
Pensei comigo: “Se minha mulher fizesse isso, me separaria dela”. Minha casa ficaria muitíssimo mais arrumada e organizada sem as minhas “coisas”, minhas tralhas, como dizem. Mas seria uma casa sem alma, sem as coisas de que gosto. Seria uma casa vazia. Bonita aos olhos dos outros – que, francamente, pouco me importam – mas não seria o meu lugar.
A internet aumentou minha ligação com o passado porque subverteu a ordem cronológica das coisas. O passado está logo ali, basta um clique. Esse maravilhoso anacronismo é a prova cabal de que não estou sozinho. O Google transformou-se num gigante desenterrando as memórias do passado e colocando-as lado a lado com o mundo pós-moderno. Todos os dias, quando sento diante do meu pecê, valho-me desse recurso que me surpreende diariamente. Recorro ao passado quase que cotidianamente. Reformulo ideias, reciclo conceitos e vou criando as minhas bases para caminhar no presente sem temer o futuro. Vivo.
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4 Responses to “EU E MINHAS TRALHAS”
Vi um pouco da minha história nesse post. Também sou "perseguida" por não me desfazer de "tralhas" carinhosamente guardadas ao longo dos anos. Faço minhas suas palavras quando diz que a casa ficaria descaracterizada sem nossas relíquias.Um sobrinho já se ofereceu para organizar meu "quartinho da bagunça" com a condiçao de que eu saísse de casa e lhe desse carta branca para jogar tudo fora,kkkkkk. Claro que recusei a generosa oferta. Eu não jogaria fora suas tralhas, caro Ed!!!
Entendo o que quer dizer.. O significado que o passado tem para a gente... Dizem que se ficarmos olhando muito para trás não se vive o presente. Não tenho tanto apego assim pelo passado, (sobretudo materialmente falando) até por que se diz que se nos entulhamos com passado não deixamos espaço para o novo. Até mesmo os livros que compro - algo que eu mais gosto daquilo que tenho - eu leio e passo adiante... faço trocas. Enfim, não quero ficar apegado às coisas a ponto daquilo me possuir e não o contrário, como deve ser. Gostei do post!
Duas opiniões diferentes, mas, ao menos, entendem o que falo.
Inaldo,não vejo como olhar o passado, nem como apego à matéria, mas encaro como guardar coisas de que gostamos para que estejam sempre por perto pra olhar de vez em quando, saber que estão lá para o caso de querer rever ou reler, emprestar a alguém... O livro é meu amigo, por isso não me desfaço, prefiro comprar para presentear, mas o meu fica aqui,kkkk. No meu caso são livros de português,livros da graduação e da pós,livros evangélicos,romances,biografias,fotos,revista saúde,seleções,nova escola, receitas,recortes de jornal,kkkkkk,parece que tenho mais "tralhas" do que Ed!kkkkk
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