"O Brasil Não é Um País Sério"

A célebre frase atribuída ao francês Charles de Gaulle, que intitula esse meu breve artigo, ressurge do passado como uma premonição. Basta ler os jornais ou assistir aos telejornais. Na década de 70 (século XX) o governo militar aplicou nos brasileiros "o conto do álcool": criou o Proálcool com o intuito de vencer a crise do petróleo e acabou sendo vencido pelo boicote dos usineiros (que preferiram continuar produzindo açúcar, produto mais bem cotado no mercado da época do que o álcool) e quem dependia desse combustível ficou a pé. E não é que a história está se repetindo? Na nova versão, o golpe se chama " o conto do gás natural". O enredo é o mesmo: o governo incentivou o uso do novo combustível como alternativa e quando boa parte dos donos de veículos aderiu, começaram as ameaças da falta do gás! "o Brasil não é um país sério". Segue abaixo uma pequena lista de fatos que justificam essa máxima do de Gaulle:

* Água oxigenada e soda cáustica no leite “longa vida”

* A boiada do Renan Calheiros

*Ricardo Teixeira foi reeleito e vai ficar na CBF até 2014

*Falência do Sistema Único de Saúde

*Greve dos (Des)Controladores de Vôo

A lista é longa e a vida é breve! rssss

O MONGE, O EXECUTIVO E A DECEPÇÃO

Estou convicto de que nunca serei um monge. Li, ou melhor, tentei ler, o livro "O Monge e o Executivo" do James C. Hunter, que elenca uma série de ensinamentos que, segundo o autor , mostra como ser o que ele chama de "líder servidor". A minha primeira impressão foi de que estava diante de um bom livro. Um prólogo muito bem escrito que prepara você para algo que não vem. Não existe ninguém tão perfeito quanto o Simeão inventado pelo Hunter, ele parece o mestre do Gafanhoto da série Kung fu, tem resposta desconcertante pra qualquer pergunta. Se a idéia do Hunter era me "auto-ajudar", o tiro saiu pela culatra. Irritado, larguei o livro e fui ler a Continente, a melhor revista do (meu) mundo. Dei de cara com uma excelente matéria do Fernando Monteiro: "Os 100 Mais Vendidos", referindo-se aos livros. Acabei tendo acesso a uma informação que acabou de vez com o meu dia (mês, ano, século...). O texto trazia a relação dos seis livros mais vendidos de todos os tempos, que são, na ordem: A "Bíblia Sagrada", 0 "Alcorão", o "Livro de Pensamentos de Mão", "Dom Quixote" , o "Livro dos Mórmons" e, pasmem, "Harry Potter e a Pedra Filosofal". Pensei, cá com os meus cds: "Nas escolas do Brasil (país onde tantos passam fome e muitos morrem de inanição) quase ninguém conhece Josué de Castro e eu questionando lista de vendagem de livros". Tomei um café e fui dormir.

Reedição.

O TAL DO ESPÍRITO OLÍMPICO

Vi um atleta sueco devolvendo uma medalha de bronze por não concordar com os “erros” de arbitragem. O repórter indignou-se com a atitude do rapaz e disse que ele não sabia o que era o “espírito olímpico”. Discordei (do repórter) no ato. Se eu sou um atleta e vejo que fui roubado, que um “algo mais” foi usado como critério, por que não posso me indignar e protestar? Muitas das “verdades” impostas pela mídia descem goela abaixo sem que as pessoas questionem. Todo mundo sempre aceitou as chatices e os chiliques de Bernardinho como um comportamento normal, só porque a seleção de vôlei é vencedora. Na primeira derrota, a blindagem do técnico começou a dar sinais de fraqueza. As verdades da mídia são assim, dependem das conjunturas. Um país gigantesco como o Brasil celebrar uma medalha de bronze como algo fenomenal, pra mim, é incompreensível. Ver um atleta vibrar porque conseguiu chegar a uma final olímpica mesmo terminando em último está além da minha compreensão. Se isso tem a ver com o tal “espírito olímpico”, acho que vou morrer sem absorvê-lo. Eu, pobre mortal, jogaria sim uma medalha fora se me sentisse roubado. Brigaria com um técnico chato, rabugento se ele me agredisse. Não comemoraria a última colocação. Sei bem, os críticos dessas minhas breves palavras dirão que o importante é a competição. Mas essas mesmas pessoas xingam o time do coração quando ele joga bem e perde. O espírito olímpico só se aplica aos outros.
ADENDO: resolvi publicar essa foto, porque tem gente duvidando que fui atleta, que entendo do riscado. A foto abaixo foi tirada nos jogos militares do longínquo ano de 1984. Prata no salto em distância. Direto do túnel do tempo.CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIAR

UNIVERSO VIRTUAL, UNIVERSO REAL: APENAS UMA COMPARAÇÃO

Trabalho todos os dias em duas cidades diferentes: manhã e noite em Recife e à tarde em Olinda. Estou sempre em trânsito. Tornei-me um observador dessas duas cidades. Quando chego em casa à noite, navego na internet. Numa dessas viagens pelo mundo virtual, percebi semelhanças entre esses dois universos. Quem cruza a cidade é constantemente importunado por vendedores de balas, frutas, flanelas, etc. Na net é a mesma coisa. Basta abrir um site que aparece logo um banner piscando pedindo para você clicar. No mundo real os engarrafamentos intermináveis triplicam o tamanho do seu caminho. Na net o trânsito é a conexão que, quando está lenta, tira a paciência de qualquer um. Na vida real você, ao sair, tem que deixar a casa trancada, protegida por alarme. Na net é a mesma coisa: Orkut com cadeado, blog com moderação. Caso o seu PC seja invadido o alarme do seu antivírus dá o alerta. Na vida real existe a falsidade ideológica: alguém rouba seus documentos e se passa por você. Na net isso é fichinha. Orkut, MySpace, Gazzag, blogs,estão todos cheios de perfis fakes. Usar a cara de outro tornou-se algo absolutamente normal. Na vida real a maioria das pessoas segue uma religião: são católicos, protestantes, mulçumanos, espíritas, etc. O mundo virtual também tem suas religiões: Windows, Linux, Lótus. Tem também algumas seitas: Photoshop (especialista em mudar as pessoas). Shirink (especialista em desbloquear caminhos). MSN (especialista em vender ilusões). Explorer, Firefox ( guias espirituais). WinAvi (converte tudo). Eu poderia escrever várias laudas comparando esses dois universos absolutamente idênticos, mas como quase ninguém lê posts longos, encerro aqui essa minha retórica.

POR QUE EU AINDA SOU PROFESSOR?

Nos últimos meses uma questão vem me tirando o sono: por que eu ainda sou professor? Esse dilema nada tem a ver com a questão salarial. O problema todo está na sala de aula. O quadro é absolutamente desolador. Os alunos não encaram mais a escola como algo importante. A sala de aula se transformou numa arena de guerra. Constantemente o professor é interrompido por piadas, brincadeiras de mau gosto, todo tipo de insultos. O aluno sente-se no direito de desrespeitar todo mundo, inclusive os poucos colegas que querem estudar. A escola está se transformando num imenso parque de diversões. Os teóricos questionam os métodos de ensino e a falta de estrutura das escolas. Essa visão unilateral premia a delinqüência e a desorganização. Cobrar do aluno responsabilidade e respeito parece não ser mais importante. Ninguém, afinal, quer ser rotulado de “tradicionalista”. O tempo vai passar e esses “alunos” que não compreendem a importância da escola, vão ficar pelo caminho. Pior, talvez sejam vencidos pela vida. Fora dos muros da escola, o comportamento moleque da sala de aula é visto como delinqüência. O patrão não vai ter a paciência que o professor tem. O professor põe pra fora da sala, a polícia põe pra dentro da cela. Na vida real o garoto que picha as paredes e que quebra as bancas, vai ser tratado como marginal. Repito, a vida é duríssima, não tolera a falta de seriedade. Você quer saber por que eu ainda sou professor? Bom, acho que é porque eu fui um aluno peralta que descobriu a tempo o valor da escola. A esperança de que meus alunos também descubram me faz insistir nesse duro ofício. REEDIÇÃO

LOLLAPALOOZA 2008. TEVE ATÉ TROFÉU ABACAXI

Para quem não conhece, o “Lollapalooza” é o Abril Pro Rock dos Estados Unidos. O festival foi criado no início da década de 90 por Perry Farrel (Jane’s Addiction) e era realizado todo ano até 1997. Após um hiato de seis anos o projeto foi retomado em 2003. No começo a proposta era revelar novas bandas. Hoje em dia o Lollapalooza ,além do bom e velho rock, tem apresentações de rap, teatro e dança.
VISÃO GERAL DO GRANT PARK, EM CHICAGO,
ONDE O FESTIVAL FOI REALIZADO
1º DIA - 01/08
O RADIOHEAD NÃO FEZ APENAS O MELHOR SHOW DO PRIMEIRO DIA. A BANDA FOI O DESTAQUE DE TODO O FESTIVAL 2º DIA 02/08
O DESTAQUE DO SEGUNDO DIA FOI O RAGE AGAINST THE MACHINE. SOM PESADO, DISCURSO POLITIZADO. 3º DIA - 03/08
O ROCK INDUSTRIAL DO DESFALCADO NIN
BRILHOU NO TERCEIRO DIA. DA FORMAÇÃO
ORIGINAL, RESTA APENAS O VOCALISTA REZNOR
TODO FESTIVAL TEM UM BARATO. LEMBRAM -SE DA
BLITZ E A BOLA GIGANTE NO ROCK IN RIO?
POIS É, O GIRL TALK RESOLVEU RADICALIZAR.
REINVENTOU O RAFTING. JOGOU UM BOTE
INFLÁVEL EM CIMA DA GALERA E FEZ
O VOCALISTA DA BANDA NAVEGAR.
MUITO MASSAAAAAAAAA!
A IMAGEM QUE ENCERRA ESSE POST
É A COMPROVAÇÃO DE QUE O
CHACRINHA ERA MESMO VANGUARDA.
NAS DÉCADAS DE 60, 70 E 80 ELE
"PRESENTEAVA" SEUS CALOUROS
COM O SÍMBOLO MÁXIMO DO SEU
ESCRACHO: O "TROFÉU ABACAXI".
ESSA RAPAZIADA AQUI DE CIMA,
PENSANDO ESTAR INOVANDO,
EXIBIA O DESONROSO PRÊMIO
PARA AS BANDAS QUE DESAGRADAVAM.
RODA E AVISA!!!!!!!!!!!!!!!

A NOVA IDADE MÉDIA

Na Idade Média, conhecida como “Idade das Trevas”, as pessoas viviam em fortalezas protegidas pela influência de um senhor feudal. Viver além dos muros das cidades medievais era se expor aos perigos de um mundo sem leis dominado por bárbaros, salteadores e criminosos de toda espécie. Com a centralização do poder o mundo evoluiu e se tornou mais seguro. Chegamos ao século XXI, o avanço tecnológico trouxe facilidades para a nossa vida.
Entretanto, basta uma volta pelas grandes cidades do Brasil para perceber que a realidade feudal está de volta. Quem tem dinheiro vive nos grandes condomínios tipo “Alphaville” que modernizou e adaptou para os dias de hoje o conceito da cidade medieval. Morar bem, é morar seguro. Mas e os pobres? Bom, a periferia de hoje funciona como os burgos e vilas da Idade Média. Lembre-se que nessa época os burgueses não pertenciam a elite. Tinham que batalhar para sobreviver e dependiam diretamente do Senhor Feudal. Aí você deve estar pensando: “a figura do senhor feudal não existe na sociedade atual”. Ledo engano.
O que os grandes traficantes e as milícias do Rio de Janeiro fazem é o mesmo que os senhores feudais faziam: em troca de trabalho, submissão e uma discutível proteção, eles mantêm um feudo que na nossa sociedade recebe a denominação de favela. Até a vassalagem é praticada. O traficante mais poderoso, protege o de menor porte. Resumindo: estamos vivendo numa idade média piorada. No passado eles não conheciam uma vida diferente daquela. Mas nós sabemos que é possível viver melhor. É muito duro conviver com isso!
Recebi mais um selo da amiga Alcione. Valeu Sarapatel!!!!!!!!! Seguindo o que manda a regra, pelo poder a mim concedido, indico os seguintes blogs:
ESSE MEU OVO MESQUINHO E FECHADO : textos densos, apimentados e sem meias-palavras. Imagens que falam. A menina Samila manda bem demais.
UM FRANQUILINO PERNAMBUCANO: quer entender a alma pernambucana? Acesse esse blog. O amigo Paulo orgulha-se de ser recifense e deixa esse sentimento transbordar no seu blog.
PENSAMENTOS, SENTIMENTOS E DEVANEIOS: poesias, lirismo, textos que flutuam como uma pluma. É assim que enxergo o blog da amiga Karina. Muito massa!
PITACOS DA NANA: de longe, o blog que tem a melhor triha sonora. É um espaço que fala bem com palavras e com imagens.
VIAJANDO COM BETE: professora de português ,por vocação, essa garota está iniciando na blogsfera mas já tem lugar garantido na minha lista de favoritos.

O CBGB DE PERNAMBUCO

DA ESQUERDA: WELINGTON, ROBERTO,
ED (AINDA COM CABELO), ELIAS E VETO
Recentemente, lendo um dos jornais aqui do Recife, me deparei com uma matéria que relembrava a importância do lendário espaço undergound novaiorquino, CBGB, que foi o berço do punk rock dos Estados Unidos. Por lá passaram nomes como: TELEVISION,RAMONES, STROKES,BLONDIE,VELVET UNDERGROUND, RATOS DE PORÃO, CHICO SCIENCE e outros tantos. Lembrei-me do ESPAÇO CULTURAL ARTEVIVA. Sob a batuta da agitadora cultural (e louca de carteirinha) LOURDES ROSSITER, esse oásis (em meio ao vendaval de músicas baianas da época) da boa música comandou o underground pernambucano da fase pré-CHICO SCIENCE.
Tive a sorte de tocar e trabalhar nesse templo sagrado. Fui testemunha ocular desse período fértil de bandas e paupérrimo de espaços para tocar. Pelo palco do ARTEVIVA passaram os principais (senão todos) nomes do "alto clero" do rock pernambucano "oitentista": EXOCET,SPARTA, ÁRIA,KRUOR, A BANDA(mistura perfeita de rock e mpb), ORLA ORBE, ORION, CRISTAL,CROMEL, CÓDIGO CIVIL,MUNDO LIVRE S/A(eles são de 1984!!) MENDIGOS DA CORTE, etc.,etc. Certamente eu não vou poder citar todos os nomes, até porque não lembro, mas sei que mais de 80 bandas passaram pela academia de ginástica improvisada como casa de shows da av. Conselheiro Aguiar 2210, em Boa Viagem. A minha banda, ARTE FINAL, tocou no dia 27 de maio de 1988 (Show Palavra de Protesto), como mostra o cartaz acima. Tudo era complicado nessa época. Tínhamos que perambular pelas rádios e jornais implorando divulgação. Os cartazes (em tamanho ofício e estilo fanzine) eram todos xerocados. Mesmo assim o prazer de tocar era algo indescritível.
Esse show foi inesquecível, tenho gravado na íntegra. Na semana seguinte tocou uma banda de nome estranho, URB ET ORB, que fazia cover's do Ira e da Legião Urbana, no vocal um certo CHICO, que mais tarde adotaria o emblemático sobrenome de SCIENCE. Ainda no ano de 1988, por ser assíduo freqüentador do local, fui convidado, junto com o baixista da minha banda ELIAS LELEKO, para fazer parte da equipe de produção do ARTEVIVA. Eu e ELIAS, substituímos as filhas de LOURDES. Estava formado o "power trio". Nossa primeira produção foi a exposição DE CARA COM O ROCK!, que fez uma radiografia do rock e do pop pernambucano da década de 60 até a década de 80. Nomes como: THE SILVER JET'S (que tinha como integrantes, acredite, REGINALDO ROSSI e FERNANDO FILIZOLA) CARMEN ARTONI, JANDIRA VALENÇA, MOZART,AVE SANGRIA, pioneiros do rock local, brilharam e foram apresentados a, então, nova geração. Trabalhei com LOURDES durante um ano.
Bons tempos! Esse histórico inclui o ARTEVIVA no seleto grupo das "lendas do undergound pernambucano" assim como o POLYTIAMA, O TEATRO DO PARQUE, O BECO DO BARATO, A SOPARIA DO PINA , O SÍTIO DA TRINDADE, O TEATRO BONSUCESSO, a RUA 7 DE SETEMBRO, a RUA DA MOEDA. Salve LOURDES ROSSITER !!!

SOFRI, MAS ME DIVERTI

Quem me conhece ou quem lê os textos que escrevo nos meus dois blogs, já deve ter notado que sou um saudosista de marca maior. Para celebrar esse meu lado, digamos, romântico, fui ver um show que prometia resgatar a tão injustiçada cultura pop oitentista. O Estação Retrô 80, criado pelo cantor Leo Jaime, me decepcionou um pouco. Sei, você que detesta as musicas da década da zebrinha deve estar pensando: “não poderia ser de outra forma”. Mas não estou falando de qualidade musical, não é isso. Falo do respeito ao público.
Colocaram uma banda chamada “Dick e os Vigaristas” (que fez um bom show no Abril Pro Rock 2007) tocando covers dos anos 80. Os caras sequer ensaiaram. Ou melhor, ensaiaram na hora do show que por esse motivo atrasou uma hora e meia. O guitarrista não acertava um mísero solo. Um espetáculo sofrível. Mas todo mundo aplaudiu e achou o máximo. Acho que a escassez desse tipo de espetáculo e a saudade dos anos oitenta desviaram a atenção do público. Depois veio o Silvinho Blau Blau (one hit Singer) com muita disposição, mas a banda era ainda “Os Vigaristas”. O show começou de verdade quando Leo Jaime subiu ao palco.
Uma banda muito boa com destaque para o excelente guitarrista (que não sei o nome) e para o “Mingau”, grande baixista. Leo, ostentando um inacreditável bucho, mandou bem. Depois veio o Kid Vinil que também mandou muito bem. Cantou os hits do “Magazine” e fez um cover da Plebe Rude, cantou “Até Quando”. Em seguida Veio o Ritchie que cantou quatro músicas e salvou a noite. Foi aí que percebi que estou ficando velho. Ele lembrou que o último show que havia feito em Recife foi em 1986. Eu estava lá. O tempo passa, lá se vão 22 anos. Já eram duas horas da madrugada e o cansaço me fez ir embora. deixei de ver o show da Blitz. Um amigo me falou que a overdose de anos 80 varou a madrugada. Sofri mas me diverti!
Adendo: Depois da repercussão (negativa) que o meu post provocou junto a banda "Dick e os Vigaristas" e aos fãs, eu me preocupei com o que seria publicado nos comentários. Achei que seria xingado, etc. Ativei a moderação do blog. Hoje, quando cheguei do trabalho, fui ver os comentários e tive a grata surpresa de ler o pedido de desculpas do Ricardo. Muito nobre sua atitude. Estou falando sério. Que bom que somos pessoas civilizadas. Aproveito e quero também registrar de público o meu pedido de desculpas ao pessoal do “Dick e os Vigaristas”.
Não sou jornalista, não tenho habilidade com as palavras e no afã de descarregar minha indignação por ter esperado numa fila por mais de uma hora, acabei usando as palavras erradas e atingindo inconseqüentemente o brio do pessoal do "Dick". Sei exatamente o que vocês sentiram porque já tive banda e já toquei na noite. Desse episódio lamentável tirei muitas lições. A principal dada pelo amigo Ricardo, que mesmo contrariado e discordando de tudo que escrevi, teve a nobreza de se desculpar. Quanto aos comentários de indignação pelo que escrevi, como o do amigo Antonio Augusto, não vou mais responder e procurarei do alto da minha humildade tirar lições! Ed Cavalcante.

QUANTO CUSTA UM GENOCIDA?

No dia 21 de julho os serviços de inteligência sérvios anunciaram a prisão de Radovan Karadzic. Conhecido como “o carniceiro de Srebrenica”, Radovan vivia em Belgrado ,com um nome falso ,onde mantinha uma clínica de medicina alternativa. Não vou perder tempo falando de uma notícia que todos as agências estão divulgando por aí, não é esse o meu propósito . O que me chamou atenção na prisão desse individuo foi o motivo (não divulgado) da sua captura. Nos últimos dez anos, a Sérvia tenta ingressar na União Européia sem sucesso. A mácula da década de 90 ,provocada por genocídios e perseguições aos mulçumanos do Leste Europeu, colocou os sérvios no fim da fila.
O primeiro passo em busca do respeito internacional foi dado em 2001. A sérvia entregou ao tribunal de Haia o ex-presidente Slobodan Milosevic. Com esse ato o país não ganhou apenas elogios. Os Estados Unidos enviaram para a Sérvia uma “ajuda” de 50 milhões de dólares. Milosevic acabaria morrendo em Haia em 2006. Com a prisão de Karadzic, a Sérvia aumentou o respeito perante a União Européia e a opinião pública.
A Casa Branca, mais uma vez, se pronunciou e deitou elogios: "Felicitamos o governo da Sérvia e agradecemos aos que conduziram essa operação por seu profissionalismo e por sua coragem. O momento da prisão, apenas alguns dias após o aniversário do massacre de mais de 7 mil bósnios em Srebrenica, é particularmente apropriado, e não pode haver mais bela homenagem às vítimas das atrocidades do que levar seus autores à Justiça". A declaração do ministro das relações exteriores da França resume o tema central desse post: "Aí está um acontecimento que aproxima, evidentemente, a Sérvia da União Européia".
Minha indignação é porque fica claro que tanto Milosevic quanto Karadzic foram presos não por razões humanitárias. O fato de terem eles dizimado mais de 10 mil pessoas soa como um fato secundário. O mais importante é a questão econômica. A Sérvia necessita ingressar na União Européia. Certamente, nos próximos anos, veremos a prisão de Ratko Mladic, mais um carniceiro sérvio que está foragido e será usado como moeda de troca. É a força do vil metal!

HERÓIS EFÊMEROS

Reedição
De que são feitos os heróis e ídolos? Perguntei-me outro dia quando, ao passar por baixo do pontilhão do metrô (faço isso cotidianamente), me deparei com um dos meus ídolos de infância, "Loro", invencível na arte de soltar pipa!Uma lenda na década de 70 mas que jazia ali ,aos meus pés, bêbado e dormindo ao relento. Quando cheguei em casa puxei pela memória e fiz uma lista com os meus ídolos de infância. Acabei descobrindo que eles eram, quase todos, efêmeros. Encabeçando a lista, o já citado "Loro". Quando a pipa dele cruzava os céus todos tremiam (verdade!), ele era o "cão", cortava todas, nunca era cortado, virou lenda. Mas ,na vida real, foi vencido pela bebida e pela falta de oportunidades. Na lista também entrou o "Gilson", meu primo, uma espécie de "professor Pardal": entendia de tudo.
Construía miniaturas, brinquedos,entendia de eletrônica... chegou ao cúmulo de construir um gramofone que tocava de verdade! Dizer que ele foi vencido pela vida seria preconceito contra a profissão de vigilante ,que ele exerce atualmente, mas o seu talento poderia ter lhe proporcionado uma vida muito melhor do que a que leva agora.Ele era genial! Eu poderia ainda falar do "Flávio" o melhor jogador de basquete que já conheci (e tive o desprazer de ser adversário) e que hoje perambula por aí como um simples mortal, ou de outros tantos em que me espelhei, e certamente chegaria à mesma conclusão: mesmo sendo feitos de carne e osso, eles eram tão fictícios quanto os heróis da TV. O fato é que eles cumpriram um papel importante na minha vida: fizeram-me sonhar... isso,por si só, já é um ato heróico!
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