A
torcida do Santa Cruz, nos últimos cinco anos, vem sendo alvo de
teorias mirabolantes que tentam explicar o seu avassalador crescimento
mesmo estando, o time, mergulhado numa das maiores crises de sua
história. O que me chama atenção é o esforço dos torcedores
adversários em tentar desmerecer os grandes feitos dessa imensa
torcida. Antes falavam que a multidão lotava o Arruda porque o preço
do ingresso era barato. Nos últimos jogos, os preços praticados foram maiores do que nos jogos da série B, mesmo assim a
torcida deu show.
Há
cerca de quinze dias, mais ou menos, estive em Fortaleza e vi um
imenso bandeirão do Santa tremulando num edifício da praia de
Iracema. No hotel, estava com meu grupo de viagem tomando umas e
outras e testemunhei um show de arrogância e dor de cotovelo de um
torcedor da Coisa que quase pulou no meu pescoço de raiva porque
falei que a torcida do Santa Cruz era a maior do estado. O cara virou
bicho e destilou uma rosário de argumentos chulos e refutáveis
tentando justificar o injustificável: a torcida do time dele só é
grande em pesquisas feitas por amostragem que não chegam nos locais
mais pobres onde a torcida do time do povo impera.
Agora
vem essa matéria de um pseudo-psicólogo colaborador da Veja que
atribui ao “masoquismo” o fato da torcida não arredar pé do
estádio mesmo nos momentos mais críticos. No ótimo blog do
tricolor de estirpe, Clovs Campêlo, li uma colocação de um outro
tricolor, Renato Boca de caçapa (kkkk) que retrucou a colocação do
tal psicólogo da Veja: “Pergunta a esse psicólogo de
merda por que é que o Íbis, o pior time do mundo, e que até hoje
não ganhou nem um campeonato de porrinha, não tem uma grande
torcida. Ele e Freud que me desculpem, mas se essa teoria estivesse
correta, o Mais Querido e o Clube das Multidões seria o Pássaro
Preto de Santo Amaro, o clube da TSAP, e não o Santinha. Manda ele
se lascar que eu vou é tomar mais uma”.
Sonho
com o dia em que o IBGE incluirá no seu rol de perguntas: “Qual o
seu time do coração?”. Por que? Ora, o pesquisador do IBGE vai em
todo buraco, não se limita a corredores, nichos, sites, ele vai de
porta em porta, na favela do papelão, no Coque, no Arruda, não se
limita a shoppings ou blocos de carnaval. Enquanto esse dia não
chega, vamos vendo a torcida do Santa dar show e os enciumados
criando suas pseudo-teorias.