Com o ressurgimento do rock brasileiro, tocavam muito esse estilo e podíamos ouvir por horas e horas sem grandes reclamações. Mas, o tempo passou e as rádios, aliás, a boa programação musical, sumiu. Tem também o fato do acesso às mídias ter se popularizado. O advento do MP3 – jáfalei em outro post – provocou uma revolução. Até a década de 90 as músicas eram gravadas diretamente das rádios, muitas vezes com vinhetas no meio ou a intromissão do apresentador antes da música acabar. Com a internet esse drama acabou.

As músicas começaram a ser baixadas e as pessoas passaram a fazer suas rádios de bolso. O MP3 no bolso carregado com listas e mais listas das preferidas fez com que muita gente que ouvia FM's abdicasse desse habito. Incluo-me nesse rol.

Não, não deixei de ouvir AM! Quem frequenta estádios de futebol tem o rádio como acessório indispensável. Fora isso, tenho o hábito de ouvir a Rádio Jornal pela manhã, só notícias, um vício que, certamente, levarei comigo para o túmulo. Por falar na Rádio Jornal, vale lembrar que essa emissora honra a riquíssima história da radiofonia pernambucana com uma programação de qualidade e equipamentos de última geração. Parabéns!

PLANEJANDO OS GASTOS E CHATEANDO A VIDA – BREVE COMENTÁRIO


Pois então, vendo na tevê um economista sabichão mostrar como é fácil controlar os gastos e organizar a vida financeira de qualquer um, acabei percebendo que dificilmente conseguirei entrar na linha nesse quesito. Excetuando-se alguns itens, a maioria das coisas que ele elencou como supérflas, não entraria na minha lista. Uma questão lógica: se as pessoas são diferentes o juízo de valor que fazem das coisas, obviamente, é muito diferente. Exemplo: eu respiro música desde a mais tenra idade, ouvir música para mim é tão importante quanto o arroz com feijão. No julgamento -absolutamente particular e subjetivo – do economista, comprar discos e ir a shows é supérfluo.

Diriam os cíticos: “Supérfluo é tudo aquilo que você consegue viver sem”. Se você “vive sem” e não se sente bem por isso, o item é de primeira necessidade, ora. “A gente não quer só comida, a gente que comida diversão e arte” já dizia aqueles versos do hit titânico. Penso o mesmo, vivo bem por isso. Logicamente essa é a minha fórmula, há quem se adeque aos ditames dos economistas sabichões, sei disso. A conversa tá boa, mas vou ali encomendar mais um box do Arquivo X, tô quase completando minha coleção!

BRINCADEIRA DO COPO - CUIDADO!




Zapeando pela rede, dei de cara com esse hilário vídeo da Midday Produções. A sinistra brincadeira do copo tratada com humor. Vale conferir!

RELIGIÃO E FUTEBOL, TUDO A VER

Sempre ouvi dizer que “não se deve discutir religião e futebol”. Contraditoriamente, esses dois assuntos, por natureza, fomentam uma boa discussão. Na verdade, o recado embutido na frase quer dizer que “não é prudente discutir esses dois assuntos”. O porquê todo mundo sabe, tanto o futebol quanto a religião lidam com  sentimentos humanos: paixão, fé, devoção e, as vezes, a razão.

Há pouco, quando postava numa rede social umas fotos antigas da época da faculdade, dei de cara com a imagem de um adorável professor: Jorge Santana(de óculos) . Das suas complexas aulas sobre como elaborar um projeto baseado na lógica, guardei um importante recado. Apontando uma espécie de linha do tempo que ordenava as etapas de um projeto, ele explicou: “Até essa fase aqui a elaboração do projeto segue sem grandes atropelos, a partir dessa outra etapa aqui começam a surgir os grandes problemas, tudo porque entram no projeto os seres humanos. Você vai ter que lidar com vaidades, desejos particulares, é muito difícil administrar isso”.

O que o Professor Jorge  explicou há décadas é exatamente o que tento transmitir nesse post. No caso da religião o problema ganha uma dimensão incomensurável porque muitos dedicam a vida - na Terra e num suposto plano superior – a essa causa. Se a religião pudesse ser discutida apenas no âmbito da razão, quase tudo que está escrito nos livros sagrados seria facilmente refutado. Como explicar a “Arca de Noé” e o “Sopro do Barro” caminhando na inflexível linha da lógica? Pois bem, se o assunto não pode ser tratado com argumentos lógicos, não vale a pena discutir, no final prevalecerá o interesse e a crença de cada um.

Absolutamente tudo que foi dito no parágrafo anterior se aplica ao futebol. Tenho um amigo – vou preservar o nome, claro – que é formado em Física, se diz agnóstico mas, quando vai assistir a um jogo do Náutico, seu clube do coração, senta sempre no mesmo lugar. O argumento é dos mais esdrúxulos: “Da ultima vez que sentei num lugar diferente fui testemunha da triste Batalha dos Aflitos, culpo-me até hoje por isso”. O danado que ele fala sério, não é piada. Quando a paixão e a fé cega tomam conta da mente, o resultado é esse.

Mas, ao contrário do que imaginam meus desafetos – tenho alguns – eu acho a religião um negócio fantástico. Atualmente, enquanto você lê esse post, dezenas de guerras acontecem pelo mundo afora. Segundo o Conselho de Segurança da ONU, 80% desses conflitos têm cunho religioso. Basta rebuscar um pouco a memória para lembrar dos últimos grandes conflitos e atentados ocorridos no planeta. Na década de noventa, teve a “Guerra dos Bálcãs”. Nesse embate – ocorrido por conta da dissolução da antiga Iugoslávia – os sérvios, cristãos ortodoxos, perseguiam os habitantes do território de Kossovo, na maioria muçulmanos de origem albanesa. A PrimeiraGuerra do Golfo confrontou os árabes, muçulmanos, com os cristãos comandados pelos Estados Unidos. Uma década depois, as torres do World Trade Center tombavam tornando-se os maiores símbolos desse conflito.

As torcidas organizadas experimentam, no futebol, o mesmo ódio que os fundamentalistas cristãos e islâmicos praticam na política internacional. Não estranhe o adjetivo “fundamentalista” associado ao cristianismo. O que os presidentes estadunidenses e os líderes políticos europeus ocidentais vêm praticando nas últimas décadas é o mesmo que os terroristas islâmicos fazem. Só que em escala muito maior e com muito mais liberdade.

Apesar de tudo, ainda troco umas ideias sobre futebol e religião com meus amigos e na sala de aula pois, lecionando história, o dever me obriga. Até brinco com meus alunos em dia de prova: “Não filem (colem) porque quem fila vai para o inferno”. Ao menos nesse momento, a punição eterna é tratada com um adorável desprezo. Ouço sempre alguém gritar: “Então estamos todos no inferno, professor”. Cabe ainda uma lembrança do futebol: quando vou ao estádio, a saída é sempre tensa porque a torcida organizada do meu clube, a Inferno Coral (junção do pior do futebol, a violência, com o pior da religião), promove a desordem. Se vivo, certamente, Karl Marx reformularia sua famosa citação: “A religião e o futebol são o ópio do povo”.

DEZENAS DE TUBARÕES DEVORANDO UMA BALEIA QUASE NA AREIA DA PRAIA



Uma jovem australiana chamada Rachel Campbell curtia um dia de sol numa praia da Austrália quando deu de cara com um grupo de tubarões – segundo ela, aproximadamente 100 – devorando uma baleia no finalzinho da arrebentação, quase na areia. A imagem virou um hit do youtube com mais de 280 mil acessos até a publicação desse post. 

O HUMOR BRASILEIRO ESTÁ EM CRISE?

Hoje li uma entrevista com o filho do Chico Anysio, o Bruno Mazzeo, em que ele abre artilharia contra o humor do tipo “stand-up”, um segmento em alta no Brasil atualmente. Para quem não conhece, trata-se daquelas apresentações solos em que um humorista narra fatos engraçados e se envolvem diretamente com o público. Nada de novo, Agildo Ribeiro, Jô Soares, Chico Anysio e José Vasconcelos, o maior nome do stand-up brasileiro de todos os tempos, criaram escola.

Bruno teceu duras críticas ao Rafinha Bastos que também o teria criticado, uma rusga declarada. Sobre o Rafinha, devo dizer, comungo com a opinião do filho do Chico. Além de xingamentos e polêmicas, não vejo nada mais que possa atrair a atenção do público nesse cidadão.

A matéria me trouxe à memória uma questão que já venho matutando há tempos: o humor brasileiro está em crise? Depois que os grandes humoristas (citei-os acima) saíram de cena, a tevê vem tentando uma renovação que esbarra, claramente, numa questão: faltam  nomes de peso. O último grande humorista surgido na tevê brasileira foi o Tom Cavalcante que, por ter saído da Globo, entrou numa lista negra – não declarada, claro – de artistas proibidos na emissora. Tom está sem contrato e teve sua volta cogitada na Vênus Platina. Houve um racha e a parte mais conservadora, que veta o nome dele, acabou ganhando.

O programa de humor de maior sucesso na tevê brasileira, atualmente, é o “Zorra Total”. Os mais antigos percebem, claramente, que a atração é uma reedição de um formato popularizado e eternizado com o inesquecível “Balança Mas Não Cai”. Vários programas da Globo copiaram essa fórmula com relativo sucesso. O problema é que o Zorra já dá sinais de cansaço e as renovações não vêm surtindo efeito. O programa vem revelando humoristas que viram febre, depois despencam do “Olimpo” com a mesma rapidez que subiram. Foi assim com o Rodrigo Fagundes que estourou com o “Patrick” e popularizou o bordão “olha a faca” e agora é mero coadjuvante. Depois teve a “Katiuscia Canoro” e sua “Lady Kate” que já perdeu o brilho.

Atualmente, a febre é a “Valéria Vasques”, do ótimo Rodrigo Sant'anna. O humorista começou fazendo ponta na turma do Didi e agora experimenta o estrelato. Depois do grande sucesso da Valéria, o Rodrigo emplacou outro hit: Adelaide. Com uma personificação bem caricata de uma pedinte, o humorista vem ganhando rasgados elogios. Mas o grande problema é que o Zorra tem vários quadros chatos e sem graça. Quem assiste, fica esperando, apenas, o sucesso do momento. Dá uma tristeza ver um humorista talentoso como o Pedro Bisrmack (Nerson da Capitinga) interpretando esquetes sem graça, visivelmente para tapar buracos.

A última grande revelação do Zorra, sem dúvida, foi a dupla LeandroHassum e Marcius Melhem que despontaram para o sucesso e ganharam um programa próprio, “Os Caras de Pau”. Programas de sucesso como “Casseta & Planeta” e “A Grande Família”, passaram por reformulações não bem sucedidas. O Casseta, deixou de lado o humor escrachado e optou por um formato mais light. Ficou totalmente descaracterizado e perdeu o brilho. Já com “A Grande Família”, ao que parece, perceberam que a reformulação não foi positiva e, aos poucos, estão retornando ao formato antigo. Arranjaram até uma “nova Marilda”, a Kelly Aparecida (Katiuscia Canoro), para fazer dupla com Nenê.

O “Pânico Na Band” e o “CQC”, merecem um comentário à parte. O Pânico pratica um tipo de humor agressivo muito contestado por diversos segmentos da crítica e da sociedade. Seu público é composto, basicamente, pela faixa etária mais jovem. O programa ganha mais destaque pelas polêmicas que provoca do que mesmo pelo conteúdo humorístico. O CQC, tem uma proposta parecida, mas mistura humor com conteúdo jornalistico. Comandado pelo experiente Marcelo Tas, teve bons momentos mas sua fórmula já dá sinais de desgaste. O polêmico Rafinha Bastos é oriundo desse programa.

Não vou falar aqui da “Praça É Nossa” porque esse lendário programa, criado em 1957 pelo inesquecível Manuel da Nóbrega com o nome de “Praça da Alegria”, ainda está no ar por causa de uma dívida de gratidão de Sílvio Santos com Manuel. O velho comunicador foi o responsável pelo ingresso de Sílvio Santos no rádio, ou seja, foi seu benfeitor no início da carreira. O atual apresentador, Carlos Alberto da Nóbrega é filho de Manuel. Obviamente ninguém fala sobre esse assunto abertamente, mas todos têm essa compreensão. O humor praticado na Praça atual, com todo respeito, diminui a história desse importante programa.

A tevê brasileira, conclui-se, perdeu quase todos os humoristas de profissão, aqueles que praticavam apenas o humor: Costinha, JoséVasconcelos, Chico Anysio, Agildo Ribeiro, entre outros. O que temos atualmente são atores que enveredam pelo caminho do humor. Quando a fórmula fica saturada, ao invés de renová-la, eles partem para outros projetos, muitas vezes, longe da seara do humor. Foi assim com “Sai de Baixo”, “Sob Nova Direção”, “Os Aspones", "Minha Nada Mole Vida" e "Os Normais"só para citar alguns.Triste constatação!

A FESTA DO CORINTHIANS E A DURA REALIDADE DO FUTEBOL BRASILEIRO

Não é um post sobre futebol, claro. Quem transita por essa página já deve ter percebido que não costumo escrever sobre o assunto. Adoro futebol, mas  falta-me talento para escrever (bem) sobre o assunto. Falarei da grande conquista do  Corinthians por outro viés: o retorno econômico que o time proporciona aos seus patrocinadores.

A notícia que circula na rede é que a audiência da decisão bateu recordes. A agressiva propaganda implementada pela Globo para divulgar a “festa” - isso mesmo, festa, a tevê tratou assim a partida - surtiu o efeito desejado. Como sempre acontece quando alguma entidade é beneficiada por um grande veículo de massa, criou-se uma  torcida a favor da conquista e outra, na mesma intensidade, contra. Ainda tinha o grupo dos neutros que sempre escolhe um lado em eventos como esses, mas, dessa vez, viu-se numa sinuca de bico: torcer pelo Corinthians, o time mais paparicado pela imprensa e mais beneficiado pelos “erros” dos árbitros, ou torcer pelos  argentinos?. Como diria o slogan daquela bebida:”Que dureza!”.

A festa protagonizada pela torcida do Corinthians foi linda. Lembrei-me do Santa Cruz numa comparação literal sem aquela costumeira ressalva, “guardadas as devidas proporções”. O Corinthians é grande, mas a torcida do Santa – a maior média de público doBrasil nos últimos quatro anos – também é gigantesca e mostra força mesmo com o time no limbo. Depois de ver a emocionante festa da Fiel, fiquei com a certeza que times de massa têm a obrigação de ganhar títulos. Se não for sempre – até porque assim fica chato – que seja de vez em quando.

A ojeriza de grande parte do Brasil para com essa conquista deve-se, em parte, a dois fatores: o primeiro, já citei acima, é que o Corinthians tem o apoio irrestrito da poderosa mídia brasileira e dos sobrenaturais “erros” dos árbitros. O outro detalhe é o fato do time representar uma imensa massa de pobres. O preconceito contra times cuja torcida é pejorativamente tachada de “povão” é latente. Mais uma vez lembrei-me do Santa. Ao final do Pernambucano desse ano, corri para ver os comentários nas redes sociais e li na página de um amigo rubro-negro: “Vou sair, agora, deixa os pobres se divertirem”. Um pobre referindo-se aos outros como se fosse superior. Empáfia de perdedor. Ouvi o mesmo sobre o Corinthians na quarta-feira passada.

Essa superexposição do corinthiana na tevê é uma injustiça para com os outros clubes? Do ponto de vista da competição, claro que sim. Um clube ganhar cem milhões e outro apenas cinco, é um despautério. Aliás, essa dura realidade é a reprodução da maior chaga da sociedade brasileira, a concentração de renda. Por outro lado, se  sou um executivo da tevê e tenho um produto – o Corinthians – que me dá mais retorno, logicamente é natural que invista pesado nele. O ruim dessa história é que estamos caminhando para a realidade espanhola em que apenas dois clubes disputam, realmente, o título. Ainda existe o agravante do Brasil ter dimensões continentais e uma quantidade de clubes muito maior. Enquanto os alijados não reagirem, o funil continuará se formando.
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