
O polêmico ministro da cultura, o egípcio Farouk Hosny, conhecido por seus discursos anti-semita, foi derrotado ontem na eleição para a direção-geral da Unesco, uma extensão cultural da ONU. A vencedora foi a embaixadora da Bulgária na França, Irina Bokova. O resultado do pleito foi comemorado pela Unesco – que se livrou de futuras polêmicas com as comunidades judaicas – e por diversas lideranças judaicas espalhadas pelo mundo.
Farouk Hosny é um nome contestado não só pelos judeus, mas por muitas entidades ligadas aos direitos humanos. Farouk, entre muitas frases polêmicas, declarou que mandaria queimar livros judaicos existentes nas bibliotecas egípcias. A disputa do cargo de diretor-geral envolvia também um brasileiro, Marcio Barbosa, que já trabalha na ONU ocupando um importante cargo. A Comissão de Relações Exteriores, no Senado, pressionou o Itamaraty a apoiar a candidatura do brasileiro. Segundo analistas estrangeiros, se apoiado pelo Brasil, Marcio Barbosa dificilmente seria derrotado.
A grande pergunta é: por que o Brasil apoiou Farouk e não Márcio Barbosa? Segundo Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores, o Brasil apoiou a candidatura de Farouk Hosny porque está em processo da aproximação com as comunidades árabes. Com a vitória de Irina Bokova, o Brasil sai derrotado e com a imagem arranhada perante o ocidente. Resta saber quais os ganhos que a aproximação com as comunidades árabes pode trazer para o país. Essa afirmação foi feita sem grandes detalhes. Uma questão não ficou bem clara nessa história: de quem partiu a ordem (ou a orientação) para Celso Amorim, em nome do Brasil, declarar apoio Farouk Hosny? Com a palavra o Governo Lula!
Comments
One response to “POR QUE O BRASIL APOIOU FAROUK HOSNY?”
Difícil alguém assumir a ordem,mais fácil fazer o famoso "jogo de empurra", frequente na política brasileira.Eu não sei de nada e Eu não tou nem aqui...
"Segundo fontes do governo, alguns fatores pesaram na decisão de apoiar Hosni, todos permeados pela necessidade de fortalecer relações com o mundo árabe. Entre eles, a maior participação do Brasil no processo de paz no Oriente Médio e o aval da região à candidatura do país a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU."
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