MISFITS ESTÁ DE VOLTA - EP 3x01

 
Spoilers abaixo!
A série britânica voltou com tudo. Para explicar a saída do carismático personagem, Nathan, criaram um mini episódio, “VegasBaby”, que mostra o doidão em Las Vegas usando seus poderes para se dar bem na jogatina. Entretanto, uma gafe bisonha o tira de cena: ele tenta trapacear usando um dado de sete (??) lados. Foi preso e deu espaço para o Rudy (foto acima), o novo esquisito do reformatório.

O primeiro episódio da temporada, no que se refere ao roteiro, foi meio déjà vu: os garotos se metendo numa enrascada que resultou em mais dois defuntos enterrados no quintal. Tá virando vala comum, haja terreno. O mais importante foi mesmo a introdução do esquisito – até demais – Rudy (Joseph Gilgun) na turma do reformatório. Na sua primeira aparição, cena de abertura do episódio, ele persegue alguém que descobrimos logo a seguir se tratar de um clone seu. Uma espécie de segunda personalidade que vive dentro dele e se materializa de vez em quando. O interessante é que ambos são completamente diferentes: o Rudy principal é um cara pernóstico, um rascunho do “Nathan”. O Rudy secundário, por assim dizer, seria um rascunho do Simon, um cara retraído traumatizado por uma desilusão amorosa.

A tal desilusão, aliás, refere-se a Alisha. No passado, ela foi colega de faculdade do Rudy e conheceu sua personalidade secundária. Nessa época Alisha – que ainda não tinha poderes – era uma devoradora de homens, uma pegadora contumaz. O pobre Rudy se apaixonou, foi desprezado e acabou tentando um frustrado suicídio. Essa verdade veio à tona mas Simon, atual namorado de Alisha, não se importou, até fez piada com a situação.

As situações de perigo apresentadas no episódio serviram para mostrar os novos poderes dos garotos. Curtis, ao ser perseguido por um policial, encurralado, transformou-se numa garota. Alisha, quando estava pendurada numa forca, entrou no corpo da assassina e passou a ver o que ela estava fazendo. Ou seja, ela entra na mente de outra pessoa e passa a perceber o mundo como se fosse ela. Já a Kelly, ao que parece, aumentou o seu QI. Chegou a ser presa e interrogada por ter apresentado o projeto de um míssil ultrassecreto.

Mais do episódio

*Simon: assumiu de vez seu romance com Alisha e esconde a identidade secreta, o mascarado. Entretanto, convive com a visão de sua morte que parece algo inevitável.

*De volta ao reformatório: Os garotos estavam na condicional, fora do reformatório. Mas, obviamente, deram um jeito para eles votarem pro sinistro prédio. Estavam num carro que pensavam ser do Rudy e foram parados pela polícia. O carro era roubado e eles voltaram a vestir o velho uniforme laranja. O episódio foi menos do que o esperado.

Ficha

Escrito por: Howard Overman
Direção: Alex Garcia e Wayne Yip
Exibição (EUA): 30 de outubro de 2011

HÁ UM ANO DILMA ROUSSEF ENTRAVA PARA A HISTÓRIA COMO A PRIMEIRA MULHER ELEITA PRESIDENTA DO BRASIL

Estive na festa e na quase festa da Presidenta Dilma. A quase festa foi a frustração do primeiro turno. Acompanhamos o final da apuração no Marco Zero, coração do Recife. Quando anunciaram no serviço de som que teríamos segundo turno, uma certa tristeza – e um pouco de angustia – pairou no ar. Veio então o segundo turno e, enfim, a grande festa.

Lembro-me bem que toda a celebração pela ascensão daquela mulher de face carrancuda soou como um revival do movimento “Diretas Já”. O povo reunido em praça pública em nome da democracia. Obviamente, houve quem temesse pelo que viria com Dilma à frente da presidência. Hoje, um ano depois da eleição, muitos falam em afirmação. Aos poucos, a presidenta foi se livrando da sombra de Lula e impondo o seu estilo. Enfrentou seis quedas de ministros sem declinar da sua postura austera mostrando uma segurança de quem já estava acostumada com o poder.

Dilma, assim como Lula, está tendo um espaço importante na mídia internacional sendo aclamada como a terceira mulher mais poderosa do mundo, perdendo apenas para a chanceler alemã, Angela Merkel, e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. Mesmo enfrentando uma oposição ferrenha,  vem conseguindo manter a governabilidade num patamar aceitável. Além do mais, o bom momento econômico do Brasil vem rendendo ótimos índices de popularidade para ela.

O saldo desse quase um ano de governo é absolutamente positivo. Dilma tomou atitudes firmes para combater a corrupção instalada em vários segmentos do governo sem se render aos ataques da oposição. Implementou uma faxina política em diversos setores do governo sem fazer muito estardalhaço. O primeiro passo foi dado, mas o caminho ainda é longo. 

 

60 ANOS DA TELENOVELA BRASILEIRA


No dia 21 de dezembro de 1951, na extinta TV Tupi, estreava a primeira telenovela brasileira, “Sua Vida Me Pertence”, escrita e dirigida pelo ator Walter Foster. Todos que participaram desse empreendimento, não sabiam, mas começava ali uma trajetória de sucesso. A telenovela tornar-se-ia, anos mais tarde, um produto genuinamente brasileiro. O Brasil, sobretudo a partir da inauguração da TV Globo, viraria uma referência mundial no gênero.

O formato da primeira telenovela, obviamente, era bem diferente de hoje. Naquela época, a tevê brasileira também estava engatinhando. Foram produzidos apenas vinte capítulos, com duração média de quinze minutos, que eram apresentados duas vezes por semana. O grande diferencial, entretanto, era o fato dos capítulos serem exibidos ao vivo. Não existia o videotape, tudo funcionava como um teleteatro. Faziam parte do elenco: Vida Alves, Lia de Aguiar, Dionísio de Azevedo, Lima Duarte, além do próprio autor, Walter Forster. “Minha Vida Te Pertence” também é lembrada porque foi nessa novela que aconteceu o primeiro beijo da tevê brasileira. Walter Foster e Vida Alves protagonizaram a histórica cena.

O formato de exibição diária estreou com a telenovela "2-5499 Ocupado", uma produção da TV Excelcior protagonizada por Tarcísio Meira e Glória Menezes. Mas foi com a TV Tupi que o gênero se popularizou e ganhou força. A telenovela foi incorporada a vida do brasileiro como o futebol. Esse, talvez, seja também o grande problema do gênero. De tanto ser explorado, o formato ficou saturado e acabou tornando-se alvo de críticas. Muitos classificam a telenovela como veículo de alienação do povo, que precisa de “pão e circo” para suportar as agruras da vida. Como esse post não propõe fazer nenhuma análise filosófica ou social do gênero, apenas celebrar os 60 anos de história, segue abaixo alguns dos principais momentos das telenovelas brasileiras.


1- Sua vida Me Pertence (1951 - Walter Foster): não existem imagens, a novela era ao vivo, numa época em que não existia o videotape. Clique aqui e assista a um trecho do “Globo Reporter Especial” que relembrou a primeira novela.

2 – Beto Rockfeller ( 1968 – Cassiano Gabus Mende): um marco na teledramaturgia brasileira porque apresentou várias inovações: linguagem coloquial, incluindo gírias, trilha sonora com música pop e não peças sinfônicas. Inovou na fotografia usando tomadas aéreas e apresentou personagens intrigantes cujas identidades nunca foram reveladas. Clique aqui e assista a um trecho da novela.

3 – Selva de Pedra (1972 - Janete Clair): foi a única telenovela, até hoje, a alcançar os cem pontos de audiência e popularizou o gênero folhetim. Clique aqui e assista ao final da novela.

4 – Irmãos Coragem (1970 - Janete Clair): mais um grande de Janete Clair, um western a brasileira. Essa novela misturava futebol (um dos irmãos coragem era jogador, Duda), psicologia (a personagem Maria de Lara apresentava três personalidades: Lara, Diana e Márcia) e faroeste. Clique aqui e assista a clássica cena em que João Coragem quebra o diamante.

5 – O Rebu (1974 – Bráulio Pedroso): essa intrigante novela inovou no formato. Os 112 capítulos narravam uma história que se passava em apenas um dia. O formato seria, mais tarde, copiado pela série americana “24 Horas”. A trama girava em torno de uma assassinato que aconteceu durante uma festa. Clique aqui e assista ao especial “Almanaque Globo” que fez um resumo dessa inovadora telenovela.

6 – Saramandaia (1976 – Dias Gomes): foi a primeira novela a usar e abusar da realidade fantástica. Dias Gomes criou um universo bizarro em que vários fenômenos paranormais aconteciam. Uma mulher queimava roupas com sua febre, um coronel botava formiga pelo nariz, uma comilona explodiu, tinha até um homem pássaro, o João Gibão. Clique aqui e aqui e veja duas cenas clássicas dessa telenovela. A explosão de Dona Redonda e o voo de João Gibão.

7 – Pecado Capital (1975 – Janete Clair): a melhor novela do questionado galã Francisco Cuoco. Em 1998 essa clássica novela foi desrespeitada com um remake de quinta categoria assinado por Glória Perez. Da versão original, a cena mais marcante foi a morte de Carlão gravada no canteiro de obras do metrô de São Paulo. Clique aqui e assista.

8 – O Casarão (1976 – Lauro César Muniz): uma das mais belas novelas de época da tevê brasileira. O Casarão narrava três histórias em três épocas distintas: 1900, de 1926 a 1936 . O eixo da trama era o eterno amor de João Maciel e Carolina Galvão. Relembre a abertura e a cena final em que o casal se reencontra após 40 anos clicando aqui.

9 – Escrava Isaura (1976 – Gilberto Braga): foi a novela brasileira mais vista em todo mundo. Lucélia Santos que interpretou a escrava branca, Isaura, tornou-se mundialmente conhecida por esse papel. A novela é contestada por movimentos de cultura negra alegando conteúdo racista. Seja como for, é um marco da teledramaturgia brasileira. Clique aqui e relembre a abertura e o capítulo inicial.

10 – Vale Tudo (1988 – Gilberto Braga): foi uma novela inovadora. A partir dela, o quesito “sonoplastia” ganhou papel de destaque. Fora isso, teve o grande mistério do assassinato de Odete Roitiman e a banana do Marco Aurélio no final que chocou muita gente. Clique aqui e aqui e relembre. 


*Clique aqui e leia outros posts sobre telenovelas

HOMELAND, PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Spoilers Abaixo!

Só hoje conferi o piloto de “Homeland”, remake da minissérie israelense (?) “Prisoners of War" (Hatufim) , que tem como pano de fundo a guerra contra o terrorismo. Obviamente, sendo uma série criada na neura pós-Onze de Setembro, o estereótipo “todo árabe é terrorista” dá a tônica da produção. A atmosfera da série é muito parecida com “24Horas”, vários clichês utilizados na saga de Jack Bauer podem ser identificados já no piloto.

O Elenco: a sumida Claire Danes, que teve ótima participação em Terminator 3: Rise of the Machines (2003), interpretando a veterinári Kate Brewster, depois de várias pontas em diversas séries, reaparece como a protagonista “Carrie Mathison”, uma agente da CIA que investiga o fuzileiro Nicholas Brody, interpretado por Damian Lewis. A participação de Mandy Patinkin (Saul) foi pequena no piloto, ele interpreta o mentor de Claire, Saul – clichê de série americana normalmente interpretado por um ator negro – o cara que dá suporte as investigações da moça. A julgar por sua participação em Criminal Minds (Jason Gideon), a expectativa é grande.

Sobre os protagonistas, de cara percebe-se que Claire Danes e Damian Lewis encaixaram perfeitamente nos personagens, esse é um ponto alto da série. Outro destaque – já esperado – é Morena Baccarin (V, A batalha Final). Ela interpreta Jessica Brody, mulher do fuzileiro. Morena é uma atriz fascinante, carismática, grande candidata a estrela do primeiro time dos seriados americanos.

O Piloto

A série narra a história do fuzileiro americano Nicholas Brody que, depois de ser capturado pela Al-Qaeda, foi dado como morto. Anos depois Brody é resgatado por um grupamento americano e aclamado como herói. Claire Danes, uma agente da CIA, levantou suspeitas de que ele, durante o cativeiro, passou para o lado dos árabes. O perfil de agente duplo ficou tão exposto no episódio que soou óbvio demais. Os flashes de memória mostrando o Brody torturando um amigo até a morte e o fato dele ter mentido no debriefing, logo revelados no primeiro episódio, deixam uma certa dúvida sobre a real culpa do dele. O episódio deixou uma boa impressão.

Ficha
Direção: Michael Cuesta
Exibição (EUA): 02 de Outubro de 2011

O METRÔ DO RECIFE ESTÁ CAPENGANDO

Clique nas imagens para ampliar


Que o metrô do Recife anda capengando, todo mundo sabe, salta aos olhos. Nos horários de pico é um deus nos acuda. Trens lotados e as costumeiras paradas entre estações. A única melhoria que esse sistema de transporte apresentou, foi a climatização dos trens. Pouco. Hoje, mais uma vez, os trens apresentaram “problemas técnicos” e o caos se instalou. Na estação Joana Bezerra (fotos acima), uma composição ficou parada provocando  imenso tumulto e um grande desconforto para os usuários. Até quando teremos que aguentar isso?

RELICÁRIO VOL. 11- FINAL DO FESTIVAL DOS FESTIVAI - 1985

Hoje faz exatamente 26 anos que a gasguita Tetê Espíndola sagrou-se campeã do Festival dos Festivais interpretando a canção “Escrito Nas Estrelas” (C. Renó – A Black). Na época, a simples menção da palavra “Tesão” provocou uma euforia na plateia, vejam só.

105 ANOS DO VOO DE BAGATELLE


Foi num 23 de outubro, como hoje, que, em 1906, Alberto Santos Dumont entrou para história ao realizar um breve voo de 50 metros, a dois metros do chão, com o 14 Bis. Foi a primeira vez que uma aeronave mais pesada que o ar alçou voo usando, apenas, suas próprias forças. Pelo feito, o brasileiro ganhou a "Taça Archdeacon" e escreveu seu nome na gênesis da aviação mundial.

A importância histórica e científica desse feito é, deliberadamente, ignorada pelos Estados Unidos e parte da Europa. Para eles, os inventores do avião foram os Irmãos Wright que teriam realizado um voo com o “Flyer 1” antes do 14 Bis. A grande diferença, entretanto, é que a aeronave dos Irmãos Wright utilizou uma catapulta como forma de propulsão. Outra questionamento: o voo teria sido feito para um pequeno grupo de testemunhas. No caso do 14 Bis, o voo foi feito para um enorme público no Campo de Bagatelle, em Paris. Como quem tem poder é dono da verdade, eles sustentam a história deles. Apenas a França reconhece o grande feito do brasileiro Santos Dumont. 

Confira, abaixo, o curta de André Ristum, protagonizado por Daniel de Oliveira, que conta esse fantástico episódio da história da aviação:

OS BONS TEMPOS DO ROCK BRASIL E A CULTURA DÉBIL ATUAL


Não sou do tipo que fala da juventude com saudade, como se quisesse voltar no tempo e viver tudo de novo. Não tenho esse tipo de sentimento. A razão é simples: minha vida era muito complicada. Uma das poucas coisas que me mantinham vivo era, sem dúvida, o rock. Lá pelos idos de 1985, época de ouro do rock Brasil, eu curava a tristeza e a falta de grana ouvindo e fazendo música. Nessa época não tínhamos internet, as fontes de informação eram as revistas, sobretudo a Bizz, que herdou da SomTrês, o posto de maior publicação de pop rock tupiniquim.

Tinha um grupo de amigos que se reunia, quase sempre, na minha casa. Ouvíamos música no rádio, acredite. No final da década de 80, tocavam muito pop e rock no rádio, não é como hoje. Lembro-me da grande celeuma provocada com o lançamento do elepê “Selvagem”, dos Paralamas, em 1986. Nos discos anteriores, acusavam o trio  brasiliense de copiar o “Police”. A bateria do João Barone , convenhamos, soava igualzinho a do Stewart Copeland. No Selvagem, o Paralamas buscou outras sonoridades, se aproximou do reggae e ritmos brasileiros. A partir de então, ganhou identidade própria. Quando ouvi “Alagados” pela primeira vez, confesso, foi estranhíssimo, achei parecido com carimbó.

É também de 1986 o celebrado – por questões técnicas – disco do RPM, “Rádio Pirata”. Um disco de rock brasileiro gravado com qualidade técnica idêntica aos dos americanos e europeus. A mixagem foi feita em Londres. O RPM, durante um breve período, gozou do status de mega banda de rock, com logo no avião e tudo mais. Passou. Particularmente, prefiro o “Revoluções Por Minuto”, um disco que lançou uma sonoridade diferente e forma bem peculiar de se fazer rock no Brasil.

Dentre todas as bandas com as quais convivi na década de 80, a que mais me marcou, sem dúvida, foi a “Legião Urbana”. Quando ouvi o álbum branco achei a voz do Renato parecida com a do Jerry Adriani. Decorei as onze músicas num piscar de olhos. Ouvia sem parar. No álbum “Dois”, tornei-me fã incondicional. Os acordes iniciais de “Tempo Perdido” funcionam como um start que me remete ao passado. Essa música é um dos hinos da minha geração. Com o lançamento do “As Quatro Estações” Renato Russo já era celebrado como grande poeta do rock nacional. Assisti ao show desse álbum aqui no Recife. Foi um grande momento da minha vida. Imagine: um show de quase duas horas em que você sabe cantar todas as músicas. Êxtase!

Ontem sintonizei na minha tevê o “WMB”, vi uns comentários no twitter e fui conferir. Lixo total, a celebração da cultura débil, não dá nem para falar. Uma pena que o rock nacional esteja na “fase B das ondas Kondratev”. Enquanto isso, os bons momentos são relembrados em documentários, confira abaixo:

FRINGE 4x04 – SUBJECT 9

Spoilers Abaixo

Os três primeiros episódios serviram para criar o ambiente necessário para reintrodução de Peter na trama. Tivemos que ler nas entrelinhas o que realmente os roteiristas estavam aprontando. “Subject 9” rebuscou o passado tortuoso envolvendo Olivia e as experiências do Walter com cortexiphan. Na cena inicial do episódio, como de praxe, um acontecimento bizarro. Enquanto Olivia dormia, uma concentração de energia tentava tomar forma em seu quarto atraindo corpos metálicos. Ela acordou e dissipou o fenômeno.

A interpretação inicial do Walter remeteu as experiências com cortexiphan. Um dos garotos usados como cobaia, o “número 9”, segundo o cientista, estaria usando suas habilidades numa espécie de projeção astral para afetar Olivia. Convencidos disso, seguiram para Nova York para interrogar Cameron James, suposto elo de ligação com o “número 9”.

A viagem de Olivia e Walter para Nova York revelou um detalhe que para muita gente – inclusive eu – passou desapercebido. Walter estava vivendo recluso em Havard havia três anos. Por isso, nos três primeiros episódios, ele resolvia os casos através de videoconferências. O velho cientista estava acometido de uma misofobia, aquela fobia sentida pelo detetive Monk que tem medo de sujeira, germes. Walter chegou a surtar no quarto do hotel vendo sujeira em todo canto. Foi contido por Olivia que conseguiu controlá-lo. Outro problema enfrentado por Walter era o medo de voltar para hospício. Olivia recebeu uma comunicação por escrito de um psiquiatra que pedia a opinião dela sobre um possível internamento do Walter. Ele chegou a ler o documento, ficou temeroso, mas Olivia vetou a internação.

O grande momento do episódio aconteceu numa subestação de energia. Depois de identificar o homem que que usava o o nome do pai – Cameron James – e tinha poderes sensitivos resultantes de experiências com cortexiphan, Walter o levou para a subestação por ser um local de grande concentração de energia para polarizar as forças e destruir a origem da energia supostamente maligna. Quando a grande energia começou a se manifestar, o sensitivo entrou em ação. Mas um rosto se formou nas ondas energéticas (foto acima). Era a silhueta do Peter que Olivia lembrava dos sonhos. Imediatamente ela sacou a arma atirou para cima e interrompeu o processo de destruição.

Peter Beshop acabou surgindo próximo da subestação, no Lago Reiden, de onde foi resgatado para um hospital. A grande surpresa é que ele não perdeu a consciência de sua existência. Sua memória não foi apagada na passagem o que intrigou Olivia e Broyles. Na cena em que Peter surge no meio do lago, deu para ver o Observador contemplando tudo. Foi um ótimo episódio que deixou todo mundo com aquela sensação de quero mais.

Ficha Técnica
Direção: Joe Chappelle
Exibição (EUA): 14 de outubro de 2011

PS: A série faz uma pausa de 15 dias e volta no dia 23 de outubro com o episódio “Novation” cujo promo disponibilizo abaixo:

FRINGE 4x03 – ALONE IN THE WORLD


Mais um intrigante episódio de Fringe. A história do garoto Aron foi uma espécie de paralelo com a história de Peter. O start do episódio foi a morte de dois garotos afetados por uma misteriosa mutação que, em questão de horas, decompôs os seus corpos. Quem é fã da série está acostumado com essas bizarrices. Aaron Sneddon, um garoto solitário, foi o personagem central da trama. O episódio foi construído como um paralelo entre a história desse menino e a de Peter.

Os surtos psicóticos do Walter revelaram mais um detalhe intrigante da temporada: ficou claro que a voz e as imagens que o velho cientista estava ouvindo e vendo, eram do Peter. Quando Walter estava sendo analisado pelo psiquiatra, viu o reflexo do filho na prancheta do médico. Na conversa com Olivia os dois descobriram que o homem que povoava os sonhos dela era o mesmo que Walter estava vendo. O detalhe é que nenhum dos dois reconheceram o Peter. A dedução lógica é que o Peter adulto, após o sacrifício feito para salvar os mundos, nunca existiu.

A série ainda não apresentou uma explicação didática para esse imbróglio, eu fiquei meio perdido, confesso. O fato é que os roteiristas criaram uma ramificação da história que pode não dar certo. Fico imaginando com o Peter será reintroduzido no contexto da trama. Irão voltar o tempo? Pouco provável. Acredito que a chave desse mistério está no mundo alternativo.

Mais do episódio

*A dobradinha Olivia/Agente Lee começa a ganhar força. Todo mundo elogiando, quero ver quando o Peter voltar. O policial com cara de Nerd encaixou perfeitamente na Divisão Fringe.

* Walter enfiando uma haste de metal no cérebro, convenhamos. Foi demais até mesmo para o universo Fringe. Olivia chega, retira a peça – na vida real um objeto introduzido assim só é retirado cirurgicamente – e tá tudo bem. Oi?


Ficha Técnica
Escrito por: David Fury
Direção: Miguel Sapochnik
Exibição EUA: 07 de Outubro de 2011

PROFESSORES QUE ME MARCARAM


Negativo – Professor Constantino (Matemática): era um terrorista, não era professor. Usava os números para oprimir. Fui perseguido por esse professor, na 5ª Série, porque tinha dificuldades com operações envolvendo divisão. Sobrevivi a ele. Tempos depois o vi pilotando trens do metrô, realmente, não era um professor.

Positivo - Professor Lidelmo (Matemática): foi o primeiro professor de matemática que conseguiu falar uma linguagem que eu, sempre avesso aos números, entendia. Entrou na escola como substituto e marcou época. Como bem disse Renato Russo, “os bons se vão cedo”. O professor Lidelmo morreu afogado depois de um ataque epilético. Ficaram as boas lembranças.

Positivo – Professora Laura (Geografia-História): quando eu fazia a 6ª série, tive um momento difícil na escola. Era um adolescente arredio e não queria estudar. A professora Laura, que enfrentava o mesmo problema com outros alunos, usou de sua criatividade e virou o jogo. Criou uma gincana de conhecimentos – que hoje utilizo na minha prática pedagógica – e todos nós recuperamos o gosto pelo estudo. Era divertidíssimo competir e estudar história e Geografia. Inesquecível!

Positivo – Professor Felinto (Literatura): era uma figuraça. Usava jaleco e uma bata branca, igual os médicos. Tinha uma memória privilegiada e conhecia muito sobre literatura brasileira. Por ser uma figura caricata, era visto pela maioria dos alunos de uma forma, digamos, folclórica. O velho professor Felinto, na verdade, era um grande professor de literatura, apaixonado pelo que fazia. Tenho boas lembranças das suas divertidas aulas. Inesquecível!

Positiva e Negativa – Professora Ilma (Português e Francês): As lembranças negativas que tenho dessa professora referem-se a postura dela na sala de aula, austera até o último fio de cabelo. Tinha tanto medo dela que nem tirava as minhas dúvidas. Assim como eu, muitos alunos foram prejudicados por esse excesso de autoritarismo. Mas ela tinha outro lado, dava aulas com muita paixão. Podíamos enxergar nos olhos dela que ela acreditava no que estava falando, tinha muita segurança. Por isso, sempre que me lembro dela, me perco nesse paradoxo.

Positivo – Professor Cavalcante (Biologia): o que me encantava nesse professor era o profundo respeito que ele tinha pelo aluno. Era um gentleman, tinha o domínio total da sala sem nunca, absolutamente nunca, levantar a voz. Suas aulas eram bastante produtivas por isso, estudávamos encantados pelo professor. Cavalcante, infelizmente, faleceu há alguns anos de causas naturais.

Positivo – Jorge Santana (Introdução as Ciências Geográficas – Planejamento): foi o melhor professor que tive na faculdade. A postura do professor Jorge, lembrava-me o professor Cavalcante que descrevi acima. Um professor que fala fácil, de uma forma apaixonante, traz luz à sala de aula. Até mesmo nas aulas de planejamento, que ele ministra baseado na lógica, mesmo com toda aquela abstração, tudo parecia muito fácil pelo poder do professor. Absolutamente inesquecível!

Positivo – Lucivânio Jatobá (Geomorfologia): foi meu professor na graduação e na pós. É um grande geomorfólogo, conhece muito do assunto. Fala fácil e tem paixão. É um grande mestre. Não bastasse isso, ainda é fã dos Beatles. Perfeito!

Como professor, procuro me espelhar nos bons exemplos e evitar os erros que cometeram comigo. Obviamente os tempos são outros, mas entendo que lecionar é um eterno exercício de reconstrução e troca de ideias. Parabéns a todos os professores!

15 ANOS SEM RENATO RUSSO


Hoje faz 15 anos que Renato Russo morreu. Como ele é um dos meus mais representativos ídolos e contribuiu enormemente para minha formação, pensei em escrever um texto em sua homenagem. Vasculhando os arquivos do Jornália, encontrei um post que escrevi no dia do aniversário de 50 anos dele. De uma forma sucinta, disse tudo que sentia sobre Renato. Se tentasse escrever outro texto, certamente, seria repetitivo. Portanto, faço minha reverência republicando o post escrito em 27 de março do ano passado. Meus respeitos, Renato!

RENATO RUSSO, 50 ANOS HOJE

Legião Urbana foi uma das principais referências da minha juventude. Acompanhei o nascimento, a vida e o final da banda. Eu era um daqueles fãs xiitas que compravam os discos (vinil) e se apressavam para decorar todas as letras. Logo no primeiro LP, o álbum branco, todo mundo percebeu que aquela banda de Brasília tinha um diferencial: as letras do Renato. Os textos dele eram tão mais importantes que as músicas que, em alguns casos, a melodia parecia não encaixar. Diziam que Renato imitava o estilo do Caetano, que acelerava o cantar para a letra se encaixar na melodia. Na música “Eclipse Oculto” temos um exemplo clássico desse artifício no trecho “Mas bem que nós fomos muito felizes só durante o prelúdio...” Caetano acelera para a letra caber na melodia. Renato fazia muito isso. Um claro indício da maior importância da letra.
 
Por ter cara de nerd, Renato ganhou fama de intelectual e passou a ser ridicularizado por eles. Sim, como ele virou um artista popular, diminuir a sua importância ou tratá-lo como um “mero objeto de adoração da juventude” passou a ser diversão entre a turma dita “cabeça”. Mas esse breve texto não tem a pretensão de levantar nenhuma bandeira em favor do Renato, ele não precisa. Vi nos últimos dias que o culto à sua memória e às suas canções continua fortíssimo e isso é o que importa. 
 
Devo muito a esse artista. Numa época dificílima da minha vida – Entre 1989 e 1992 – em que me sentia absolutamente perdido no mundo, vivia recluso, quase nunca saia de casa, uma coisa que ajudou a me manter vivo foi a música da Legião Urbana, sobretudo por causa dos textos do Renato. Isso não é pouco. No disco “Legião Dois” (o meu preferido) passamos a conviver com as metáforas e as entrelinhas dos discursos dele. A inquietação dele devido a problemas com a sua sexualidade, produziu canções antológicas. 
 
Em 1990 estive no inesquecível show realizado aqui no Recife, com o Geraldão lotado. Lembro-me das palavras do Renato na abertura: “Nós somos a Legião Urbana e vamos cantar algumas canções para vocês”. Em seguida a banda tocou “Há Tempos” e Renato jogou flores para a imensa plateia.

A Legião Urbana acabou para mim no disco “A Tempestade”, de 1996. A Partir daí, a melancolia tomou conta das letras do Renato. Preferi não assistir a essa triste caminhada para o fim. Lembro-me da profunda tristeza que senti quando ouvi a canção “Via Láctea” em que Renato canta, já com a voz arrastada, sua tristeza por estar doente. Ali ele explicitou a sua falta de esperança e o pedido para que o deixassem sozinho. Eu fiz o que ele pedia na canção, não ouvi mais os discos lançados depois de 1993.
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