
Daqui a trinta dias, completará um ano do assassinato de Benazir Bhutto. Falar de homem bomba explodindo em país muçulmano, soa como lugar -comum nos dias de hoje, mas quando entre os mortos está uma figura marcante (e às vezes contraditória) como Benazir, o assunto ganha peso e importância. Essa bela mulher teve uma história marcada por perseguições e algumas tragédias. Nascida em 1953, na província de Sindh, numa família muçulmana tradicionalíssima, os Bhutto, Benazir foi educada em Oxford (Inglaterra) e se formou em Ciências Políticas e Filosofia. Essa base humanista (ocidental) influenciaria, mais tarde, suas ideias políticas. Ela era a mais influente representante da oposição ao chamado "estado religioso", onde as leis de cidadania e política ficam de lado para "preservar"os ensinamentos do Islã. Benazir era muçulmana, mas era considerada pelo Jihad uma espécie de elo entre o Paquistão e os Estados Unidos. Qualquer um, não importa o carisma que tenha, que sofre uma acusação dessas no mundo muçulmano, tem a sentença de morte decretada. A partir de 1979, depois que seu pai, Zulfikar Alí Bhutto, foi executado, Benazir cumpriu cinco anos de cadeia. Durante esse período, ficou doente, recebeu uma autorização especial para se tratar em Londres, onde se exilou e iniciou sua carreira política. O mais importante a se destacar na história de vida dessa mulher, é que ela se rebelou contra um poder instituído. Ela sabia que iria morrer, desafiou a força da religião num lugar onde a religião é tudo. Vivia sendo perseguida, escapou de vários atentados, num deles, mais de cem pessoas morreram.Não fiquei surpreso quando soube da sua morte , mas confesso que fiquei triste, muito triste.